Durante dias, os três viajaram nas montanhas. Apesar de chover, continuaram, já que a chuva escondia seus rastros. Brom ensinava tudo que aprendia para os dois, embora Roran não conseguisse dominar nada de magia. E Eragon desconfiava que quando dormiam, Saphira e Brom ficavam conversando. Sua descrição não era das melhores, mas já conseguia usar tudo ao seu redor como camuflagem, até uma nuvem, ou sombra. Cada noite, novas histórias sobre os Cavaleiros de dragão, assim como uma corrida contra o tempo para o último Cavaleiro. E a cada dia Brom sentia a melhora do Cavaleiro, que havia se adaptado ao peso de Zar'roc. Já haviam partido á duas semanas quando avistaram a pequena falha na cadeia de montanhas, de onde descia o Rio Toark, e onde ao oeste podiam ver o Lago Woadark. E mais além, o pior pesadelo de Eragon. Uru'baen.

-Chame o seu dragão, vamos parar um pouco. Reabastecer, e eu preciso decidir algumas coisas. - disse Brom.

Saphira pousou no rio logo depois. Eragon entrou na água ao lado de seu dragão, enquanto seu primo apreciava o pouco de descanso que tinham em vários dias. Brom logo lhes mostrou o dilema que tinham: Urgals. Servos de Galbatorix que constantemente atacavam os Varden. Havia sido um milagre de ainda não os terem encontrado, mas sabia que eles viviam perto de Belatona e se escondiam nas montanhas. Poderiam descer o Rio Toark e seguir para Dras-Leona. Seguiriam depois, pelo Rio Jiet até chegarem em Surda. Para Roran, o mais seguro seria ficar o mais afastado de Galbatorix possível, mas se existiam seus servos no lugar onde pretendiam ir, seria uma tolice. Até Saphira concordou com ele. Por isso, passaram dois dias, até chegarem ao Lago Leona, e mais um para chegar até a cidade. Por precaução, Eragon ficou escondido com Saphira fora da cidade, depois de Helgrind, e Saphira ficou horrorizada ao saber como faziam o culto deste deus. Assim, quando amanheceu, Roran e Brom seguiram para a cidade.

(Pg. 231 - Eragon)

Nos enormes portões de Dras-Leona, guiavam seus cavalos no meio da multidão de pessoas. Dez soldados estavam posicionados em cada um dos lados dos portões, examinando o povo aleatoriamente.

As casas dentro das muralhas da cidade eram altas e finas para compensar a falta de espaço. As mais próximas da muralha ficavam encostada nela. A maioria das casas ficava em cima de ruas estreitas e sinuosas, encobrindo o céu, tornando difícil dizer se era noite ou dia. Quase todas as construções eram feitas com a mesma madeira marrom-escura, o que escurecia a cidade mais ainda. O ar cheirava mal como um esgoto, as ruas eram imundas.

Brom deu dinheiro para Roran, e pediu para o encontrar antes do anoitecer perto dos portões de saída, e comprar mantimentos. Brom aproveitou, e comprou bastante couro. Manteram descrição o tempo todo, e saíram pela noite.

-Aconteceu algo? - perguntou Brom.

-Nada. O que compraram?

-O suficiente para continuarmos. E algo diferente. Saphira está grande o suficiente para voar sozinha, e você está grande o suficiente para voar com ela.

-Isso é serio? – perguntou Eragon animado.

-Sim. Amanhã nós faremos a sela, mas não creio que seja justo ter o primeiro voo agora, é perigoso demais. Será melhor quando estivermos em Surda ou nas Montanhas Beor. – respondeu Brom.

Ouviu isso? Logo estaremos subindo aos céus. falou Saphira com entusiasmo.

Eu sei. Parece-me que isso será bom, sair um pouco desta prisão. Só que se estivermos no ar, não seria mais fácil sermos apanhados?

Duvido. Somos os donos do céu, e com a minha agilidade nada iria te acontecer pequenino. Mesmo assim a preocupação não pode ser ignorada. Venha dormir.

Boa noite.

Eragon se aconchegou perto de seu dragão, e Roran se arrumou para dormir.