Laços De Sangue escrita por Catarzo


Capítulo 1
Prólogo




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            O campo era verde, o ar tão puro, o vento que invadia nossa face era fresco e espantava a onda de calor. Era verão, o calor podia-se dizer que era insuportável, mas eu aguentaria, estava de férias e o que mais queria fazer era sossego.

            Viajar para a casa de meus avós no interior era o que sempre eu fazia, adorava, assim conseguia distância da internet, das pessoas mal-humoradas da cidade.

            Fechei meus olhos e deixei a brisa leve e perfumada invadir minhas narinas, e envolver meu corpo em um suave bem-estar momentâneo.

Sentei na beira do lago, debaixo da macieira, sua sombra podia-se dizer que era divino, ainda mais naquele sol de rachar.

            Ainda de olhos fechados, contemplei a natureza, que meus olhos não viam, mas os ouvidos, o nariz podia sentir.

            - Hey, Edu, a vó está te esperando para o café da tarde!

            Neco chegou à sua bicicleta gritando, abri os olhos, o coração acelerado devido ao susto, olhei seu rosto procurando alguma explicação para tanta euforia. Notei que Neco estava mais másculo, havia crescido alguns centímetros desde as ultimas férias, possuía um corpo bem definido, estava ficando bonito, não que nunca fora, eu que nunca o reparara.

            - Quando você chegou?

            Tentei não parecer surpreso.

            - Corta esta e vem logo me dar um abraço. Vai dizer que não sentiu minha falta?

            Neco desceu da sua bicicleta e meio que pulou em meus braços, um abraço forte e aconchegante, seu perfume invadiu todo meu sistema olfatório, fazendo meu corpo tremer. Aquele cheiro me fez pensar em algumas possibilidades.

            Retribui o aperto, e depois de alguns segundos nos soltamos, e por um segundo trocamos um olhar, mas sem graça eu cortei a cena:

            - Neco, é muito bom tê-lo de volta. Eu sinti sua falta, foram quase um ano sem nos ver.

            - Se você não tivesse feito aquela viagem no meio do ano, não teria tanto tempo assim.

            Seu tom parecia triste, mas imediatamente me envolveu com seu braço direito e disse:

            - Isso não importa, estamos juntos por mais um mês. Vamos, sabe que a vó quanto a lanches ela fica louca. Deve estar preocupada com nossa demora.

            - Neco, eu vim a pé, deixei minha bike lá na fazenda.

            - Sem problema priminho, vou voltar andando com você. Assim podemos por a conversa em dia.

            Já na metade do caminho, depois de muito silêncio, resolvi falar:

            - Que horas você chegou?

            Caramba, o cheiro de Neco estava bom demais, eu me perderia naquelas férias, eu estava desejando meu primo? Meu primo que considerava quase um irmão? Meu Deus, eu estava virando um pervertido.

            - Acabei de chegar, a vó disse que você estava no campo, logo imaginei que estava na macieira, seu lugar preferido, então troquei minha roupa e vim correndo te ver, a saudade estava apertando sabe?

            Se Neco não parasse de ser tão fofo eu me apaixonaria, ou pior, desejaria ainda mais seu corpo sobre o meu.

            Tínhamos a mesma idade, quatro meses de diferença, dele para mim, sempre criados juntos, nas férias, na fazenda de nossos avós. Além de nós dois havia só mais dois primos, o Gabriel e a Julia, que eram irmãos, mas estes há muito não os víamos, estavam morando na Inglaterra, eram cinco e sete anos mais velhos, respectivamente.

           

            Chegamos à cozinha e após lavar as mãos nos sentamos na grande mesa de madeira, e nos servimos do melhor café com leite do mundo. Uma mesa farta, como bolos, broas, pães, queijo e manteiga, tudo produzido pelas mãos de nossa vó. Comemos até nos empanturrar e após, sentamos do lado de fora da varanda e ficamos contemplando a chegada da noite.

            A voz de Dona Cecília ecoou pelos cômodos da casa:

            - Hora do banho meninos!

[CONTINUA]


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