Os garotos encararam o bicho á frente deles.

(Pg. 37- 39)

O dragão não era maior que seu antebraço, porém era magnífico e nobre. As escamas dele eram de um azul-safira forte, da mesma cor que a pedra. E ele percebeu que não era uma pedra, e um ovo.

O dragão bateu as asas. Eram elas que fizeram-no parecer tão distorcido. As asas eram muito mais compridas do que o corpo e guarnecidas de dedos finos, com ossos que se esticavam da borda dianteira da asa, formando uma linha de garras bem separadas. A cabeça do dragão, era mais ou menos triangular. Duas pequenas presas brancas diminutas, curvadas para baixo, despontavam da sua mandíbula superior.

[...]

Exatamente quando ele percebeu que o dragão havia adormecido, um zumbido baixo saiu de garganta do animal, que vibrava. Gentilmente, levou o bicho para a cama e colocou-o perto do seu travesseiro.

-Tudo bem? - perguntou seu primo que observava de longe toda a cena.

-Acho que sim.

-E o que ouve com sua mão?

-A Marca dos Cavaleiros foi formada. Eu... - suspirou mal acreditando nas palavras. - Eu sou um Cavaleiro!

-Isso pode parecer esplendido, só que ouça-me: o Império vai querer te procurar. Galbatorix fará tudo para que você se una é ele. Isso trará consequências para ti primo.

E o que Roran falava era verdadeiro. O Império iria o procurar mais que tudo. Precisava de um meio de proteger-se e ao novo dragão. Seria complicado para ele.

-E agora? - ele se perguntou.

-Vamos decidir isso amanhã, e Garrow não pode saber disto. Cedo vamos levar esse dragão para fora, duvido que consiga ficar por aqui muito tempo sem chamar atenção ou destruir tudo.

-Está certo.

-Boia noite. - e seu primo se retirou.

Eragon ainda atordoado com o que sentia, se deitou ao lado do dragão pousando uma mão sobre o corpo pequeno e quentinho, adormecendo logo depois.

Quando o sol nasceu, Roran e Eragon saíram. Por algum motivo, Garrow não havia voltado, o que mentalmente agradeceram. O dragão os seguiu um pouco desajeitado, e os dois fizeram uma pequena cabana em um tronco caído para escondê-lo. Colocaram um pouco de comida, e se certificaram que ficaria ali por um tempo. Fizeram o trabalho do campo, com a cabeça cheia, e Roran conversou com Garrow quando este voltou, dando tempo para Eragon ir cuidar do dragão. Os dois sempre se protegiam, e Roran aos poucos foi conhecendo o dragão, e observando o seu crescimento. E os problemas começaram a aparecer, já que o dragão deixava vestígios de onde estava, coisa que os preocupava muito. Mesmo com os problemas, Eragon se via admirado com o dragão, o qual descobriu que o nome era Saphira, assim como a cor de suas escamas.

-Ela é mais importante do que pensa. - falou Roran enquanto os três estavam pescando em um rio, enquanto o dragão afugentava os peixes para suas redes.

-Isso eu percebi, é a última fêmea de dragão. - concluiu Eragon.

-Como vai conseguir mantê-la em segredo? Já viu o seu tamanho?

Saphira rosnou baixinho e Roran se desculpou.

-Acha... que devíamos ir para os elfos? - perguntou Eragon calmamente.

-Isso depende de seu dragão.

O que você acha?

Eu quero lutar contra o quebrador de ovos, quebro destroçar os traidores de nossa raça!

-Digamos que Saphira quer ter sua vingança... mas não vamos conseguir sozinhos. Eu preciso de treinamento, e onde vou consegui-lo? Deveria ir para os Varden?

-Acho que é arriscado demais. Teria de passar por várias cidades, e até chegar lá, onde quer que for, vão ter descoberto Saphira.

-Talvez o melhor seja ir para Du Weldenvarden. Só... eu tenho vergonha. - admitiu.

-Do que? Sua ignorância no treinamento? O que iriam esperar? Entenda, não pode se culpar por isso. E ficariam felizes em ter o último Cavaleiro com eles.

Ele tem razão. De qualquer modo, eu quero vingança e de qualquer modo eu a terei.

-Vou pensar...