Solitária escrita por Lily Duncan


Capítulo 21
Querida Viagem.


Notas iniciais do capítulo

Chegamos ao fim de "Solitária" - pelo menos da primeira parte dela.
Como já sabem, terá continuação, então eu peço à vocês que fiquem de olho na minha conta, pois a qualquer momento da semana que vem, estarei postando a nova Fic, continuação desta!

E pela última vez, aqui: TENHAM UMA BOA LEITURA!



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Havia se passado exatamente duas horas e meia, e o casarão já não estava rodeado de policias. Matthew não havia chegado, estava preocupando Sophia. Mas elas esperaram.

Após quase três horas de espera, Matthew apareceu. O casarão estava completamente destruído. Não tinha muitas chances de algo sair intacto dali.

– Sophia? O meu Deus! Que houve com seu rosto? Sua roupa está completamente suja de sangue! – falava Matthew, preocupado e ignorando Vanessa totalmente. – Venha, vamos para o meu carro. Lá tem kit de primeiros socorros. Vou dar um jeito nesses ferimentos.

Sophia não disse nada, apenas seguiu o namorado. Ele cuidou dela delicadamente. Enfaixou o pé esquerdo que ela havia torcido, colocou gazes em sua barriga com cuidado e limpou os ferimentos do seu rosto. Ela estava satisfeita. Sentou no banco da frente, junto de Matthew, enquanto Vanessa estava no de trás, fixada nos dois.

– Vai me contar o que aconteceu ou não? – perguntou ele, segurando a mão de Sophia.

Então ela suspirou, respirou fundo, engoliu em seco e começou a contar, em detalhes, desde o começo, o que houve ali. A medida que ela avançava na história, Matthew ficava mais pálido. Em nenhum momento a xingou ou tirou a mão que estava por cima da dela. Ficou olhando, hipnotizado. Sophia não sabia ao certo como ele iria reagir quando acabasse de falar. Todo segundo, ela achava que ele iria dá um tapa na sua cara e manda-la sair do carro, ou ligar para policia e segurar as duas ali, até que a autoridade chegasse. Mas ele não fez nada disso.

– Isso tudo é verdade, mesmo? – indagou Matt. – Por isso que está com ela? – Apontou para Vanessa, no banco de trás. Sophia assentiu.

– Desculpe-me, Matthew. Eu queria contar à você antes, mas não tive coragem. Eu não sou uma louca, ou uma psicopata. Estava apenas me vingando da maneira que eles mereciam – falou Sophia, tentando explicar. Matthew passou as mãos nos cabelos lisos.

– Parece tão confuso, mas no mesmo tempo é tão simples. Eu não sei se fico com raiva de você. Eu amo você, Sophia. Não quero que acabe assim, não mesmo – disse ele, voltando a segurar as mãos de Sophia. – Não sei como devo agir.

– Quero que fique ao meu lado, Matt. Não me abandone. A única pessoa que tenho agora, é você. Se você partir, ficarei solitária no mundo. Não faça isso comigo! – implorava Sophia. Matt virou o rosto e começou a chorar.

Ela não sabia o que fazer diante aquela situação. Matt, ainda chorando, saiu do carro e agachou na rua deserta e empoeirada. Sophia cogitou a ideia de ir até a ele. Não queria estragar isso. Aquela visão era tão perfeita. Matt estava ajoelhado no chão, de cabeça baixa. Sophia tinha a certeza que ele não iria perdoa-la.

Minutos depois, Matt levantou-se e caminhou vagarosamente até o carro. Olhou para trás e sorriu para Vanessa. Arrumou o cabelo novamente. Suspirou. Virou-se para Sophia e também sorriu, puxando-a para junto do seu peito e a beijando. Outro beijo doce do menino Matthew Bernad.

– Eu lhe perdoou, mas com uma condição – sussurrava Matt, ainda colado em Sophia.– A levo para Oklahoma, junto com minha prima, mas você terá que começar um tratamento com uma psicóloga. Eu sei que você não está louca, porém quero evitar que fique.

Sophia sorriu por cima do ombro dele. Abraçou o mais forte que conseguia. Não podia segurar a felicidade, que explodia como fogos de artifícios.

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– Fico realmente feliz por vê-la aqui, Sophia! – disse Giullia, abraçando Sophia. Matt sorriu para as duas.

– Prima – começou Matt. –, iremos com você amanhã cedo de volta para Oklahoma. Conversei com minha mãe e ela entendeu. Quero conhecer novos lugares.

Matt não conseguia dizer a verdade para Giullia. Não sabia como ela iria reagir. Preferia manter segredo. Talvez quando tudo isso passasse, ele poderia contar realmente o que houve para ela. Giu abriu um largo sorriso.

– E essas suas roupas sujas? – observou Giullia. Sophia olhou para Matt, sem saber o que responder.

– Eu... eu fui... – gaguejou, mas Matt salvou sua vida dizendo:

– Ela fugiu de casa! – sorriu. – Foi isso. Anda acontecendo muitas coisas lá, coisas pessoais. Resolvi ajuda-la. Ela está disposta em ir para Oklahoma com a gente – Concluiu ele.

– Você acha isso certo? – Giullia estava rindo. – É realmente uma atitude de adolescente, sabe? Fugir de casa por brigar internas? Desculpe, isso é engraçado.

Matt começou a rir, para não deixar a prima sem graça. Sophia os acompanhou no riso.

– Venha, vou ajuda-la com um banho, menina. Emprestarei até roupas para você – contou Giullia. – Sua amiga pode vim também – E apontou para Vanessa, que até então, parecia invisível na sala da casa de Matt.

As três subiram para o quarto que, desde a chegada de Giullia, tornou-se dela. Matt ficou lá em baixo, olhando as meninas subirem. Ainda estava confuso com o que Sophia havia contado. Mas ele a amava de mais para deixa-la...

