A notícia corria por toda a Alagaësia, e o Império estava mais agitado que o normal. Desde a queda dos Cavaleiros, apenas 3 ovos restaram: um vermelho, que nasceu para o filho de Morzan, um verde, que residia nos Varden e nascera para uma Cavaleira élfica, e o último azul, e era o Cavaleiro deste último ovo que o Rei procurava. No ovo, continha a última fêmea dos dragões, já que os ovos verde e vermelho eram machos. Humanos de todos os cantos rumavam para Uru'baen, na chance de ser o tal Cavaleiro procurado. É claro que os Varden colocaram espiões lá dentro. Dentre eles, dois elfos disfarçados, Fäolin e Glenwing, para irem até o ovo, e roubá-lo novamente. Era arriscado, sendo que já possuíam um roubado, e se roubassem o último, Galbatorix iria despertar sua fúria, mas mesmo assim era preciso. Os dois conseguiram ir até o castelo, fingindo marcarem hora para visitar os aposentos, ou algo assim. Passaram por corredores escuros, com o vago pressentimento de onde estaria seu alvo. Em meio a diversos guardas, encontraram um supervisor, que mandava alguns humanos fazerem uma fila. Foram nela, passando o mais invisível possível. Guardado por quatro Kull - Urgals gigantes - estava um pedestal, e em uma almofada branca se encontrava o ovo azul aninhado. Fäolin foi o primeiro a ser liberado, e foi até o ovo com olhos mortais o seguindo. Se debruçou sobre o ovo, e por um instante temeu, já que era um elfo, que ele fosse o escolhido. Um Kull resmungou, e ele depositou sua mão lentamente no ovo. Era de um azul em tom de safira com alguns ramos brancos. O ovo nem se mexeu. Murmurrou algo, e Glenwing tirou duas espadas de algum lugar, e atravessou nos dois Kulls á sua frente. Fäolin matou os outros dois com magia. Logo se via do lado do outro elfo, e tocou o ovo, e começaram o encantamento. Segundos antes de uma mente poderosa esmagar a deles, o ovo desapareceu em uma coluna de fumaça azul. Uma flecha voou para o pescoço de Fäolin, e a mente matou Glenwing. Os que estavam na fila fugiram apavorados. O Rei surgiu das sombras, com Murtagh o seguindo de longe. Vazio... ele gritou de frustração, e saiu mandando que tudo e todos encontrassem aquele ovo, precisava saber.

(Pg. 8 - Eragon)

Eragon aproximou-se sorrateiramente, mantendo o arco em prontidão. Todo o trabalho que teve nos últimos três dias levou-o a este momento. Respirou fundo pela última vez, e.. uma explosão quebrou o silêncio da noite.

O rebanho disparou. Eragon pulou para a frente, saiu correndo pela grama enquanto o vento queimava seu rosto. Parou de repente e lançou uma flecha em direção ao animal que saltava. Errou por um triz, e a flecha se perdeu na escuridão. Praguejou e virou-se, preparando instintivamente outra flecha.

Atrás dele, onde os cervos haviam estado, ardia sem chamas um grande círculo de árvores e grama. Muitos dos pinheiros estavam desprovidos de seus galhos. A grama do lado de fora do círculo estava aplanada. Uma coluna de fumaça subia, enroscando-se pelo ar e propagando um cheiro de queimado. No centro onde aconteceu a explosão, repousava uma pedra azul polida. A névoa serpenteava pela área incendiada e envolvia a pedra.

[...]

O vale estava muito exposto para servir como abrigo seguro, então voltou para a floresta e estendeu sua manta de dormir embaixo das raízes de uma árvore caída. Depois de um jantar frio de pão e queijo, se enrolou nos cobertores e adormeceu, meditando sobre o que havia acontecido.

E Eragon mal sabia o que lhe reservava...