My Dear Nerd escrita por Monaliza


Capítulo 40
Pedaço do Paraíso


Notas iniciais do capítulo

ME DESCULPEEEEM

POR FAVOR, NÃO QUEIRAM ME MATAR!!

SEI QUE DEVEM ESTAR ME ODIANDO POR TER DEMORADO PRATICAMENTE DOIS MESES, MAS JUNTOU MINHA FALTA DE CRIATIVIDADE, COM A VOLTA ÀS AULAS, MAIS A FALTA DE TEMPO, AÍ NÃO DEU PRA POSTAR ://///

mas enfim

O que importa é que eu voltei :)) e que eu amo vocês ♥

~ Dedico esse capítulo à minha amiga alcóolatra Luíza Porto, namorada do meu amigo Neto, que já teve um capítulo dedicado a ele também *-* eles são tipo Mellany e Logan sabe? Fingem que se odeiam, mas todo mundo sabe que eles se amam *u* e todo mundo shippa ~

Boa leitura ♥



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Eu não queria abrir os olhos. Estava com medo de acordar e perceber que a noite maravilhosa que tive com o Logan não passou de um sonho. Mas me senti obrigada a fazer isso quando senti seus beijos no meu rosto.

– Oi. – ele disse me encarando e com um sorriso enorme no rosto.

– Oi. – respondi também sorrindo.

– Você fica linda quando acorda, sabia? – ao ouvir essa pergunta minha reação automática foi cobrir o rosto com o lençol.

Quer dizer, tentar né. Porque o Logan imobilizou meus braços e começou a rir da minha cara.

– Seu sacana. Para de rir. E você só tá dizendo isso porque mesmo todo bagunçado, continua lindo.

– Então você me acha lindo, mesmo todo bagunçado?

– Eu te acho lindo sempre. – eu só podia estar muito afim desse garoto pra ficar enchendo o ego dele desse jeito.

– Bom saber. Já podemos casar. – eu não encontrei as palavras certas para respondê-lo, então apenas sorri e o beijei.

Eu não me cansava de fazer isso. Era como se cada beijo nosso, fosse o primeiro. E eu nunca me imaginei dizendo algo desse tipo pra ninguém, muito menos para o Logan. Mas a vida gosta mesmo de brincar com a gente. Eu achava essas coisas fofinhas de casais tão nojentas, nunca me imaginei nessa situação com nenhum garoto. E agora aqui estou eu, com esses pensamentos meigos e românticos, sendo que eu e o Logan nem somos namorados.

– Que horas são? – perguntei curiosa.

O fato é que não sei por quanto tempo eu dormi. Na verdade eu nem sei quando foi que viemos para cá, só sei que já estava de noite. Porém, no quarto do Logan não tem nem uma janelinha, então é fácil perder a noção do tempo aqui dentro.

– São exatamente 22h. – ele falou olhando no relógio do seu celular.

– Preciso ir pra casa. – disse suspirando.

– Mas não vai.

– Como é?!

– Isso aí que você ouviu. – ele confirmou com um sorriso sacana no rosto. – Eu não tô nem aí se você precisa ou não ir pra casa, eu só sei que essa noite você é minha.

A verdade é que eu não precisava mesmo ir pra casa. E depois do que ele disse, nem se eu precisasse eu iria. Então me entreguei novamente aos seus beijos. E a ele.

(...)

Foi uma noite e tanta. A madrugada também foi bastante agitada, se é que vocês me entendem. Eu acho que só tive umas cinco horas de sono, analisando pelo cansaço que se instalava no meu corpo e pela falta de vontade de sair da cama. Ao meu lado, Logan dormia feito um bebê. É incrível a capacidade desse garoto de ser apaixonante até enquanto dorme.

Fiquei deitada o encarando por um monte de tempo, até que ele se remexeu na cama e depois de alguns segundos acordou.

– É tão bom acordar e ter você do meu lado. – ele disse me dando um selinho.

– Digo o mesmo. – sorri abertamente. – Mas agora vou levantar porque estou com fome.

– E com bafo também. – ele acrescentou.

– Seu cretino! – joguei o travesseiro em sua cara e corri para o banheiro.

Escovei meus dentes com a escova que eu tinha usado na última vez que dormi aqui. E aproveitei para passar uma água no meu rosto e naquele ninho de pássaros que o meu cabelo havia se tornado. Logo após, o Logan entrou no banheiro também e saiu me empurrando para poder escovar seus dentes também.

