I Would Bring You The Stars To See You Smile escrita por Lithium


Capítulo 40
39. Demente. De Mente.


Notas iniciais do capítulo

Tá, eu não postei ontem. Foi hoje. Enfim, vocês sacaram. Não tenho muito o que falar aqui e não tenho tempo, então me perdoem pelas notas finais vazias lá embaixo. Estou correndo para postar isso aqui! Madruguei de novo e minha mãe está fula... Hope you enjoy :)



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POV –– FRED WEASLEY

Imagine uma pessoa que você nunca mais quer ver na vida invadindo o seu quarto, enquanto você tem uma conversa séria sobre algo muito confidencial. O que você faria? Empurraria a criatura intrometida? Xingaria pra caramba? Esquartejaria, queimaria os órgãos e jogaria os ossos para os cães?

Bem, isso aconteceu comigo e eu quis... Realizar, diga-se de passagem, a última opção. O problema é que eu tenho um sério defeito: eu sou muito legal. E, por ser muito legal, consequentemente eu não matei ninguém.

– O que você quer aqui?! – tentei soar o mais ríspido o possível.

– Esse continua sendo meu dormitório, Fred.

– Seja breve, James – disse Lucy, fazendo um sinal de “ande logo” como as mãos.

– Olha, eu sei que muita coisa aconteceu – sério? Ninguém reparou, só você, gênio. – Mas isso não está certo. Nós não podemos continuar desse jeito. E também... Confesso que há mais.

Ah, claro. Sempre há mais. Ele é James Sirius Potter, um completo interesseiro.

– Compreendo o que esse mais pode ser – disse Lucy.

– Acho que compreende, sim. Preciso da ajuda de vocês para me desculpar com a Angie – o.k. Confesso, eu não esperava aquilo. – Me desculpar por uma espécie rara de mal entendido. E preciso de vocês para me vingar de Lysander Scamander.

‘Tá certo então. Em trinta e nove palavras, duas linhas e meia, duzentos e dezesseis caracteres e um parágrafo, James Sirius Potter fez duas propostas interessantes. A primeira era se desculpar com a Angie. So, James não era mais a minha pessoa favorita no mundo... Mas eu não podia negar que os dois foram feitos um para o outro só por causa disso. E... Se vingar de Lysander Scamander?

Lucy e eu trocamos um olhar, ela consultando a mim e vice-versa. Perdoar James Sirius Potter. Conclusão mútua: aquilo nunca tinha passado pela nossa cabeça.

– Ajudar a reconquistar Angie – repetiu Lucy, enquanto colocava o indicador e o polegar no queixo e começava a andar em círculos, como ela sempre faz quando está considerando alguma coisa. – Vocês foram feitos um para o outro. Não nego. Concorda, Fred?

– Certamente – concordei, cruzando os braços. – Lindo casal, e tudo mais.

– Fred! – riu Lucy. – Seja mais sensível. O amor ainda é o amor! – ela parou, cruzou os braços e encarou James. – Você é tão cachorro que nem mesmo a própria garota consegue reconquistar.

James ergueu as mãos, como se estivesse se rendendo. O que não fazia sentido, porque aquilo não era uma guerra. Ao menos não física.

Ainda, se é que me entendem.

– Não me xingue – disse ele. – É sério. Eu estou desesperado.

– Hum. Espera o ponto do desespero, e só aí vem falar conosco. Lindo.

Surpreso? Ah, pelo amor de Deus. Eu sou Friederich Weasley II. Meu nome é em homenagem a Friederich Weasley. George Weasley é meu pai. Você não achou que eu só abraçaria James, diria que tudo bem e pronto, achou?

É, talvez fosse uma guerra. Verbal.

James corou.

– Não foi o que eu quis dizer.

– Aham – sei...

– Como eu estava dizendo – Lucy interrompeu uma futura troca de xingamentos, que seria iniciada de minha parte –, acho que devemos dar um crédito a ele, Fred.

