I Would Bring You The Stars To See You Smile escrita por Lithium


Capítulo 42
41. Quando Tudo Começou A Desabar


Notas iniciais do capítulo

LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM! LEIAM!

Bom... Depois de quase um ano sumida, eu não sei bem como começar isso aqui, nem o que dizer, então... Olá. Eu estou tão morta de vergonha que eu realmente não sei nem por onde começar, mas... Se ainda houver alguém lendo isso, eu peço minhas mais sinceras desculpas. Eu não sei o que aconteceu. Pensei que fosse algum tipo de bloqueio criativo, mas não. Perdi totalmente a vontade de escrever durante todos esses meses, e eu não sei o que causou isso, só sei que foi tão difícil para mim quanto foi para vocês.

Muitas vezes, I Would esteve à beira de passar toda a eternidade "mofando" na caixa de fanfics excluídas. A partir de certa época (Julho, eu acho), eu passei a pensar em excluí-la toda semana, mas eu nunca tive coragem. Conectada com a fanfic ou não, I Would sempre teve um cantinho especial no meu coração. Essa fanfic é a minha evolução, é a minha estrada documentada em 40 capítulos e aproximadamente 60.000 palavras. A busca pelo estilo de escrita, o aprendizado gramatical e ortográfico, as ideias que evoluíam cada vez mais a cada capítulo - inclusive o que hoje considero quase uma marca: o comprimento dos capítulos. Eu postava capítulos com 800 palavras no começo. Desde Dezembro de 2013, não consigo escrever mais nada com menos de 2.500, e me orgulho muito disso.

Eu aprendi muita coisa escrevendo essa fanfic, e conheci muita gente, também. Nunca vou me esquecer no dia em que a Ash, uma das leitoras mais fiéis de I Would, me mandou aquela mensagem elogiando a minha escrita e me chamando para escrever com ela e a Luna, e eu garanto que se eu for falar mais sobre elas, sobre o que vivemos e aprendemos, não vou mais conseguir parar. Me tornei bem próxima dos meus leitores, conversando e comemorando cada comentário. É por isso que eu estou aqui, tremendo de nervosismo e morta de vergonha depois de um ano sem aparecer, postando mais um capítulo. Cada comentário, cada palavra de incentivo, cada acompanhamento, cada favorito e cada uma das onze recomendações (que fazem meus olhos marejarem) tiveram um impacto enorme. Vocês não fazem ideia.

I Would também marcou a minha evolução pessoal. Em parte, pode-se considerar que pelo menos um ano da minha vida está registrado aqui. 2013. A caminhada, o amadurecimento na escrita. Eu não sei explicar por que sumi daqui em 2014, ou por que perdi a conexão com a fanfic. Foi um dos anos mais cheios de emoção para mim, e talvez seja por isso que não conseguia mais escrever. I Would refletia uma outra fase. A fase do início da minha descoberta, tanto na escrita e quanto pessoal (e ambas ainda continuam), mas o que está registrado em I Would é passado. É uma parte do caminho que eu já percorri, e foi por isso que passei um ano tentando descobrir como faria para terminar esse capítulo.

Acho que lá no fundo, meu coração sabe que eu nunca poderei explicar o que me impediu de excluí-la. Sério. Sou a pessoa mais desestabilizada que eu conheço (provavelmente até isso está explícito aqui nesse discurso, principalmente se considerarmos que as minhas mãos ainda tremem). Cheia de altos e baixos, e cheguei a pensar que jamais poderia terminar essa fanfic. Não via mais meios de continuá-la. Talvez eu pudesse terminá-la algum dia, mas como faria com as outras temporadas? Eu não podia mais levar aquelas ideias adiante. Isso ficou na minha cabeça o ano inteiro.

Vez ou outra, eu tinha uma sessão nostalgia. Eu pegava o celular, colocava Two Of Us para tocar e pensava em tudo o que já aconteceu. Como o tempo pode passar rápido e como um passado próximo podia parecer tão distante. E de vez em quando, nesses momentos nostálgicos, eu lembrava de I Would, e ouvia Starlight, que provavelmente é a única música da Taylor Swift que eu não apaguei do meu celular, e lembrava de I Would. De tudo o que eu fiz aqui. Então eu abria o Word e dava de cara com esse capítulo. Escrevia umas 50 palavras... E empacava de novo.

Eu não tenho expectativas quanto a esse. Eu comecei a escrevê-lo em Fevereiro de 2014 - provavelmente no mesmo dia em que eu postei o 40 - e terminei-o hoje, 25/01/15. Acho que não há exatamente o que esperar. Se eu pudesse, eu mudaria tudo o que eu fiz nele. Mas tenho algo que é quase um cronograma mental sobre o que eu vou escrever aqui, e não rola fazer mudança alguma.

