A ruiva bocejou de novo e espreguiçou-se cansada. Como ela queria ir dormir, nem que fosse só 5 minutos… Mas não podia! Tinha de acabar aquele trabalho de Transfiguração.

Convenceu-se a si mesma que ela conseguia manter os olhos abertos por mais uns minutos e voltou a sua atenção para o seu livro de Transfiguração, lendo-o e escrevendo apontamentos no seu pergaminho.

- Rose? – ela ouviu uma voz doce e angelical chamá-la.

- Estou aqui – ela disse com uma voz fraca.

Lily desceu as escadas, encontrando a prima no salão comunal rodeada de livros e com um ar exausto.

- Não vens dormir? – perguntou Lily.

- Sim, já vou. Só mais 10 minutos, Lily, juro que já estou a acabar o trabalho.

- Mas Rose, esse trabalho é só para entregar para a semana… - declarou a garota.

- Eu sei, mas quero acabá-lo já, não posso deixar acumular trabalho… - disse a ruiva voltando a sua atenção para o livro.

- Ah qual é, Rose, as aulas começaram à 1 semana e já estás preocupada com isso? Vem dormir, acabas isso amanha. Já viste que horas são? É quase meia-noite. – afirmou Lily bocejando.

- Eu já vou – Rose voltou a escrever mais uns apontamentos no pergaminho.

Lily, derrotada, voltou para o seu dormitório e adormeceu rapidamente.

(…)

Os primeiros raios de sol começaram a entrar pelo salão comunal da Gryffindor, Rose abriu os seus olhos lentamente, apercebendo-se que tinha adormecido deitada numa poltrona.

- Não acredito que adormeci aqui! E ainda por cima, nem consegui acabar o trabalho – exclamou chateada consigo mesma.

A ruiva arrumou os seus livros dentro da mochila e subiu para o seu dormitório onde tomou um banho rápido, mas relaxante.

Quando saiu do banho, as suas colegas de quarto ainda estavam a dormir profundamente, então, sem fazer barulho, ela vestiu-se.

Foi até junto do espelho, tentando pentear os seus cabelos rebeldes, o que se tornou uma missão impossível. Chateada por não conseguir dominar os seus cabelos, acabou por amarrá-los.

Minutos depois desceu para o salão principal, para tomar o café da manhã.

Ao chegar ao salão constatou que tinha acordado bastante cedo e que a maior parte dos seus colegas ainda estavam a dormir, pois o salão encontrava-se praticamente vazio.

Sentou-se na mesa dos Gryffindor e começou a comer uma torrada e a beber o seu suco de abóbora.

Nesse momento, Scorpius Malfoy, John Zabini e Evanna Bulstrode entraram no salão, Evanna rapidamente reparou na presença de Rose Weasley e abriu um sorriso falso.

- Que tal, irmos dar as boas vindas à sabe-tudo Weasley? – perguntou a loira.

- Acho uma excelente ideia – concordou Scorpius.

Scorpius Malfoy e o seu bando adoravam gozar com Rose. Porque razão faziam isso? Talvez para se sentirem superiores, pois eles eram de uma família de sangue-puro. Ou então, simplesmente, porque as suas famílias eram rivais.

- Bom-dia sabe-tudo irritante, tudo bem? – perguntou Evanna abrindo um sorriso maldoso.

- O que vocês querem? – questionou Rose, sabendo que eles iam estragar-lhe o dia.

- Nada, nada, só viemos conversar, somos amigos né? – perguntou John.

- Amigos? – perguntou Rose e depois começou a rir, mas o seu riso acabou por sair mal, ela estava nervosa, temendo o que eles iam-lhe fazer desta vez.

- Que menina mal educada – comentou Scorpius – Mas até te compreendo, vindo da filha de uma sangue-ruim, não se podia esperar lá grande coisa…

- NÃO FALES ASSIM DA MINHA MÃE! – gritou-lhe Rose, apontando-lhe a varinha. – Retira já o que disseste!!

- E se eu não retirar? Vais fazer o quê? – perguntou sorrindo falso.

Sem Rose dar por isso, Evanna sussurrou Wingardium Leviosa e um copo de suco de abóbora começou a levitar, acabando por despejar todo o seu conteúdo em cima da cabeça da ruiva.

Todo o salão principal, ao presenciar o que aconteceu, riu ás gargalhadas.

Rose, ao sentir-se humilhada e envergonhada, saiu a correr com lágrimas nos olhos enquanto o eco dos risos a perseguia por onde ela passava.

Subiu até ao salão comunal da sua casa, ignorando a mulher gorda, quando esta lhe perguntou o que se passava. Já no seu dormitório, deixou as lágrimas caírem como uma cascata de água.

Ela odiava-os tanto! Já não tinha forças suficientes para mostrar o quanto os desprezava.

Era sempre assim… desde o seu 4ºano. Ela era humilhada e depois fugia para o quarto, que era o seu refúgio, onde ela podia chorar, sem ninguém a ouvir.

Ela tentava mudar as coisas, fugir deles, evitar Scorpius e os seus amigos. Mas eles sempre a encontravam.

Ela já nem ligava para os nomes que eles lhe chamavam “pobre Weasley” “nojenta” “sabe-tudo irritante” “rata da biblioteca”. Mas o que ela não permitia, era que ofendessem a sua família, muito menos a sua mãe, que era uma grande bruxa, que embora viesse de uma família de muggles, era uma das bruxas mais inteligentes da sua geração.

