O Retorno De Pitch escrita por ArianeWildeRP


Capítulo 3
Capítulo 3: Sombras do passado


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo... a saga da garota de orelhas pontudas continua...! kkk
Espero que gostem!

Ariane



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/373895/chapter/3

A Fada do Dente e os yetis atravessaram o portal e logo estavam no Polo Norte.

Entraram correndo (ou voando, de novo) na sala onde o grande globo estava, e quando perceberam que todos os Guardiões estavam reunidos em um círculo, se aproximaram.

-Achamos a Skylla! -disse Fada, entrando no círculo. -Ela disse que vinha pra cá, mas acho que fugiu! Teremos que procurá-la de novo, e...

-Nós sabemos. -disse Norte, apontando para o meio do círculo, onde uma elfa estava parada de braços cruzados. –Mas... ela não fugiu. Ela acabou de chegar.

A fada suspirou e deixou que os outros falassem agora.

"É, ela é rápida mesmo...!" pensou Fada.

Norte se aproximou da garota.

-Bem-vinda ao Polo Norte, Skylla! -ele deu boas-vindas (desnecessárias :P) e mostrou a sala para ela.

Skylla sorriu.

-Obrigada, mas... Já estive aqui antes. -disse ela.

Norte a encarou.

-Já? Puxa, ninguém nunca percebe as pessoas que entram aqui! -ele olhou feio para os dois yetis, que baixaram a cabeça. 

Skylla olhou ao redor, analisando os Guardiões mais uma vez.
Só conhecia Fada, os outros só havia visto algumas vezes, de longe.
Mas quem era aquele garoto, de cabelo branco? Não o conhecia... Nunca nem o tinha visto!

-Qual é o seu nome, hein? -perguntou Skylla, se aproximando de Jack Frost. -Nunca o vi antes...!

Jack a olhou, indignado.

-Como não? Nunca ouviu falar de mim? -disse ele.
Skylla levantou uma sobrancelha.

-Eu deveria ter ouvido falar? -rebateu ela.

Nessa hora, Coelhão desaba a rir com a resposta dela.

-Viu só, Jack? -zombou de brincadeira o coelho australiano.

O garoto o ameaçou com o olhar e se virou novamente para a garota.

-Jack? Seu nome é Jack? -disse Skylla, em uma pose élfica, literalmente.

-Jack FROST. Jack Frost, não esqueça. -respondeu ele.
Skylla continuou o encarando. 

-Quantos anos você tem? -disse ela.

-Aparência de 17. -disse Jack. -Só isso que importa...

Skylla não deixaria a deixa escapar.

-Sério? Nem dá pra perceber... -disse ela, sorrindo em ironia.

Jack deu um sorriso, levantando também a sobrancelha.

-E então, Skylla? Não vai nos contar nada sobre você? -perguntou Norte, interrompendo a conversa dos dois.

Mas Jack protestou.

-Como assim? Comigo, vocês não perguntaram nada, apenas me tornaram Guardião logo e deu! Nem tive escolha! -disse o garoto, sorrindo.

Norte riu.

-Fazer o quê! -disse o homem. -Fale, elfa.

Skylla voltou para o meio do círculo, suspirando.

-Se vou me tornar Guardiã, quero saber um pouco mais sobre o que vocês fazem para depois contar o que eu faço. -disse ela, determinada.

Norte a encarou.

Jack soltou uma risada.

-Viu? Parece que não sou o único rebelde por aqui! -disse Jack.

Skylla o fitou.

-Não... mas é o único que nessa idade já precisa de bengala. -disse ela, apontando para o cajado de Jack.

O garoto a olhou com um meio sorriso nos lábios pálidos. Coelhão riu tanto que precisou se apoiar na parede.

-Ai, eu to mal... Me dêem uns instantes! -disse o coelho, se encostando num canto para rir.

Norte não pôde deixar de sorrir. Sandman lançou uma de suas charadas, mas todos entenderam que ele estava rindo.
Mas Fada os trouxe de volta à realidade.

-Pessoal, o tempo está passando! -disse ela, voando. -A gente pode não saber o motivo, mas estamos reunidos!

Coelhão já havia parado de rir.

-Pelo menos o Natal e a Páscoa ainda estão longe. -disse ele.
Norte limpou a garganta.

-Bom, Skylla, você queria saber o que fazemos, não é? -disse ele.

