Hold On escrita por Meredith Kik


Capítulo 14
Apenas uma companhia


Notas iniciais do capítulo

Aí vai um capítulo gigante pra vocês *-* Espero que gostem.



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- Você tenta ser engraçado, mas é ridículo. - Sophie falou.

- Opa, agora você me ofendeu. - Ele disse, com a testa franzida. Ela pareceu despreocupada. - Mas se você me acompanhar até a praça talvez eu te perdoe. 

- E o que eu ganho com isso, Löhnhoff? - Ela o encarou e cruzou os braços. 

- Apenas uma companhia, Montini. Isso é bom as vezes, sabe? Mas se insistir muito nisso posso pensar se te dou um beijo. 

A menina mordeu os lábios e, o olhando, balançou a cabeça positivamente. 

- Só a companhia já é o suficiente pra mim. - Ela esclareceu. Thom abriu um sorriso largo na mesma hora, feliz pelo que ela tinha dito. Tudo bem que ela havia recusado o beijo, mas não esperava que ela aceitasse, claro que não. Também não esperava que ela quisesse acompanhá-lo, mas vejam só... Sophie Montini havia o  surpreendido. Mais uma vez. 

O garoto olhou pra ela dos pés a cabeça. Estava com uma sapatilha bege muito bonita. Usava uma calça legging trend preta que parecia prender qualquer ar que pudesse entrar por ali, completamente grudada na perna. "E que pernas", Thomas pensou. E para se aquecer do frio, usava um sobretudo branco e preto não muito longo, fechado. Estava linda, apenas isso. 

Thom estava com o skate debaixo dos seus pés, com um pé em cima apenas, parado. Olhou pro objeto e depois para Sophie, repetiu o movimento umas duas vezes e sorriu pra ela, que o olhava de testa franzida.

- De duas uma, Sophie. Ou a gente vai de skate ou a gente volta de skate. Ou os dois.

- Das duas uma, Thomas. Ou eu vou sozinha ou eu volto sozinha. Ou os dois. - Sophie sorriu pra ele ironicamente. 

- Podíamos fazer um trato, a gente faz o que eu quero e o que você quer também, vamos do meu jeito e voltamos do seu. - Ele sugeriu, a olhando com esperança. Sophie fez que não com a cabeça. 

- Ir a praça com você já é o que você quer. Não é uma coisa que eu aceito geralmente, acredite. 

- Então ok, madame. Faremos sua vontade. - Ele falou, revirando os olhos. Pegou o skate na mão e começou a andar devagar, parou quando notou que a menina não estava ao seu lado. Deu uma olhada para trás, ela estava parada olhando pro skate que ele segurava. - Não vem? - Thomas perguntou, olhando nos olhos da garota. Sophie o encarou. 

- Não quero que me ache chata. Eu vou subir no skate com você, mas se você me soltar em algum momento, se for rápido demais ou se tentar fazer alguma manobra eu vou pra casa. - Ela avisou.

 Chegou um pouco mais perto e foi surpreendida com um beijo de Thomas em seu rosto, que a fez ficar um pouco corada, apenas um pouco. Quando o garoto se afastou, ela passou a mão aonde ele tinha beijado e esfregou, com uma careta no rosto. Ele soltou uma rápida gargalhada baixa. - Não se aproveite de mim. - Sophie falou, antes de erguer as sobrancelhas. 

Thom colocou o skate no chão e colocou um de seus pés em cima, fixou o olhar em Sophie, que permanecia parada apenas olhando para o objeto um pouco assustada.

- Vem, Sophie! Sobe aqui. - Chamou, fazendo um gesto com as mãos para que ela chegasse perto. 

- É que eu tenho medo. - Ela murmurou. O garoto saiu de cima do skate e chegou perto de Sophie, ofereceu uma de suas mãos para que ela pegasse, e assim a garota fez, mesmo que com um certo receio. Ele a levou até perto do skate e novamente colocou um dos pés em cima do mesmo. Deixou um espaço na frente para que ela subisse.

- Sobe. - Ele disse, calmamente. - Vai, eu tô aqui atrás, não vou parar de segurar. Se você cair eu vou cair junto. 

Sophie, segurando na mão de Thomas, subiu no skate devagar, primeiro colocou um pé e depois o outro. Ela estava na frente, era bastante assustador. Sentiu os braços de Thom atrás dela envolverem sua cintura de um jeito firme e ficou um pouco mais aliviada. Os braços dele faziam com ela se sentisse segura, que pena que ele não poderia segurá-la a vida inteira, porque era uma ótima sensação. Ai ai, Sophie Montini safadinha! 

Devagar, Thomas começou a andar com o skate. Não era tão ruim, ele estava a respeitando, indo devagar assim como ela pediu. Não só porque ela pediu. Sophie estava parada no skate, bem na sua frente, ir rápido sem enxergar um palmo a frente do nariz era complicado. Ele acelerava aos poucos, pediu para que a menina avisasse se aparecesse alguma coisa pelo caminho, e foi o que ela fez. A sensação era até boa, aquele ventinho da noite era bem agradável, fazia com que ela se sentisse bem. Era bom ter uma companhia, Thomas estava certo. Se ela não tivesse aceitado o convite do menino provavelmente agora estaria trancada no seu quarto, como sempre ficava. 

