Complicada E Perfeitinha. escrita por Melanie


Capítulo 21
Adeus


Notas iniciais do capítulo

Tchaaaaau Pi :(



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 Pietro preenchera meu mundo com ele. Com as memórias dele, com o perfume dele, com as manias dele... ele inteiro era meu mundo. E eu estava vendo meu mundo partindo.

 Estava um calor de 33º, isso não era certo, não combinava nada com a cena que se passava. Ele olhou para trás pela milionésima vez.

 “Vai idiota, mas vai de uma vez. Para de me torturar com essa lentidão exagerada” gritei dentro de mim. Eu não conseguia falar. Apenas assenti com a cabeça enquanto Pietro me informava que o pai estava mal e ele acabara de pegar uma transferência de 1 ano para Brasília. 1 ano. 1 ano... Aquilo era tão terrível, tão doloroso, mas eu simplesmente o deixei ir. Não se nega ajuda para um pai, para um bom pai.

 Ele olhou pela ultima vez antes de virar a esquina. A ultima vez que eu veria seus olhos verdes. Soltei todo o ar que eu prendia dentro de mim. Ele saiu de minha vista e eu me apoiei no portão.

 Olhei para os lados, nem as vizinhas fofoqueiras presenciaram minha dor. Entrei para a minha casa e observei cada canto e senti que faltava algo. Faltava algo grande, forte, loiro de olhos verdes... Que droga Pietro. Impressionantemente eu ainda sentia o seu cheiro e, por mais que você tivesse me beijado antes de sair, eu senti falta dos seus beijos.

 O que mais me revoltava era o sol, era o dia bonito que fazia fora da minha casa—essa estava o mais fechada e escura que eu conseguia.

-Vai, mas vai por completo. Não deixa um pouquinho de você comigo só pra eu sentir falta do todo. –Murmurei pra sala.

-É, você esta louca. –Uma voz falou atrás de mim, me fazendo dar um pulo e colocar a mão sobre o coração.

-Que susto, idiota. Como você entrou?

-Você largou o portão aberto, daí desconfiei que você estivesse louca. Entrei e te vi falando sozinha, agora eu tenho certeza.

 Suspirei. Acho que ele era exatamente de quem eu precisava. Não da Sam, não do John, nem do Luca ou do Greg... do Math.

-Pietro foi embora.

-É, eu vi. –Deu de ombros e se sentou no meu sofá, ligando a TV e tirando os sapatos.

-Ele foi embora, foi pra Brasília.

 Parou o que estava fazendo e olhou para mim, parada atrás do sofá, inconformada.

-Sinto muito. –Sentia nada. –Quer assistir algo?

 Me sentei ao seu lado no sofá e fiquei trocando de canal sem encontrar nada pra assistir. Assim passou a tarde, em silencio. Math falou pouco tempo, mas as coisas se limitavam a: “Estou com sede”, “Vou ao banheiro”, “Que canal chato” e por fim um “Você ta quieta”. Math simplesmente ignorava minha tristeza e preenchia o vazio da casa com si próprio, mas ele não me deixou. Passou o dia inteiro dizendo coisas fora de hora na esperança de um “A” meu, que eu não disse. Não disse por horas.

-Vai dormir aqui? –Perguntei.

 Ele olhou para mim como se estivesse surpreso por eu falar.

-Acho que sim.

 Me levantei.

-Vou ir a festa da Sophia.

-Ham... Eu também.

-Vou me trocar.

-Eu também.

-Se repetir esse “eu também” mais uma vez eu juro que enfio tua língua no seu... nariz.

 Revirou os olhos. E resmungou um “ok”.

 Comecei a beber em casa, uma garrafa de vodka. Cheguei a casa de Sophia caindo já, Math me ajudou a levantar.

-Você deveria parar, sabe, de beber...

-Você deveria parar, sabe, de cuidar da minha... Olha! –Gritei. –Aquele cara não parece muito com a Mulher maravilha? Acho que a roupa lembra...

-De camiseta da Inglaterra e a calça azul? É, igualzinho. –Revirou os olhos e ironizou.

 Caminhei até o sofá mais próximo com Math me segurando.

-Acho que não preciso mais de você. –Me sentei e tirei seus braços de mim.

-Vou dar uma volta, apreciar as paisagens... acho melhor você não sair daqui.

 Revirei os olhos. Como se eu conseguisse dar 3 passos antes de levar um tombo vergonhoso no chão.

-Oi Mel.

 Olhei para cima para ver quem me chamava. Cabelos pretos espetados e olhos cor de mel, um corpo de... uau!

-Oi... Luca. –Pausei para ter certeza.

-Você parece bem... bem bêbada. –Corrigiu.

 Sorri um pouco e ele se sentou ao meu lado.

-Também vou sentir muito a falta do Pi, mas não acho que você deva fazer isso consigo mesma.

-Acho interessante a sua preocupação. –Olhei em seus olhos. –Não, eu não acho isso interessante. Eu não te perguntei nada.

 Ele riu. Por que ele riu?

-Gosto da sua sinceridade. –Me informou, uma informação desnecessária. –Você não é o tipo bonitinha certinha, seu jeitinho fofo e filho da puta é bem legal.

-Gosto da sua sinceridade. –Sorri, ele retribuiu.

-Que engraçado, você só tem covinha de um lado do rosto. É como ter uma perna só de um lado do corpo ou um braço só... Interessante.

 Gargalhei. Que tipo de pessoa assemelha a perca de um membro com a falta de uma cratera de um lado do rosto?

-Não me faça rir. –Fiquei seria. –Quero ficar triste, ter um coma alcoólico e acordar ano que vem, quando o Pi já tiver voltado... Se você disser pra alguém que eu disse isso, eu nego até a morte.

 Ergueu as mãos em rendição. Conversamos por alguns minutos até ele me levar em casa, me deixou no portão de casa e gritou “Juízo” antes de acelerar e ir embora.

 Abri o portão e entrei, me sentei no sofá e tirei os sapatos. Se juízo fosse uma bebida todo mundo tomava, mas como não é todo mundo toma... no cú.

-Eu espero, espero mesmo, de coração, que você desapareça pra sempre, idiota. Espero que você suma do mapa e que, junto contigo, suma essa minha necessidade de você. –Suspirei e deitei de frente no sofá, ainda segurando os sapatos, meu queixo na almofada.- Eu espero que esse tempo passe rápido gordo, to cansando de falar sozinha já.... 


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Notas finais do capítulo

Tadinha da Mel :(
Ta, to sento muito, muito má.
Vou ser má com a Mel até vocês me mandarem nomes novos pra outra fic U.U'
Brinks' kk... mas ia ser bem legal se vocês mandassem, só acho
Enfim, vou postar o proximo mais rapido, serio



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