Skylla concordou.

-Bom... -continuou ele. -Por meio do coração das crianças, impedimos que o mundo seja transformado em sombras, em medo, e em... pesadelos.

Skylla ouviu com atenção.

-Então vocês... Protegem as crianças? -perguntou a elfa guerreira.

-De certo modo, sim. -disse Norte, mexendo na barba.

Skylla respirou profundamente.

-Meu nome é Skylla Hilt. Sou uma elfa guerreira, e atualmente vivo nas montanhas da Escócia, as Highlands. Já morei em vários lugares, mas acabei me acostumando com altura. Tenho mais de mil anos, aparência de 17.

Todos pararam para ouvir a fala inesperada de Skylla.

-Como nunca vimos você em lugar nenhum? -perguntou Coelhão.

-É, eu também nunca tinha ouvido falar de você. -disse Jack, querendo saber mais sobre a elfa.

Skylla olhou um por um.

-Vocês me percebem nos ventos que sopram todos os outonos. Eu formo esses ventos. Corro em uma velocidade inacreditável, como o vento. E pulo como um felino. Me escondo nas florestas como qualquer animal selvagem capaz de se camuflar. Tento não chamar a atenção de ninguém, por isso ninguém me conhece. Graças a mim, as folhas podem cair mais rapidamente para que o inverno chegue na hora certa. Essa sou eu. Uma personagem nas histórias que os humanos contam? Não. Eles não me conhecem. Não sabem o que eu faço. Não sabem quem eu sou. Mas ainda assim faço o que tenho que fazer. Sem reclamar. -terminou a elfa.

Todos a encararam, surpresos. 

-Nossa senhora... -disse Norte, sorrindo. -Parece que teremos uma boa Guardiã, afinal.

Skylla virou o rosto para olhar o homem.

-Se eu aceitar.

Coelhão soltou um resmungo.

-Puxa, aceita logo, Jack já fez um drama e tanto! -disse o coelho.

Skylla encarou o coelho australiano.

-Pois bem... Eu aceito. -disse simplesmente Skylla.

Novamente, todos a encararam.

Murmúrios do tipo "o quê, ela vai aceitar?" varreram a sala.

-Assim? Do nada? Vai aceitar? -perguntou Norte, se aproximando.

-Por que? Tem algo que me impeça? -disse a elfa, sem sorrir.
Norte recuou.

-Não, não, apenas fiquei surpreso. DUENDES! -chamou o homem.

Um bando de duendes, com cornetas e outros instrumentos, entraram na sala tocando a música que Jack rapidamente reconheceu, de quando se tornou Guardião. 

Norte pegou o discurso:

-"Você, Skylla Hilt, jura cuidar das crianças do mundo, protegê-las com a sua vida, selar pela esperança nos seios de seus sonhos, porque elas são tudo que nós temos, tudo que nós somos, e tudo o que seremos no mundo?"
 

Skylla suspirou e disse:

-Prometo.

Os duendes comemoraram e se retiraram da sala.

Norte guardou o discurso, satisfeito. Todos parabenizaram Skylla, a nova Guardiã. Norte se aproximou e perguntou:

-Menina, qual é o seu cerne? -disse o homem.

Skylla lançou-lhe um olhar de dúvida.

-Cerne? Realmente não sei o que é isso... -disse a elfa, um pouco nervosa.

Norte a olhou, compreensivo, e falou:

-Cerne é o que nos faz sermos o que somos, é aquilo pela qual vivemos, nossa principal qualidade, o que se destaca em você. -explicou ele.

Skylla olhou a todos à sua volta.

-Desculpe, mas não sei o que tenho de especial. -admitiu ela.

Jack a encarou, se lembrando de quando ele também não sabia.

-Tudo bem, tudo tem seu tempo. -disse Norte, sorrindo.

Jack soltou um resmungo de indignação.

-Você não vai a prensar na parede, ameaçar e mostrar o seu bonequinho bebê de olhos grandes como fez comigo?! -disse o garoto, olhando para Norte.

O homem riu.

-Não. Você não aceitou ser Guardião na primeira vez aqui, ela tem uma vantagem. 

-Sei... -disse Jack Frost, segurando o cajado.

Skylla não sabia exatamente o que estava fazendo ali. Não tinha certeza se deveria estar ali!

-E agora, o que eu tenho que fazer? -perguntou a garota, cruzando os braços.

