Zombie Attack escrita por Like a Boss


Capítulo 15
I - Lembrando.


Notas iniciais do capítulo

Conversa entre homens.



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— Lara, mesmo nos juntando agora com mais três pessoas, não acho que venceríamos uma luta contra um grupo maior. (Eu)

— Fica calmo, eles podem ter mais pessoas, mas nós temos um local estratégico que nos garante mais facilmente a vitória, se tivermos um plano poderemos derrota-los facilmente. (Lara)

— Já que você diz. (Eu)

— Mas qual é esse plano? (Cleber)

— Primeiro nos dividiremos em dois grupos, Lucas e Fabiano irão para o prédio em frente e nós quatro que sobramos nos ajeitaremos por aqui. Lucas e Fabiano estarão com rifles, mais especificamente snipers, do outro lado da rua e nos darão suporte para sabermos onde os inimigos estarão. (Lara)

— Nós aqui nos esconderemos e assim que eles se aproximarem metemos bala neles sem que eles saibam onde estamos.

— Simples. (Lara)

Todos calados e surpresos, pensando em como alguém já tem ate um plano contra algo assim.

— Tudo bem, mas quando faremos isso? (Elsom)

— Podemos começar imediatamente, pois não sabemos quando eles voltarão, então temos que estar preparados. (Lara)

— Como iremos nos comunicar com o grupo dois? (Cleber)

— Ai que esta o problema, acho que gritar não iria dar muito certo. (Lara)

— Você pensou em todo um plano, mas não levou em conta as ferramentas que não temos para executa-lo? (Eu)

— Isso eu deixo com vocês. (Lara)

Abriu um largo sorriso e piscou seu olho direito.

— Já que somos um grupo agora... (Lara)

— Que você ate já deu um nome. (Elsom)

— É isso também. (Lara)

— De onde você tirou esse nome? R.L.C.? (Elsom)

— Abreviei os nomes dos lideres desse grupo. Rafa, Eu e por fim o Cleber. (Lara)

— Ou seja, excluiu-nos como possíveis lideres. (Lucas)

— Exatamente, mas que cara inteligente! (Lara)

— Que idiota abreviaria o nome dos lideres para formar o nome do grupo? (Elsom)

Todo mundo em geral e sem exceções olhou em direção a ele fazendo-o ficar sem graça ao perceber que havia feito o mesmo.

— Deixa pra lá essa minha ultima fala. (Elsom)

— Certo, já perdemos tempo demais aqui, precisamos procurar por algum celular, walkie talkie ou qualquer aparelho funcional que possa nos ajudar. (Lara)

— Vamos ao trabalho RLC. (Lara)

— Nós não falamos que esse seria o nome do grupo. (Elsom)

Lara olhou para ele com uma expressão que não se pode descrever, mas que ele conseguiu entender como “Calado, eu disse que esse é o nome, então vai ser“.

— Não falamos, mas definitivamente o nome vai ser esse mesmo, ninguém esta contra você. (Elsom)

Todos ao redor que não estavam envolvidos, riram muito apos sua fala.

— Pessoal eu acho que não levamos em conta que estamos sem energia. (Lucas)

— E no que isso ira interferir no plano? (Eu)

— No plano em nada, mas no alarme da concessionaria vai interferir de mais, tanto que não vai fazer barulho algum quando tentarmos invadir. (Lucas)

— Mais que legal ninguém aqui notou esse fato. (Cleber)

— Então como pode dar certo o plano, o contrario também pode ocorrer, vamos ate lá e pegaremos um carro para usarmos se precisarmos fugir. (Lara)

— Rafa, Lucas e eu vamos ate a concessionaria, enquanto vocês procurem pelas redondezas algo para usarmos pra nos comunicarmos. (Lara)

— O mais engraçado aqui que como seria a ordem dos lideres acho que quem deveria mandar seria o Rafael, mas ele só fica... (Elsom)

Elsom notou que Lara estava novamente olhando pra ele com o mesmo olhar de antes, parou de falar e começou a andar.

