Vida escrita por MonkeyBlues


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Bem, neste capítulo tentei adiantar algumas coisas que não sabiam para melhora do entendimento.



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Marcus conhecia Damon. Damon não era garoto para nenhuma garota gostar, mesmo que todas que ele quisesse gostavam dele. Ele era mulherengo, qualquer mulher lhe atraía, e ele não as deixava sem passar pelos seus lábios. Aquilo lhe tomara a cabeça por alguns segundos, até que sem pensar, voltou a escrever para seu amigo.

Marcus: Hey...

Damon: Hm?

Marcus: Estou gostando da irmã da novata.

Damon: Victoria?

Marcus: Sim, ela mesmo.

Damon: Por que não me disse?

Marcus: Ah, sei lá. kkkkk

Damon: Eu falo com ela.

Marcus: EI, PERA, NÃO!

Damon: Estava brincando kkkkk

Marcus: Espero. Estou saindo, mano.

Deixou o computador para pensar calmamente, mas esqueceu de desligá-lo. Percorreu toda sua casa solitária até perceber que seu pai não havia chegado. Da cozinha, onde preparava um prato para jantar, ouviu o tom enjoativo do facebook quando alguma mensagem era recebida. Nick, me espere por favor... pensou calmamente, terminando de preparar sua refeição - um pão recheado de queijo e presunto com uma vitamina de frutas.

Sentou-se com o prato no colo e a vitamina ao lado do mouse. Ao ver a tela do computador quase cuspiu o que tinha na boca. Não era a foto engraçada de Nick que estava no pequeno chat aberto, e sim, sua nova amiga, Victoria.

Victoria: Oi.

Marcus: Oi.

Victoria: Tudo bem?

Marcus: Sim e você?

Victoria: Também... Você é o Flávio, não é?

Marcus: Marcus* Você se lembra do meu nome, mas não se lembra que odeio ser chamado por isto kkk

Victoria: Ah kkkkk

Marcus: Você não é daqui da cidade, não é?

Victoria: Não, cheguei há pouco tempo com minha família..

Marcus: Você é calada. Sua irmã é diferente demais.

Victoria: Eu não consigo ser como ela... Eu não sei porquê.

Marcus: Timidez? kkk

Victoria: Deve ser kkk

Marcus: É, mas tem que perder, ou não terá muitos amigos.

Victoria: Se importa se qualquer dia eu te ligar?

Marcus: Não.

Victoria: Escreve seu número, então...

Marcus: Manda o seu, também. kkkk

Victoria: Está bem. 98888888

Marcus: Nossa, quanto oito... kkkkkkkkkk O meu é 96437447.

Victoria: Está certo, te ligo depois.

Marcus: 'Tá, até.

Desligou-se da rede após ela ter feito o mesmo. Estava com o número dela ali, querendo confessá-la todo seu amor crescente, querendo compartilhar aquela sensação, mas não conseguia... Suas experiências no amor o faziam arrepender de qualquer tentativa ousada de tê-la. Por isso, manteve-se com o número dela prestes a ligar toda a madrugada até cair no sono.

Marcus estava chegando no colégio, acompanhado de Nick e Daniel, os dois comentando sobre Victoria para infelicidade do rapaz. Eles adornavam a mente de Marcus com propostas para desistência antes que ele se arrependesse de ter conhecido a garota. Contavam que ele tomaria o maior fora, e ao mesmo tempo de rir, sentia-se mal.

Após subirem a escada, deixou sua bolsa numa cadeira longe de todos no fim da fila e procurou a sala de Victoria. Nick percebeu a procura com os olhares de Marcus concentrados no mesmo local onde o levara pra conhecer quem era a dona de seu coração. Nick riu e aproximou-se lentamente.

Lá estava ela novamente, bela e pensativa, observando o céu azul. Marcus aproximou-se furtivamente, tão lento quanto a sua forma de pensar nos momentos que pensou no que fazer. Mil coisas e nada de tão interessante, tão elegante como esperava ser. Apossou a cintura dela com sua mão e a puxou para si, logo juntando-se para admirar o céu.

