Capitulo 42

O Sol cintilava fortemente no céu aberto, a impressão de que as nuvens haviam sido expulsas da imensidão azul estaria presente em qualquer um que fita-se o céu.

Apoiada em uma bengala improvisada e amarrotada de panos, Mebuki tinha o rosto coberto pelos frios brancos acinzentados de seu longo cabelo. Mesmo com a idade avançada pode ouvir com clareza os fortes passos do filho descendo a escadaria.

_Fale de uma vez, não posso perder tempo. – Disse Madara com descaso.

_Filho. – Sussurrou tristemente, oque de alguma forma inesperada, incomodou o Uchiha, a ponto de seu desconforto.

_Vim me despedir.

_Pela primeira vez. – O sarcasmo da voz de Madara, cobria uma de suas lembranças traumáticas do passado.

_Não era a minha intenção magoa-lo, naquele tempo.

_Então por que partiu? – Rebateu, testando se realmente o que ouvia era verdade.

_Foi necessário me afastar, por que sempre fui fraca. Eu sabia que seu pai desencadearia uma guerra, não aguentaria vê-lo morrer, junto aos meus filhos, por uma batalha pelo poder. Sei que causei traumas em você e seus irmãos, mas não me arrependo em boa parte. Foi a minha decisão que construiu quem você é hoje, filho.

_Quem eu sou, é apenas o resultado da minha força, mesmo sendo a minha mãe não herdei sua fraqueza de desistir e não lutar. Mesmo com laços sanguíneos, somos opostos.

_É a copia perfeita do seu pai, que me orgulha. Mesmo que me trate com desgosto, continuo nutrindo meu sentimento materno.

_Se é isso que queria me dizer, já pode partir.

_Há mais uma coisa, meu filho, lembra-se de quando eu lia as previsões das cartas?

_Sim.

_Hoje pela manhã, tive a grande honra de saber, que em breve um Uchiha puro virá ao mundo. Bom, esse é o nosso ultimo encontro meu filho, Adeus.

... ... ... ...

Abrir os olhos e encarar seu possível final, seria um grande desafio ao seu medo, Sentia as costelas destroçadas, pontadas agudas de dor alastravam-se por seu corpo.

_Nem adianta fingir que ainda esta desacordada, será uma atuação completamente inútil.

Pela primeira vez desde que havia sido jogada no chão frio, abriu os olhos e fitou com raiva os homens em sua frente.

_Isso não será fácil. – Disse Minato em pé, com os braços cruzados, fitando a parede marrom atrás de Karin.

_Um minuto de tortura e ela diz tudo. – Disse Hiashi encarando a ruiva. Karin ao ouvir a palavra tortura, se encolheu.

_Ira nos ajudar ou não? Já que foi largada de lado pelo seu comparsa. – Perguntou Gaara.

Talvez seria melhor ficar muda, ou fingir de que nada sabia, ou até mesmo mentir inventando uma história ao seu favor, mas o seu tempo era curto.

_Não perca seu tempo Gaara, ela não vai dizer nada. Itachi quer ter a honra? – Disse Fugaku.

_Faz muito tempo em que eu não faço isso. Seria mais eficaz se outra pessoa vasculha-se a mente dela. – Concluiu Itachi.

_Eu falo tudo, não me façam nenhum mal. – Disse Karin pela primeira vez , totalmente apavorada em pensar que seria torturada, jogaria as cartas de uma vez.

_Pode nos oferecer uma prova de diz a verdade? – Questionou Minato.

_Apenas minha palavra.

_Não vale. –Disse Hiashi, assustando ainda mais a ruiva.

_NÃO, por favor, acreditem em mim.- Exclamou Karin. Nos mesmo instante uma porta foi aberta, perdeu todo o ar pensando que seria alguém que pudesse lhe livrar, porém estava enganada.

_Ótimo, chegou quem ira lhe fazer dizer a verdade. – Disse Fugaku.

Desesperou-se mais ainda, ela não teria escapatória.

_Me torturem logo, não vai adiantar nada. Sabe por quê? Irei pisar na cabeça de cada um de vocês, eu me esforcei muito e não vou perder, muito menos para o Ibiki, que me chutou. Serei a absoluta sobre todos os reinos, e todos se ajoelharão aos meus pe´s. Não vou voltar atrás de nada do que fiz até agora.

_Descontrolada e Insana, a única coisa que a diferencia de Danzō, é a falta de inteligência, que mesmo perversa ele possuía. – Disse Madara.

_Não sou ele. – Disse a ruiva entre os dentes, o medo foi tomado por sua insanidade, em sua maneira defensiva e destorcida tentava inutilmente virar o jogo.

_Claro que não, é pior que ele. – Disse Madara, analisando as reações de Karin.

Seu sangue fervia, quando iria revidar as palavras que haviam sido ditas. Sentiu seu maxilar ser agarrado com força, e foi suspensa do chão. Arregalou os olhos ao fitar os orbes vermelhos. Havia sido pega pelo poder ocular dos Uchihas.

Vozes e mais vozes passavam rapidamente por sua cabeça, via fleches de suas memórias em um ritmo que a fez ficar fraca.

Seu corpo começou a ficar dormente, pouco a pouco perdia os sentidos, tinha a horrível sensação de que sua alma estava sendo arrancada.

... ... ...

Juntos na varanda apreciavam a leve onda dos ventos em um dia ensolarado. Pareciam estar distantes de toda negatividade.