– O quê?!

– Ao menos no quesito de reconquistar Angie – continuou –, afinal... Bem, eles deram mais sorte que a gente.

– Não sei que tipo de sorte é encontrar o amor nesse cara, mas o.k, se você diz assim.

James riu.

– Hora de me xingar, agora?

Não, é hora de espancar a sua cara até que o sangue do seu nariz possa colorir todos os meus lençóis.

– Pelo amor de Deus, Fred – disse Lucy, colocando uma mão em meu peito (engraçado. Só quando ela se aproximou que reparei que sou vinte centímetros mais alto que ela – ah, é. Eu tenho 1,95). – Deixemos as agressões físicas para depois, tudo bem?

Deixar para depois me soava bem; significava que, mesmo que mais tarde, eu ainda poderia espancar a cara de James.

– Bom, James, nós até poderíamos ajudar você – continuou Lucy –, contanto que você nos diga como. Sério, eu fiquei muito curiosa com esse detalhe mínimo que você esqueceu.

James umedeceu os lábios.

– Ahn... Eu ainda não pensei em como – típico. – Ao menos, não totalmente.

– Qual o plano? – me senti idêntico a quando eu tinha uns oito anos e vivia perguntando isso para ele na casa da árvore, no topo da figueira plantada em frente a minha casa.

– Eu estava pensando em cantar uma serenata na frente de Hogwarts inteira, dizendo o quão eu a amo e o quão ela é especial...

– Já saquei. Onde entramos nisso?

– Angie não ia simplesmente aparecer nos jardins para dar um cenário mais romântico, se é que me entende...

Meu Deus. Meu amigo foi abduzido por alienígenas, ou passou por uma lavagem cerebral.

– Eu queria me desculpar com vocês também... Sei que errei muito. Mas... Vocês podem me perdoar?

Coloquei as mãos no meu bolso e forcei um sorriso.

– SAI DAQUI E NUNCA MAIS OLHE NA MINHA CARA! – e nem venham. Eu nem fui exagerado.

– Fred! – exclamou Lucy. – Você quer mesmo chamar Hogwarts inteira para ver o que está acontecendo aqui?

Revirei os olhos. Ainda estava com as mãos nos bolsos.

Lucy franziu os lábios na lateral da boca. Um belo olhar de desprezo, devo ressaltar. Mas então... Então ela me traiu.

A vaca deu um sorriso.

– Tudo bem, eu te perdôo, mas não faça mais isso!

Aquele momento em que você sente que você não foi só traído. Você foi traído, usado e largado só no mundo.

O pior é que ela completou a frase.

– Você magoou muita gente, é bom que fique bem claro na sua cabeça!

Maravilhoso, Lucilly. Isso. Mostre seu grande grau de lealdade.

Só reparei que pensei alto quando ela olhou para mim.

– Fred! Vamos parar com isso. Sério. Vocês dois eram melhores amigos...

– Éramos. Passado.

Lucy me olhou como se fosse me dar um soco.

– Fred... Sério. Isso é muito bobo. Você está parecendo uma criança...

Aí é que eu me irritei mesmo.

– Criança? Lucy, ela... Ela foi a única pessoa que eu amei. Se aquele que dizia ser seu melhor amigo fizesse isso com você, você perdoaria fácil?

Percebi que James olhava para o chão. Já minha prima parecia não ter argumentos para rebater o meu.

– Pensei que você diria isso – murmurei.

Ela mordeu o lábio com tanta força que eu pensei que fosse sangrar. Ficaram brancos e tudo.

– Você disse que queria se vingar da Lysander – continuei. – Quero detalhes.

– Eu também não planejei muito isso – ele bagunçou os cabelos, e eu tive vontade de arrancar fio por fio. – Só... Penso em uma humilhação. Uma humilhação grande, maior do que todas as que nós já preparamos.

– Maior que a do Creevey? Acha que é possível? – perguntou Lucy.

