******* Sean Carter POV

Depois dos meses que ficamos na missão, eu nem podia acreditar que estava tudo acabado, que finalmente as coisas haviam se resolvido e que poderíamos ter paz – pelo menos assim eu espero. Eu podia simplesmente ficar no Acampamento treinando com os outros campistas apenas por aprendizagem e especialização; lutando com amigos e não com monstros. Lendo livros de mitologia e arquitetura em um lugar calmo e silencioso. Aproveitando o tempo com a minha garota sem ter que me preocupar que algum monstro aparecesse e estragasse o momento.

Um pensamento ocorreu em minha mente no momento que pensei em Amy. Eu ainda não havia pedido ela em namoro diretamente. Com a nossa aproximação durante a missão havíamos criado uma afeição enorme um pelo outro e num belo dia eu a beijei e, a partir daí, não nos desgrudamos mais. Foi um pedido silencioso. Mas eu queria fazer as coisas direito.

O canto dos meus lábios se ergueu em um sorriso malicioso e então eu fui atrás dela.

Não foi difícil encontrá-la; Amy estava em um lugar isolado com seu arco e flecha na mão e atirava flechas em uma árvore. Era surpreendente como a baixinha conseguia acertar as flechas exatamente uma do lado da outra. Era um dom.

Parei em uma árvore que estava atrás dela e apoiei um pé na árvore cruzando os braços observando-a. Seu semblante era sério e sua testa estava levemente franzida. Ela usava um short jeans preto e uma blusa simples e seus longos cabelos castanho claro estavam enfeitados com uma bandana vermelha. Simples e linda, como sempre.

– Sabia que é feio espionar os outros? – Amy quebrou o silêncio. Mesmo de costas para mim, ela percebeu minha presença, pelo visto.

– Sou um criminoso então. – falei levantando as mãos como se tivesse me rendido e caminhei em direção dela. Assim que parei ao lado dela, ela atirou mais uma vez com seu arco e flecha na árvore, antes de abaixar a arma e me encarar com seus grandes olhos verdes amendoados.

– Sean Carter. – pronunciou pausadamente. – A que devo a honra de sua presença? – perguntou como se aquilo não fosse nada demais, mas o brilho em seus olhos ao me olhar a denunciava.

Coloquei as duas mãos em sua cintura, envolvendo-a e a trazendo para junto de meu corpo em um movimento brusco e possessivo. Aproximei minha boca da dela como se fosse beijá-la, e assim que meus lábios roçaram levemente os dela, sussurrei:

– Venha comigo.

Soltei Amy de meu aperto e sorri maliciosamente ao ver a confusão e irritação em seu rosto. Ela sabia como eu gostava de provocá-la. Passei por ela e fui andando indicando que ela me seguisse e assim ela o fez. Olhei para os dois lados por um momento pensando se Apolo não apareceria por entre os arbustos para proteger sua filha de mim. E quando ele não o fez, me senti um idiota por pensar nisso e andei com mais velocidade.

********** Amy Montgomery POV

Se apaixonar é uma das coisas mais incríveis que possa acontecer com qualquer pessoa. Perdoar os defeitos do outro e aprender a gostar deles. Nada mais lindo do que um amor que seja recíproco.

Sean me guiou por entre algumas árvores até que o barulho do mar começasse a ficar mais alto. Logo a água cristalina entrou em minha visão e o sol fez contato com minha pele. Caminhamos por entre as pedras que levavam à areia por algum tempo até que ele parou e se demorou para me encarar.

– Então...? – perguntei curiosa.

– Eu tive essa ideia hoje mais cedo, mas agora que estou diante de você vejo que devia ter ensaiado o que falaria... – falou rapidamente.

– Ok. Apenas fale o que vier em sua mente. O improvisado sempre é mais sincero do que o ensaiado.

