Aliança da Vitória

Os quatro haviam sido os primeiros a fugir da Cornucópia,levando tudo aquilo que achavam necessário para sua sobrevivência na arena.Eles pareciam ser únicas pessoas que permaneciam na campina,já que nenhum tributo,nem mesmo os carreiristas haviam aparecido.Era a noite,no segundo dia da arena,nenhum canhão havia tocado,o que significava que os tributos sobreviventes ao banho de sangue estavam vivos.

Eles acenderam uma pequena fogueira.Assavam três esquilos e uma lebre,o máximo que puderam encontrar na região.Mas pelo visto,comida e água não iriam faltar naquela edição,talvez existisse outra maneira de se matar os tributos.

Kimberlly trabalhava na construção,de seu atirador de agulhas,talvez algum patrocinador a tivesse patrocinado,querendo ver em ação o que ela mostrara aos idealizadores.William distribuía igualmente os itens das mochilas,enquanto Keiko olhava os esquilos e Elliot,terminava de lustrar as armas,duas espadas pequenas,um machado e uma lança.As espadas ficaram para Keiko e Kimberlly,o machado para Elliot e a lança para William.

Após alguns minutos a comida ficou pronta,não estava tão bem preparada,mas era tragável.Mas antes que pudessem comer,Elliot puxou uma pequena bíblia de couro,o objeto que ele trouxera para a arena,e estendeu as mãos:

—Que tal uma oração antes de comermos!

—O quê?Estamos no meio da arena,lutando até a morte,e você quer orar-Kimberlly,já havia colocado o lança-agulhas no pulso-você só pode ser louco!

—Estamos vivos não estamos?Acho que é bom agradecer por isso!

—Você acredita mesmo em Deus?Mesmo sabendo que mais 19 de nós vão ter que morrer,pra você poder voltar pra casa!

—Acredito,não há motivos pra nós não acreditarmos em Deus.Tudo isso vai acabar um dia!

Seus colegas cederam,e deram as mãos,eles oraram agradecendo pela comida e por estarem vivos,e pediam pelas almas dos mortos no banho de sangue.Após a oração,Elliot insistiu em ler alguns versículos dos salmos,e só depois puderam comer.Já era noite alta,quando foram descansar!

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Triângulo em Chamas

Era difícil para Anna literalmente segurar vela,era como se ela estivesse atrapalhando seus dois companheiros de aliança,no fundo o que ela queria era matar Philipi e ficar com Peter,mas ela resistia a essa vontade,ela havia prometido que ia protegê-lo e ia cumprir a promessa,pelo menos até o momento,em que só restassem os dois.

Haviam fugido com bastante coisa,ela com um arco e flecha,Philipi com um chakram-uma espécie de disco de metal que funciona como bumerangue super afiado- e algumas adagas e Peter com uma espada.

Mais difícil ainda,era ter de ficar olhando para eles,de mãos dadas,se beijando,não que ela tivesse preconceito,mas sim por que ela queria que fosse ela no lugar de Philipi,sentia uma ponta de inveja.Mas tolerava,eles eram uma aliança,e se ela surtasse acabaria matando os dois:

—Olha um recife-apontou Philipi,para um ponto no litoral-ele leva a algum lugar!

—Como sabe que é um recife?Você nem mora no distrito 4!

—Vi isso na escola,em algum livro,eles tem fotos de antigos biomas de Panem.

—Você estudava muito não era?

—Sim,era o que tinha pra fazer!

Anna pôs uma flecha no arco,e acertou um pássaro,que voava ali por perto,enquanto os dois conversavam.Ela foi atrás do animal,e retirou a flecha,guardando-a de novo na aljava.Quando um tiro de canhão soou pela arena.Ela voltou rapidamente ao local onde seus companheiros estavam,os dois estavam lá.Ela suspirou de alívio,e voltou para pegar o pássaro.

