Menudamente Cavaleiros de Athena? escrita por Myu Kamimura


Capítulo 8
Capitulo VIII: Estamos en Acción


Notas iniciais do capítulo

Enfim chega o dia do desfile. Camuflada no meio das modelos estão Shina, Marin, June e Shunrei. Um clima nasce entre Marin e Ruben e, finalmente, Afrodite se manifesta.



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Alguns dias depois, Saori, as garotas, os Mechanic Saints e Kiki embarcaram no jato da deusa rumo a Paris. A garota de cabelo lilás estava quieta, diferente das outras, que falavam sem parar sobre o desfile. Shunrei percebeu o silêncio, afastou-se das demais, sentou a seu lado e retirou a máscara:

–Saori-san... Perdoe-me o atrevimento, mas o que a senhorita tem?

–Não é nada, Shunrei... – respondeu a garota, em um tom de voz baixo, encarando as nuvens através da janela.

–Sabe... Ontem eu fui com o Kiki comprar uns pães naquele vilarejo próximo ao Santuário e, ao entrar no armazém, estava passando um clipe musical de uma boy band nova, chamada The Guardians.

–Hã?! – a jovem se espantou e, com a surpresa, seus olhos finalmente encontraram os da namorada de Shiryu.

–Eu fiquei encantada. Eles cantavam e dançavam muito bem. Até que, em um close, reparei que um deles era meu namorado...

–... – uma nova expressão de espanto brotou em sua face, que esmoreceu em seguida. Quando ia abrir a boca para falar, Shurei pegou em sua mão e, com os olhos mareados, concluiu:

–Eu sei como se sente Saori-san... Eu também não me aguento de saudade.

Foi a gota d’água que faltava para o jarro transbordar. Após a última frase, a deusa debruçou a cabeça no ombro esquerdo de Shunrei e, enquanto se desmanchava em lágrimas, murmurou:

–Estou morrendo de saudade, mas sequer sei onde ele está! Sei que eu tenho que me controlar... Tenho que me manter forte... Já que há uma possível batalha pela frente.

Mal sabia Saori que, em algum hotel da cidade luz, o produtor Darrin McGillis estava em uma animada conversa via telefone com um dos produtores do mesmo desfile que ela e os Mechanic Saints iriam investigar:

–Claro, senhor. – falou o produtor, sorridente ao telefone. – Os rapazes farão sim a abertura do desfile.

Seiya estava entrando no quarto do produtor e flagrou o final da conversa. Ele não acreditava no que seus ouvidos tinham escutado. O americano só podia estar louco! Há dias a banda não tinha um descanso superior a 4 horas. A prova disso eram as enormes olheiras que o irmão de Seika ostentava ao se sentar de frente para o produtor e questionar:

–Darrin, não me diga que...

–Pode ter certeza, querido! – indagou o americano, cheio de animação – Todos querem a banda do momento, Seiya! Vocês foram convidados para abrir o desfile da coleção Outono-Inverno do...

–Aaaaaah cara! – reclamou o jovem, bagunçando os cabelos – A gente tá só o trapo! Nunca pensei que sair pelo mundo rebolando, cantando músicas de amor e atendendo fãs cansava tanto!

–“Esse seu trabalho é fichinha pra mim, Ray...” – tal irritação vinha que Ikki, ou melhor, Kai, que adentrava no quarto em busca do companheiro. O irmão de Shun estava tão fulo da vida naquele momento que, enquanto repetia a frase dita por Seiya quando este firmou o acordo da inversão de papeis com Raymond, já estalava os dedos, como se quisesse dar um soco em alguém – Eu aposto que eles estão lá, numa nice, bebendo limonada, vendo as ninfas dançarem e fazendo colares de flores nos campos floridos. Para não falar que é só vida mansa, eles devem ter impedido uma ou duas fuguinhas de aspirantes! Apenas isso e nada mais!

–Chega de brigas, meninos! – ordenou Darrin, se levantando da cadeira que estava sentado. – Vão logo tomar banho e se arrumar! Podem deixar que eu escolho o figurino e aviso aos demais sobre a apresentação.

–Tá certo! Tá certo!– Seiya reclamou mais uma vez, saindo do quarto do produtor em direção a sua suíte, enquanto refletia em seu íntimo. – Cara! Quando ele tá nervoso consegue ser mais irritante que a Saori.