— Tudo bem, vamos Cleber e Fabiano, precisamos achar algum comunicador. (Elsom)

Dessa vez todos que estavam lá, incluindo Lara e Elsom, riram do acontecimento. Todos nós descemos as escadas levando nossas armas como proteção, usaríamos somente armas brancas contra os zombies.

Lucas entrou no range rover e nós nos bancos traseiros, como ele era o único que sabia onde ficava a concessionaria era logico que ele deveria dirigir, mas ele olhou para o volante e ficou girando-o como se quisesse fazer o carro andar somente com isso. Apos um curto período de tempo eu e Lara o observando decidi lhe perguntar.

— Erh, Lucas, você sabe dirigir, certo? (Eu)

— Na verdade não, pois o nosso motorista é o Fabiano, eu fico só com as armas. (Lucas)

— Mas, não disse que trabalhava na concessionaria? (Lara)

— Sim, eu era vendedor, não necessariamente precisaria dirigi-los, apenas vende-los. (Lucas)

— Mas que... Podia ter nos avisado antes de entrar no carro. (Lara)

— É que vocês entraram primeiro nos bancos traseiros então eu pensei que... (Lucas)

— Menos papo e mais ação, estamos perdendo muito tempo aqui. (Lara)

Saí pela porta traseira e entrei pela do motorista apos Lucas passar para o banco ao lado.

Depois de sair do prédio e atropelar vários zombies pelo caminho, realmente era divertido não ter que desviar deles dessa vez, estávamos seguindo viagem ate a concessionaria quando um ônibus escolar tombado estava parado no meio da rua, bloqueando a nossa passagem teríamos que voltar e optar por uma rota alternativa, de ré voltei pra rua que havíamos passado e virei nela tentando contornar o ônibus por trás, mas a rua dava diretamente e novamente no bloqueio com o ônibus só que pela lateral.

— Droga de ônibus, esta nos bloqueando novamente. (Lucas)

— E agora o que faremos? (Lara)

— Temos outro caminho para chegar até a concessionaria? (Eu)

— Pelo mar, se você conseguir dirigir nele a gente chega lá. (Lucas)

— Então tenho outro plano, Lara, você sabe dirigir? (Eu)

— Obviamente que sim, já que o Lucas não sabe cada um de nós levaríamos um carro de volta para o prédio, por quê? (Lara)

— Lucas a concessionaria fica muito longe? (Eu)

— Cerca de cinco ou seis quarteirões. (Lucas)

— Lara, pega o carro e volta para o prédio, nós vamos seguir a pé e logo voltaremos com o carro. (Eu)

— Mas, se a rua esta tampada com o ônibus e ir não da, como vocês pretendem passar para voltar? (Lara)

— Isso é o que nós veremos depois. (Eu)

— Certo, então tenham cuidado. (Lara)

— Sempre. (Lucas)

Todos nós saímos do range rover e então Lara pegou as chaves, abraçou Lucas e desejou boa sorte. Disse que enquanto isso ajudaria os outros a procurar o comunicador, já que estaria de carro poderia parar em alguns locais e levar algumas coisas pra lá também. Virou-se em minha direção, e logo após se aproximar encostou levemente seus lábios sobre os meus, sua pele quente contra a minha ficou por poucos segundos e logo em seguida se afastou, desejou-me boa sorte e corada entrou no carro, ligando-o disse.

— Estarei esperando, os dois. (Lara)

Saiu de ré pela rua e desapareceu virando a esquina. Sem entender muito bem o que havia ocorrido, fiquei alguns segundos parado, levei minha mão direita em direção a meus lábios, ainda sentindo seu cheiro, e pensando no quão estranho havia sido ate ser despertado de meus devaneios por Lucas.

— Agora eu entendi porque ela dava as ordens. Patroa durona, certo? Não larga do pé, mas agora entre homens aqui poderemos falar qualquer coisa e sem a intromissão dela. (Lucas)

— Não é bem assim, ela era irmã... (Eu)

— Ah vocês curtem aqueles selinhos de irmãos? Eu com certeza não faria isso com meus irmãos, mas ter uma irmã gostosa dessas, ate me arriscaria. (Lucas)

— De novo não é o que você pensa. (Eu)

— Então o que é? Me conta... Que agora eu fiquei curioso. (Lucas)

Começamos a andar enquanto eu explicava, afinal eram cinco ou seis quadras, segundo ele.