Thom parou o skate quando avistou a praça, soltou a cintura de Sophie e pegou na mão dela, pra que ela descesse. A menina desceu e ele fez o mesmo em seguida. Pegou o skate na mão e sentou no balanço da praça. Ela ficou em sua frente em pé, apenas o olhando balançar. 

- E aí? Morreu? - Thomas perguntou ironicamente, se referindo a volta de skate que os dois tinham dado. Sophie cruzou os braços e, sem que conseguisse evitar,  um sorriso brotou em seus lábios. 

- No início quase morri de nervosismo. Mas depois - "Que você me segurou", pensou. - eu fiquei tranquila, e até gostei um pouco. - Ela confessou, e ficou um pouco vermelha. Sem motivos, ele não tinha escutado o pensamento dela. Ou será que sim? Não, claro que não. 

- Olha! Você pode repetir isso? - Thom brincou, com um sorriso de vencedor no rosto. Sophie começou a rir e fez que não com a cabeça. - Por que você não senta aí? - Thomas apontou para o balanço vazio ao lado dele, Sophie fez uma careta. 

- Não gosto de sentar nesse tipo de lugar. 

- Como assim? Que tipo de lugar? 

- Assim, lugares públicos e ao ar livre. Qualquer tipo de pessoa pode ter sentado aí. - Ela respondeu. Thomas franziu o cenho e revirou os olhos. Ah, já havia esquecido que ela tinha uma natureza fútil.

- É sério isso? - Ele perguntou, sem acreditar. 

- É, é sério. Esses lugares geralmente são sujos. 

- Você vive em outro mundo, garota. - Ele concluiu, balançando a cabeça de um lado para o outro devagar. Sophie sorriu torto e ficou olhando pro nada, enquanto Thomas se balançava devagar, também calado. Ali o silêncio se fez por uns minutos. 

Exatamente. Thomas tinha falado tudo. Era em momentos como aqueles que Sophie achava que não pertencia a mundo nenhum. Löhnhoff havia deixado claro que pensava bem diferente da maneira como ela pensava, que fazia as coisas bem diferentes das que ela fazia, sua mãe e seu pai também não tinham nada a ver com ela. Apesar dos mesmos costumes, mesmos modos e mesmas manias, Sophie em momento nenhum se sentia parecida com eles, em momento nenhum conseguia achar uma conversa deles inteiressante e sempre que conversavam ela era a primeira a discordar. 

Balançou a cabeça de um lado para o outro rapidamente para se livrar daqueles pensamentos e resolveu falar alguma coisa:

- Então... é isso que você faz sempre que chama uma garota pra sair? Fica sentado sem falar nada e ela em pé olhando sua linda imagem? - Ela perguntou, com um tom de provocação e o olhando. Thomas abafou um riso e olhou nos olhos verdes da menina. 

- Quase isso. A diferença é que nunca nenhuma delas se negou a sentar no balanço porque é um lugar que qualquer um pode sentar. - Ele respondeu também a provocando, depois sorriu debochadamente, como ela adorava fazer. 

Sophie bufou e andou até o balanço ao lado de Thom, respirou fundo e sentou, praticamente se jogando. Ele a olhou e ergueu as sobrancelhas, surpreso. 

- Parece que você faz muita questão de que isso seja parecido com um encontro. Eu estava brincando, meus encontros não são assim. Se quiser que fique parecido mesmo pode me beijar. - Ele disse, fechando os olhos e fazendo um biquinho propositalmente grande. Sophie gargalhou e depois revirou os olhos.

- Por que você é tão debochado? 

- Por que você é tão bipolar? - Ele devolveu a pergunta, e fez uma cara de dúvida. A menina revirou os olhos. 

- Odeio que me chamem de bipolar. - Ela falou. 

- Bem, se você não perdesse tempo e tivesse me beijado logo eu não chamaria. Mas mulheres são estranhas, preferem usar a língua falando do que para o que elas realmente foram feitas. 

- Você fica fazendo essas brincadeiras idiotas em todos os seus encontros? 

Thomas sorriu e levantou, ficou na frente do balanço da menina, em pé e encostou. A morena o olhou, esperando uma resposta para a pergunta que havia o feito. 

- O que te faz pensar que tenho muitos encontros? - Ele perguntou, com um sorriso debochado nos lábios.

- Sei lá, homens são todos iguais. - Ela respondeu, com desdém. - Mas isso não é um encontro, que fique claro. - Disse, sem olhar nos olhos dele. 

- Em momento nenhum eu disse que era. Você que fica sempre comparando meus encontros a qualquer coisa que eu te falo. Não existe uma regra pra encontros. Uma coisa que eu sempre faço, como você disse. Eu só sou eu mesmo. Se gostar gostou, senão... tanto faz. Não sou do tipo que corre atrás de nenhuma garota. 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, esse é o último capítulo que tenho pronto... Tenho só mais um pedacinho =( Então agora mais do que nunca preciso que vcs comentem pra que eu tenha muita vontade de escrever... Beijões, comentem!