The Invasive. escrita por Melanie Prior


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Melanie narrando lalala.
Leia a nota final, é importante.



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No dia seguinte, mesmo morrendo de raiva do Scott Jr, fui visitá-lo para ver o estrago que Jared fez em seu nariz. Por sorte, Doc sempre tinha um estoque invejável e que fazia as pessoas em pior estado parecerem perfeitas. Entrei na sala de luzes claras de maneira tímida, vendo que Tristan estava sentado na maca enquanto Doc fazia um exame médico, aproveitando para ver se sua visão estava danificada por conta dos dias no Sol, se sua pele tinha desenvolvido alguma espécie de câncer e entre outras coisas. Ao me ver, ele deu um pulo da maca.
- Melanie... Acho que não é uma boa ideia falar com... - Doc começou a dizer.
- Doc, eu não vim dar uma surra nele ou outro tapa. - Parei a alguns metros da maca, analisando a expressão do garoto suavizar conforme via o arrependimento estampado no meu rosto. Respirei fundo e cruzei os braços. Sou orgulhosa e não costumo pedir desculpas pelas coisas que faço. - Desculpe por me precipitar... Eu vi você na minha frente, e... Me desculpa, ok? 
Tristan, ao contrário do que eu imaginava, entortou apenas um lado de seus lábios, dando um sorriso meio abobado.
- Uau, nunca pensei ouvir isso de você... E aceito suas desculpas, Melanie. 
- Assim? Tão fácil? - Fiz uma careta e ele riu.
- Não guardo rancor, teria feito o mesmo se estivesse com uma namorada e alguém pegasse nas minhas bolas. - Ele disse como um exemplo, dando de ombros e abrindo a boca para que Doc analisasse.
- Então tá... Obrigada pela compreensão. Tchau Doc! - Acenei de longe, enquanto já escapava do consultório médico que achei ter me livrado.
- Espere Melanie... 
Tarde demais, Doc. Eu estava correndo pelos túneis da caverna, não importa o quanto eu gostasse de Doc eu sempre odiei ambientes hospitalares, lembro sempre de estar passando mal lá e não era só por causa da doença, morfina era outra coisa que sempre me atrapalhou. 
O ambiente de hoje estava intenso, todos em conflito por conta da conversa de ontem, sobre um invasor entre nós. Fico pensando porque desconfio tanto daquele Thomas vulgo Tom, desde ontem parei para pensar e notei o quanto é afastado de nós. Mas por que faria uma coisa dessas? Revelar seu próprio lar? Não fazia sentido. 
Passo pela cozinha e vejo Peg e Lilly mostrando como deveriam lavar e enxugar as coisas, cozinhar... Como se fosse realmente difícil. É algo que deveriam saber mesmo antes dessa invasão. Dessa vez estão todos juntos. Enquanto elas ensinam, os homens trabalham na colheita: Jared, Kyle, Ian, Brandth, Jeb, Heidi, entre outros. E as garotas cuidam da água. Caminho exatamente para a área onde ocorreu o pequeno acidente, apenas Jared, Kyle e Heidi estão  trabalhando ali já que metade tinha sido colhido ontem. Vou até a mesinha ao canto onde as garrafas de água estavam e vou caminhando entre eles, entregando uma garrafa para cada, deixando por último Jared. Sua blusa regata está grudada no corpo e a pele levemente bronzeada está úmida pelo suor de um trabalho bem feito. Ele toma a garrafa na mão e abre sem dificuldade, tombando a cabeça para trás com objetivo de aproveitar melhor o gosto da água, como nós fazíamos com bebidas alcoolicas. Dou um sorriso satisfeita ao vê-lo sorrir de leve.
- Estão terminando? 
Jared ergue uma sobrancelha, suspirando. Apoiou a foice no chão e se apoiou nela, senti medo dele cair... Mas era Jared e ele nunca faria algo assim.
- Jeb não te contou ? 
Nego com a cabeça.
- Jeb vai fazer todos irem a Sala de Jogos se entreter um pouco, o clima aqui está péssimo... - Ele pigarreou. - Enquanto todos vão jogar, nós vamos continuar trabalhando...
Era bom demais para ser verdade pensei, revirando os olhos. 
- Está brincando? Ele está sulgando todo nosso tempo juntos... - Aproximo dele e fico na ponta dos pés, pegando seu rosto com as duas mãos e acariciando com a ponta dos dedos.
