Complicada E Perfeitinha. escrita por Melanie


Capítulo 24
Ouvir Adele entrega a tristeza


Notas iniciais do capítulo

Antes de tudo queria pedir desculpas pra (como sempre) demorar pra postar :p mas eu tenho uma apresentação amanha pra cidade inteira, onde eu vou ter que dançar (me desejem sorte) acho que a partir de agora vou ter mais tempo pra postar, ok? Sem os ensaios e talz...
Sobre tudo pra leitora Mellodye... Sua historia esta a caminho :)
Obs: não me matem, ok? kk'



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Uma semana. Só uma semana e eu já estava ficando louco, maluco até. Fazia uma semana que eu estava ali e eu já avia percebido que ali não era mais o meu lugar. Quando você se apega demais a uma pessoa, o seu lugar para de ser um local e começa a ser esse alguém. Melanie era o meu lugar, o meu lar.

Na noite anterior Melanie atendera a um dos meus milhares de telefonemas. Me pediu um tempo, disse que eu devia dedicar esse um ano ao meu pai e a quem estivesse perto de mim, para parar de ligar e de mandar mensagens... e eu aceitei. Eu aceitei porque, de certa forma, eu sabia que era o certo a ser feito, e adultos fazem o certo. Eu e Melanie éramos adultos suficiente para fazermos a coisa certa, eu só não era adulto suficiente pra não sofrer por isso.

Matheus e Manu estavam naquela frase de “pré-namoro”—onde todo mundo sabe que eles namoram, menos eles. –então liguei para Jason.

-Você esta sem ela a uma semana e já esta péssimo, imagina daqui alguns meses? –arregalou os olhos e encheu seu copo. Ergueu a garrafa para mencionar algo. –Será que vai sobreviver a um ano?

-Por que? –Perguntei a mim mesmo. –Por que não é o Matheus e sim você que esta livre as sextas a noite? –Peguei a garrafa de sua mão e enchi o meu copo. O liquido amarelo espumante preencheu o vazio do copo rápido demais, de modo que eu tive de beber antes que o liquido se esparramasse pelo chão da sala de Jason.

-Porque ele tem a Manu. –Piscou pra mim.

-Porque ele tem competência de segurar uma namorada. –Fiz careta.

-Nisso somos iguais. –Ele sorriu. –Nem eu e nem você temos namorada, nem competência pra segurar uma garota.

Bebi o copo cheio em apenas um gole.

-Você... –Apontei para ele e suspirei. –...É um péssimo amigo!

Ele riu.

-Pode ser, mas eu to aqui, né? Amigos de verdade te agüentam até quando você esta apaixonado... ou de coração partido. Amigos ficam Pietro, ela era só uma garota... ou a garota da sua vida. Mas independente disso, eu continuo aqui.

Sorri. Ele tinha razão. E, foi nesse momento que eu decidi, eu não sofreria por Melanie! Chorei a noite, como uma garotinha. Talvez eu deveria estar envergonhado, por chorar por ela durante quase duas horas sem parar, mas foi a minha forma de esquecer, de tentar esquecer. Só me esqueci de que tentar esquecer também é uma forma de lembrar, o que me deixou frustrado durante o dia seguinte inteiro. Quando cheguei em casa do trabalho, liguei o radio nas minhas musicas triste. Eu não queria ficar feliz.

Três batidas na porta.

-Camila esta aqui. –Minha mãe informou gentilmente, solidaria com a minha dor.

-Mande ela ir embora e voltar quando eu esquecer a Mel.

-Isso foi feio e egoísta. Peça desculpas. –Ela escancarou a porta, suas rugas de expressão demonstravam deu desapontamento.

-Mas ela não ouviu. –Me levantei.

-Continua sendo feio e egoísta.

-Desculpa. –Mulheres tem sempre razão, mesmo quando não têm razão.

Andei até o portão. Camila vestia um vestido lilás que ia até seus pés, um decote que valorizou e a deixou bonita e nada vulgar.

-O que acha de termos aquele jantar agora? –sorriu simpaticamente.

Como assim ela estava feliz? Isso era tão injusto. Gente feliz que não compartilha da nossa tristeza é tão revoltante.

-Não acho que seja uma boa hora.

-Não vejo problemas com a hora.- ela me entregou a chave do carro.-Você estava ouvindo Adele?