– Que educado. – expus meu pensamento, e ele apenas riu.

Catei minhas roupas que já estavam secas pelo quarto, e me vesti. Fiz a gentileza de arrumar a cama, e assim que o Logan saiu, nós descemos.

– Tô com fome.

– Eu também.

– Sabe o que seria legal? – ele perguntou de repente.

– O quê?

– Você fazer um café pra nós. – ele deu um sorrisinho.

Ri ironicamente.

– Não. Você é o homem da relação. Você que tem que cozinhar.

– Não seria ao contrário? – ele arqueou as sobrancelhas. – Nos relacionamentos normais, é a mulher que fica na cozinha.

– Falou certo. Nos relacionamentos normais. E nosso relacionamento não é normal.

Ele riu.

– Que fique bem claro que eu só vou fazer o café porque eu estou com fome.

– Seu egoísta. – fiz uma carinha de choro. – Então isso quer dizer que se fosse por você, eu morria de fome?

– Exatamente.

– Cretino! – abri minha boca em um “o” perfeito. – Eu vou embora da sua vida, aí você vai sentir remorso por um dia ter falado isso.

Estava indo em direção à porta, quando senti seus braços rodearem a minha cintura.

– Me solte.

– Não. – ele sussurrou no meu pescoço, e eu me arrepiei involuntariamente.

– Pare de fazer jogo baixo. – reclamei, mas minha voz quase não se fez ouvir.

– Eu não tô fazendo nada. – ele disse ao me virar e colar seu rosto ao meu.

Fechei os olhos, suspirando. Eu não sei o quê, nem como, esse garoto fez que conseguiu me deixar tão vulnerável a ele. Parece que não importa o que aconteça, eu sempre vou me render aos seus encantos e fazer tudo o que ele pedir.

– Eu te odeio, sabia? – sussurrei esbarrando nos seus lábios.

É amor, sabia? – ele disse, e logo após deu início a um beijo.

Eu poderia passar o resto dos meus dias provando da boca dele, e não me importaria nem um pouco.

– Seus nojentos! Parem com essa cena digna de vômitos aqui no meio da minha cozinha. – eu pude ouvir a voz do Brian.

Fui obrigada a rir ironicamente.

– Ninguém reclamou quando você estava se acabando de gemer com a Tiffany no seu quarto. – falei, deixando minha amiga chocada.

– Pelo menos estávamos em um local privado, e com a porta fechada. – Brian deu de ombros.

Sabe, às vezes eu amo essa mania de fazer pouco caso com tudo. Parece que nada nunca o deixa preocupado.

– E você não pode reclamar. Acha mesmo que não ouvi você pedindo para o Logan ir mais rápido no meio da madrugada? – Tiffany estreitou os olhos pra mim.

Dei de ombros também. Estávamos entre amigos mesmo, por isso nem me importei.

– Transamos mesmo. Bastante. E daí?!

– Mellany... – Logan me repreendeu.

– Ah, o que é? Ele é seu irmão e ela é minha melhor amiga. Qual o problema em contar?

– Você é louca! – ele balançou a cabeça negativamente e foi em direção ao fogão preparar nosso café.

Fique batendo papo com a Tiff e o Brian até o Logan terminar. Nesse meio tempo consegui deixar a minha amiga bastante constrangida, e saber de muitas coisas também. Como a ida deles dois para uma festa enquanto eu e o Logan dormíamos, o quanto eles se pegaram enquanto estava lá, e também a continuação e evolução – se é que me entendem – da pegação.

Assim que acabei de comer e jogar mais conversa fora, lembrei que eu estava puro cloro, e me despedi, indo pra casa para tomar banho. Demorei o mínimo possível, porque apesar de ter passado o sábado inteiro colada com o Logan, eu não queria mais ficar longe dele. E foi aí que percebi que estava realmente gostando dele.

Antes eu não suportava sua presença, e agora desejo estar perto dele o tempo todo. Eu não sei o que é amor entre um casal, mas acho que isso que eu tô sentindo chega bem perto. Ou não. Voltando a repetir: eu não sei o que é amor. Nunca me envolvi mais sério com ninguém, sempre fiquei só de rolo com os garotos. O Logan é o primeiro cara com quem eu tenho um “compromisso” mais sério. E olhe que somos apenas amigos coloridos!