***

Finalmente Saori chegou ao local do desfile. Conforme o que ela havia pedido aos organizadores, a decoração estava toda inspirada na Grécia antiga. Kiki, rápido como sempre, tratou de distribuir as máscaras para as demais modelos, que ele mesmo havia confeccionado em modelos diversos para a ocasião. Depois deixou o camarim e foi vigiar a área externa. Apesar da eficiência do futuro detentor da armadura de Áries, as moças não entenderam porque teriam que usá-las:

–É uma forma de proteger o rosto de vocês. – explicou-lhes Saori, ainda desconfortável por estar usando aquela meia máscara.

–Eu não quero isso! – exclamou uma das moças, atirando o minucioso trabalho de Kiki no chão. – Eu aceitei fazer o desfile por amor à profissão e não pelo cachê. Não quero esconder meu rosto.

–Querida! Não é hora para estrelismos! – falou o organizador, recolhendo o acessório do chão e devolvendo a mão da modelo – As máscaras também fazem parte do figurino. Grécia antiga, gata! Entendeu agora?

Do lado de fora, especificamente na região da passarela, os Mechanic Saints observavam o ambiente em busca da jovem loira vista nas fotos. Todos usavam ternos negros e óculos escuros, para não serem reconhecidos e conseguirem espionar tranquilamente. Kiki, que usava um macacão jeans e uma camiseta amarela perambulava pelo lugar, mas já estava dominado pela impaciência e acabou se distraindo por um milésimo de segundo. Porém esse curto espaço de tempo foi necessário para que o pequeno ariano trombasse na perna de alguém:

–Ah, me desculpe... – ao olhar para cima, o futuro Cavaleiro de Áries se surpreende – Shiryu? O que você faz aqui?

O verdadeiro cavaleiro de Dragão usava uma calça jeans, camiseta de manga comprida preta, um colete branco com mangas desfiadas por cima e ocultava os olhos com um Rayban. Quando esbarrou com o garoto, pensou logo em xingar, algo que a alta carga de stress estava culminando, mas que não era de seu estilo normalmente. Quando ouviu a pergunta de seu amigo mirim, achou que este não sabia de nada e havia usado de suas habilidades de psicosinese para escapar do Santuário e bisbilhotar o desfile. Em virtude deste pensamento, decidiu contar a história do princípio:

–É uma longa historia, mas resumindo, digamos que o Seiya nos...

–Essa parte eu já tô sabendo! Só quero saber o que vocês estão fazendo aqui e agora?

–A banda foi convidada para abrir o desfile. Mas e você? O que faz aqui?

–Você não ficou sabendo do caso do Ladrão de Faces?

–Como é? Faz tempo que não vejo televisão ou leio jornais... Que história é essa?

O pequeno tibetano, em resumo, contou a historia para Shiryu, inclusive o atentado que aconteceu a Saori. Enquanto isso, nos bastidores, Seiya, Ikki, Shun e Hyoga se encontram com os atuais guardiões de Athena:

–E aí, Cavaleiros de Brinquedo? – saudou-os sarcasticamente Seiya, que usava roupas parecidas com suas casuais, porém com jeans rasgado e uma bandana preta amarrada no pescoço – Estão tão suaves assim para assistir desfile de moda?

–Para sua informação, estamos em uma missão. – respondeu Raymond, pronto para partir para cima do japonês.

–Ora... Missão?! Acho que já até sei qual é: ajudar a Saori a escolher um novo vestido!

–Ah, já vi que não adianta conversar! – retrucou o Mechanic Phoenix, cruzando os braços – E vocês? O que estão fazendo aqui?

–Vamos fazer a abertura do desfile... Muito mais empolgante do que escolher o vestido de uma patricinha mimada!

–Ora seu...

–Seiya, irmão... Vamos?! – apaziguou Shun, usando calça e uma mini camiseta preta, sobreposta com uma jaqueta jeans. – Temos que ir até o camarim nos preparar...

–É... O Shun tem razão. – apoiou Seiya – Vamos galera... Temos um show para fazer. Com licença, Cavaleiros de Brinquedo.

Seiya estava prestes a abrir a porta, quando Shiryu chegou afobado, acompanhado de Kiki. Antes que ele pudesse falar o que estava acontecendo, o irmão de Seika abriu a porta, entrando no camarim. As modelos que lá estavam correram para conhecer os rapazes. Apesar da cara mais do que abatida, eles as abraçaram. Teriam beijado-as, mas se espantaram ao perceber que elas estavam de máscaras, como as usadas pelas Amazonas de Athena. Então tudo se limitou a abraços, autógrafos e uma ou outra foto. Durante o processo, Shun reparou em quatro modelos que ficaram sentadas, de frente para o espelho, sem fazer nenhum movimento. Ele percebeu que elas tinham algo familiar. Após um tempo, um dos produtores do desfile acalmou as moças, dizendo que depois elas poderiam pegar quantos autógrafos quisessem depois do evento. Foi quando elas se afastaram que o irmão de Ikki confirmou o que suspeitava:

–June?! – exclamou o garoto, reconhecendo de imediato a Amazona amada, apesar do longo vestido de cetim magenta que usava – O que você faz aqui?!