Fada voou até ela.

-Ainda não sabemos o que temos que fazer. O Homem da Lua apenas mostrou sua imagem e obedecemos, a tornando Guardiã! -disse fada beija-flor.

-Mas... Vamos ficar esperando que algo ruim aconteça? -perguntou Skylla, levantando uma sobrancelha.

Todos se olharam, refletindo sobre o que a elfa tinha dito. 

-Realmente... -falou Norte, mexendo na barba. -Você tem razão. Acho que devemos tentar descobrir o que vai acontecer antes que aconteça.

Jack concordou.

-A loirinha tem razão sim. Da última vez, não soubemos antes que tudo começasse a ficar ruim, mas dessa vez temos a chance de mudar o rumo da história. -disse o garoto, colocando o capuz.

Skylla o encarou, sorrindo sarcasticamente.

-Que profundo, Jack Frost. E acho que todos já perceberam que sou loira, mas obrigada. -falou ela.

Jack estreitou os olhos, mas com as falas da elfa nunca conseguia deixar de dar no mínimo um meio sorriso.

"Finalmente, alguém com humor pra provocações!" pensou Jack.

-Então está decidido? -perguntou Coelhão, incrédulo. -A não ser que um de vocês tenha poderes de ver o futuro, vamos ficar perambulando por aí procurando por pistas inutilmente! 

Fada concordou com o australiano.

-Se isso for obra de Pitch, vamos demorar pra achar algo. Ele não costuma ser fácil de encontrar, ou algo que ele faça. -continuou a fada.

Norte ficou pensativo de novo.

-Vamos fazer uma votação. Quem deseja descobrir o que vai acontecer levante a mão; quem quer esperar fique como está -disse ele, levantando a mão.

Junto dele, Skylla e Jack levantaram a mão. Mas Fada, Coelhão e Sandman continuaram imóveis.

-Desculpe, não posso perder tempo. As crianças precisam ganhar um presentinho de manhã! -disse Fada do Dente, baixando a cabeça.

Jack ficou desapontado com ela. Achava que ela era mais... Fada.

-Mas... -protestou Skylla. -Olha, eu acabei de chegar aqui, mas...
não será pior se algo ruim acontecer? Não diremos depois "puxa, devíamos ter tentado descobrir o que estava acontecendo"? 

Todos a escutavam.

-Com todos os anos que vivi aprendi que um dos piores sentimentos que temos é o arrependimento. -falou Skylla, determinada. 

Norte sorriu. 

"Essa será uma boa Guardiã."

-Mas e se, enquanto estivermos fora procurando por algum sinal, aconteça algo ruim aqui? Nos nossos territórios? -perguntou Coelhão, segurando um bumerangue. -As crianças já ficaram sem Páscoa no ano passado... Não... Não posso arriscar isso de novo. -terminou ele.
Jack deu uma risada.

-Já notaram que estamos nos desentendendo ao invés de chegar a um acordo? -disse o garoto, zombeteiro. -Temos um belo empate.

Norte limpou a garganta.

-Guardiões, acho que devemos fazer o seguinte: Skylla Hilt e Jack Frost sairão para procurar por pistas. Eles são os mais rápidos e mais jovens, poderão perceber coisas que nós, mais velhos, não conseguimos perceber. -falou Norte. -O resto ficará comigo protegendo os nossos territórios. O que acham?

Fada, Coelhão e Sandman se olharam e assentiram.

-Tudo bem... Assim, as duas tarefas serão feitas! -disse Fada, sorrindo novamente.

Jack e Skylla se entreolharam. A elfa olhou para Norte e disse:

-Será que vai dar certo? Não sei se ele consegue acompanhar a minha velocidade...

Norte soltou uma gargalhada e olhou para Jack.

O garoto estava tentando pensar em algo para dizer à elfa.
-Bom... Vamos ver se na hora H você não vai mostrar que é apenas uma garotinha assustada! -disse ele, irônico.

Ela jogou a cabeça para trás, rindo.

-Pode deixar, isso NÃO vai acontecer! -disse ela.

Jack riu também. Depois se virou para Norte e disse, ficando sério: 

-Por onde começamos?

Norte pensou (de novo e mais uma vez) e chegou a outra conclusão.

-De onde você vem, Skylla? -perguntou o homem, com sotaque russo. 

-Escócia. Só me lembro disso, mas continuo morando lá. -respondeu a elfa.