_É tão bom tê-lo comigo, prometa que nunca irá me deixar. – Disse a rosada, com a cabeça encostada no ombro de Sasuke.

_Não preciso lhe prometer nada Sakura, você sabe que o meu lugar é junto ao seu. – Disse o moreno, afagando os fios rosados.

_Quando você saiu pela noite, fiquei muito preocupada. – Disse Sakura afastando-se um pouco, para olhar nos olhos de Sasuke.

_Esta tudo bem agora.

_Sasuke, oque você foi fazer? _Sai com o Naruto para capturar a Karin, depois que ele achou algumas pistas nos arredores.

_Ela esta aqui? Você se machucou?

_Estou muito bem, quanto a ela não sei o estado.

_Não queria que as coisas fossem assim. – Disse Sakura cabisbaixa.

_Sente pena dela, não é?

_Sim, fomos criadas juntas mesmo que de maneiras diferentes. Sinto-me mal pelas escolhas que ela fez.

_Você tem um grande coração, Sakura.

A rosada sorriu carinhosamente, aninhando-se mais no conforto dos braços de Sasuke.

_Fico com medo do que acontecerá daqui para frente, mas me sinto muito segura quando você me faz companhia.

_Tudo ira se resolver, nosso império será reconstruído, e irei pedir sua mão ao seu pai.

_Oque? – Disse Sakura eufórica.

_Você ouviu. - Respondeu Sasuke sorrindo.

_Será um sonho!

... ... ... ...

Não sabia há quanto tempo estava parada ouvindo todo o desabafo de Ino, a loira era sua amiga, porém falante demais. Balançava a cabeça concordando com tudo que ouvia.

_Estou muito confusa, ele é super educado comigo nunca tentou nada demais, só uma vez e foi um beijo, fiquei mais confusa ainda, eu gosto muito do Gaara, mas será que ele gosta de mim? Isso é estranho por que somos casados. – Disse Ino de uma vez só, assim que parou retomou o ar.

_Ino seria melhor se você conversasse com a sua mãe, ela teria um bom conselho para lhe dar. – Concluiu Hinata, desconcertada em não saber como ajudar a loira.

_Ah! é verdade Hina, não tinha pensado nisso antes. Aluguei seu tempo, desculpe. – Disse Ino sorrindo.

_Não tem problema, eu estava indo ver o Naruto ele pode esperar mais um pouco. – Respondeu a morena, retribuindo o sorriso.

Ino avistou Sakura no final do corredor, e acenou alegremente.

_Hinata, é impressão minha ou a Sakura esta pálida? – Perguntou Ino observando a rosada.

_É verdade, no começo da manhã ela não estava se sentindo bem e não tomou o café da manhã. – Disse Hinata, lembrando-se do ocorrido pela manhã.

_Será que ela esta doente? – Indagou a loira preocupada.

Sakura: Não queria ficar dentro daquele quarto me sentindo uma inútil por não estar fazendo nada, de alguma forma da mínima que fosse estava disposta a ajudar. Após passar um bom tempo conversando com Sasuke, sai decidida a não ficar parada.

Assim que adentrei o corredor que ia em direção a escada, ouvi a voz de Ino, desde que cheguei não havia a visto e estava animada em revê-la. Acenei recebendo outro aceno da mesma, apressei meus passos, queria abraça-la logo.

Conforme apressei o ritmo com que andava, senti a mesma tontura que enfrentei pela manhã, só que desta vez com mais intensidade. Minha visão tornou-se totalmente turva, minhas pernas amoleceram e fui de encontro ao chão.

Quando recobrei a consciência, ouvia vozes baixas que naquele momento não consegui identificar, ao abrir meus olhos me deparei com o teto do bendito quarto.

Minha memória estava vaga, fiz um pequeno esforço e me sentei na cama, logo pude ver meus pais conversando com feições bem preocupadas.

_Oque aconteceu? – Perguntei fitando os dois.

_Você desmaiou querida. – Disse minha mãe, com um sorriso fraco, havia algo estranho nela.

_Mãe, você esta bem?

_Claro. – Ela respondeu olhando brevemente para meu pai. Percebi que em nenhum momento ele havia me fitado, saiu do quarto sem falar comigo, oque me chateou um pouco.

Minha mãe se aproximou, sentando-se do meu lado, ela estava apreensiva e eu sentia isso ao olha-la.

_Sakura, preciso que me responda algo. – Ela disse sem olhar para mim, como meu pai havia feito a poucos minutos.

Balancei a cabeça, concordando em responder oque ela iria indagar.

_Você dormiu com o Sasuke?

Eu realmente não esperava aquela pergunta, me senti um pouco desconfortável, no mesmo instante minha garganta secou. Era a minha mãe e dela eu não escondia nada.

_Uma vez. – Respondi, tentando prever a reação que ela iria ter.

_Céus! – Minha mãe, praticamente sussurrou.

Por um rápido momento, comecei a assimilar o meu mal estar com a pergunta que eu havia respondido. Minha conclusão foi tão rápida e ao mesmo tempo assustadora, que fiquei totalmente sem ação.

_Seu pai estava certo.

_O...oque? Ele sabe que eu...

_Sim, seu pai sabe que você esta gravida.

Por isso ele não me olhou nos olhos, devia estar com muita raiva, como irei contar isso ao Sasuke? Comecei a chorar, sem saber oque fazer, completamente assustada com que o futuro me reservava. Senti minha mãe me abraçar, desabei em seus braços.

Continua...