Hold On escrita por Meredith Kik


Capítulo 31
Lembranças


Notas iniciais do capítulo

Oiiiiiiiiiii, eu ainda estou viva! Estou postando um capítulo pra ver se vocês conseguem simpatizar um pouquinho mais com a Sophie KKKKKKKKKKKKKKKK Espero que gostem e que comentem *-* Beijosssssssss, seja bem vinda(o)!

OBS: COLOQUEI EM ITÁLICO OS FLASHBACKS!



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Finais de semana eram desagradáveis, desnecessários e tediosos. Para Sophie, pelo menos. Eu diria que apenas para ela, aliás.

Na mansão estava apenas ela e os empregados, cada um em um canto. A garota só saiu do quarto quando uma das empregadas a chamou para almoçar, e assim que terminou voltou. Ficou deitada na cama lendo um drama qualquer.

Sophie largou o livro na cama e levantou. Saiu do quarto e ficou encarando a porta do quarto da irmã. Colocou a mão na maçaneta e devagar abriu, tomando apenas o cuidado de não fazer barulho. Ao entrar, fechou a porta sem fazer barulho e ficou observando, tudo exatamente da forma que Katy havia deixado. As empregadas apenas entravam para limpar, mas não ousavam modificar nada.

02/07/1999 – Mansão dos Montini

"− Mamãe, Kay e eu fizemos um desenho pra você! – A pequena Sophie deu nas mãos de Sarah Montini duas folhas de papel, sorrindo de orelha a orelha e com os enormes olhos verdes cheios de expectativa.

A mulher observou os dois desenhos e devolveu uma folha para filha menor.

− Este é o seu, não é? – Ela perguntou num tom de reprovação. Ainda com um grande sorriso, Sophie assentiu.

− Você gostou? – Ela perguntou.

− Vou ficar com o da Katy– Sarah disse à filha. – Está uma gracinha.

− E o meu? – Sophie perguntou com a voz chorosa e sem o sorriso no rosto.

− Peça ajuda à sua irmã e faça um desenho melhor. Dê esse papel para empregada, não quero lixo no chão da minha casa!

A mulher virou as costas e saiu andando com o desenho de Katy na mão. Sophie não segurou as lágrimas, ela era apenas uma criança de seis anos, afinal.

Entrou no quarto da irmã aos prantos. E foi ela quem a confortou, era sempre ela que o fazia. Apenas uma outra criança de quase nove anos.

− A mamãe não gostou do meu desenho, Kay! – Ela dizia desesperada.

− Não ligue pra ela, Sophie. Mamãe não entende muito de arte, seu desenho está lindo. – A irmã mais velha consolava a outra enquanto se abraçavam.

− Mas eu só queria que ela ficasse feliz com meu desenho.

− Olha, então vamos fazer assim... Eu te ensino a fazer um desenho bem lindo pra ela e depois vamos juntas dar, tá bom? Ela vai amar!

− E se ela não gostar?

− Aí a gente dá pro papai. – Katy sugeriu.

Naquela tarde, as irmãs Montini fizeram uma grande bagunça no quarto de Katy. A garota mais velha ensinou a irmã algumas técnicas de recorte e colagem que havia aprendido na escola, e a mais nova resolveu usar. No chão do quarto ficaram revistas, papéis picados, cola, tesoura, uma total desorganização. Mas, para pequena menina de seis anos, tudo valia à pena se fosse para agradar a mulher do quarto ao lado.

− Será que a mamãe vai gostar? – Sophie perguntou para Katy, colocando na frente da irmã o resultado final do desenho.

− Ficou lindo, Sophie! – Kay respondeu enquanto sorria.

− Você gostou mesmo? – Ao fazer a pergunta, o olhar cheio de expectativa de Sophie voltou, e o grande sorriso em seus lábios voltou a ir de orelha a orelha.

− É claro, mamãe vai amar!

Sophie olhou para o desenho e para irmã, e ficou um tempo intercalando o olhar entre um e outro.

− Toma! – Ela deu a folha na mão de Katy. – Quero que você fique com ele!