-Droga. –Fui descoberto. –Vamos.

Ela esperou até que eu pegasse a carteira e colocasse uma outra camiseta. Fomos a um restaurante italiano que costumávamos ir quando ainda namorávamos.

-E então? Adele?

-Ela me pediu um tempo.

-Mas vocês nem tinham nada.

Nada. Repeti mentalmente. Eu e Melanie não tínhamos nada. Aquilo Era reconfortante. Não se pode acabar com nada.

-É... Eu acho. –Dei de ombros. Fingir que aquilo não me afetava era a atitude mais máscula.

-Então... eu estava pensando... –Ela se interrompia. Suas bochechas rosaram um pouco, ela sentia vergonha do que diária a seguir.

Inclinou seu corpo por cima da mesa tão rápido que eu só notei o que ela queria fazer quando seus lábios tocaram os meus.

Eu não podia a empurrar, um homem não faria isso, não que não fosse a minha vontade. Me afastei. Seus lábios devem ter ficado nos meus uns 5 segundos.

-Me desculpe.- Se ajeitou na cadeira, visivelmente sem graça. –Sei que o peguei de surpresa, mas não soube colocar em palavras.

-Acho que não entendi seus atos. –Eu ainda estava com a cadeira meio afastada da mesa, me ajeitei e a encarei.

-Sinto sua falta.

-Há... –E agora? Desviei os olhos para as minhas mãos, posicionadas em cima da mesa.

-Acho que esse “rompimento” –Sim, ela fez aspa no ar. –Sabe, ele quis dizer algo. Deve ser a gente, sempre foi a gente.

-O que quer dizer com isso?

-Você e Melanie não deram certo porque eu e você somos certos.

A olhei meio assustado e tomei a única atitude que um cara pode tomar quando esta desesperado nessas circunstancias.

-Já olhou o cardápio? Acho que vou ficar com o nhoque a quatro queijos mesmo... –Me interrompi. Melanie gostava de nhoque a quatro queijos.

-Não gosto de molho branco. Vou ficar com a lasanha.

Pedimos. A conversa tomou vários rumos diferentes, mas não voltou a mesma conversa constrangedora até o carro. Estava tão distraído com coisas da minha cabeça—tanto da conversa com Camila quanto a conversa com Melanie.— que acabei nem percebendo o caminho que ela tomava.

-Essa não é minha casa. –Enruguei a testa quando o carro adentrou o estacionamento de um prédio.

-Eu sei. É a minha.

-Ham. Camila, não quero ser rude, mas não acho certo. –Ela desceu do carro e bateu a porta, a segui. –Quer saber, eu vou embora sozinho daqui. Até mais, Camila...

Ela se virou de repente e veio em minha direção. Me beijou. Primeiro só selou nossos lábios varias vezes e depois abriu caminho com a língua por minha boca. Suas mãos estavam em minha nuca, mas as minhas estavam soltas.

Assim que ela terminou eu me afastei.

-Não diga que vai embora,. Não diga que não sente nada porque eu não acredito.

Me afastei.

-Sinto muito, mas eu vou embora. –Sai pela portaria.

Não peguei um taxi ou coisa assim. Caminhei até em casa, os vinte minutos de caminhada me deixaram tempo de sobra pra pensar.

Eu não gostava de Camila, gostava de Mel, sempre gostara de Camila, mas nunca do jeito que gostava da Mel. Senti uma onda de tristeza atingir meu peito quando imaginei Melanie descobrindo sobre aquele beijo. Se nossa relação já estava se acabando com a distancia, imagina uma “traição”? Melanie jamais me perdoaria, nem eu me perdoaria.

Caminhei até em casa e fui me deitar. Dormir melhoraria tudo.

É só uma fase ruim. Tentei me convencer. Amanha de manha já vai estar tudo bem, acredite. Mas eu não acreditava, ninguém acredita na própria mentira. Você pode mentir para os outros, para quem ama ou para desconhecidos na rua, você pode até mentir par si mesmo, mas parte de você sabe que aquilo é uma mentira. Você sabe a verdade. E a verdade era que na manha seguinte não estaria tudo bem, estaria tudo igual. Tudo igualmente fodido.


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Notas finais do capítulo

Pode xingar a Camila, eu deixo!
Recomendações? ^^'



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