A verdade é que I Would está muito próxima do fim, e vocês não tem ideia do aperto no meu coração. Teremos apenas mais oito capítulos - e isso já contando com o Epílogo, que pode passar das 10.000 palavras, mas eu não estou nem aí. Eu queria liberar mais um amanhã, e mais um depois, e assim por diante, mas não posso. Não sou capaz disso. Tenho muitas fanfics para atualizar, e apesar de amar isso (chamo isso de trabalho. Sou completamente workaholic), não tem como se dedicar a esse ponto, senão as outras acabam atrasando. É uma balança que não pode ficar estável. Eu já tentei marcar dias da semana para postar, mas percebi que eu acabava me pressionando para escrever, e não tem nada pior do que isso. Ser obrigada a escrever alguma coisa.

No entanto, a segunda temporada vai acontecer. Lapidei as ideias antigas e, para falar a verdade, ela não perdeu seu "núcleo", seu "molde central", digamos. Vai envolver coisas que vocês não veem em I Would, vai ser bem mais curta que I Would e vai ter um final totalmente diferente de I Would. Tenho certeza de que vou surpreender vocês com o que eu farei lá, e realmente espero que cada leitor que comentou regularmente aqui apareça lá, apesar de temer que mais da metade de vocês tenham me abandonado.

Mas ainda devo muitos agradecimentos a você, leitor, que me acompanhou até aqui, e ainda mais agradecimentos a você, leitor, que está aqui, lendo esse capítulo e esse discurso enorme de notas iniciais. Se você ler isso aqui, o capítulo, e ainda aparecer, eu nem vou saber como te agradecer, de verdade. Portanto, a todos aqueles que não me abandonaram: muito, muito, muito obrigada.

Realmente quero postar com mais frequência, e vou dar o meu sangue para terminar essa fanfic antes do fim de Fevereiro. Vou chorar muito quando finalmente colocar o último ponto final do epílogo, mas vou me sentir orgulhosa de mim mesma, também. Então tudo o que ainda não foi revelado será revelado. Logo. E vou começar a escrever o próximo agora mesmo também - o que vai ser um sacrifício para mim, porque nesse ano que se foi, me tornei uma pessoa noturna.

Há também uma necessidade, porque a Mel aqui vai para o ensino médio. Sim. Passei por cima da oitava série. Como eu disse, eu vivi muita coisa - eu tive raiva, ciúmes, ódio das pessoas, ódio do mundo, ódio de mim mesma, me amei, me odiei, vivi loucuras que nunca pensei que viveria, ri, chorei, me despedi de uma pessoa muito importante para mim, mas prossegui com mais duas pessoas muito importantes para mim também. Amei, gostei, curti, aprendi, amadureci, me descobri. Passei por muito choro, mas também muitas risadas. Muitos momentos felizes que eu jamais vou esquecer. Descobri como é chorar de tristeza, mas rir por também achar aquilo adorável ao mesmo tempo, o que também pode parecer impossível, mas acontece. Vivi emoções inestimáveis. Realizei sonhos - finalmente fui a um show de Paul McCartney. Foram basicamente 365 dias de um desequilíbrio emocional bom e ruim, mas que eu nunca vou esquecer. Tudo isso na tão temida oitava série. E o ensino médio vem aí, e eu não sei o que esperar. Mas se eu tiver que viver tudo o que eu vivi mais uma vez... eu viverei, e com alegria.

Então, eu queria mais uma vez pedir desculpas a vocês. Desculpas pela demora, desculpas por ter sumido do mapa, desculpas por ainda não ter respondido os comentários de muita gente, desculpas por ter descontado minhas emoções nesse longínquo discurso, mas novamente, queria agradecer a vocês. Por terem lido a história durante todo esse tempo e por terem me proporcionado grandes emoções. Eu estou aqui, do outro lado dessa tela, escrevendo isso tudo, trêmula, nervosa, envergonhada, mas ainda assim, emocionada e com vontade de chorar. Portanto, me despedirei aqui porque não há nada para ser dito nas notas finais. Espero encontrar vocês nos comentários. Bom, desejo que apreciem e aproveitem. Desejo uma boa leitura.

É bom estar de volta.



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POV – ANGIE MCKORMICK

E pensar que a primeira coisa que vi no dia seguinte foi o rosto de Fred estampado com um sorriso sacana.

Sufoquei um grito que poderia acordar o salão comunal inteiro. Maldito filho da mãe.

– Quer me matar do coração? – exclamei, tateando ao meu lado e encontrando uma cama vazia. – Cadê... Cadê o James?

Fred riu.

– Ele foi até a cozinha. Conseguir alguns “moraguinhos com chocolate” para o amoreco dele – Fred interrompeu a si mesmo para dar uma sonora gargalhada e pegar alguma coisa no chão. – Mas, enfim... Vocês são rápidos, hein?

