Por algum motivo que não sei explicar

Desde que você se foi, nunca mais houve

Nunca houve uma palavra honesta

Isso foi quando eu dominava o mundo

Viva La Vida- Cold Play

2 meses depois…..

Danny POV

-Então temo um suspeito que diz que não é culpado, uma vitima que não pode mais dizer uma palavra. E as evidencias não nos dizem nada além do que sabemos- Falei encarando Mac- Esqueci alguma coisa?- Perguntei mal humorado. Ele sorriu.

-Não, vamos Danny. Temos que achar uma resposta.

-Eu sei! Mac eu não acho nada!- Falei levemente irritado- Eu já chequei as roupas da vitima mais de três vezes e não deu absolutamente nada!

-Então cheque de novo!- Ele falou como se aquilo fosse obvio e saiu, bati com a mão na mesa, e bufei frustrado. Alguns detetives me lançaram olhares fulminantes, mas naquele momento isso pouco me importava. Encarei as paredes de vidro a minha frente. Péssima ideia.

Ela estava encarando a arma do crime como se ela fosse tomar vida a qualquer momento e lhe atacar.

-Alguém além de mim está tendo um mal dia- Murmurei. E de alguma forma aquilo me confortou, o que realmente era estranho.

-Falando sozinho?- Ouvi a voz de Adam atrás de mim, bufei.

-Qual é o problema das pessoas do NYPD em pisar forte?- Perguntei irritado, ele sorriu.

-Bem que andam dizendo por ai que Danny Messer está com um humor de matar.

-Pode apostar que estou- Falei agora as pessoas iriam ficar falando pelas minhas costas?!- Tem alguma coisa boa? Caso o contrario não quero nem ouvir.

-Sim eu tenho- Adam falou me mostrando a prancheta que trazia. - Parece que seu suspeito andou mexendo com folha de cocaína. Aquele pó que você encontrou, eram vestígios de folha de coca. Não podemos prender ele por traficar, mas....

-Podemos conseguir um mandado- Falei sorrindo e tirando o casaco.

-De nada!- Adam gritou quando eu já estava na porta, ri e continuei andando. Corri até a sala de Mac, passando por uma Stella que gritou: “Aonde é o incêndio?” quando passei.

-Tenho boas noticias- Falei abrindo a porta, não havia percebido que ele estava ocupado.

-Eu não posso!- Lindsay falou, o tom de voz irritado, como se não fosse a primeira vez que repetia aquilo. Ambos me encararam.

-Me desculpe, posso voltar outra hora.- Falei já saindo.

-Não- Mac falou, seus olhos se voltaram pra Lindsay- Sim, vou ver o que posso fazer. Mas não é a primeira vez que se enrola com horário- Ele lhe alertou- E se isso tornar a acontecer, vou tomar providencias.

-Sim- Ela falou, suspirou e passou a mão pelo rosto. Foi naquele momento que eu realmente a observei.

Desde aquela ultima conversa que não olhava direito pra Lindsay, seus olhos estavam fundos. As olheiras eram visíveis, estava exausta. Como nunca há vi antes, parecia carregar o mundo nas costas.

Ela saiu passando por mim, não me olhando nenhum momento.

-O que queria?

-Dizer que temos provas suficientes pra pelo menos um mandado de busca na casa dele. – Falei, Mac sorriu.

-O que estamos esperando?

XXXXXX

Entrei na sala e tirei meu casaco, já eram 22h, até Mac e Stella já haviam saído. Por acaso juntos, sorri. Todo o laboratório de criminalística sabia que algo acontecia entre os dois, e era muito mais que amizade.

Olhei ao redor, alguém, uma mulher estava deitada, n verdade parecia estar desmaiada em uma pilha de papel na mesa. Pisquei confuso, o laboratório estava praticamente deserto, me aproximei e cutuquei a moça.

-Você está bem?- Perguntei em duvida, não houve resposta. Levantei sua cabeça e seu tronco, era Lindsay. E parecia dormir.- Lindsay?- Chamei, ela piscou confusa, e se ergueu, olhou ao redor.

-Eu...?- Perguntou confusa me encarando.

-Dormiu. São 22h- Falei, ela levantou tão rápido eu me assustou- O que diabos....?- Perguntei, ela não pareceu se importar e jogou suas coisas na bolsa.

-Rock! Meu Deus, eu devia ter pegado ele!- Ela falou desesperada, pisquei confuso. Quem era Rock?! E por que ela tem que pega-lo?! Ela estava namorando?

Então era assim! Mal terminou comigo e já está com outro?!

-Tudo bem, acho que o Rock já deve ter entendido a essa altura que levou um bolo- Falei mal humorado, ela parou e me encarou.

-Qual é o seu problema?

-Como?!

-Olhe eu não tenho que ficar te dando satisfações Daniel- Ela falou colocando a bolsa no ombro e me olhando- Agora me de licença- Ela falou passando.

-Espera vai sair como se nada....?!

-Sim, já disse não te devo nada . Não sou a sua namorada- Ela respondeu dando de costas e saindo. Porém eu fui atrás, ouvi ela bufar e acelerar o passo, fiz a mesma coisa. Por fim ela parou e me encarou- Qual é o seu problema Messer?

-Você- Respondi, ela me encarou como se eu tivesse ficado louco. E talvez tivesse razão, talvez eu tivesse perdido todo o meu juízo. Mas eu estava cansado.

-Olhe eu não tenho tempo...

-Sim, você está tão cansada quanto eu- Falei, ela sacudiu a cabeça. Lindsay sabia que eu não estava me referindo a cansaço físico, embora nós dois estávamos de matar.

-Não, eu preciso ir.- Falou dando de costas, segurei seu braço.

-Não, você vai me ouvir- Falei a encarando decidido, vi a duvida em seus olhos- Eu não sei de onde você veio. Juro, não consigo entender, como de um tempo pra cá. Se tornou tão importante.

-Danny...

-Você vai me ouvir! Eu não sei de nada a não ser que não consigo mais parar de pensar em você!- Falei, ela me encarou- Eu não consigo!- Falei, ela me encarou, seus olhos levemente marejados.

-Eu, queria tanto- Ela sussurrou, fechando os olhos- Sinto sua falta, mas não posso- Falou se afastando, eu a segurei.

-Por que não?! Deus não é o orgulho! Por que se for, eu me ajoelho aqui e agora e digo que a amo- Falei, ela abriu os olhos- Por que eu te amo. Te amo Lindsay.

-Danny eu não posso.

-Por que não?!

-Por que...- Ela se afastou- Danny, você não pode. Por que, as coisas não são mais as mesmas.

-Não- Falei, ela sacudiu a cabeça.

-Danny...

- Diga pra mim, olhe nos meus olhos- Falei, ela me encarou- E me diga que não sente o mesmo. Que não me ama, diga. Consegue? Consegue dizer?

-Eu não o amo- Ela sussurrou, eu a soltei como se tivesse levado um choque. Por que era assim que eu me sentia. Levado um choque, de uma voltagem além do que meu corpo poderia suportar.