— É que eu morava na outra cidade antes do começo e então com a mudança... (Eu)

— Então você estava se mudando quando tudo começou? (Lucas)

— Você pode me deixar continuar? E espera aí... Antes você disse que ela era gostosa? (Eu)

— Desculpa, é força do habito. As conversas entre eu e meus irmãos são mais ou menos assim e como todos falamos dessa forma nós nem percebemos. (Lucas)

— Certo só não te dou uma surra, pois ela não é nada minha, ainda... Mas depois vê se olha como fala. (Eu)

Ainda? Ainda?? No que você estava pensando em falar esse tipo de coisa? (Eu)

— Hmn... Sedutor, então você é o cara né, aquele bonzão que fica com as garotas, enquanto nós temos que ralar para conseguirmos sobreviver ao fim dos tempos. (Lucas)

— Me deixa continuar e vê se me escuta. (Eu)

— Certo, ok... Me desculpa não falo nada ate você terminar. (Lucas)

— Bem, onde eu parei? (Eu)

— Você estava de mudança e... (Lucas)

— Como eu disse não é nada disso, esse mundo estava mudando e não eu. (Eu)

— Ah... Esta certo... Entendi... Continue... (Lucas)

— Então eu peguei a minha moto e sai de casa atropelando um zombie... (Eu)

— Que moto era? (Lucas)

— Que diferença isso faz? (Eu)

— Dependendo da moto eu sei se fez um estrago no desgraçado ou só deixou uma marca do pneu. (Lucas)

— Certo, era um modelo parecido com a antiga Kawasaki Z750, que eu ganhei do meu pai, durante a faculdade que eu já estava no ultimo dia de curso quando começou tudo. (Eu)

— Curso do que? (Lucas)

— Medicina. (Eu)

— Serio? Como não disse antes que tínhamos um “líder“ medico no grupo? (Lucas)

— E o que mudaria? (Eu)

— Saberíamos que agora podemos nos machucar e teremos alguém para nos curar. (Lucas)

Após alguns risos dele enquanto eu me esforçava muito para não sair do sério, continuamos conversando.

— Então após sair da garagem e atropelar o zombie segui para a ponte que havia ligando as cidades, mas não conseguiria passar no meio de vários zombies que lá estavam, então resolvi parar e coincidentemente foi logo em frente a uma delegacia. Entrei nela e não achei nenhuma arma e nem ninguém, fechei as portas e me sentei para refletir. (Eu)

— Pula logo pra parte em que encontrou a sua irmã. (Lucas)

— Já disse que não é bem assim, ela não é minha irmã e estamos exatamente no momento em que a conheci. (Eu)

— Enquanto pensava sentado eu ouvi duas vozes do lado de fora, uma de Lara e a outra de seu irmão. Falavam sobre a munição estar acabando e também sobre ele levar os zombies pra longe enquanto ela se protegia na delegacia, mas ela não quis ouvi-lo e gastou seu ultimo tiro, o irmão de Lara foi mordido e ela começou a chorar, nesse momento eu peguei um taco que havia em minha mochila... (Eu)

— Sei... Porque estava com fome e queria continuar ouvindo ate onde chegaria a conversa. (Lucas)

— Na verdade o taco não era um alimento e sim um bastão, eu saí da delegacia e acertei um zombie atrás de Lara, ela se virou e me agradeceu, seu irmão ao ver a cena jogou a sua mochila e me pediu para que eu cuidasse dela. (Eu)

— Corremos para a delegacia e cobri os ouvidos dela... (Eu)

— Por quê? Estava frio na hora? (Lucas)

— Você não disse que iria me deixar terminar? (Eu)

— Sim, me desculpa, todos falam que eu sou irritante, ou pelo menos falavam, mas é um problema meu, não gosto de historias muito longas e quero saber logo do fim delas. (Lucas)