Franzi a testa, sem entender, mas só por um momento. Fred tinha um lençol brando em mãos. Sujo de gozo.

Senti meu rosto queimar. Por que James tinha que dormir no mesmo dormitório que o melhor amigo/primo?

– Mas pode ficar tranquila – prosseguiu Fred – porque não vou usar isso aqui para te chantagear nem nada do tipo, nem humilhar o James para toda Hogwarts, porque, cara, se você quer saber, hoje eu estou feliz. Acordei com um humor incrível que não pode ser abalado por nada! Quer dizer, eu acho. E há boatos de que hoje não terá aulas e está prestes a chover, então eu vou ficar o dia inteiro sentado em minha cama lendo o meu livro...

– Como?! – exclamei. Fred disse “livro”?

– Engraçadinha. Mas, sim, estou lendo um livro. Chama-se Um Estudo Em Vermelho... Conhece?

Eu ri. Fred lendo Sherlock Holmes – não erraram quando disseram que tudo é possível.

– Agora voltando ao tópico “lençol”. O descarte é com você, dear Angie.

Ele atirou o lençol em minha direção e virou-se para as suas coisas, procurando freneticamente por algo. Só então olhei ao redor e reparei que estávamos sozinhos.

– Onde estão os outros?

– Bem, James está na cozinha, mas disso você já sabe. Os outros já desceram para tomar café.

Arregalei meus olhos.

– Café? Que horas são?

– Você não vai querer saber. Mas fique tranquila — Mr. Potter está trazendo muita comida para você... Mas falando sério, Angie – ele sentou-se no chão –, se eu fosse você, não comeria. Ele vai te engordar.

Ri escandalosamente, mesmo que a piada não tivesse tanta graça assim. Acho que era algo que Fred e James tinham em comum – esse talento sobrenatural para fazer as pessoas rirem.

– Como vocês dois fazem isso? Com poucas palavras vocês conseguem fazer alguém mijar de rir.

– Ah, é hereditário – Fred sorriu. – Sério, nosso talento é totalmente de família. Porém temos lá nossos “atributos individuais”, claro – ele suspirou. – Mas, sim, grande parte disso tudo era hereditário. O avô de James, o outro James, criou o Mapa do Maroto com seus amigos Sirius, Remus e Peter, e o bisavô de James, Charlus... Bem, nós dois gostamos de supor que ele não era a pessoa mais comportada do mundo, então acho que a parte dele já está explicada – ele riu. – Mas quanto a mim... Foi meio que do nada. Meu pai tinha um irmão gêmeo idêntico, como você já sabe — meu xará Fred Weasley. Você tem tempo? A história é longa.

– Tenho até eu acabar com o meu futuro prato gigantesco de morangos com chocolate.

– Eu realmente queria poder saber da história inteira – Fred continuou. – Meus pais me contaram várias, mas... Nunca é suficiente, sabe?

Confirmei com um aceno, e ele prosseguiu:

– Meu pai diz que Fred e ele eram inseparáveis. Todos os conheciam; “os bagunceiros, porém engraçados e dinâmicos gêmeos Weasley, é, são aqueles ruivos batedores do time da Grifinória”. As brincadeiras eram algo que eles queriam adotar como carreira — daí as Gemialidades Weasley. Não era só diversão, era um hobbie, era uma responsabilidade. As pessoas estavam no meio da Segunda Guerra Bruxa. Andavam por aí tão tristes, abatidas, assustadas... As piadas dos dois era o que mais trazia alegria. Sem contar que também eram bastante... Hm, como posso dizer algo assim para uma dama tão culta quanto a senhorita? Deixe-me pensar... Okay, irei logo direto ao ponto. Eram também bastante pegadores.

“No quesito ‘garotas’, Fred e George também concordavam. Fred convidou uma das artilheiras do time, Angelina Johnson, para o baile de inverno, e então os dois começaram a namorar. Meu pai se tornou uma espécie de vela que não segura tanta vela assim, tipo como Lucy e eu somos para James e você. Mas então, a guerra chegou ao ponto em que todo mundo hoje em dia acha interessante. Dumbledore foi morto e a direção da escola foi parar nas mãos de Severus Snape, e Hogwarts foi cercada de comensais, dementadores e tá tá tá Voldemort, mas isso não é importante agora.

“Em uma noite, a Ordem da Fênix foi até a casa dos tios de tio Harry — irônico, os tios de tio Harry — para levá-lo até A Toca, e para evitar mortes em algum eventual ataque de comensal, suponho, Alastor Moody, um auror aposentado, criou mais sete Harrys a partir da Poção Polissuco. Dois deles eram meu tio e meu pai. Mas somos azarados, então os comensais nos encontraram. O plano de distração estava dando certo, afinal, ninguém sabia qual era o verdadeiro Harry, mas o verdadeiro Harry usou um Expeliarmus e quase matou todo mundo, mas isso também não vem ao caso.