Antes que a loira pudesse responder, foi atrapalhada por outra garota, que retirou a máscara enquanto fitava o meigo olhar de Shiryu:

–Ah... Shunrei! – indagou o verdadeiro Dragão – Você também...

Os rapazes estavam prestes a abraçar suas amadas e descarregar todo aquele mês de saudade, mas foram interrompidos por Ricky e Raymond, que entravam no camarim, juntamente com Rubén, Sergio e Angelo para informarem que estava tudo certo do lado de fora:

–Se eu fosse vocês dois, não faria isso... – advertiu Ricky – Tem repórteres por toda a parte. Se um deles, por acaso, vê os astros do momento abraçando modelos, ah... Vocês vão ver o que é incomodo.

–Ele tem razão, Shiryu... – lamentou Shunrei, encostando-se à penteadeira e sorrindo – Mas é muito bom rever você.

–Eu digo o mesmo, Shun... – concordou June, retirando a máscara e sorrindo.

De repente, Saori entrou no local e deu de cara com Seiya, que estranhou a meia máscara que ela estava usando, agindo com desdém perante a deusa:

–Saori-san?! Até você usando máscara?

–Não me diga que... Você não sabe o que está acontecendo mundo a fora?

–Eu estou sem tempo até para respirar, Saori-san... Muitas vezes, até meus pensamentos fogem de minha cabeça.

Ao ouvir essa declaração, Saori se calou e abaixou a cabeça. Depois, respirou fundo, retirou a máscara e olhou para o rapaz:

–Afrodite... Deusa do amor e da beleza... Está por ai... Roubando faces de belas jovens.

–Ath-... Saori-san...

Ao ver o rosto desfigurado da moça, Seiya não ligava mais para acordo, para imprensa e para mais nada. Apenas queria abraçar a deusa, envergar sua armadura e derrotar Afrodite, porém foi interrompido por Darrin, que o puxou para o palco:

–Depois você conversa com ela! Agora é hora de brilhar, rapaz!

Irritado com a interrupção do produtor, Seiya disse que preferiria cantar um cover, já que eles não tinham ensaiado absolutamente nada e achava injusto com os fãs fazerem playback. Os outros rapazes concordaram e eles cantaram Total Eclipse of the Heart, balada romântica da cantora Bonnie Tyler, levando os convidados e as modelos ao delírio.

Assim que eles deixam o palco, o desfile teve início. Saori tomou seu lugar e os Mechanic Saint foram colocados em locais estratégicos pelo local. A loira que eles suspeitavam ser a deusa Afrodite logo chegou, acompanhada do rapaz que desfigurou o rosto de Saori. Ela se dirigiu a um segurança e retirou um papel da bolsa, gesto que era acompanhado em detalhes por Raymond. O homem de terno escuro leu o papel e, após o gesto, conduziu a garota – que usava um sobretudo vermelho, chapéu coco e óculos escuros – e seu acompanhante até seus assentos, que eram estrategicamente reservados bem próximo a passarela. Com isso, Ray concluiu que ela deveria ser alguma figura importante, já que tinha convite e uma cadeira reservada em local tão privilegiado:

–Ela deve ser como a Saori – pensou – Uma deusa infiltrada entre os humanos... Mas aquela sensação de que a conheço ainda prevalece. Dios, quem é essa garota?

O desfile estava pela metade, e nada ainda havia acontecido. Rubén, que estava aos pés da passarela, passou a observar bem a moça e notou que ela estava meio apreensiva, como que irritada com alguma coisa. Logo percebeu que se tratavam das máscaras. Tramando um plano rápido, correu até o camarim, onde Shina, Marin, June e Shunrei se preparavam para entrar mais uma vez. Ele relatou a elas o que percebeu e, para seu espanto, Marin tomou uma decisão:

–Eu irei entrar sem máscara!

–Mas Marin... – argumentou o cavaleiro – Você vai se expor assim... Ficará vulnerável.

–Apenas dessa forma nós descobriremos se aquela garota é ou não a deusa Afrodite.

–Você pode perder o seu rosto...

–Hm... Ele ficou tanto tempo atrás dessa máscara que eu mesma já não lembro como ele é.