– Ok. – ele concordou e passou a mão nervosamente em seus cabelos negros bagunçando-os mais ainda, se fosse possível. – Eu nunca conversei muito com você antes da missão, te conhecia apenas de vista, e mesmo que eu tenha passado por diversas situações quase-morte com você, por você e tentando te proteger, quero que saiba que eu faria tudo de novo. Eu enfrentaria centenas de Minotauros, mataria quantas Hidras precisassem, cortaria a cabeça da Medusa, lutaria com todas as Esfinges que existem, eu invadiria o Olimpo e brigaria com Zeus se soubesse que é o que te faria ficar segura. – um trovão ecoou pelo céu claro, um sinal de Zeus, pelo visto ele não gostara de ter sido ameaçado em uma declaração de amor. Sorri abertamente. – Eu me importo com você mais do que você possa imaginar. – Sean continuou e segurou uma das minhas mãos e senti o conhecido choque percorrer meu corpo com aquele contato. A outra mão dele foi para o meu rosto e fez um leve carinho.

– Ah, meus deuses... – ofeguei baixinho enquanto meu coração participava de uma maratona.

– Querida Amélia – Sean voltou a falar parecendo mais nervoso do que antes. – você me daria a honra de te ter como minha namorada?

Senti minha visão ficar embaçada instantaneamente por lágrimas que eu tratei logo de devolvê-las para dentro de meus olhos e entreabri minha boca para sussurrar minha resposta:

– A honra será toda sua... É claro que eu aceito!

Sorri assim que os braços fortes de Sean me suspenderam do chão e me rodaram ao ar enquanto nós dois ríamos. Antes de ficarmos tontos ele parou de me rodar, mas não me colocou no chão. Me segurou mais forte e me fez olhar diretamente para ele. Seus olhos cor de mel demonstravam tamanha felicidade que me fez sorrir novamente. Passei minha mão pelo seu rosto iluminado pelo sol e ele colou nossas testas antes de pousar levemente seus macios lábios nos meus.Sua mão quente se localizava em minha cintura,podia sentir o calor do seu corpo.

–Esse é um dos melhores momentos dessa missão

–Os meus também minha princesa -Seus lábios voltaram para os meus e por ali ficamos por algumas horas até meu pai nos chamar para entrar no avião.

********* Henry POV

Havia alguma coisa que estava me incomodando,uma saudades...uma ausência de alguém especial.Você deve pensar que é Melanie mas eu não sinto a falta dela,isso ira permanecer por um longo prazo,oque ela fez foi sinceramente o cumulo. Percebi que Mary minha melhor amiga não estava conosco.Não a via a minutos ou talvez horas.No instante em que recordo minha memória me levanto de onde estava repousando e corro para a procurar.

Quando coloco meus pés na areia fria viro minha cabeça para ambos os lados a procura dela.Algo me chamou atenção,Mary estava frente a frente com um homem estranho que nunca havia visto.Um homem alto de terno como um segurança de duas caras.

– Ahn... Mary - chamo me aproximando com cautela - Quem... Quem são esses? - sussuro para ela baixinho.

–Henrique se afaste!!! Sai daqui ...não precisa se intrometer nisso.Eles são malvados -Sua voz estava rouca e em seus olhos podia-se ver tristeza

–Cale a boca Mary,você tem que vir comigo,tem que se juntar a Hera - O homem se aproxima a pegando pelo braço

Sem perceber eu seguro o braço do homem e concentro o calor do meu corpo em minha mão. Então minha mão ficou em volta do fogo azul que eu invoquei.

–Ah garoto você não sabe com quem está lidando,essa garota foi amaldiçoada e precisa ir comigo,será o melhor pra ela

– Mary... - chamei, já ficando com raiva - Quem são eles?

– Ele é um camundongo estupido!! que está atormentando minha vida,esse cretino.Eu não quero me juntar com Hera,não quero!! e o outro é meu namorado Castiel

O homem ainda a segurava firme no braço,sua expressão foi medonha.Fechei os olhos por dois segundos e me concentrei. Criei uma ilusão. O homem ficou parado por dois segundos encarando o nada, o que me deu tempo de chuta-lo na barriga com força. Isso o fez soltar Mary, a puxei para tras de mim.

Mary me olho surpresa e deixa escapar um grande sorriso.Ela deve ter pensado,eu tenho um amigo de verdade?Acho que depois dessa sim.Sua cauda abanava sem parar,suas orelhas se mexiam.O homem que estava parado logo range os dentes e sai em cinzas.

– Porque fez isso por mim?Porque me salvou?

