Os Problemas De Amar escrita por Julia Castro


Capítulo 54
Clove odeia trabalho em dupla


Notas iniciais do capítulo

Heyyy!
Felizzz Anooo Novoooo



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Narração:Clove

Terça,de manhã

Enquanto mamãe preparava o café minha mente explodia em pensamentos e aflições.Eu estava com medo de tudo que estava acontecendo.Isso com certeza não era normal.Sempre amei Cato e agora que ele me ama deixei de amá-lo.Glimmer acha que eu só gostava de ser humilhada por ele...isso estão doentio.Quando o beijei na festa de Annie eu havia gostado,mas apenas naquele momento.Depois lembrando do acontecimento eu não sentia nada.

–Clove?-Chamou minha mãe acordando-me de meus devaneios.

–Ah?Desculpe,o que foi?-Perguntei ajeitando uma mecha que caia sobre meus olhos.

Ela deu uma risada.

–O que você anda pensando?-Perguntou mamãe servindo panquecas queimadas em nossos pratos.

Eu precisava contar à ela,mas estava sem coragem.Sentia-me constrangida em falar de meus sentimentos com minha mãe.Eu sempre conversava com papai sobre essas coisas.

–Nada.-Digo arrependendo-me.

Merda!Eu queria ter contado,era a hora certa.Mas não consigo é como se eu travasse.

–Acho que já vou indo.-Digo levantando-me da cadeira.

–Está tudo bem mesmo,Clove?-Perguntou mamãe.

–Claro,por que não estaria?-Perguntei suando.

–Humm...-Ela não parecia convencida.-Por que você não come uma panqueca?

Sentei-me novamente na cadeira.Olhei para a panquecas que estavam inteiramente queimadas,não havia um pedaço que parecesse bom.Torci o nariz olhando para aquilo.Senti repulsa ao engolir aquela panqueca,mas precisava fazer isso,por ela.Eu e minha mãe nos estávamos dando tão bem que eu não queria estragar aquilo,nem por uma panqueca nojenta.

–Melhor eu ir.-Digo lhe dando um beijo em sua bochecha.-Até depois.

–Eu te amo.-Disse ela.

–Eu te amo.-Digo abrindo a porta e saindo.

***

Guardei alguns livros em meu armário,logo o tranquei e segui para a sala.Glimmer estava conversando com Finch e Johanna estava com Finnick.Os dois agora estão mais juntos,graças a festa da Annie,fico feliz por ela.

–Dá pra sair de frente da porta?Tem gente tentando entrar.-Disse Annie atrás de mim.

Revirei os olhos e virei-me para ela.

–Sua festa foi demais.-Digo lembrando de ver Glimmer soqueando a cara dela.-Sabe,eu acho que você fica melhor de olho roxo.

–Vai se fuder,vadia.-Disse Annie cheia de ódio.

Abri um largo sorriso.

–Soube que você ficou bêbada na festa.-Disse ela sorrindo de leve.-Não é mesmo,Cato?

Senti Cato se aproximando lentamente.Ele estava sério e pôs-se ao lado de Annie.

–É.-Disse ele parecendo forçar um sorriso.-Ficou tão bêbada que caiu no chão.

Annie deu uma gargalhada.

Olhei para ele com puro nojo.Cato disse que me amava,mas agora estava me humilhando na frente dela.Que tipo de amor é esse?Com certeza não era verdadeiro.

–Não achei que você fosse tão babaca.-Digo olhando para Cato.

Segui para meu lugar,jogando minha mochila no chão.Sim,as vezes eu desconto minha raiva nos objetos.Johanna,que estava conversando com Finnick rapidamente me olhou.

–Tudo bem?-Perguntou ela.

–Depois eu te falo.-Digo seguindo meus olhos até Finnick,para ela entender que eu não queria falar sobre aquilo na frente dele.

O sinal bateu e o professor Cinna logo entrou.Nos deu um ''bom dia'' rápido e escreveu no quadro:Trabalho em duplas.Fiquei bem feliz com a possibilidade de fazer com uma das meninas até ele dizer que ele escolheria as duplas.

–Ah não!Qual é?!-Perguntou Johanna irritadíssima.

–Senhorita Mason,respeite-me.Eu sou professor,portanto eu decido.-Disse ele furioso.