“Foi naquela noite que meu pai perdeu a orelha esquerda e quase morreu por causa de um Sectumsempra, sem contar que quase levou meu tio junto, porque meu pai jura que quase o matou do coração. Ele fez uma piada boba sobre orelhas: “estou mouco”, o que fez com que tio Fred se sentisse aliviado, chamasse o irmão de retardado e quase esquartejá-lo pelo quando os dois se viram sozinhos, meio que como se ele tivesse culpa. O que é totalmente plausível, afinal amigos não pensam muito quando querem esquartejar uns aos outros.

“Pouco antes da batalha em Hogwarts, meu pai e meu tio divertiam os estudantes (tio Fred também deu uns pegas na Angelina) de todos os modos que podiam, e quando ela começou, os dois foram à luta. Então o pesadelo começou. Tio Fred estava dentre umas das vítimas. Isso acabou com o meu pai, literalmente. Ninguém jamais imaginara os gêmeos Weasley, sempre vistos como duas metades de um todo, algum dia separados. Vovó Molly também ficou arrasada, e acho que tio Percy meio que quis se matar quando viu meu tio, pelo que meu pai me contou. Mas a dor dele não foi nem de longe párea para a dor do meu pai.

“Ele sofreu. Muito. Mais do que o sofrimento da família inteira reunida. George Weasley perdera o parceiro de trabalho, de brincadeiras, cópia exata, melhor amigo e irmão de uma só vez. Nunca haveria uma substituição. Nunca haveria outro Fred Weasley. Ele chorou, ele gritou, ele quis desistir várias vezes, mas deu um jeito de aguentar firme. Então ele reencontrou a minha mãe.

“Meu pai nunca pensou com afinco em como a ex-namorada do irmão estaria, de tão absorto na própria dor. E isso pode soar doentio a você, mas ele me contou que sentiu alívio ao ver que ela parecia tão mal quanto ele. Havia mais alguém que não era da família sofrendo tanto quanto ele, afinal. E acho que foi mais a dor que aproximou os dois, e quando meu pai se deu conta, ele estava agarrado às mãos de Angelina, lhe fazendo carinhos, trocando abraços, beijos. Estava lhe pedindo em namoro e lhe dando bombons no aniversário de um mês. Estava surpreendendo a família. Estava comprando uma aliança e pedindo-a em casamento. Estava vestido de smoking, só esperando a hora certa de subir ao altar.

“E é aqui que a história termina. Minha mãe diz que é comum para todo noivo ficar nervoso antes do casamento, mas meu pai disse que tudo o que ele conseguia pensar era ‘Que merda estou fazendo, afinal?’. Angelina Johnson era ex-namorada do seu irmão, e dentro de poucas horas ela seria Angelina Weasley. Isso estava deixando-o maluco. Então ele decidiu tomar um banho para esfriar a cabeça. Ele ligou o chuveiro e deixou a água cair sobre o corpo, sentindo-se um idiota, totalmente arrependido por ter deixado as coisas terem tomado aquele rumo. Não que ele não amasse minha mãe; ele só não queria casar com a namorada do irmão. Foi quando começou ouvir uns ruídos. Então, ele jura que leu escrito no vapor da água no vidro do box, com uma letra bem conhecida, uma única palavra. ‘VIVA’. Meu pai seguiu o conselho do meu tio, e se casou. Pouco depois, minha mãe estava grávida e não demorou para que os dois soubessem o sexo do bebê — menino. E aí, meu pai já tinha o nome na ponta da língua. Fred Weasley II, em homenagem a pessoa que ele mas amou na vida inteira.”

– Isso é lindo, Fred. – Falei, com toda a sinceridade do mundo. – Estou falando sério, essa é uma das histórias de amor fraternal mais lindas que eu já vi. Vá por mim: só não estou com lágrimas de emoção nos olhos porque acho que gastei tudo com James ontem à noite.

Divertidamente, Fred riu.

– Sabe, eu achei que fosse mais provável sermos abordados pelo Tarado da Machadinha do que James chorar por uma garota. Quantos meses de namoro vocês têm?

Olhei para o teto, fazendo as contas. James e eu começamos a namorar de mentirinha praticamente no primeiro dia em Hogwarts – na verdade, foi no primeiro dia em Hogwarts – mas demoramos mais ou menos um mês para começar a namorar de verdade, ou seja, já estávamos bem próximos de Outubro. Então temos Outubro, Novembro, Dezembro e agora, Janeiro...