– Por que você é minha amiga. E acho que sem a Mel aqui... Você é a pessoa mais próxima a mim. - Henry deu um sorriso sem jeito

–Nem sei oque dizer mas obrigada por me salvar.Aquele cara...blé esquece ele. -Mary pensou um pouco quando sitei o nome de Mel, e estendeu a mão - Amigos?

Apertei a mão dela com um sorriso.

– amigos - confirmei.

Mary me da um abraço apertado como de um urso.Parecia não querer o soltar,aquele abraço significava muito para ela.Ri um pouco antes de retribuir também com um abraço de urso. Ela era um pouco menor que eu, então foi facil a apertar em meus braços e a erguer do chão.A menina raposa ri e Castiel aparece sorrindo ao lado ,mas logo sai.A menina raposa começa a andar até uma grande árvore.

–Acha que consegue escalar ela comigo?

– Se você me ajudar... - pensei um pouco - Talvez eu consiga...

–Então vamos eu lhe ajudo -Ela começou a subir colocando as mãos em alguns galhos firmes - vá colocando os pés em galhos até onde conseguir,caso contrário use as mãos

Me aproxima da árvore e procuro algo para me apoiar. Lentamente escalei a arvore, até um dos galhos que estava, que por azar era um dos mais altos,pisei em um galho fraco e comecei a cair.Mary me ve cair e com sua agilidade corre em minha direção.Em poucos instantes iria chegar no chão.Sua cauda a ajudou a se equilibrar em um galho firme.Ela me pegou pela gola de sua camiseta e me deixou perdurado.Ela me disse para segurar em sua camiseta , estava assustado com o susto então aquilo pareceu ser a melhor forma de sobreviver a uma queda daquelas.Mary me ajudou a ficar sentado na árvore,ela gargalhava e ria de mim.

–Tome cuidado da próxima vez novato

– Eu vi a minha vida diante dos meus olhos... - Murmurei assustado

–Ah não se assuste é a primeira vez é normal que isso aconteça....Gosto de ficar aqui.E você?oque gosta de fazer? -Mary sorri de lado.A beira do mar Melanie estava sentada com as pernas cruzadas olhando o céu.Ela cravava as unhas na areia como se algo forte atingisse seu corpo.Não consegui não encara-la por dois segundos antes de dizer:

– Gosto de tocar instrumentos... Qualquer um e... Gosto de ficar com você - ele murmura sem perceber o que estava falando

–Pode me ensinar a tocar alguns?Acho bem interessante -Mary fica sem jeito por alguns minutos e seu rabo abaixa.

– Qual você gostaria de aprender? Violao... Guitarra... Piano... Bateria... - ele começou listando alguns instrumentos

–Todos!!!! -Ela se empolga e escorrega,mas logo volta.Riu um pouco com a animação dela.

– Posso te ensinar violão primeiro... Pode ser? -Dei um sorriso fofo ao arrumar uma mecha do cabelo que estava caida na frente de meus olhos.O rabo de Mary abanou rápido e novamente ficou sem graça.

–Pode sim,quando começamos? -Ela demonstrou empolgação e desce da árvore.Me ajudando a descer.

– Quando você quiser... Eu posso materilizar um violao a qualquer hora.

–Hm....Pode ser quando chegarmos ao acampamento.Porque o senhor quentinho está ordenando para que vamos para dentro do carro dele -Mary fica reflexiva -Hey,sei que te incomoda mas você tocova violão com a Mel não era?

–É... Eu ensinei ela tocar... - Murmurei olhando o chão.Um sentimento estranho fluiu dentro de mim

–Hm....tirei minha dúvida,vamos logo.Deixa esse assunto para lá,agora somos amigos e se quiser desabafar comigo sobre ela,fique a vontade.Temos um grande caminho pela frente

Sorri e olhei para frente. Meio sem saber o que fazia, peguei a mão de Mary.Ambos caminham até o carro e nos sentamos nos bancos da frente do veiculo.Mel nos entrarmos de mãos dadas mas apenas observa,sua expressão era estranha,como se os dizia uma mensagem de urgência.Mary se senta na janela e ao lado dos dois outros campistas conversavam