-Então, que comecem buscando pistas e qualquer outra coisa lá. Sejam eficientes, Guardiões! -exclamou ele, sorrindo e se virando para os outros três.

Skylla e Jack se olharam, deram de ombros e começaram a caminhar na direção da janela.

-Muito bem... Você se transporta pelos ventos do inverno, eu pelos do outono... Quem será o mais rápido? -desafiou a elfa.

Jack a encarou.

-Vai nessa. Você não vai me vencer! -disse o garoto, dando um impulso e desaparecendo, voando janela afora.

Skylla o fitou até que ele sumisse de sua visão.

-Coitadinho. Parece a Chapeuzinho Vermelho! Ele vai pelo caminho mais longo... -disse a si mesma. -E dessa vez, eu sou o lobo...

E depois, pulou a janela e começou a correr o mais rápido que podia. Mas a elfa estava correndo em outra direção, uma direção em que sabia que ia chegar mais rápido, um atalho.

Com os cabelos esvoaçando, viu de relance Jack voando a mais ou menos um quilômetro dela.

Esse era um de seus poderes, enxergar longas distâncias. 
"Putz, ele tá perto mesmo... É mais rápido do que eu achava que era!" pensou Skylla.

A elfa apertou o passo e se aproximou de Jack, dando um pulo de uns cinco metros para alcançá-lo no ar.

-Ei! -gritou Jack, quando enxergou a elfa. 

Eles já estavam perto, haviam atravessado o oceano (Jack voando com os ventos, Skylla pulando com os ventos) e estavam a mais ou menos dois quilômetros da Escócia.

Isso era pouco para eles.

-Vamos apostar... Está vendo aquela árvore láááá na frente? -exclamou Skylla, correndo um pouco abaixo de Jack.

A elfa apontou para uma árvore antes da floresta onde morava.

-Sim, vi! Quem chegar lá primeiro ganha? -disse Jack, segurando o cajado.

-Sim! -sua voz foi abafada pelo vento, mas o garoto entendeu.

Os dois se prepararam cada vez mais para chegar primeiro na árvore.

Skylla estava uns passos na frente, ganharia com certeza!

Porém, de repente, um uivo de lobo se escuta na floresta logo à frente deles.

"Não... Não pode ser..." pensou a garota, em pânico.

A árvore estava a apenas alguns metros (uns cinquenta), e a elfa continuava correndo rapidamente.

Mais um uivo se escuta, ecoando na floresta.

Skylla treme, olha para Jack voando acima de si, e começa a olhar em volta em busca de um lobo. Mas não acha nada.

Porém, a elfa esqueceu que ainda estava correndo..

Assim que olhou para frente, tropeçou em uma pedra e saiu rolando pelo chão, batendo a cabeça na árvore alvo.

-Skylla! -gritou Jack, parando de voar e correndo na direção da elfa imóvel no chão.

O garoto chegou perto e notou que Skylla estava desacordada, com um corte na testa.

-Droga... -resmungou ele, levantando a cabeça da elfa. Jack sentou-se e apoiou Skylla com as mãos. -Acorda...

Aos poucos, os olhos da elfa foram se abrindo. Skylla se apoiou com uma mão no chão e ficou de joelhos, dolorida.

-Ai...! -gemeu ela, tocando na testa. -O que aconteceu?!

Jack sorriu aliviado.

-Eu não sei, você tropeçou lá atrás, saiu rolando e bateu a cabeça aqui -explicou ele, sem conseguir deixar de sorrir.

A elfa o encarou, sorrindo.

-Você achou engraçado, é? -disse ela, mas logo o sorriso em seus lábios se desfez. 

Skylla deu um suspiro quase mudo e uma lágrima escorreu de seus olhos. A elfa se afastou de Jack e se sentou, apoiada na árvore também.

-O que foi? -perguntou Jack, notando a mudança de Skylla.

A elfa suspirou novamente e olhou para a floresta, pensando.

-Jack, quando se tornou Guardião, você já tinha as suas lembranças? -perguntou ela.

O garoto também olhou para a floresta.

-Não... Só descobri um tempinho depois. -disse ele.

Skylla escondeu a cabeça com os braços.

-Eu me lembro de tudo. -revelou a elfa.

-O quê? Como? A Fada já te deu os dentes de leite? -disse Jack, voltando a olhar a elfa, surpreso.