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– Sua amiga não fala muito, não é? – disse Giullia a Sophia. Ela concordou. – Qual é o seu nome? – Perguntou Giullia, dessa vez, se dirigindo a Vanessa.

– Vanessa, mas se quiser, pode me chamar de Vane, não tem problema – sorriu.

Primeiro foi Vanessa a tomar banho, depois Sophia e por último Giullia, pela terceira vez no dia. As três desceram para a sala, onde estava Matt, com uma bandeja de comida. Era macarrão ao molho branco; comida preferida de Sophia. Todos sentaram-se para comer. Aquele aroma delicioso deixava Sophia enlouquecida. Qual fora a última vez que sua mãe fez macarrão ao molho? Ela não fazia ideia.

– Quem fez a comida? – perguntou Giullia, curiosa. Matt apontou para si mesmo.

– Eu, é claro. Quando não há nada para fazer, cozinho. Faço pratos deliciosos, podem apostar – disse ele, rindo. As meninas sorriram.

Na realidade, Sophia nunca teve talento para cozinhar. Nem sua mãe. Aprendeu a fazer alguns pratos com a avó, que a levava desde pequena para a sua casa e mostrava a menina como fazia as coisas. Mas Sophia nunca deu muita importância. Conseguiu aprender umas coisinhas básicas, como fazer arroz, feijão, fritar carne e etc. Não entendia muito bem o que a avó dizia. Era bem prática e fazia as coisas rápido, dificultando Sophia a observar o que estava sendo feito.

Já era noite quando Matt chamou Sophia para subir. Seus pais não estavam em casa e, por isso, a garota poderia dormir em seu quarto. Claro, sem intenções a mais. Sophia concordou e os dois subiram. Vanessa ficou com Giullia, no quarto de visita.

O quarto de Matt não era tão grande. Havia uma cama box, um guarda roupa com portas de correr, uma pequena TV de plasma, acompanhada de um Xbox e seu notebook, por cima de uma mesinha. Era todo azul, com papeis de parede em forma de carrinhos. Parecia que Matt não havia mudado de decoração desde que nasceu.

Ele arrumou a sua cama cuidadosamente e convidou Sophia a se deitar. Ficara um bom tempo sem dormir numa cama fofinha e confortável. Matt a abraçou. Estavam cobertos do pé a cabeça.

– Achei que você não iria me entender – sussurrou Sophia. Matt sorriu.

– De principio, achei que não suportaria o que estava acontecendo. Mas eu fui forte e meu amor por você foi maior – contou ele, num tom de voz um pouco acima do sussurro. Ela deu um sorriso de agradecimento.

– Quero recomeçar a minha vida de lá. Não pretendo ficar aqui, onde aconteceram as piores coisas – contou Sophia.

– Vamos conseguir. Giullia tem um apartamento próprio. Podemos ficar lá até conseguimos um canto nosso – disse ele, passando a mão nos cabelos de Sophia.

– Gosto dessa palavra.

– Que palavra?

Nosso.

– Também gosto. Ainda mais agora – concluiu ele, beijando a testa de Sophia.

– Bom, estamos num colchão fofinho agora – observou ela. Matt sorriu. – Sabe o que isso significa?

– Sei muito bem – ele sorriu, então puxou ela para mais perto, beijando-a.

E novamente, fizeram amor, mas dessa vez fora numa cama com um colchão fofinho.

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No outro dia, acordaram bem cedo e tomaram banho rapidamente. Desceram ao encontro de Giullia e Vanessa, que estavam com as malas prontas. Arrumaram todas no carro de Matt, e estavam torcendo para que tivesse passagens no mesmo voou de Giullia. E eles estavam com sorte.

Depois de um bom tempo, fazendo check in das bagagens, eles entraram no avião, na classe econômica. Sophia estava empolgada. Conseguira carregar, na manhã, o seu celular, usando o carregador de Matt. Esperava uma mensagem da sua irmã, mas quando o voou decolou, ela teve que desligar.

Ela pode esperar algumas horas.

Aquela saudade que ardia no peito era ruim. Sophia não gostava disso. E também não gostava da sensação que estava sentindo em relação ao casarão. Por algum acaso, ela achava que não tinha completado completamente seu trabalho. Não pelo fato de Jessie ter escapado, mas por Alice. Alguma coisa dizia que ela não tinha morrido naquela queda. Não fora tão forte assim para mata-la. Apenas a fez desacordar.

Sophia adormeceu, no ombro de Matt. Ele sorriu.

– Logo, logo chegaremos em Oklahoma e em nossa nova vida – sussurrou ele, no ouvido de Sophia adormecida.


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Notas finais do capítulo

Fico feliz por terminar um longo trabalho. Não digo que foi difícil, pois a base dessa história já estava criada. Dou obrigada aqueles leitores fiéis que ficaram comigo do começo ao fim, acompanhando "Solitária" e comentando todos os capítulos. Vocês me dão mais motivos para escrever a cada dia.

Estou dedicando "Solitária" ao Lucas e Jéssica, pois ficaram sabendo muito antes sobre "Solitária". Aguentaram-me todos os dias, eu falando sobre ela e o que eu gostaria de fazer, rs. Digo à vocês que meus trabalhos não foram concluídos, pois pretendo postar novas histórias, e uma delas é com parceria. Estou cuidando dos detalhes.

Também dedico a Jackye e Giullia, que me ajudaram do começo ao fim, e a Juy, que comenta desde o inicio. Quero dizer que amo vocês, rs ♥

Obrigada a os outros leitores. Sempre comentam com o maior carinho ♥ Um comentário mais lindo que o outro...

Então, até semana que vem, com a continuação de "Solitária".