– Ah, eu acho – James sorriu marotamente. – Mas não sem você, Fred.

– Ah, que lindo. Eu sou muito útil para uma vingança, não?

Eu gostaria de ressaltar duas coisas. A primeira é que Lucy estava estralando os dedos, já fechados em punho. A segunda é que eu não tirei as mãos dos meus bolsos (eu amo isso).

– Cara, eu vou te dar um soco – não se eu te der um primeiro, meu caro James. – Eu estou tentando dizer que me importo com a sua amizade sem parecer um completo gay. Será que você poderia fazer o imenso favor de me ajudar?

Não pude evitar sorrir de canto.

– Não. E você já estava parecendo um imenso gay, James.

– Droga.

Eu comecei a rir.

– Ah, vai catar coquinho, Fred!

Eu ri mais ainda. James fica muito engraçado quando diz isso.

– O.k, o.k – falei, parando de rir. – Eu sugiro um truque antigo – só deu ter erguido as sobrancelhas, James já adivinhou qual era.

– Não, esse não, cara...

– Esse sim. Os gritos da Lysander podem ser ouvidos lá da China! E seria a maior humilhação que você poderia fazê-la passar.

– Então está feito. Será isso o que eu farei.

– Será que vocês podem me explicar? Desculpem, é que eu não falo garotês – disse Lucy, com a voz carregada de sarcasmo.

– Um truque velho, Lucy – disse James. – Tachinha.

Lucy começou a rir.

– E além dela gritar, ela ainda vai ficar com uma mancha de sangue na bunda e andar mancando. Humilhada, machucada e menstruada!

Você ainda não deve ter dúvidas que a Lucy é um... Ahn... Bem, santa ela não é.

Quando ela parou de rir, James e eu trocamos um olhar. Lembra que eu estava com as mãos nos bolsos? Pois é. Isso acabou vindo a calhar, sabe por quê? Tive tempo suficiente para cerrar o punho direito e concentrar bastante força nele sem que ninguém visse. Dei um dos socos ao estilo batedor da Grifinória mais fortes no braço dele. Lhe garanti uma bela e duradoura dor muscular.

– Ai! Droga, Fred! Quer arrancar o meu braço?!

– Pode ser – falei.

Eu continuei encarando. Parecia um daqueles nossos joguinhos em que tínhamos que ficar encarando um ao outro e ganhava quem demorasse mais a rir. E eu perdi, porque depois de uns dez minutos naquilo, eu não aguentei.

– Seu demente – quase joguei as palavras no meio das risadas.

– Demente de mente – acrescentou Lucy, e só aí James e ela me acompanharam nas risadas.

Demente de mente. Um trocadilho inventado pela versão CDF da Lucy quando tínhamos catorze anos.

O que aquilo significava? É, acho que sem consciência de meus atos...

– Você perdoou James Potter – anunciou James, como se perdoá-lo fosse a coisa mais inteligente que alguém podia fazer durante a vida.

– Não, não valeu – protestei. – Eu não estava ciente de meus atos.

– Você não estava bêbado, então valeu sim – Lucy logo partiu em defesa de James.

– Acontece, Lucy, que eu estava bêbado sim. De rir. Então não valeu.

Lucy deu duas palmadinhas em meu ombro.

– Sinto muito, Fred. Mas o que foi feito está feito. Agora, aperto de mãos! Espero que vocês não estejam querendo que eu faça os dois se beijarem!

James e eu se distanciamos um do outro como se déssemos choque.

– Andem logo! – gritou ela.

Nós reviramos os olhos, mas acabamos apertando as mãos no fim.

– Perfeito! Agora, James, passe detalhes a Fred e a mim. Hora de executar o plano.

No próximo capítulo...

“ – Pronto para reconquistar a garota dos teus sonhos nem tão sonhados assim?”

“ – Pronto.”

“ – Para reconquistá-la ou para desmaiar?”

“ – Desmaiar.”


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