Johanna abaixou a cabeça e eu ouvi Annie dar uma risadinha baixa.Senti meu rosto esquentar.

–Vou dizer as duplas.-Disse Cinna limpando a garganta.

Ele começou a falar os nomes,mas não consegui prestar a atenção,pois estava pensando na risadinha de Annie e no quê Cato me falara.Estava cheia de raiva dos dois,mas principalmente de Cato.Aqueles dois tinham que queimar no inferno de tão ruim que eram,sim eu estou cheia de raiva!

Percebi que todos estavam caminhando até seus parceiros e eu era a única ainda sentando.Não fazia ideia de quem era meu parceiro ou minha parceira.Segui até a mesa de Cinna.

–Professor,eu não ouvi quem é meu parceiro,será que o senhor poderia me repetir?-Perguntei.

Ele pegou uma folhinha e procurou meu nome.

–Cato Ludwig,senhorita Fuhrman.-Disse ele.

Meu coração começou a bater muito rápido e eu senti meu rosto queimar.Por que isso?Eu tenho trinta e dois colegas,por que justo Cato?Isso não é justo!Nem um pouco...

Nem tentei pedir para Cinna me trocar,pois ele não faria,além de que eu não gostaria de ele me xingar como fez com Johanna.

Caminhei até minha cadeira,sentando-me.Se Cato quisesse fazer o trabalho ele que teria que vir,eu não iria.

Mas ele veio.Levou uma cadeira,colocando-a ao meu lado.Soube que era ele por seu cabelo louro arrepiado.

–Quero que vocês escrevam três coisas sobre seus parceiros.Três características sobre ele ou ela.-Disse Cinna.-E devem explicar porque escreveram cada característica.

Peguei uma folha de dentro de meu caderno.Já sabia exatamente o que iria escrever.Cato fez o mesmo com sua folha.

Quando terminei de escrever tive que olhar para ele.Cato fazia o mesmo.Nos encaramos por alguns segundos,mas logo mudei minha visão para uma lata de lixo no canto da sala.Finge estar interessada nela para não ter que olhar Cato."Que patético!'',pensei.

–Você quer falar primeiro?-Perguntou Cato.

–Sim.-Digo pegando minha folha.-''Idiota,retardado e falso''.

Cato deu uma risadinha.

–Não entendi a graça.-Digo cruzando os braços.

–Agora você tem que explicar porque eu sou idiota,retardado e falso.-Disse ele olhando para mim.

–Acho que você deveria saber.-Digo.

–Gostaria de ouvir seus argumentos.-Disse ele.

Revirei os olhos.Ainda estava morrendo de raiva dele.

–É idiota por ter ficado do lado da Annie,é retardo por ter mentido que eu estava bêbada e é falso por ter mentido que me ama.-Disse pausadamente.

Ele abriu um sorriso de canto de lábio.

–Então você se importa.-Disse ele.

–Eu não me importo.-Digo.

–Por que você se preocupa em eu ter ficado do lado da Annie?

–Porque você mentiu!Em um momento você diz que está apaixonado por mim e não consegue nem dormir a noite,e agora você me humilha.Que tipo de amor é esse?

–Olha,Clove,eu não quero que ninguém saiba que eu gosto de você.-Sussurrou ele.

–Por que?Tem vergonha de gostar de uma uma garota nada popular?

–É claro que não!

–Prove.

–Como?

–Sobe na mesa e diz pra todo mundo que está apaixonado por mim.

–Vai mudar alguma coisa?

–Quem sabe?

Ele respirou fundo e pareceu estar pensando.Acho que aquilo levou apenas alguns segundos,mas para mim foi séculos.

–Eu...eu não posso fazer isso.

–Eu sabia!Sabia que você não gostava de mim de verdade,sabia que você era um falso.

–Não,Clove.Por favor,eu te amo,muito.

–Prove!Não adianta você ficar dizendo isso sem provar.

Ele abaixou a cabeça e ficou lendo sua folha.Enquanto eu explodia de ódio.Cato era mais imbecil do que eu pensava,muito mais...

–Eu posso ler a minha lista?-Perguntou ele.

–Faz o que você quiser,eu não to nem ai.-Digo ainda com os braços cruzados.

Ele pegou a lista.