— Prefiro dias cinzentos. — comentou.

Ela não soube o que falar, estava corando e seu coração pulsava forte... Ele sentia, de repente estavam abraçados.

— Tudo bem? — perguntou sorridente.

— Ah, sim, claro. — falou ela rapidamente, algumas de suas amigas observando pelos cantos, dando-lhe mais vergonha.

— Depois eu falo com você... — falou sorrindo, mas por dentro estava desesperado. Ela vai morrer se eu continuar aqui...

Saiu com passos rápidos, mas ao encontrar Nick de relance, começou a gargalhar.

— Desgraçado! O que está olhando? Não tem nada pra fazer? — riu do amigo. — Bisbilhoteiro. Só porque é alone não quer dizer que eu tenha que ser também.

— Vivizinha... Meu amor, eu te amo. — riu, mas fez pose de mulher. — Oh, eu te amo também... Meu Deus... Eles olham para nós. — imitou a voz de uma garota.

— Vamos pra sala? Já deve estar começando...

— Muito bem, alunos. Musical Meetin' será uma competição entre as salas onde farão covers de músicos que cantam na língua inglesa ou espanhola. — sorriu maldosamente. O professor era horrível por ser um velho enrugado e de cabelos despenteados que adornados a seu feio rosto, transformava-o em um monstro. — Nossa sala ficará com os anos 60, muita boa sorte...

— Desgraça, 60 não tem nada de bom. Se fosse 70 ou 80, seríamos os astros do rock. — Karth comentou raivosamente.

— Ei... Tem algo que eu goste e que é bem legal. The Beatles. Paul. — apontou para si mesmo. — Lennon, Ringo e George. — apontou na ordem respectiva para Nick, Damon e Daniel.

— E eu sou o quê? — perguntou Karth exasperado.

— Dá um jeito e vira George Martin. — falou calmamente, rindo logo após com seus colegas.

— Vai se foder, seu filho da puta!

— Está formado? — perguntou Nick.

— Qual será a música? — continuou Marcus.

— All My Loving, Let It be, Help...? — tentou induzir um novo garoto do grupo, Kevin. Era um louro com cabelos penteados para o lado.

— I Want To Hold Your Hand, sem mais. — ordenou Marcus e eles continuaram brigando, mas na inscrição, ele colocou rapidamente:

THE BOYS - I WANT TO HOLD YOUR HAND

Entregou o papel para seu professor e voltou sorridente, com olhares raivosos de Karth, Damon e Nick.

Let's go? — riu.

Nick, Damon, Daniel e Karth já tinham ido, restando apenas Marcus do grupo na frente do colégio. As meninas estavam indo, desta vez sem o casal. Ele avistou Victoria e um sorriso cruzou seu rosto.

— Posso ir com vocês? — pediu.

— Claro que pode, Flávio. — falou Lilian.

Marcus não tinha percebido Lilian. Há meses aquela garota fazia o menos esperado pela situação. Eles voltavam pra casa juntos, faziam quase tudo juntos e ela o colocara na temida friendzone... Por isso que agora se odiavam.

Luciana, Lilian e Beatriz andaram na frente falando besteiras de garotas depressivas, como quando elas ficavam de TPM, menstruadas e outras situações constrangedoras. Marcus aproveitou o momento para abraçar Victoria e ela o correspondeu, andaram colados por algum tempo e as três garotas não perceberam...

— Você perdeu sua timidez... Ou é por que elas estão olhando para frente? — sussurrou e a garota riu. — Pelo menos estamos juntos, sua irmã já deve saber...

— Ela já sabe.

— Ótimo, então se olha for a primeira a olhar pra trás, dá para se separar antes que as outras olhem. — sorriu e beijou-lhe a testa, logo depois a bochecha e não continuou porque ouviu ruídos suspeitos das garotas. Mas ao virar-se, elas nada fizeram. Estava chegando perto da casa de Luciana, onde iriam parar. — Opa...