– Quatro meses, mais ou menos – respondi, admirada por dentro. Apenas quatro meses. Para mim pareciam anos. Anos muito bons.

– Um dia, te prometo, Angie McKormick, zoarei James por isso até ele tentar me estrangular. Sabe, para não perder os hábitos.

Assim que Fred dissera isso, James entrou no quarto carregando uma bandeja gigantesca, cheia de morangos e com muito chocolate.

– Um prato “refinado” para uma deusa – anunciou.

Antes que eu pudesse esboçar qualquer reação, Lucy entrou no dormitório como um raio (Lucy Weasley: garota que consegue simplesmente entrar no salão comunal da Grifinória e invadir o dormitório dos garotos, sempre com a maior simplicidade do mundo).

– Adivinhem o que eu acabei de saber! – exclamou ela.

– Do que você não sabe, Lucy? – Fred perguntou, com um desinteresse muito provavelmente fingido quanto ao que Lucy iria dizer.

– Sabe a segunda parte da expedição em Long Lake?

– Sei.

– Ouvi de “um cara chamado Neville” que grupos de quatro alunos do sétimo ano poderão dar um passeio de barco pelo lago...

– Ótimo, mais um momento romântico para o casal aí do lado e tudo mais. E daí?

Indignada, Lucy cruzou os braços.

– Insensível!

– Eles dois transaram ontem à noite. Sujaram um lençol inteirinho de gozo.

O quê?

– Veja por si mesma.

E enquanto os dois discutiam o que James e eu fizemos ontem à noite, tudo o que nós dois pudemos fazer foi olhar (acompanhada de morangos com chocolate, no meu caso). Talvez o amor pela atividade de zoar James seja o ponto mais comum entre Fred e Lucy.

– Okay, okay, chega de me zoar. Fred, não me faça contar a elas sobre como você perdeu a virgindade de novo. Sarah Petterson ainda te considera um príncipe encantado, não se esqueça disso.

Fred corou. Aparentemente, a história que terminou em um desmaio de susto sempre seria um ponto fraco.

– E você também, Lucy. Angie e Fred não sabem da história da sua Espinha, então...

– Você não ousaria.

– Ah, eu ousaria sim.

– Não faz diferença – interrompeu Fred. – Quer dizer... Menos quanto a Lucy. Eu vou descobrir de um jeito ou de outro, mesmo. E, quando isso acontecer, garanto que Angie saberá de antemão.

Nós dois rimos, mas confesso que fiquei em dúvidas se ele iria me contar só pela desgraça de Lucy ou porque somos amigos. Eis uma questão paradoxal eterna.

– Arrumemos logo as malas – disse Lucy. – Não sei se vocês estão lembrados, mas voltaremos para Long Lake hoje. Nós teremos uma big fucking party e eu quero aproveitar ao máximo, por isso eu não vou esquecer nada. Então tratem de não esquecerem nada também, porque eu não estarei lá quando me pedirem alguma coisa emprestado! Acho que nunca dei tanta ênfase às minhas palavras.

Lucy nos deu as costas e saiu, provavelmente para ir até o seu dormitório e arrumar suas próprias coisas.

– Olha, eu não sei se vocês dois – começou Fred – vão inventar de sair por aí dentro de um barco, mas é o seguinte: eu odeio viagens de barco. Sabem por quê? Porque toda vez em que eu me meto em uma, algo de errado acontece. Como na primeira vez. E na segunda. E eu não quero uma terceira, mas... Bem, para o azar de vocês, eu costumo acompanhar os meus amigos. Então, eu entro no barco. Desde que vocês dois não fiquem se engolindo na minha frente. Sério. Que nojo. Ah, e outra: se algum de vocês inventar de comer antes de entrarmos naquele barco, eu me suicido.

E então Fred simplesmente deixou o quarto.

O que deu nele?

– O que deu nele, James?

– E eu sei lá. Mas a parte do barco eu entendi. Vá, traga suas coisas para cá para arrumarmos juntos enquanto eu te conto a história.

. . .

– Quando Fred e eu tínhamos uns treze anos, nós fomos a um parque em uma cidade do Norte, Blackpool, com a minha mãe, para darmos um passeio de barco e pescarmos alguma coisa. Gostamos tanto da experiência que a convencemos a nos levar para Shepway, no Sul, onde há o Oceano. Minha mãe alugou um daqueles barcos de passeio e nos levou, tal como pedimos. O problema é que o Oceano era muito agitado e os peixes não estavam muito a fim de colocarem um anzol na guela, então Fred se irritou bem rapidinho e foi fazer qualquer coisa para ocupar a mente.

Eu ouvia a cada palavra de James atentamente, organizando minha mala e abastecendo-a com roupas casuais e roupas festivas. Não comentei nada, mas eu não culpava Fred. Eu mesma não tinha paciência nenhuma para pescar.