–Linda,inteligente,baixinha,carente,delicada,quieta,ótima jogadora de vôlei,ótimo saque,amigável,irritada,verdadeira,pensativa,tem o nariz mais lindo do mundo,engraçada,sorridente,incrível,bondosa,amorosa,alegre,persistente,otimista,cheirosa,esperta e mais um bilhão de coisas que não irão couber nesse papel.-Disse Cato.

O sinal bateu na mesma hora,enquanto eu estava sem fala.Não sabia o que dizer.Eu só queria sair dali correndo e me esconder em algum lugar.Por que ele tinha que mexer comigo daquele jeito?Não sabia direito o que estava sentindo,mas parecia felicidade.Por que eu estava feliz?Eu não deveria estar feliz...eu deveria estar com raiva.

Todos começaram a sair da sala para pegar seus livros nos armários e eu continuava ali parada.

–Então,você não vai dizer nada?-Perguntou ele ficando um pouco vermelho.

–Eram só três coisas.

***

Narração:Cara de Raposa

Fim da aula

–Por que temos que nos esconder atrás dessas folhas?-Perguntei sentindo um pouco de coceira.Sou alérgica a várias coisas,espero que isso não seja uma delas.

–Se não a sua mãe e a minha vão nos ver.-Disse Marvel.

–É,mas isso da coceira.-Digo coçando meu braço direito.

Ele deu uma risada.

–Raposinha,olha elas estão ali.-Disse ele apontando por trás das arvores nossas mães.

Fui ao lado dele para enxergar.As duas estavam quase uma ao lado da outra,mas não estavam se falando.

–Perai,eu já volto,vou ali dar uma ajudinha.-Disse ele.

–Onde?Marvel,espera.-Digo.

–Não sai dai.-Disse ele saindo de nosso suposto esconderijo.

Continuei as espionando por entre os arbustos.Vi Marvel indo ao lado da mãe.Consegui ouvir sua voz,pois estava bem perto.

–Oi mãe,e ai?-Perguntou ele.

–Eu to bem e você filhão?-Perguntou ela acariciando os cabelos de Marvel.

A senhora Quaid não era muito parecida com o Marvel.Ela era bem menos alta que ela,não digo baixa,mas não alta.Tinha os cabelos pintado de louros e cortados na altura dos ombros.Usava um óculos escuros,não me deixando olhar seus olhos.

–O que estamos esperando?Entra logo no carro,criatura!-Mandou ela.

Marvel olhou para minha mãe rapidamente,fingindo surpresa ao vê-la.

–Olá senhora Emerson.-Disse ele cumprimentando mamãe.

–Oi,Marvel.

–Mãe,essa é a senhora Emerson.É a mãe daquela minha colega que eu fui na casa dela pra estudar.-Disse Marvel.

–Oi,muito prazer sou Sarah Emerson.-Disse mamãe apertando a mão da senhora Quaid.

–E ai?Sou a Ellen.Prazer,mãe dessa criatura aqui.-Disse ela apontando para Marvel.

Minha mãe deu uma risadinha.

–Marvel,você viu a Finch?-Perguntou mamãe.

–Não,mas eu posso procurar ela se a senhora quiser.-Disse Marvel.

–É,por favor.-Pediu minha mãe.

Marvel caminhou fingiu estar entrando em nossa escola,mas correu para os arbustos ao meu lado.

–Como foi?-Perguntei.

–As duas estão conversando.-Afirmou ele.-Vou fingir que eu não estou te achando,ai a gente espera aqui alguns minutos,certo?

Meu rosto esquentou.Eu não havia me dado conta,mas estou escondida atrás de um arbusto(sozinha)com o Marvel.E ainda vou ter que ficar alguns longos minutos perto dele.Oh Meu Deus!Rápido,preciso pensar em algo inteligente para dizer.

–Ah...sua mãe parece ser legal.-Digo.

–Ela é.Só é meio maluca as vezes.-Disse ele.

–Achei que você fosse embora a pé,sozinho.-Digo.

–Eu vou.É só que eu liguei para ela vir me buscar hoje.Ela vive pedindo pra me buscar,eu que nunca aceito.-Disse ele rindo.

–Por que?-Perguntei.

–Bem,é que ela não se preocupava comigo quando eu era menor,então eu não acho justo ela se preocupar comigo agora que eu cresci,simples.-Disse ele.

–Eu queria que a minha mãe se preocupasse menos comigo.-Digo.