Skylla negou com a cabeça, fazendo força para não chorar.

-Ela não me deu nada. Eu simplesmente me lembro. No início, assim que acordei, não me lembrava de nada. Mas aos poucos as lembranças foram voltando, e hoje me lembro de tudo, quem eu fui, minha família e... Como eu morri. -disse ela, com dor na voz.

-Quem você foi? -perguntou Jack. -Se importa em me contar?

-Não, eu conto. -disse Skylla, observando a floresta escura. -Eu me chamava Stella Hilt, morava com meus pais e era filha única. Cresci aqui mesmo, perto dessa mesma floresta. Era um lugar lindo... Eu vivi no tempo dos celtas, todas as noites nos reuníamos em volta das fogueiras para cantar e dançar... -ela parou, e outra lágrima escorreu de seus olhos. Ela pegou sua adaga e a entregou a Jack.

A elfa suspirou e continuou:

-Meus pais me deram esta adaga como presente de 16 anos. Todas as mulheres lutavam, como os homens. -a expressão de Skylla era de pura saudade. -Por isso meus pais me presentearam com minha própria arma. Eu os amava tanto... 

Jack a encarou, com a tristeza que a elfa aparentava.

-Continue... Por favor. -pediu Jack.

Skylla respirou fundo.

-Eu... Bem, todas as crianças me adoravam, principalmente quando eu tinha 17 anos... Eu vivia rodeada de pequeninos, contava histórias a eles. -disse ela. 

Skylla escondeu a cabeça entre os braços ainda mais.

-Mas o que me deixa mais triste é que depois de morrer eu OS vi morrer. Um por um. Meus pais, meus amigos, as crianças. Eles ficaram velhos, eu continuei igual. Apenas invisível. Sem corpo de verdade. Vendo todos que eu amava sumirem para sempre. -terminou ela.

Jack teve que olhar para frente para não derramar uma lágrima.

Ele nunca teve que passar por isso.

Desde que havia acordado, depois de morrer, ficara sem lembrança alguma, não sabia quem era. Ou seja, ele não sabia quem ele amava. Não conhecia seus pais, sua irmã, nem seus amigos. Não teve dor alguma.

-Como você... morreu? -perguntou Jack. Ele não queria ser atrevido, mas essa pergunta é muito importante para um Guardião.

-Eu... Prefiro não contar isso, ok? -disse ela, olhando para Jack e exibindo os olhos vermelhos e com lágrimas.

Jack a encarou, sem jeito.

-Claro, me desculpe... -disse ele, arrependido. -Mas por que você tropeçou lá atrás? Parecia que estava assustada com algo.

-Você não ouviu os uivos? -perguntou Skylla, suspirando.

Jack concordou.

-Ouvi, mas qual é o problema? -falou o garoto, meio perdido.

-Tenho pânico de lobos. Eu... Tenho meus motivos. Um dia eu te conto, está bem? -falou ela, fechando os olhos.

O garoto pálido concordou, olhando para a elfa. Quando a vira de manhã, ela parecera tão forte e decidida... Mas agora, estava tão frágil!

-Tudo bem, Skylla. -ele disse. 

Skylla respirou fundo e abriu os olhos, com um olhar já mais animado.

-Desculpe. -disse a elfa, enxugando as lágrimas.

Jack a olhou, confuso.

-Desculpe por quê? -perguntou.

Skylla sorriu e olhou nos olhos azuis do garoto.

-Porque eu ganhei a corrida. -disse ela, sorrindo mesmo.

Jack riu e respondeu, irônico:

-Nem vem, você mais rolou do que correu, loirinha! -disse ele. -Agora vamos levantar, temos que procurar por pistas!

Skylla levanta as sobrancelhas.

-É mesmo... Já tinha esquecido! -disse ela, levantando e se dirigindo na direção da floresta. -Vamos lá, vou te mostrar onde eu moro...

Jack se levantou, com a ajuda do cajado.

-Você mora... Na floresta? -perguntou ele, a seguindo.

Skylla olhou de relance para ele, sorrindo ironicamente.

-Na verdade, eu me ESCONDO na floresta... Vamos logo! -falou ela, correndo rapidamente e sumindo na escuridão da floresta.

Jack não pôde fazer mais nada além de seguir a elfa para dentro das escuras árvores, na frente dos dois.

Continua...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí? Foi bom? :)