– Então ele começou a brincar com um estilete e... Bem, acho que você pode adivinhar.

– Ele se cortou?

– Foi. O corte era o de menos, não era fundo, mas o problema era o sangue. O sangue tem um cheiro forte até mesmo para os humanos e sangue atrai tubarões. Estávamos em mar aberto. Imagine só a situação, Angie.

Meu estômago se revirou só com a ideia de Fred e meu namorado sendo engolidos por tubarões.

– Mas como vocês escaparam?

James focou o olhar na própria mala com mais força, mordendo o lábio inferior.

– O “como” da questão não importa. O importante é que ficamos lá tempo o suficiente para que barbatanas surgissem, o que é uma experiência mais que assustadora. E na segunda vez, Fred e eu já tínhamos dezesseis. Foi nas férias de verão... Olha, eu nem gosto de me lembrar da segunda vez.

Meu cérebro se retorcia em curiosidade, mas se James não queria me contar, não seria eu que iria forçá-lo. Todo mundo tem experiências de que não gosta de se lembrar, mas não pude me sentir um pouco injustiçada. Contei a ele um dos meus maiores segredos não faz nem dois meses.

Fechei o zíper da mala e pouco depois, James fez o mesmo, bem a tempo de Fred e Lucy voltarem ao quarto, nos apressando.

– Vamos logo! – Lucy exclamou. – Neville está perdendo a paciência, sabe... Estamos quase conseguindo convencê-lo a deixar vocês aqui.

James soltou uma risada sarcástica e eu “elogiei” Lucy com alguns palavrões. E acho que foram algumas das minhas últimas palavras naquele dormitório.

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POV – LUCY WEASLEY

Quando pisamos novamente em Long Lake, fui inundada por uma sensação repentina de pura nostalgia, me lembrando do que passamos quando encontramos a nascente. Precisávamos rever aquele lugar de novo – mas antes eu precisava saciar um desejo. Estava morta de sede por uma big fucking party, whiskey, maconha e se possível, uma bela transa. Sério. Você pode até pensar que eu acordei totalmente alterada, mas... Sei lá. Estava com uma espécie de sensação ruim – não do tipo que se vê nos filmes quando alguém morre ou que é compreendida como premonição, mas só uma sensação ruim. Talvez seja a mesma sensação que todas as pessoas têm quando ficam acuadas.

Já no chalé, meus amigos e eu estávamos sentados no chão em posição de lótus e reunidos em roda, conversando sobre banalidades qualquer, até eu dar minha sugestão.

– Pessoal, quero dar a big fucking party de hoje à noite. Acham que eu consigo para tanta gente?

– Você nunca teve problema com número de convidados – disse James.

– É, mas essa big fucking party deve ser especial.

– Por que está chamando a festa assim? – indagou Angie. – “Big fucking party”. Sabe o que me vem à cabeça quando você diz isso? Uma festa daquela em que todos os convidados ficam bêbados ou drogados, em que há muita bebida, muita droga e gente transando em todos os cantos.

– Angie, minha querida, estou naquelas épocas de seca, sabe? Preciso de sexo.

Fred ergueu as sobrancelhas em desconfiança.

– E desde quando você sai fazendo sexo com qualquer um que aparece?

Tentei conter a raiva, mas não a cara feia.

– Também não é assim, Fred! Eu não sou nenhuma vadia.

Ele revirou os olhos e balançou a cabeça de um lado para o outro de leve, como um pai decepcionado. Ignorei-o completamente e me voltei para James, atrás de mais informações.

– James, sabe onde eu posso encontrar o Roberts? Você sabe, o dono daqui. Quero ver se ele sabe de algum espaço grande para eu dar a minha festa.

James deu de ombros.

– Sei lá, mas é mais fácil você procurar um chalé grande do que gastar saliva com alguém que muito provavelmente vai te proibir de dar essa sua festa.

– Hm, então tá bom. Vou começar a minha procura. Desejo uma boa tarde para vocês três, seja lá o que forem fazer. Dez da noite. Sem falta. Procuro vocês para falar o local.

. . .

POV – JAMES POTTER

Lucy encontrou um chalé mais afastado do grupo principal que, apesar de pequeno, permitia que umas duzentas pessoas se espremessem lá dentro. Havia gente para todos os lados e Lucy arranjou um jeito de trazer muito hidromel e até outras coisas que eu não fazia a mínima ideia do que era. Fred parecia querer estar em qualquer lugar, menos ali dentro, e eu o acompanhava. Já Angie eu não sabia. Talvez ela quisesse estar lá, se estivesse menos apertado. De música, tínhamos uns repertórios do tipo “não é pop, mas está nas rádios e você já ouviu tanto que já enjoou”, como aquela musiquinha trouxa que canta “I’m glad you came” e que não parava de tocar.