Ele solta a foice e deixa de lado, colocando as duas mãos em minha cintura, respira fundo e olha profundamente em meus olhos.
- Vamos procurar pistas... - Sussurrava. - Sobre quem poderia ter feito aquilo. 
Concordei com a cabeça lentamente.
- Mas sinto falta de ficar com você. - Sussurro manhosa, fazendo um leve beicinho.
Dessa vez ele ri, sacudindo a cabeça para os lados de leve. Aproximou seu rosto do meu e selou nossos lábios. Meu corpo todo entra em chamas, mantenho as mãos em seu rosto para que ele não escapasse de mim, desenvolvendo melhor aquele beijo. Ele corresponde de imediato, puxando-me para mais próximo de seu corpo, mas algo o faz recuar, seus lábios são cuidadosos ao se separar dos meus.
- Mel... Estou trabalhando... - Sua testa encosta na minha, umedecendo de leve a mesma.
- Por favor, tire uma folga, por favor... - Dou vários beijos em seu rosto, tentando persuadí-lo a ficar comigo, pelo menos um dia.
- Você já vai me ter todos os dias de sua vida ao seu lado. - Responde com um sorriso, abrindo seus olhos e beijando minha testa. 
Ele estava mencionando o casamento? Meu corpo arrepia e um sorriso de orelha a orelha se forma nos meus lábios, me sinto totalmente idiota.
- Você promete?
- Sim, Stryder-Howe. - Selou novamente nossos lábios de maneira rápida e se virou, pegando a foice no chão e voltando ao trabalho. Por mais vago que ele tenha dito, suas palavras ficaram ecoando em minha mente até eu sair do lugar. Stryder-Howe. 
Dito e feito. Antes do jantar, é anunciado um jogo de futebol na sala de jogos: todos vão menos os que estavam trabalhando na área em que o acidente aconteceu e isso inclui Jared. Porém, isso não me impede de sorrir, ele finalmente aceitou a minha propósta. Mesmo sendo idiota, ele disse sim... Será que faria o pedido? Essa noite? Amanhã? Estava totalmente abobada.
Fomos divididos em dois times: o de Jamie e o de Isaiah. Ambos ficaram como goleiros por serem novos. Hanna teria jogado mas deixou um prato escorregar da mão e acabou indo parar na sala de Doc com cacos. O time de meu irmão tinha eu, Nina, Tom, Peg e Ian. Enquanto o de Isaiah tinha Emily, Henry, Skandar e Canção da Noite. Não estava totalmente equilibrado já que Tom era tão grande quanto Kyle e Ian era ótimo, mas Skandar garantiu que era tão bom quanto Ian e Henry disse que Emily era uma ogra como Tom. Em minha opinião? Esses dois vão estar namorando daqui alguns meses. O jogo ocorre normalmente, com gols contra, gols de escanteio, gols de pênalti, gols de fora da área, gols bem elaborados... Estavam todos rindo um dos outros e se cansando daquilo. Em uma das jogadas, Henry deu uma rasteira em mim, mas Tom me segurou antes que eu caísse, esticando o braço e servindo de apoio para minha costa. " Obrigada" , " De nada, princesa".
 O jogo seguiu e acabou que ninguém contou o placar direito, acredito que nosso time venceu. Todos saem devagar do campo e vão para o canto, onde Lacey, Jeb e Hanna assistiam o jogo e tinham deixado uma caixa grande com barras de cereias e água. 
Uma mão grande toca minha cintura, tão familiar que me faz arrepiar só de lembrar.
- Bom jogo, princesa. - Disse Tom piscando para mim e indo em direção as barras.
Aquela mão. Noto pela primeira vez o tamanho da mão dele e comparo nas minhas lembranças com a de Tristan e realmente... Como eu pude ser tão burra? Aproximei daquele estúpido e agarrei seu braço, puxando comigo para um corredor da caverna.
- Uou, vai com calma, gracinha. 
- Gracinha o caramba! - Retruco irritada, empurrando-o contra a parede. 
Obviamente, minha força não era tão significante para aquele homem, que ria de minha expressão furiosa ao entender que ele havia me dado o tapa e não Tristan.
- Você demorou, ein. É o cabelo que está clareando e ficando loiro ou você sempre foi assim? - Provoca ele.
