Narração:Johanna

Domingo

Eu odeio domingo.Sempre odiei domingo.É o pior dia da semana pra mim,mas parece que ele piorou depois de comecei a gostar do Finnick.E o pior é que eu passei a gostar de ir a escola só para vê-lo e tem mais:passei a detestar os finais de semana.Ando morrendo de tédio e o meu(maldito)coração não para de doer...eu queria ligar para ele...,mas eu tenho medo de ele começar a falar novamente daquela vadia da Annie...não suporto pensar nos dois juntos...

-Jô venha comer!-Grita o meu pai no andar de baixo.

Desço as escadas e caminho até a cozinha.Meu pai esteve fazendo uma lasanha de queijo.Pego um prato e vou me servir.

-Deixa que eu te sirvo.-Disse ele.

-Pai,eu não sou mais criança.-Digo me servindo.

-Desculpe...eu só queria ser um pai legal.-Disse papai.

-Pra isso você tem que ser legal a semana inteira,não só aos domingos.-Digo.

Nós sentamos na mesa.Ficamos a um silêncio terrível.

-Olha filha...desde que sua mãe nos abandonou...-Disse meu pai até interrompê-lo.

-Pai,que droga!Isso faz anos!Eu tinha 7 e agora tenho 17,10 anos pai,10 anos!-Digo quase chorando.

-Filha,eu preciso trabalhar...-Disse ele.-Não escolha minha...

-Ah que seja!-Digo.

Me levanto da cadeira e subo as escadas em direção a meu quarto.

-Você não vai comer?-Pergunta meu pai.

-Perdi a fome.-Digo.

Entro em meu quarto e tranco a porta.Me deito sobre minha cama e desabo a chorar.

Isso sempre acontece ao lembrar de minha mãe.Ela nos abandonou quando tinha sete anos,por causa de um homem que ela conheceu no trabalho.Disse que não era feliz com a vida que tinha e simplesmente foi embora.Fui atrás dela,mas ela me mandou que ficasse com meu pai e nunca a procurasse.Aquilo me machucou muito e até hoje me machuca.Sinto muito falta dela...

Decido dormir um pouco para o fim de semana acabar mais rápido.

***

8:00

Me acordo com o quarto em plena escuridão.

Lembro-me do sonho que havia sonhado:estava andando na rua e encontro Finnick.Decido dizer que o amo e ele me abraça dizendo que senti o mesmo.Uma dor consome meu peito.Será que devo me confessar?Será que minha vida não mudaria após isso?E se realmente der certo?E se Finnick na verdade me ama secretamente?Uma chama de esperança consome meu corpo.

Abro a porta de meu quarto e desço as escadas correndo,estou em direção a porta da casa quando...

-Temos que conversar,filha.-Diz meu pai.

Me viro rapidamente.

-Eu não posso agora,pai...-Digo.

-Precisa ser agora...-Diz meu pai.

-Eu...eu...tenho que ir pai...-Digo abrindo a porta e correndo para longe.

A conversa de meu pai não mudaria nada...seria sempre assim e eu precisava ver Finnick,precisava sentir seu cheiro novamente...

Corri em direção a sua casa...O vento soprava em meu rosto.Meus pés corriam mais do que eu imaginava.

E finalmente em frente a sua casa.

''Só toque a campainha e seja feliz'',disse para mim mesma.

Toquei.Ele abriu.

-Jô?Você por aqui?-Pergunta Finnick sorrindo.

-Fin...eu preciso falar com você.-Digo.

A ansiedade sucumbia meu peito.

-Olha Jô,eu vou ter que sair,amanhã você pode falar pra mim.-Disse Finnick.

-Mas é importante...-Digo.

-O lugar que eu vou também é importante.-Disse Finnick sorrindo maliciosamente.

-Onde você vai?-Pergunto.

-A Annie Cresta postou no facebook que vai estar na boate Dance,eu vou pra lá!Quem sabe a gente não se encontra e não rola algo?-Disse Finnick cheio de esperança.

A ansiedade já não consumia meu peito,apenas a dor.Tive que me segurar para não chorar na frente dele,tive que fingir um sorriso...e pode apostar,aquilo foi horrível.

-Até mais Jô.-Disse Finnick.

E com isso ele chamou um táxi,subiu e seguiu para a boste.

E eu fiquei ali...parada...triste...

Eu só queria ser alguma vez feliz em minha vida,só uma.

Voltei para casa.No caminho senti vontade de chorar,eu tentei segurar,mas não deu.Chorei o caminho inteiro e quando cheguei em casa me tranquei em meu quarto,novamente desabei.