– Meu Deus. Por favor, se o senhor existe, me tire daqui – murmurei.

– James! Você devia dar apoio a sua prima – repreendeu Angie. – E essa aqui é nossa primeira festa depois de tudo o que aconteceu. Nós deveríamos estar aproveitando.

– Você vai me desculpar, mas preciso discordar. – uh, rimou. – Dá uma olhada nisso, Angie. Parece um pandemônio, e um pandemônio apertado. E o que são essas coisas aqui nesses papéis?

Fred olhou os quadradinhos que eu tinha na mão e uma sombra encobriu seu rosto.

– LSD.

– Tá brincando.

– Quem me dera.

– Pessoal! – exclamou Lucy, desviando de um monte de gente. – Vocês vieram!

– Sim, nós viemos – disse Fred, com os dentes cerrados. Então ele mostrou a Lucy os quadradinhos. – E encontramos isso aqui. Olha, Lucy, beber é algo que todo mundo faz hoje em dia e nós três já usamos maconha em algumas festas algumas vezes como todo mundo aqui já deve ter usado maconha algum dia, porque ninguém é santo. Agora, LSD já é demais. Isso é ácido, cacete! – ele gritou. – O que mais tem aqui? Heroína?

– Fred, eu juro que não fui eu quem trouxe isso para cá. Sério. Você sabe, onde eu iria arranjar LSD estando presa em Hogwarts?

E era um bom argumento.

Mas Fred só bufou.

– Que seja, então. Olha, nada contra as suas festas, mas isso aqui está insuportável. Sério.

– Então vá embora! – gritou Lucy. – Eu não me importo nem um pouco!

Ao que ele apenas riu.

– Tchau! – e deu meia volta.

– Fred! – gritei. – Fred, volta aqui, cara.

– Esquece ele, James – disse Lucy. – Agora, vocês dois, venham comigo. Está meio apertado, mas o céu está lindo lá fora, e já percebi que vocês dois gostam de estrelas.

Angie forçou uma risadinha sarcástica, mas ainda assim, sorriu para mim e se abraçou ao meu corpo. Lucy deu um jeito de nos guiar por toda aquela gente, até sairmos do chalé por uma espécie de porta dos fundos e darmos de cara com o escuro nem-tão-escuro-assim da natureza.

– Ótimo, temos lua, estrelas e vagalumes. Se quiserem alguma coisa, só entrar e pegarem.

Ela nos deixou sozinhos, olhando um para o outro.

– Lucy é uma comédia – disse Angie. – Mas, mudando de assunto, sabe o que é fato?

Sorri de canto.

– O quê?

– Eu amo você.

– Que gracinha – falei, beijando-a.

E ficamos em um silêncio desconfortável pra cacete por um tempo, enquanto eu tentava descobrir o que eu estava sentindo. Porque ao mesmo tempo em que meu coração disparava por ela estar ali, tão perto, havia algo diferente dentro de mim. Preocupação.

– Angie?

– Sim?

– Estou preocupado com alguma coisa, e acho que esse “alguma coisa” é o Fred.

Ela olhou para mim, franzindo a testa.

– O Fred? Por quê?

– Não sei... Fred sabe como ninguém o significado de mau-humor matinal, mas... Ele simplesmente surtou lá dentro. E não é só, é como se houvesse algo diferente nele. Por exemplo, até onde eu sei, Fred continua com a tal Karina que é minha prima em... Segundo grau? Ah, dane-se, mas o que importa é que eles ainda estão juntos. E Fred nunca fala dela e nunca está com ela. Nunca. E eu conheço aquele cara desde que eu tinha sete dias de vida, que foi quando ele nasceu. E quando Fred Weasley está namorando, ele só fala da namorada.

– É verdade. Acho que eu nunca o ouvi falar da Karina.

– Entende o que eu quero dizer? Acho que tem alguma coisa estranha acontecendo que ele não quer nos contar.

Angie desviou o olhar para as estrelas. Eu não sabia se ela fizera isso porque não tinha o que dizer ou porque tudo ainda estava muito “diferente” para pensar naquilo, mas acho que ela, assim como eu, estava cansada. Cansada de todas as pedras que o destino adora jogar em nosso caminho. Mas eu me sentia tão aliviado por poder abraçá-la e chamá-la de “namorada” de novo que nem queria pensar no futuro.

Era hora de “carpar” uns “diens”.

Beijei-a com força e voracidade, praticamente unindo minha língua à dela e contei a ele meu “plano”:

– Será que tem algum quarto nesse chalé ou algo assim?

Angie riu.

– A festa mal começou e você já quer...

– Se eu já quero te levar para a cama? – eu ri. – Claro que sim. Eu nunca vejo problema em te levar para a cama, meu amor.

