The Invasive. escrita por Melanie Prior


Capítulo 11
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Na verdade era tudo um capítulo só, mas como achei muito grande dividi em duas partes haha. Ainda é a Mel narrando.



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- Doc, você não precisa fazer isso! - Exclamei em voz alta, voltando a ficar sentada na maca e encarar o homem que estava bancando uma de médico geral comigo.
Um dos meus maiores erros: entrar na sala de Doc sem um assunto concreto, ele estava louco para ver minha saúde já que sempre sou eu que fujo dos exames. 
- Melanie, como vou saber se esta inteiramente bem ou se preciso medicá-la? - Franziu a testa ao me olhar, soltando um suspiro leve. 
Hanna estava ao lado de Peg no canto da sala, ambas dando risinhos por causa da cena. Sei que não é de maneira pejorativa e aposto que daria um bom programa de comédia, poderia se chamar "Melanie indo ao médico". 
- Então... Vamos ver seus dentes. - Pegou uma lanterna menor do que as anteriores, enquanto eu me ajietava na maca, sentando.
Abri minha boca de maneira obediente, até que ouvi do outro lado do canto Peg se levantando e um plano correu em minha cabeça. E se Doc fez um sinal para ela me segurar e concluir seu plano de me examinar mesmo? Eu nunca gostei de genecologista e nem pensar que vou deixar Doc estragar meu sonho de viver sem isso. Saltei da maca e afastei de Doc.
- É hora de jantar... - Digo apressada, com um sorriso e sem pensar duas vezes, saio andando apressada afora do local. 
Antes de sair totalmente do local, escuto o pequeno diálogo entre minha amiga e o doutor.
- Ela não vai voltar, né? 
- Com certeza não. - Respondeu Peg.
[...]
Depois de contribuir com o jantar, ajudando Emily e Nina a prepararem a nossa comida, pude descansar em uma das grandes mesas junto com Ian, Peg e Jamie. Eles falavam de assuntos diferentes do que eu ouvira na reunião como o que fizeram no dia, falaram sobre Hanna, como as pessoas estavam se acostumando com a presença de Thomas, Emily, Tristan e Henry. Até de Nina e Skandar estavam se acostumando, já que a culpada de mexer nas rodas foi Canção da Noite... Pobre Alma. 
Jared Howe entrou no local e tudo parecer lento demais, como se tudo parasse em sua presença majestosa. Atravessou o local e foi diretamente na comida, pegando sua bandeija e prato. Não veio atrás de mim. Abaixo a cabeça e vou engolindo a sopa como posso, mantendo total atenção naquela comida com gosto de tomate. 
- Mel, você está bem? - Peregrina foi a primeira a notar minha mudança, tomando cuidado com suas palavras. 
- Só estou com muita fome. - Respondi rapidamente, voltando a colocar mais uma colherada em minha boca. 
- Ei Jared, venha se sentar conosco! - Chamou Jamie de maneira animada, acenando com a mão. 
Meu corpo inteiro arrepiou com medo da resposta que ele poderia dar. Porém ele nunca negava ao garoto e se aproximou de nos com um sorriso, sentando-se a minha frente e tomando sua sopa silenciosamente, assim como eu. As vezes, nossos olhares se encontravam e eu desviava antes mesmo de ver sua reação. Estou exagerando? Pode ser que sim, pode ser que não. Eu não queria acabar sem ele.
O resto do jantar foi assim, poucas risadas graças a Ian que brincava com Peg, falando coisas gentis para a mesma em seguida. Eles tocavam suas mãos em gestos simples e sem chamar atenção. Era um amor puro, não precisava de platéia para ele existir. Levanto-me da mesa abruptamente e limpo a boca com a manga da blusa.
- Eu vou para o meu quarto... Estou cansada. 
Ninguém teve a chance de me responder, estava andando apressada demais para ouvir suas despedidas ou um simples porquê. O que eu mais queria era a mão dele me segurando e impedindo de ir, mas nem sempre querer é poder, nem mesmo em um pós-mundo humano. Ao chegar em determinada região das cavernas, diminui os passos e andei de maneira calma, ouvindo um som paralelo a poucos metros de mim. Quando me viro, vejo a figura de Henry se aproximar, marchando.
- Henry? 
Por mais escuro que estivesse, podia ver seu rosto retorcido de raiva e os lábios em uma linha fina. 
- O que aconteceu? - Tomei iniciativa de me aproximar, mas ele passou por mim da mesma que estava a algumas horas atrás e então pude notar que ele chorava. - Henry Scott! - Segurei seu braço de maneira firme, fazendo-o parar.