Assim que fiquei pronta, peguei as chaves do carro e já estava me preparando para voltar pra lá, quando o meu celular tocou. No meu visor apareceu a foto do Logan, e eu não pude deixar de sorrir.

– Oi!

– Traz uma mochila com roupas. – ele foi logo dizendo, me deixando confusa.

– Pra quê mesmo?

– Se não quiser ter que ir pra casa bem cedo pra se arrumar para a escola, é melhor trazer.

– Mas eu... – ele não me permitiu terminar.

– Você vai dormir aqui querendo ou não. E não demore a vir, por favor. Eu não estou aguentando mais o Brian e a Tiffany de grude aqui do meu lado. – eu podia sentir que ele estava revirando os olhos do outro lado da linha.

– Tá bom. Só vou arrumar minhas roupas e daqui a pouco tô aí.

– Certo. – ele disse e eu desliguei, voltando ao quarto.

Peguei apenas o necessário e joguei dentro da minha mochila da escola mesmo. Não iria levar duas bolsas pra lá nem que estivesse louca. Desci, fui até o carro, e parti para a casa dele. Assim que cheguei, o encontrei no jardim, sozinho.

– Por que tá aqui?

– Tá um nojo lá dentro. – ele revirou os olhos.

Tive que rir diante de sua expressão.

– Fica tranquilo! Agora que eu já cheguei, podemos ser tão nojentos quanto eles. – sorri, e ele retribuiu, se aproximando logo após e colando seus lábios nos meus.

Nesses últimos dias que eu passei colada ao Logan, eu me senti tão bem. Tão plena... Como se nada pudesse me abalar, sabe? E eu não me vejo mais longe dele. Não mesmo.

Tudo começou numa brincadeira de mau gosto, e agora eu estou aqui, completamente apaixonada e rendida aos seus encantos, sendo que no início, o plano era tudo ser totalmente ao contrário. Mas quem liga para o passado, afinal? Eu não ligo. Eu só quero aproveitar o agora. Aproveitar enquanto tenho o Logan ao meu lado. E sem ninguém pra atrapalhar.

– Vamos sair? – ele perguntou depois de um tempo.

– Pra onde?

– Sei lá. – ele deu de ombros. – O que você quer fazer?

– Ficar junto de você. – sorri e selei nossos lábios.

– Já tá assim é? Apaixonada? – ele perguntou rindo.

Pensei em chamá-lo de egocêntrico e iludido e dizer um “não” bem grande. Mas pra quê mentir? Eu teria que assumir isso, uma hora ou outra.

– E se eu estiver?

– Eu vou amar saber disso. – ele respondeu sorrindo, e foi se aproximando de mim, até juntar nossas bocas e dar início a mais um de nossos beijos perfeitos.

– Vem, vamos. – ele levantou e me estendeu sua mão.

– Espera um pouco. – disse, pegando minha mochila e indo até a sala, jogando-a lá dentro.

Nem sinal do Brian nem da Tiffany. O que só podia significar uma coisa. E eu só espero que eles estejam usando camisinha. Porque não quero ter que ajudar a cuidar de um bebê agora. Mas enfim...

Logan arrancou a chave do meu carro da minha mão, sem nem me pedir permissão. Só espero que ele não bata ou arranhe o meu xodó, mas tudo bem.

– Pra onde vamos? – perguntei enquanto me ajeitava melhor no banco.

– Vou te mostrar um lugar. – ele respondeu e eu apenas dei de ombros.

Entramos em uma parte desconhecida da cidade – pelo menos pra mim – e ele dirigiu até onde pôde. Depois de chegarmos em frente a uma estradinha de terra, ele apenas estacionou e saiu do carro.

– Vai ficar aí? – me perguntou.

Neguei com a cabeça e saí também, apesar de estar desconfiada sobre que lugar seria esse.

– Meu carro vai ficar aqui? – perguntei após ele me pedir pra segui-lo.

– Ninguém vem até aqui.

– Nós estamos aqui. – respondi com um tom óbvio.

– Ninguém, além de nós, vem aqui. – ele consertou, e sem me dar tempo de retrucar, foi me puxando.

Enquanto ia sendo puxada pela trilha, a única coisa que fazia era reclamar.