Ela revirou os olhos e balançou a cabeça lentamente.

– Você ainda é expert em acabar com o romantismo, hein?

– Pelo contrário – me defendi. – Eu o crio, queridinha.

Ela riu.

– Okay, você é mesmo o cara mais bobo desse mundo.

– Ah, mas você adora esse bobo.

Angie sorriu.

– Com certeza.

.

*

.

Na manhã seguinte, tudo estava tão comum que mais parecia um dia qualquer em Hogwarts. Estávamos todos (exceto Lucy) na cozinha do chalé, esperando alguém se mexer para preparar o café da manhã. Enquanto ninguém o fazia, nós estávamos largados no sofá, de molho, conversando.

– Eu adoraria que Angie e você avisassem quando fossem fazer algo como o que fizeram ontem, porque eu quase cometi suicídio, se querem saber – disse Fred. – Ninguém merece. Vocês fazem mais barulho do que os participantes de um ménage-à-tróis.

Angie ficou vermelha como um pimentão.

–... Fred!

– É a mais pura verdade, queridinha. Vocês são barulhentos. E isso é nojento, sabiam? Não tem ninguém interessado no que vocês fazem à noite, isso eu garanto. Oh, merda, eu estou com fome. Angie, prepara o café da manhã.

Ela riu.

– Vá se danar, Fred. Eu não vou cozinhar para ninguém.

Aquilo me deixou tão triste que até o meu estomago protestou, então, fiz biquinho para a Angie e falei, na melhor voz de bebê que eu consegui fazer:

– E para mim, você faz comidinha?

Angie riu novamente.

– Não.

– Por favor Angiezinha.

– Não. Eu disse que eu não vou cozinhar para ninguém, então eu não vou cozinhar para ninguém. E você é o melhor amigo do Fred. Ia dar comida para ele se eu fizesse.

– Não ia não.

É claro que eu ia.

– Ia sim.

– Okay, vamos parado aqui! – Fred interrompeu. – Isso é algum complô contra mim? Porque pelo visto, Angie, você está louca para me deixar morrer de fome.

– Está na hora de você se tornar um homem independente – respondeu ela. – Quero ver se você consegue fazer coisas básicas como cozinhar sem a ajuda de ninguém. E o mesmo vale para você, Jay. Onde está a vaca da Lucy? Eu estou com fome.

– Ah-há – fizemos Fred e eu em uníssono, nem muito entusiasmo.

– É sério – disse Angie. – Eu não vejo ela desde a festa. E você, Jay?

– Eu também não. Você viu a Lucy, Fred?

– Eu por acaso tenho cara de quem viu a Lucy?!

Nesse exato momento, Lucy entrou pela porta, como se soubesse que estávamos procurando por ela.

– Bom dia, pessoal!

– Oh, graças a Deus! – exclamei. – Lucy, por favor, faça comida para nos alimentar. A Angie se recusa a fazer.

Lucy bufou, ainda em pé.

– Não precisamos comer aqui. Tem comida no barco.

– Barco? – disse Angie.

– Sim, o barco! Ou já se esqueceram do nosso passeio? Eu estava lá acertando tudo. É um veleiro pequeno, mas cabe quatro pessoas e vai ser só nosso. E o leme é enfeitiçado, então ele vai nos proporcionar uma ótima volta pelo lago inteiro e voltará sozinho.

Fred se levantou.

– Então vamos logo.

Olhei-o de cima a baixo.

– Você tem certeza de que quer sair daqui agora, criatura?

Fred vestia apenas uma camiseta vermelha e um short cinza. Mas não era uma bermuda ou algo parecido, era um daqueles shorts curtos que se usa para dormir.

– Foda-se as roupas, oras. Seremos só nós.

– Isso aí – confirmou Lucy. Ela não parecia chateada com ele. – Andem, vamos logo! Eu sei onde os barcos estão, mas se ficarem aí, eu não volto para busca-los!

Ela saiu correndo do chalé e Fred a seguiu. Angie e eu rimos, ainda sentados no sofá, e beijei-a delicadamente.

– É melhor irmos trás deles, não?

– Com certeza.

Ela sorriu marota para mim por um tempo, e saiu em disparada logo em seguida.

– EI, ESPERE! – gritei.

– Duvido você me ultrapassar!

– Ah, sua chata!

Então, deixei o chalé, vestindo uma roupa não muito diferente da de Fred, e corri atrás da minha namorada.

Estava tudo tão bem que nem poderíamos imaginar o que nos aguardava.

No próximo capítulo...

“– O que aconteceu?

– E como é que eu vou saber?

– Oh, merda, isso é tudo sua culpa!

– Não venha pôr a culpa em mim! Foi você quem disse que era seguro!”


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