- O que você quer? Vai me dar outro chute? - Seu rosto virou para me encarar de maneira fria, úmido por conta das lágrimas que escorriam. 
- Calma! Eu só quero te ajudar seu mal agradecido. - Encarava seus olhos com as sobrancelhas unidas, reforçando o que estava argumentando.
Ele tinha os olhos cor de chuva, eram deprimidos como um dia de chuva. No meu caso, nem sempre foram dias deprimidos na chuva. 
- Me mude de quarto, por favor. - Henry abaixou a guarda, deixando sua voz tremer quando fez o pedido.
- Claro... Mas por que? 
- Só me deixe longe do meu irmão, ou vou acabar dando uma surra nele. - Puxou o braço para se soltar de mim e eu o deixei partir. 
O que poderia ter acontecido? Usei aquilo como desculpa aos meus pensamentos, deixando o problema de Henry em primeiro lugar e escolhendo um quarto onde poderia ficar. Andava para o meu quarto, selecionando as possibilidades de Henry, quando puxo a cortina para entrar, Jared está lá dentro e se vira para me ver.
- Ah... Oi Mel. Estava esperando você para conversar. - Ele disse de maneira nervosa. 
- Você vai terminar comigo? - Perguntei com o coração apertado, entrando mais no quarto. Era involuntário, toda vez que estava longe dele, queria me aproximar.
- Claro que não! Eu vim explicar... - Pigarreou, deixando uma mão dentro do bolso jeans. - Estava falando aquilo para proteger a Peregrina, o Cal e Skandar.
Como ? Perguntei em pensamento erguendo uma sobrancelha de leve e Jared prosseguiu.
- Se ficarmos focados no lado de fora, não vamos atacar o lado de dentro. Estou querendo afastar da caverna todos aqueles que querem destruir as Almas, seja lá qual for o motivo... - Ele mostrou um sorriso pequeno. - Estava pensando na nossa amiga, eu não esqueci. E se eles saírem com as outras colônias e ajudarem de alguma forma a recuperarmos nosso planeta... Não teremos problemas aqui dentro.
Meus passos eram automáticos e logo eu estava cara a cara com ele, encarando os botões de sua camiseta. 
- E você vai com eles liderar? - Sussurro.
- Não, eu não quero perder meu lugar em seu coração. - De repente, ele se abaixou e ficou de joelhos no chão como nos filmes que eu costumava ver. Sua mão tirava algo do bolso em que estava mexendo, e sem caixinha nem nada, tinha um anel entre seus dedos. 
Encarei o mesmo de maneira surpresa sem qualquer argumento. Uma mistura de sentimentos estava se formando e por ter gasto todas as minhas lágrimas logo cedo, não consegui chorar, mas um sorriso meigo no rosto consegui deixar a mostra.
- Melanie Stryder. - Ele diz, com seus olhos azuis escuro focados nos meus e o sorriso querendo se formar. - Você queria realizar um sonho humano e dizia ser sem sentido ou banal. Mas eu não acho que seja, isso só significa que nosso amor é maior do que o apocalipse e as suas consequências, que pertencemos um ao outro. - Sua mão segura a minha, de maneira sutil e esperançosa. - Melanie, você me daria a honra de se tornar minha esposa? Ser a primeira humana a se casar nesse novo mundo? Ser minha Sra. Howe? 
E nesse pequeno momento eu pude desfrutar de toda a alegria que eu jamais senti depois de todas essas mudanças, superando a noite em que Jared me encontrou. Aquele era o melhor dia de minha vida, agora é o segundo. 
- Sim... Eu aceito. - Meu sorriso aumentou assim como o dele, que apressou-se em colocar a aliança em meu dedo, logo se levantando e segurando meu rosto com ambas as mãos.
- Eu amo você, Stryder. 
- Eu amo você também, Howe.
Nossos lábios se encontraram e um beijo desesperado foi dado, com nossas mãos perdidas por nossos corpos, explorando os lugares conhecidos. Entretanto, afasto meu rosto do dele, dando um sorriso sapeca ao abaixar minha blusa que estava sendo erguida por suas mãos.
- Só depois do casamento, querido. - Ri e beijei a ponta de seu nariz. 
Jared revirou os olhos e beijou minha bochecha, mordendo em seguida. 
E o resto do que restava no dia ficamos juntos, rindo como se não houvesse uma guerra sendo travada, como se o mundo não tivesse sido dominado por Almas, como se nenhum assassinato tivesse acontecido. Ficamos aproveitando o pequeno lado bom da vida que achamos na caverna. 


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Team Jelanie vai a louca haha, ou não. Deixem seus comentários e obrigada a você que chegou até aqui e aturou minha escrita *-*