–Não fala isso.-Disse ele.-Sua mãe é bem legal,aposto que você não ia querer ter uma mãe que não está nem ai pra você.

Um silêncio se formou entre nós.Por que eu tinha que perguntar aquilo?Eu não queria invadir a privacidade dele nem nada,eu só queria ocupar nosso tempo.

–Como é o seu pai?-Perguntou Marvel.

–Normal.Ele é um pouco baixo,tem um pouco cabelo e um pouco acima do peso.-Digo percebendo quantas vezes eu falei a palavra pouco.Que vergonha!

–Eu queria conhecê-lo.-Disse ele.

–Por que?-Perguntei.

–Eu queria saber de tudo sobre você.Tudo sobre sua família,tudo sobre seus filmes favoritos,tudo sobre seus livros favoritos,tudo sobre seus momentos,tudo sobre sua personalidade,tudo sobre sua vida.-Disse ele.-Ia ser incrível.

–Detesto te desapontar,mas a minha vida não é tão interessante assim.-Digo.

–Não fala isso.A minha é que não é interessante.

–A sua vida deve ser incrível.

–Por que você acha isso?

–Porque você é incrível.-Falei sem pensar,me arrependendo no segundo seguinte.

Ai que vergonha!Como eu posso ser tão estúpida?Eu não deveria ter dito isso.Agora,ele vai descobrir que eu gosto dele.

Marvel deu uma risada.

–Eu não sou incrível,nem um pouco.Você é bem mais incrível que eu.

–Eu também não sou incrível.

–Essa é a maior bobagem que eu já ouvi.Você é incrivelmente incrível e não sabe disso.Deveria saber,deveria mesmo.Eu não tolero isso.-Disse ele.

Comecei a rir baixinho de felicidade e emoção.Como ele poderia ser tão perfeito em poucas palavras?Sim,eu estava completamente apaixonada por ele.

–Vish...não podemos demorar muito,se não a sua mãe vai ficar preocupada.Me passa seu celular?-Pediu ele.

Meu rosto esquentou.

–Eu não tenho...celular.-Digo.

–Ah...sério?Bem,me passa o número da sua casa.-Disse ele.

Será que eu deveria?Se a minha mãe soubesse que eu passei o número para ele ela me mataria.Com certeza me mataria.

–O.k.-Digo escrevendo em uma papel.

Eu sabia que não deveria fazer isso,mas estava.Eu estava completamente maluca por ele,nem conseguia mais pensar direito.

–Vem comigo agora.-Disse ele.

Nós caminhamos até nossas mães.

–Olá,que moça bonita.-Disse a senhora Quaid.-Ela é sua namorada,filho?

–Quase.-Disse Marvel.

Minha mãe olhou para ele e depois para mim.Eu estava virando um tomate a essa altura.

–É brincadeira,senhora Emerson.-Disse Marvel um pouco sem graça.

–Sim,eu sei.-Disse mamãe.-É muito cedo pra Finch namorar.

–Nós temos que ir,Sarah.Então,está tudo marcado,certo?-Perguntou a Sra Quaid quebrando o gelo rapidamente.

–Sim,Ellie,tudo marcado.-Disse minha mãe seguindo para nossa carro.-Tchauzinho.

–Tchau!-Gritou a mãe de Marvel indo para o carro dela.

Sentei-me no banco da frente ao lado de minha mãe.Ela ligou o carro e seguiu para nossa casa.

–O que está tudo marcado?-Perguntei.

–Que história é essa do Marvel dizer que vocês estão quase namorando?-Perguntou ela.

–Isso é brincadeira.O Marvel é super brincalhão.-Digo ficando vermelha.

–Humm...bem,eu fui convidada pela mãe dele para ir na casa deles amanhã à tarde.Ela tem aquelas porcelanas chinesas lindas,sabe?E eu estou louca pra ver.A tempos que não vejo uma.Além de que a Ellen é uma pessoa maravilhosa,o pouco tempo que nós conversamos ela falou sobre coisas inteligentíssimas.Eu realmente estou muito feliz de ir a casa dela amanhã.-Disse mamãe.

Eu nunca havia visto ela falar tanto e estar parecendo tão feliz.

–Você quer ir junto?-Perguntou ela.

–Sim.-Disse tentando não parecer ansiosa.

–Certo.-Disse ela.

Por um momento eu achei que meu coração fosse saltar de meu peito.


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