– Você precisa ser mais cavalheiro! - ralhei com ele.

– Você não reclamou da minha falta de cavalheirismo ontem à noite. - ele me lançou um olhar malicioso.

Eu apenas revirei os olhos. Quando foi mesmo que o Logan passou a jogar baixo? Nisso que dá se misturar comigo.

Eu já estava pronta pra chiar novamente, porém, ele parou de andar e afrouxou o aperto em meu braço. O olhei confusa, e quando ia perguntar o que estávamos fazendo ali e por que estávamos ali, ele virou meu rosto para frente e eu me deparei com uma vista maravilhosa: toda a cidade estava lá em baixo, e o as cores do pôr do sol só deixava tudo muito mais bonito. Tinham algumas árvores enormes espalhadas por ali, e muitas flores coloridas dando mais vida ao lugar.

– Caramba! Que lugar é esse? - perguntei.

Não é possível que ninguém além dele - e agora eu - saiba da existência disso aqui.

– Eu e meu pai apelidamos de Pedaço do Paraíso. É meio clichê e até um pouco gay, mas eu só tinha 12 anos quando resolvemos dar nome a isso aqui.

– Meu Deus! No meio dessa cidade cheia de prédio, que não importa pra onde você olhe, você só enxerga coisas cinzas e sem graça, você e seu pai tiveram a baita sorte de encontrar esse lugar!

Eu estava maravilhada. Certo que a cidade também tinha suas belezas naturais, mas nada se comparava ao que eu estava vendo agora.

– Foi culpa da minha mãe! Ela estava demorando demais no shopping, então eu e meu pai resolvemos dar um volta. Saímos andando sem rumo, aí quando vimos já estávamos aqui.

– Isso que é sorte. - balbuciei e comecei a andar por ali.

O lugar era maravilhoso. Parecia até cenário de filme. E o incrível de tudo era como, mesmo com toda a poluição da cidade, as flores e árvores permaneciam saudáveis e intocáveis. Não sei como ainda não descobriram isso aqui.

Continuei caminhando, até que achei uns dois balanços, pendurados num galho de uma árvore enorme e florida que tinha ali. Sem perder tempo, me sentei. E antes que eu pudesse o chamar, Logan já estava sentado no balanço do lado. E ficamos ali. Apreciando a paisagem, e também o nosso silêncio.

Não precisávamos de muitas palavras também. Bastavam-nos apenas olhares e sorrisos, e tudo era entendido. No nosso silêncio, muitas coisas eram ditas. Coisas que não poderiam ser totalmente expressas em algumas poucas frases. Apenas em gestos.

– Por que me trouxe aqui? - eu perguntei depois de algum tempo.

Um lugar especial para uma pessoa especial.

Não contive o sorriso.

– Quer dizer que eu sou especial?!

– Pensei que já soubesse disso!

– Eu já sabia. Só queria ter certeza.

Então ele riu, e veio ao meu encontro. Me puxou, colando nossos corpos e deixando nossos rostos a centímetros de distância.

– Você sempre foi especial. Desde a época em que vivíamos feito gato e rato. - ele falou. - Pare pra pensar: você era a única com quem eu perdia meu tempo em discussões idiotas. Você era a única em que eu me preocupava em criticar. Você era a única que eu vivia falando que não me importava nem um pouco, mas só em ficar dizendo isso a todo instante, eu demonstrava o contrário. Só em ficar apontando toda hora os seus defeitos, eu já mostrava o quanto eu me importava. Você era a única que conseguia me tirar do sério. - ele selou meus lábios e olhou no fundo dos meus olhos. - Você é a única pra mim.

Minha felicidade não tinha mais tamanho. Eu não tinha certeza, mas aquilo me soou como uma declaração de amor. Daquelas que você não esquece nunca, e que não consegue encontrar as palavras certas para responder à altura.

E ele não precisou dizer muita coisa pra eu perceber que tudo o que eu estava sentindo em relação a ele era recíproco. Totalmente recíproco. E o melhor de tudo: verdadeiro.


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Notas finais do capítulo

Ok

O capítulo tá meio água com açúcar, mas eles mereciam uma trégua e um tempinho só pra eles né? *carinha fofa*

Digam o que acharam nos reviews ((:

Amo vocês, até o próximo õ/ ♥