Aperto minhas mãos em punho, agarrando sua blusa e ficando na ponta dos pés, encarando-o com tanto ódio. 
- Seu filho da mãe! Jeb vai meter um tiro nessa sua cabeça... - Minha voz se interrompe com o movimento rápido do homem, que gira e em encosta na parede, afastando minhas mãos de sua blusa e prendendo na parede.
- Escuta aqui, eu demorei anos para achar uma garota interessante como você... - Ele mostrou um sorriso malicioso. - E não vou deixar escapar essa oportunidade. 
- Oportunidade? Está brincando né? - A raiva foi derretendo e se transformando em pânico, mexia meus pulsos e não conseguia me soltar, ele era forte demais.
- Você é tão sexy... Principalmente quando fica intimidada. - Seu rosto foi se aproximando do meu, cada vez mais. Virei meu rosto para o lado, fechando os olhos com força. Não pode estar acontecendo isso, pensei incrédula.
- Thomas Buckingham. - Uma voz paralela chamou por seu nome e fez meus olhos se abrirem. - Você prometeu.
Skandar. Nunca fiquei tão feliz em vê-lo. Em resposta, Tom riu a resposta do jovem e soltou meus pulsos, segurando meu rosto e dando um beijo babado em meu rosto. Fiz uma careta e empurrei seu ombros, afastando-o de mim. 
- Que nojo! - Resmungo. 
A Alma estende a mão e segura meu braço, trazendo-me para próximo dele. Skandar poderia ser o mais baixo dos homens, mas era mais alto que eu. Ou tínhamos a mesma altura... Não importa. Ele esperou Tom atravessar o corredor rindo até sumir, depois se virou para mim, segurando meus ombros.
- Você está bem? Ele fez algo com você? 
- Você sabia disso? - Retruquei a pergunta, empurrando-o de leve. 
- Bem, eu... Sabia sim. - Ele levou a mão na cabeça, coçando o cabelo, notavelmente sem graça.
- E por que diabos não me contou?! - Explodi. 
- Shhh, shh... - Levou sua mão a minha boca, exatamente como fiz com Peg ao falar do tapa. Mas ao contrário de mim, ele era cuidadoso e tinha um olhar preocupado. - Tem um motivo para isso. - Sussurrou. 
Ergui uma sobrancelha, exigindo a explicação.
- Muito bem... - Ele tirou sua mão e colocou ambas em sua cintura, abaixando a cabeça de maneira pensativa. - Tom era pra ser um hospedeiro, no seu corpo ficou implantado com chip para quando seu corpo estivesse morto, avisasse que poderia ser tomado. Mas como ele fugiu, sabe se lá como... - Ergueu o rosto para me olhar. - Ele não pode ser morto, ou irá avisar todas as Almas sua localização. E se for expulso, irá acabar morrendo e alguém pegará suas lembranças.
Fico em silêncio por um momento, encarando os olhos cor de musgo com um fino círculo brilhante envolta da pupíla. A minha pergunta mental escapou por meus lábios. 
- Então não podemos matá-lo nem nada? 
- E manter segredo. - Complemetou, mostrando sua infelicidade com aquilo. Provavelmente tinha tentado algo com Nina e Skandar pegou os dois. 
- De qualquer forma... - Dou de ombros, tentando digerir a ideia de não sair correndo pedindo para que Jeb mate-o. - Obrigada. - Mostro um sorriso de leve. 
- De nada. Agora você acredita em mim?  - Sua voz sai séria e ao mesmo tempo trêmula.
- Acreditar em você? - Estreitei os olhos, aproximando-me dele. 
- Que não fui eu que fiz aquilo? Eu nunca faria... - Negou com a cabeça. - Eu nunca deixaria a Nina em perigo. Ela é muito importante. 
Concordo com a cabeça. Quem diria que existiria mais de um casal como Peg e Ian? Um amor de outro mundo? Aumento meu sorriso e seguro sua mão, puxando comigo de volta para todos que estavam cantando alguma coisa.
- Claro, somos uma família agora. 


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Notas finais do capítulo

Continuo agradecendo por estarem lendo e um aviso: vou demorar um pouco com os capítulos essa semana ): Mas nada demais ok? haha, espero que estejam gostando! E uma pergunta, como imaginam os personagens novos? Aqui uma imagem de como imagino cada um deles, se vocês não imaginam assim não tem problema, só comentar :3

Meninos:
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