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Aliança da Vida

Haviam passado a noite numa ilha bem bonita,parecia um jardim,cheio de flores,por poucos minutos eles esqueciam que estavam em Panem,esqueciam que estavam lutando até a morte,e paravam para apreciar as flores,os pássaros,as borboletas...enfim,paravam com aquela loucura de matar uns aos outros e se concentravam na coisa mais importante deles:viver.

Haviam caçado muitos animais,esquilos,lebres e pássaros,que seriam suficientes por mais uma semana,de modo que eles não precisariam mais caçar.E quanto a água,haviam vários rios e riachos na ilha,o que facilitava e muito a vida deles.

—Se não visse as armas,juraria que não estava nos jogo-Septimus,ajeitava as facas na sua cinta-queria viver aqui pra sempre!

—Eu tive pesadelos de novo-Disse Rebecca coçando os olhos,vi muitos corpos ontem!

—Felizmente acho que não tenho problemas com pesadelos,já basta a minha irmã que é vida real!

—Eu sonho todas as  noites com meu irmão morto,tenho medo de morrer também,e desde a colheita tenho sonhos de que algum tributo vai me matar!

—A propósito,quem vocês acham que tem chances-disse Yuri-além de nós é claro!

—Bom,tem os carreiristas,o John do distrito 2,a menina do 13,os tributos do 12,o menino do 5......tem muitos!

—Não se esqueçam da garota do 9!

—Quem a Arialye?Não,ela é muito...dócil!

—Não conte com isso-disse Yuri-ela pode ser fechada mas é muito boa com facas,e....

Um ruído os fez parar,Rebecca fez sinal para que eles ficassem em silêncio,eram como passos,mas não dava para ver quem era,os arbustos e as árvores floridas abafavam o ruído.

—Deve ser algum animal,eu vou lá olhar!

Septimus,preparou,suas adagas,e entrou no meio dos arbustos.Ele achava que era só um animal,mas pode ver que não eram passos,e sim um choro,um choro abafado.Ele continuou andando na mesma direção,após alguns minutos,uma clareira se abriu,estava cheia de flores,e um pequeno lago.Junto a ele,estava uma garota.Ele reconhecia ela de algum lugar,tinha cerca de 15 anos.

Ela o olhou assustada,e ele pode reconhecê-la.Era Arialye.Ela o olhou com cara de súplica,as lágrimas desciam do seu rosto:

—Há quanto tempo está aqui?

—Desde de ontem a noite!

—Você viu eu a nossa aliança?

—Sim,eu vi ainda a pouco,por isso voltei pra cá.Fiquei com medo-ela desabou a chorar-por favor não me mate,eu...eu..posso ser útil,vocês viram que eu sou boa com facas não viram?Eu também conheço a ilha quase inteira,por favor!

Septimus,encarou a garota por alguns segundos,seria bom ter mais alguém na aliança.

—Fique aqui,eu vou falar com os outros da minha aliança,se eu voltar com eles,fuja,se eu vier sozinho,está dentro!

—Tudo bem,muito obrigada!

Septimus virou-se e começou a voltar para o acampamento,até sentir ser agarrado,uma faca foi encostada em sua garganta,ele viu a menina,ela ia matá-lo,não estava mais com um semblante tão triste:

—Nunca confie em ninguém!

Ela cortou a garganta dele,segundos depois o canhão foi ouvido.Ela precisava ser rápida,limpou o sangue do garoto,ajeitou seu corpo.Depois ela cortou algumas flores,e rodeou seu corpo,com as outras fez um buquê.Ela limpou a sujeira dele,pegou um pouco de argila e moldou uma pedra,na qual ela escreveu:

"Este era Septimus Heanserbeen,tributo masculino do distrito 6,morto por Arialye Varela,tributo feminino do distrito 9.Ele tinha uma alma e coração puros,que a alma dele descanse em paz.

7° Morte da 120° Edição dos Jogos Vorazes."

Após isso ela fez o desenho de um tordo na lápide,recolheu as facas do garoto e as suas coisas,e fugiu do local,antes que a aliança pudesse sentir falta do garoto.