E Rose tinha herdado a inteligência da sua mãe e nada lhe dava mais orgulho que isso.

Deixou-se ficar mais uns minutos ali a chorar e a pensar, depois foi até ao banheiro onde lavou o seu cabelo.

Depois do seu cabelo já estar livre de quaisquer vestígios de suco de abóbora, ela desceu para o salão comunal porque já estava atrasada.

(…)

Depois de gozarem com a Weasley, Scorpius, John e Evanna foram-se sentar na mesa dos Slytherin.

- Ai, adoro gozar com aquela sabe-tudo, ela é tão tonta. – riu Evanna enquanto bebia o seu suco de abóbora.

- Tu és mesmo malvada, Eva. Não precisavas de deitar-lhe o suco de abóbora em cima – afirmou Scorpius enquanto lia o profeta diário.

- Era sim! Quem a Weasley pensa que é para ameaçar o meu namorado? – disse indignada.

- Mas foi uma boa ideia, não posso negar. – ele piscou-lhe o olho.

- Claro que foi, a ideia foi minha – disse a garota atirando os seus cabelos loiros e sedosos para trás.

- Convencida – afirmou o loiro, dando-lhe um selinho rápido.

(…)

Nessa tarde, os alunos da Gryffindor e da Slytherin encontravam-se na aula de poções.

- Alguém sabe para que serve a poção do morto vivo? – perguntou o professor.

Rose Weasley rapidamente esticou o seu braço no ar, tentando chamar a atenção do professor.

- Sim, menina Weasley?

- Essa é uma poção muito poderosa, que faz a pessoa adormecer por muitas horas. Ela tem o nome de poção "do Morto Vivo" pois a pessoa que tomá-la, fica tão sonolenta que parece mesmo um morto vivo e não consegue fazer nada, o máximo que essa pessoa pode realizar é falar durante o sono e pensar que tudo que se passa no sonho seja realidade.

- Muito bem, senhorita Weasley, 5 pontos para a Gryffindor. – afirmou o professor enquanto passeava pela sala. – Agora gostaria que vocês identificassem algumas poções que eu tenho aqui, algum voluntário?

Rose, nem pensou duas vezes, esticou o braço rapidamente. Mas, Scorpius, que também era bom em poções e que adorava um bom desafio, também esticou o braço.

- Oh, dois voluntários. Bem, pode ser o senhor Malfoy. Sim, aproxime-se! – incentivou-o e Scorpius aproximou-se de uma mesa onde haviam 3 caldeirões. – O senhor Malfoy, pode dizer-me que poção é esta? – perguntou apontando para um caldeirão onde se encontrava uma poção azul bem escura.

- É uma poção do amor – aproximou-se cheirando – Não tenho bem a certeza qual é… - afirmou desanimado, por não saber.

Rose Weasley esticou o seu braço bem alto, tentando mostrar que sabia a resposta.

- Não quer pensar um pouco, senhor Malfoy? – perguntou o professor.

- Hum… eu não sei bem, mas acho que é…

- É amortentia! – afirmou Rose, mas depois percebeu que não devia ter dito a resposta.

- Eu sabia – disse Scorpius Malfoy chateado – Não sei qual é a tua, parece que gostas de ser uma sabe-tudo irritante.

- Eu só queria ajudar… - disse Rose baixando o rosto.

- Não, tu querias é mostrar que sabes mais que os outros, mas deixa-te dizer… Não sabes! – Scorpius cuspiu as palavras, irritado. Ele odiava não saber as coisas, ele queria ser o melhor e Rose parecia estar sempre no seu caminho.

Rose estava-se a sentir extremamente mal, já não bastava o que tinha acontecido de manhã, ela ainda tinha de dizer a resposta deixando o Scorpius ainda mais irritado com ela…

- Por favor, tenham calma. Venha, senhor Malfoy, vamos continuar. – apontou para outro caldeirão – Sabe que poção é esta?

(…)

- Rata da biblioteca insuportável – resmungou Scorpius quando chegou ao salão comunal da Slytherin.

- Não lhe ligues, Scor, ela so acha que é mais inteligente que todos, mas não é – Evanna acariciou o rosto dele e deu-lhe um selinho.

- Só tu para me fazeres esquecer daquela irritante – sorriu Scorpius enquanto beijava o pescoço dela.

- Sabes, as minhas colegas de quarto ainda não chegaram, se quiseres podemos ir até ao meu dormitório…

- Não dá, Eva, tenho de fazer o trabalho de Herbologia.

- Que pena – ela lamentou – Fica para outro dia… - a loira subiu as escadas para o seu dormitório.

Scorpius virou costas e ia também para o seu quando ouviu uma voz.

- É sério, Scorpius, não sei porque ainda namoras com esta garota… - comentou uma garota de cabelos loiros com algumas mechas azuis.

- Estavas ai Megan? Nem te tinha visto…

- Não mudes de assunto, maninho.

- Megan, eu já te disse e repito pela milésima vez: Eu gosto da Evanna.

- Estás a querer enganar quem? – a loira levantou-se e aproximou-se dele – Eu sou a tua irmã mais velha, eu conheço-te e eu sei que não gostas dela.

- Olha, eu não vou discutir isto contigo de novo, vou para o meu quarto – ele informou e subiu as escadas.

A loira suspirou e voltou a sentar-se numa poltrona enquanto lia um livro.