Ao dizer essas palavras, a Amazona de Águia retirou a máscara e se olhou no espelho. Era a primeira vez que ela fazia esse gesto após tantos anos no Santuário, já que, diferente das outras amazonas, não tinha vaidades – tanto que seu rosto tinha uma coloração diferente do resto de sua pele, devido as horas de treinamento no Sol. Uma lenda interna percorria o Santuário, dizendo que o único homem que havia visto-a sem máscara foi Aiolia de Leão, mas ela nunca confirmou o fato. Ela lembrava muito Seika, porém seus olhos eram azuis e menos expressivos que os da irmã de Seiya:

–Marin, tudo bem você retirar a máscara, mas... Precisava fazer isso na frente do Rubén? – advertiu Shina – Você sabe bem o que terá que fazer...

–Talvez perca meu rosto, Shina. Alguém terá que guardá-lo na memória para me falar como é depois. – a ruiva sorriu para o porto-riquenho, colocando a mão no rosto dele – Depois você me fala como que ele é, Rubén?

–Sim, Marin... – respondeu o Mechanic Dragon, com o rosto levemente ruborizado, colocando sua mão sobre a da guerreira.

–Agora vá para fora! – ordenou, recolocando a máscara – Assim que o ataque começar proteja Athena.

O rapaz retornou para o local onde acontecia o desfile e se preparou para a entrada de Marin. Ele olhou para Sergio e fez um sinal para que o Mechanic Cignus vigiasse a moça. Ele ainda tinha esperanças de salvar o rosto da Amazona e, para isso, colocou apenas o protetor do braço esquerdo, já que este possuía o escudo do Mechanic Dragon, com quase a mesma resistência do Escudo do Dragão original. Foi então que a ruiva entrou, ainda usando máscara. Ela caminhou até o meio da passarela, retirou a máscara e foi até a frente, onde parou para que pudessem fotografar o longo vestido azul que ela usava. Foi nesse momento que Rubén percebeu um raio vindo do rapaz que acompanhava a garota loira. Agilmente, ele se posicionou na frente de Marin e refletiu o raio com o escudo. Infelizmente, ele acertou o rosto de uma fotografa que estava na plateia:

–Porque você fez isso? Era para você proteger Athena! – advertiu-o Marin

–Desculpe, mas a função de proteger a Saori-san está incumbida ao Angelo. A minha função desde o principio era proteger a passarela.

Com o ataque, todos saíram correndo do local, ficando apenas Saori, os Mechanic Saints, as Amazonas, Kiki, a moça loira e o rapaz que lhe acompanhava:

–UHUHUHAHAHAHAHA... Athena... – riu a loira – Por que será que eu já imaginava que você iria tentar ajudar os humanos?

–Como imaginamos... Você é realmente...

–Afrodite! – exclamou, colocando a mão na cintura – Deusa do amor e da beleza!

–Por que esses ataques? Eu sei que você não gosta de batalhas...

–E quem falou em batalha? Acorda queridinha! Eu só não quero ninguém mais bela do que eu nesse mundo! Renasci há 16 anos, mas só agora percebi que tem muitas garotas insultando minha beleza, inclusive você!

–Ai, como você é caprichosa!

–CALE A BOCA! De que vale ser a deusa da Beleza se há inúmeras humanas mais belas que eu?

–Eu não sou humana!

–AH, FALA SERIO... Você não chega nem a uma unha do meu pé! Eu só desfigurei seu rosto porque tinham dois homens disputando sua atenção... Fora muitos outros pelo mundo a fora né? Até titio Poseidon já quis casar com você... AI QUE ÓDIO!

Os rapazes do The Guardians permaneciam escondidos atrás da passarela. Darrin queria sair dali, porém Seiya disse que, como se tratava de uma deusa, talvez fosse preciso que eles agissem, mas vendo aquela discussão à toa, pensou em voltar para o hotel:

–Isso mais parece briga de patricinha de filme americano barato... – irritou-se o Pegasus.

Porém, logo essa briga tomou um rumo diferente. As deusas continuaram trocando insultos até que, irritada, Afrodite tirou um espelho da bolsa e lançou um raio dele, fazendo com que Saori ficasse presa dentro do objeto:

–UHUHUHAHAHAHAHA!!! Agora eu quero ver quem é a mais bela, Athena...

Após dizer essas palavras, a deusa desapareceu sem deixar rastros.


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Notas finais do capítulo

E agora? Para onde Afrodite levou Athena e o que fará com ela? Será que os Mechanic Saints conseguirão salvar a deusa?
PS: Ruben



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