Para Katy, tudo valia à pena se fosse para agradar Sophie. E aquilo, mesmo depois de anos se passarem, nunca mudou."

09/05/2009 – Mansão dos Montini

"− Parabéns, minha bebê!

Assim como em todos os anos, Katy foi a primeira a desejar feliz aniversário para irmã, que naquele dia estava completando dezesseis anos. Deu um abraço apertado e conseguiu acordá-la com os gritos altíssimos.

− Quem é que está ficando mais velha hoje? – Katy gritava animada. – Quem é que está completando dezesseis aninhos? Quem?

− Pare de me tratar como se eu fosse uma retardada, Kay. – Sophie disse com a voz arrastada, típica de uma pessoa que havia acabado de acordar.

− Eu comprei uma coisa pra você! – A mais velha disse animada. – Vem comigo, está no meu quarto.

Sorrindo, Sophie levantou da cama e foi correndo para o quarto de Katy atrás dela.

− Fique parada com os olhos fechados, eu vou buscar!

Sophie fez o que a irmã pediu, e em poucos segundos a ouviu voltar.

− Pode abrir.

Ao abrir os olhos, a aniversariante enxergou em uma das mãos de Katy um lindo vestido, e os olhos verdes imediatamente brilharam.

− Eu não acredito! – Sophie berrou, puxando das mãos da irmã a peça. – É o Valentino que eu queria! – Ela falou sorrindo. – Obrigada Kay, você é a melhor irmã do mundo!

Sophie deu um forte abraço na irmã, e a agradeceu um pouco menos de trinta e cinco mil vezes.

− Ainda não te contei o melhor, Sophie!

− Ainda tem mais? – A mais nova perguntou sorrindo.

− O que você tem me pedido há mais de dois anos, Sophie? – Katy perguntou olhando para irmã com um meio sorriso.

− Eu não sei, conta!

Sophie estava visivelmente curiosa, olhando para irmã com uma atenção incomum. A ansiedade havia tirado dela qualquer possibilidade de pensar sobre o que Katy falava.

− Estamos de viagem marcada para mês que vem. – Ela disse, ainda fazendo mistério. Sophie franziu a testa, e Kay não conseguiu mais segurar a surpresa para si. – Para Paris! – Ela continuou, animada.

Outra vez a irmã mais nova deu um berro e abraçou a mais velha. Estavam há dois anos planejando uma viagem à Paris, onde passariam dias fazendo compras nas lojas mais maravilhosas que existiam."


Não houve a viagem. Foi no início do mês seguinte que houve o desmaio de Katy, e ela obviamente não estava em um bom estado para viajar. Sophie já não estava preocupada com a viagem, ela sequer pensava nisso. Tudo que queria era ver sua irmã bem, com saúde.

Eu preciso dizer o quanto Sophie estava chorando agora? Ela estava ali sentada na cama de Katy, lembrando-se dos momentos que já havia passado naquele quarto com ela. Apenas se perguntando o porquê dela não estar ali com ela agora, o porquê dela ter ido embora tão cedo.

Tudo havia ficado muito mais difícil para Sophie depois da morte de Katy, E a cada dia que se passou o simples ato de sorrir foi se tornando mais complicado. Não havia motivos para isso, a vida não colaborava com ela.

Acredite se quiser, mas quem havia arrancado o primeiro sorriso sincero de Sophie depois de cinco anos havia sido Thomas Löhnhoff, em uma simples troca de olhares pela janela. Havia sido espontâneo, e assim que Sophie percebeu ela fez questão de disfarçar.

O primeiro sorriso sincero, a primeira gargalhada, a primeira conversa em que ela não precisava pensar no que dizer e talvez, apenas talvez, o primeiro cara que ela estivesse gostando de verdade. E esse último não apenas em cinco anos, mas em sua vida toda.

Thomas Löhnhoff. Como ele havia ido parar em seus pensamentos outra vez mesmo?


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Notas finais do capítulo

Comentemmmmmmmmmm *-*