Chegando em casa, Rose foi ate a cozinha beber água. Ela ainda estava pensando na conversa do Doutor e seu pai...

–Então... você é uma metacrise humana. O que isso quer dizer? Exatamente? – perguntou seu pai.

–Bom, quando o outro eu, estava se regenerando, ele usou a energia da regeneração para se curar dos ferimentos feitos pelo Dalek e jogou todo o resto dessa energia para a mão extra que havia sido cortada fora na ultima regeneração - olhou para Jackie e Rose – se lembram do dia de natal? Sycorax? Luta de espadas?

–E o que a mão cortada tem haver com isso? – cortou um Pete perdido.

–É que eu cresci dessa mão. – Pete fez uma cara de incredulidade - Essa energia da regeneração foi utilizada para curar, e depois disso precisava parar, não queria mudar de qualquer jeito – continuou o Doutor capturando o olhar atento de Rose, antes de prosseguir – então para parar a energia ele desviou o resto para um receptáculo de bio-correspondente, ou seja, a mão dele...

Rose o olhava atentamente, mas não por causa da historia, ela já sabia disso, o Doutor já havia lhe dado a explicação, bem, o outro Doutor. Ela o olhava procurando sinais de diferença em seu rosto, no jeito que ele falava, mas era exatamente igual, ate o modo como ele a olhava entre uma explicação e outra, quase como se eles nunca tivessem se separado de fato.

– ...toda essa energia de regeneração estava nessa mão, acumulada, então, quando Donna a tocou, caput! – exclamou divertido, Rose riu com isso, embora Pete tenha se assustado – metacrises biológicas instantâneas, me fazendo nascer daquela simples mão. – finalizou ele sorrindo e mostrando sua mão para todos. - Olá - disse com a mão - Nós somos iguais, eu e ele, mesmo cérebro, mesmo rosto...

–Mesmo humor- sussurrou Rose perdida em pensamentos, ele a olhou rapidamente e prosseguiu.

–Bem, somos idênticos, mas não como irmãos gêmeos, eu sou único, sou parte Senhor do Tempo – cérebro – e parte humano – apenas um coração. – ele fitou rose demoradamente, ele sabia que ela dificilmente aceitaria a ideia de que ele sentia todos os mesmos sentimentos do outro, e que por isso mesmo, ter apenas um coração, não o deixava tão desolado, pois ela estava com ele agora. Sua doce Rose.

Ela suspirou voltando a si. Abaixando o copo na bancada da pia e virando-se dando de cara com o Doutor, bem perto dela. Tão perto que dava para sentir o seu cheiro. Ele a olhava perdido em seus próprios pensamentos.

– Doutor? – Rose o tirou de seus devaneios, tentando não agarrá-lo novamente como havia feito na Baia do lobo mal. Ele havia dito aquilo a ela, mas foi de verdade mesmo, ou apenas disse por que era necessário para ela não impedir o outro Doutor de deixá-la de novo?