— Bem, então irei resumir ate o momento presente, cobri os ouvidos dela para priva-la dos gritos de seu irmão sendo morto pelos zombies, encontramos uma arma e apos um tempo trouxe o corpo de seu irmão e enterrei nos fundos da delegacia, onde havia um chão cheio de terra, eu e Lara saímos da delegacia na minha moto e tentamos abastece-la já que estava com o tanque quase vazio, havia uma fila de automóveis parados e ia demorar demais, além de tudo haviam zombies se aproximando, saímos do posto e houve uma explosão, um cara errou o zombie e acertou a bomba de combustível, achamos uma casa onde dormiríamos um pouco encontrando com dois gêmeos que diziam ser pessoas boas que foram roubados pelo FEL. (Eu)

— Gêmeos safados e mentirosos. (Lucas)

— Sim, agora sabemos disso, pois depois que nos dividimos para trancar a casa nós descemos e eles ficaram em cima, depois que subimos para ver como iam as coisas nós os vimos fugindo pela rua com nossas mochilas. (Eu)

— Saímos a procura de alguma coisa pela casa, Lara tropeçou em uma porta que apos vê-la abrir com duas tesouras e depois tirar a porta com uma furadeira e uma serra descemos e encontramos um arsenal de armas e dois zombies donos da casa, matamos os dois e juntamos as armas em duas malas de viajem, saímos de lá deixando a moto e saindo com o carro pela garagem, então fomos em direção a ponte e encontramos com vários policiais cercando-a. Tentamos fazer uma lista de possibilidades e apos todas falharem nos aproximamos dos policiais e ajudamos eles a matar alguns zombies, juntamos três policiais em nosso carro cada um com sua mochila de armas e rampamos a ponte levadiça, que estava meio baixada. Olhamos para trás e vimos os outros policiais morrerem para zombies e ao nosso lado um policial foi mordido, pois momentos antes Lara estilhaçou o vidro e deixou o banco do carona sem janela. (Eu)

— O irmão do policial não conseguiu matar o zombie que ele havia se transformado e acabou mordido. Sobrando eu Lara e o terceiro policial que disse se chamar Cleber... (Eu)

— Agora eu sei em que você e o Cleber trabalhavam antes, mas e a Lara? (Lucas)

— Isso eu também quero descobrir ainda, não conversamos muito, mas continuando, após entrarmos os três no carro... (Eu)

— Que carro era? (Lucas)

— Ah meu Deus, você não me deixa terminar e agora que estava no final. (Eu)

— Era um Peugeot 206 verde, agora pelo amor de Deus me deixa terminar. (Eu)

— Claro, me desculpe. (Eu)

— Então, nós três no carro partimos em direção a um supermercado, mas no meio do caminho nós estávamos passando pela rua e fomos atin... - Por um momento eu paralisei e fingi estar tossindo levemente. - Desculpe-me acho que engasguei com algo, então encontramos o carro de vocês entrando no prédio e do outro lado havia zombies, preferimos entrar no prédio, pegamos as armas e colocamos nas três mochilas e subimos, mas os malditos nos seguiram e subiram atrás. Bater não adiantava e então Cleber e Lara resolveram atirar. Vocês desceram, nós nos escondemos e o resto você já sabe. (Eu)

— Que historia em. Quer dizer que você é só o guardião dela? (Lucas)

— Se você entendeu assim, pode se dizer que sim, nossa ate cansei por causa de tanto assunto e olha que não sou de falar muito. (Eu)

— Percebi, lá no prédio. (Lucas)

— Afinal nós paramos aqui há algum tempo, quanto falta pra chegarmos lá? (Eu)

— Chegamos aqui há meia hora, mas eu fiquei entretido na sua historia e você não queria que te atrapalhasse então te deixei terminar, vamos? (Lucas)

— Claro, vamos. (Eu)

Quase meti a gente em encrenca, iria falar sobre o amigo deles que nós matamos, mas além disso, eu me pergunto qual é o problema desse cara?


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