Hero; escrita por Maria Rodrigues


Capítulo 1
Hero.


Notas iniciais do capítulo

tente ler ouvindo a música.

Hero - Enrique Iglesias



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/3737/chapter/1

Você dançaria
Se eu te pedisse pra dançar?
Você correria
E nunca mais olharia para trás?
Você choraria
Se me visse chorando?
Você salvaria a minha alma hoje a noite?

O cheiro do local estava começando a enojá-lo. Aquela sensação não lhe deixava. Talvez fosse mesmo paranóico.
Talvez fosse possessivo, mas não era sua culpa. Era? Não que se importasse, de maneira alguma!
Harry Judd nunca fora um garoto que levasse desaforo para casa. Todos sabiam do que gostava e do que não gostava. Talvez a única coisa que ninguém soubesse, era que também era capaz de amar.
Será que ele era tão transparente assim? Tão frio assim?
Ele observava o outro garoto do outro lado da boate. Sempre o quis para perto de si... Por que diabos o deixou escapar? Lhe tinha na palma da mão, era esse o problema.
Depois da briga que tiveram – e que não se recordam nem mesmo o motivo, nem mesmo os argumentos usados – não vem se falado desde lá.
Dois meses. Dois sofridos meses. 

Dougie Poynter era seu nome, o por quem Harry se apaixonou. Lembrava muito à uma menina se não tivesse partes de homens e se não fosse um tremendo galinha. Será que a paranóia havia voltado? Enfim, estava totalmente bêbado. Ambos estavam. 

Ninguém percebeu quando Dougie parou de beijar a garota e encarou Harry com olhos marejados. Ninguém percebeu quando Harry pegou o vigésimo copo da noite e o virou de uma só vez. Ninguém percebeu, nem mesmo os dois, que se amavam.

Você tremeria se eu tocasse seus lábios?
Você sorriria?
Oh por favor me diga isso!
Agora,
Você morreria pela pessoa que você ama?
Agarre me em seus braços esta noite!

O mais novo atravessou a boate. Precisava de uma bebida. Não que quisesse falar com Harry, longe disto. Só queria beber e tentar esquecer de tudo.
Ok, ele já estava quase lá. Pediu um coquetel que foi preparado em instantes. Bebeu devagar, tentando olhar, com o canto do olho, onde Harry havia ido. Cambaleou um pouco, quando levantou.
Recusou vários convites de ‘ir até ali’ com garotas assanhadas, e as surpreendeu. 

Não gostava desta vida que levava. Não gostava mesmo. Preferia mil vezes ter Harry em seus braços novamente. Só queria lhe beijar como a primeira vez. Queria apenas poder lhe dizer que era seu e que seria para sempre. Queria sorrir quando o mais velho o acordasse com beijos na manhã, queria ser o primeiro do dia a lhe ver e também o ultimo.
Queria Harry.

Eu posso ser o seu herói, baby
Eu posso te beijar e fazer a dor ir embora
Eu vou esperar por você para sempre
Você pode tirar o meu fôlego

Saiu daquele lugar movimentado assim que viu Dougie se aproximar do balcão onde estava sentado. Não queria ter uma recaída. Não podia chorar. Incrível, mal se recordava da ultima vez que havia chorado até aquele dia. Até aquela briga.

Só de se lembrar da figura do mais novo saindo pela porta, só de se lembrar que o abandonou, sentia angústia.Eram tão crianças e tão imaturos! Seria tarde para reclamar e tentar fazer algo? Provavelmente... 

Ele sentiu alguém atrás dele, sentiu um par de braços o envolverem. Sentiu aquele conhecido cheiro do perfume que tanto sentia falta. Percebeu quando uma boca tocou seu pescoço e quando Dougie apareceu em sua frente. 

Era como se o mundo inteiro tivesse parado, era como se todos na boate estivessem ansiosos para ver qual seria seu próximo passo. Era o momento deles.  

Você juraria
Que você vai ser sempre meu?
Você mentiria?
Isso se passaria na sua mente?
Eu tenho sumido tão profundamente?
Eu tenho perdido minha mente?
Bem, eu não me importo, você está aqui esta noite

Dougie não sabia direito o que estava fazendo. Não sabia por que minutos atrás tentava tão fortemente não olhar para o outro garoto e agora o abraçava. Mas de uma coisa tinha certeza: bêbados nunca mentem. Por mais que não estivesse bêbado - estava levemente alcoolizado, claro! – sabia que Harry estava e que não negaria um afago dele. Sabia disso e sempre soube.  
Talvez merecessem mesmo um ao outro. Talvez fosse para ser. O mais velho inclinou a cabeça para frente, pronto para tocar a boca do mais novo, com sucesso.Era como se fosse tudo como a primeira vez. Como se nunca houvessem se beijado antes, como se fosse tudo novo.
E era, na verdade. Era novo, por que agora haviam amadurecido. Dois meses podem mudar muito uma pessoa. Ou duas, no caso.

Eu posso ser o seu herói, baby
Eu posso te beijar e fazer a dor ir embora
Eu vou esperar por você para sempre
Você pode tirar o meu fôlego

O fato era que na verdade, nenhum dos dois entendia muito o que estava acontecendo. Claro, gostavam um do outro. Sentiam falta um do outro, mas era estranho. As línguas ainda estavam se massageando, as mãos ainda estavam correndo e acariciando os corpos unidos. Os corações ainda batiam em um ritmo acelerado. A música, lenta, os fez se abraçar. Era um sonho, só podia ser. 

Não abriram os olhos até o momento em que ouviram murmúrios. Estranho, a música era lenta, porem alta. Se soltaram e viram as pessoas em volta deles, os olhando.

Era o momento deles! Será que não podiam sumir? Será que não podiam esquecer que eram dois homens – e os mais populares do colégio - mas que mesmo assim podiam se gostar?

- Dougie... – Harry pode ver o menor ficar assustado e o puxou pela mão. 

O pequeno foi guiado, até saírem da boate e se sentarem no meio fio da calçada. O silêncio parecia emanar sentimentos. Parecia que eles nunca haviam conversado. Coravam ao ver que seus olhares se encontravam; sorriam por qualquer coisa, qualquer lembrança.

Eles agora sabiam... Precisam um do outro. 

- Sinto muito... por tudo. – Dougie foi o primeiro a falar algo. O mais velho apenas pegou sua mão e entrelaçou seus dedos.

- Agora não somos infantis como antes. – o olhou com carinho e prosseguiu – Quer tentar de novo, Dougie? – passou os dedos pelos traços do rosto do pequeno ao seu lado e sorriu ao ser surpreendido por um beijo. 

- Acho que podemos tentar sim. – Dougie o olhou enquanto falava, depois de partir o beijo. – Te amo, Harry. 

- Te amo também, pequeno.

Fim

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Hero;" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.