Desvencilhou-se da querida garota e permaneceu imutável, enquanto as quatro garotas despediam-se. Estava ainda inexpressivo quando voltaram a andar e então, abraçou a garota de novo, mas apenas manteve distância dela enquanto suas mãos na nuca dela.

— Os vizinhos vão ver e vão interpretar-

— Ô Lila, espera aí. — falou alto, interrompendo Victoria de terminar seu falatório, sorrindo para esta.

Lilian não gostou de ser chamada pelo antigo apelido, mas continuou andando pesadamente até alcançarem a casa de de Bia e Victoria. Despediram-se como colegas de classe, uma boa noite pra cá e um até amanhã pra lá. Como não gostava de Lilian, Marcus manteve-se a metros da garota, mas ela olhava atenciosamente para o jovem com seus belos olhos enegrecidos.

— Aproxime-se mais, Macca! — falou raivosa, como se ordenasse.

— Por que eu o faria, Lila? — indagou.

— Vem logo, diabo! — gritou, mas logo levou as mãos para a boca. — Tá vendo o que você faz? Eu, uma adventista, estou falando o nome da besta!

— Eu me chamo Marcus Flávio, ok? — falou indo pro meio da rua.

— Volta, seu desgraçado! — ela correu.

Mas um carro cruzou seu caminho, como se não bastasse, em alta velocidade. O garoto estreitou os olhos e os arregalou ao ver a cena, e mesmo atônito, moveu-se.

Lila levantou-se limpando sua farda.

— Ai minhas costas... — gritou Marcus.

No momento exato, ele a salvou do carro, no entanto os dois caíram no asfalto. Marcus tentando ajudar a garota, sofreu o impacto inteiro, resultando em seu braço dolorido, farda rasgada no ombro direito e ferimentos em tal.

— Nossa, Marcus! Se levanta, tem que lavar isso! — gritou ela assustada.

— Sua idiota... — reclamou ele, dando a mão para a garota que enfraqueceu ao puxá-lo.

Marcus levantou-se sozinho, praticamente, olhou para a garota por segundos e caminharam calmamente.

— Vamos logo, minha casa vem antes, você passa lá e eu dou um jeito nesse ombro...

— Não, você fica me devendo uma. Eu sei me cuidar, quem não sabe é você que fica se jogando no meio da rua... — falou em um tom crítico e rude.

— Você está querendo pegar Victoria? — perguntou, olhando os arredores.

— Não sei... Por que você quer saber? — perguntou quase sorrindo.

— Ah... — ela pausou, um tempo para pensar no que falar e voltou. — Parece que vocês estão tendo algo.

— E se rolar, ninguém vai saber. — a cortou.

O caminho tornou-se triste e calado como quando Kyle e Jasmine andavam com eles. As madeixas louras que Lilian tinha em seus cabelos negros a deixavam bela, mas Marcus mal ligava para isso. Livrou-se dela com um tchau qualquer e continuou seu caminho.

— Quem me liga as duas da matina... — praguejou e pegou o celular.

Victoria Díaz chamando...

— Alô? — falou, sem resposta, como se tivesse falado num lugar vazio.

— Oi... — falou a voz doce.

— Amor! — falou com entusiasmo, sentando-se na cama. — O que foi?

— É... Eu queria te falar uma coisa... — ela enrolou.

— Pode falar.

— Eu não sei se vou continuar morando aqui...

— Você já tinha me dito isso, bebê.

— Mas desta vez é sério, meus pais estão querendo voltar e brigando comigo todo dia por não ter amigos.

— Eu posso ir aí e me apresentar como seu amigo...

— Não... Eu também não quero que eles te conheçam...

— Vamos namorar e não quer que seus pais saibam? Proibido é legal, ótimo, mas vai dar merda.

— Eu não quero mais nada com você...


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Notas finais do capítulo

I want reviews. ç2



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