Haunted escrita por Brenda Paes


Capítulo 1
Lost


Notas iniciais do capítulo

Estou dedicando esse capítulo para a minha amiga, a senhorita Lia, que sempre acompanha o desenvolvimento das fics que escrevo, minhas ideias malucas e desabafos por causa da escola. Beijinhos Liazinha :*



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Julietta guardou todos os seus pertences, que não eram muita coisa, em uma pequena mala de cor azul marinha. Desceu vagarosamente pelos degraus de madeira que rangiam vorazes a cada mudança de peso sobre eles. Aquele lugar era definitivamente a escória do universo. As paredes mofadas tinham os papéis de parede verdes e floridos descascados, exalando um cheiro estranho de água sanitária que irritava o nariz de Julietta. Mas ela não ligava, contanto que estivesse segura e longe do alcance dos Armadores.

Capítulo 1

–Quanto tempo você acha que vai demorar Julietta? – a voz do outro lado da linha era aguda e seu dono parecia estar impaciente com a demorada da jovem.

–Não sei, se eu conseguir um voo para hoje a tarde talvez chegue por volta das quatro da madrugada de amanhã. – bufou enquanto esgueirava seu corpo para trás de uma senhora que vestia um imenso e pesado casaco de lã verde.

–Reze para que consiga, seu tio está enfurecido, e você sabe mais do que ninguém que isso não é nada bom.

–É, eu sei – cortou-o – Agora tchau – e então desligou o aparelho, enfiando-o com fúria para dentro do bolso.

Enquanto caminhava até a cafeteria do aeroporto internacional sentiu seus movimentos serem observados, mas não deu importância, era muito difícil não haver alguém observando-a, sua beleza era magnífica. Tinha um queixo pronunciado e forte que formava um conjunto perfeito junto aos ossos da face. Os olhos azuis estavam sempre bem contornados por um lápis de olho preto, muitas camadas de rímel negro e um risco forte de delineador. As maçãs do rosto eram saltadas e rosadas naturalmente, combinavam com a cor dos lábios cheios que chamavam a atenção pela forma perfeitamente desenhada que seu lábio inferior formava em uma curva sinuosa para frente. Não que ela gostasse de chamar atenção, para falar a verdade, Julietta detestava que as pessoas olhassem para ela.

A garota escolheu uma cadeira qualquer na parte mais escura e afastada do restante dos clientes da cafeteria que escolhera para lanchar. Lá ela jogou sua mala sobre a cadeira ao lado e retirou cuidadosamente seu pequeno computador cinza escuro onde se pós a buscar pelo nome de seu próximo alvo “Romeo Begum”. Ela não sabia muita coisa sobre ele e o porquê de ter de protegê-lo, mas o preço era gordo e Julietta jamais rejeita dinheiro fácil.

Começou a tamborilar seus dedos finos e alvos enquanto esperava uma das páginas selecionadas carregar. Também não deu muita importância à atendente que havia se dirigido a sua mesa e aguardava com um bloco de papel em mãos.

–Um cappuccino com creme e um sanduíche natural, por favor. – Julietta levantou os olhos para o crachá dourado que dizia “Caren” e então deixou sua voz ser soprada para longe enquanto fazia seu pedido sem dar tal importância se seria anotado ou não.

Sentiu o celular vibrar em seu casaco de lã cor de vinho. Enfiou a mão delicada dentro do bolso e retirou o aparelho de lá. “Você tem um novo e-mail”, leu. Abriu de má vontade sua caixa de e-mail e viu o nome dele escrito no assunto.

De: Mrs. Hiley

Para: Carter M.

Assunto: Romeo Begum

Olá Srta. Carter, como tem passado? Decidi enviar-lhe este e-mail para certificar-me que os serviços requisitados serão cumpridos como prometido. Aguardarei ansiosamente sua resposta.

Atenciosamente; Mrs. Hiley.

Julietta bufou antes de começar a digitar uma resposta a Mrs. Hiley. Ela detesta quando acham que por sua pouca idade fará um trabalho desleixado. Uma coisa que ela sempre ouviu de seu tio ao longo dos anos, enquanto aprendia a ser a melhor matadora de aluguel e segurança dos filhos de alguns magnatas, é que, não importa com quem você está trabalhando, faça exatamente tudo que estiver ao seu alcance para fazer bem feito.

De: Carter M.

Para: Mrs. Hiley

Assunto: Resposta – Romeo Begum

Agradeço por perguntar, estou muito bem. Receio que o prazo para o começo desde trabalho seja estendido para amanhã, o mais cedo que puder, pois ainda estou esperando a boa vontade do tempo para que sesse com a chuva para e os aviões possam decolar.

Atenciosamente; Carter M.

Fechou seu computador e enfiou-o entre as roupas bem dobradas dentro de sua mala novamente. Cruzou os braços sobre a mesa e aguardou por seu pedido, enquanto admirava a calma de todos ao seu redor. Ela queria ser assim. Mas não podia. Seu destino já estava traçado, desde o minuto em que seus pais – os quais ela nunca conhecera – haviam decidido serem um do outro eternamente.

Julietta não acreditava em amor, ela nunca presenciara nada que comprovasse sua existência, pelo menos não com ela. Mas queria poder acreditar. Nunca teve tempo para ter qualquer namoradinho na escola. Ora, como ela teria se estudara em casa? Ou melhor, estudara na escola de matadores, que tinha como localização a casa de seu tio, um homem velho e seco que a detestava, pois fora obrigado pelo Conselho Supremo a ficar com a guarda da sobrinha.

Somente o primo de Julietta a suportava. Apesar de ser um pouco mais velho que a prima, Chad é como uma criança hiperativa, que sempre quer resolver tudo impulsivamente, como se não houvesse amanhã, ao contrário da menina, que pensa trinta vezes – depois de já ter um plano traçado – antes de agir.

–Aqui está o seu pedido – a garçonete de voz fina largou a comida sobre a mesa enquanto encarava firmemente Julietta.

–Obrigada – respondeu lhe com indiferença já esticando seu braço sobre a mesa para pegar seu cappuccino que fumegava e exalava seu cheiro que fazia a boca de Julietta salivar inconscientemente.

(Na casa dos Begum...)

Romeo caminhou calmamente pelo corredor até a porta do escritório de seu pai, certificando-se mais uma vez de que estava sozinho em casa. Entrou pé a pé no cômodo, sentindo o cheiro de charuto que estava impregnado em todos os objetos.

Depois de pegar o que precisava saiu às pressas, voltou ao seu quarto, onde sua mochila o aguardava, enfiou dentro dela o pertence “roubado”. Checou o dinheiro em sua carteira e finalmente pegou a chave de seu carro importado.

Ele não se deixaria ser governado por uma garotinha de dezessete anos, Ah, não mesmo. Romeo Begum consegue ser autossuficiente. Nada e nem ninguém o parará, nem mesmo a morte, nem mesmo os Armadores.





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Notas finais do capítulo

Mereço reviews? Sim? Não? O que acharam da trama? Sugestões? Críticas?



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