Vida escrita por MonkeyBlues
Notas iniciais do capítulo
Bem, neste capítulo tentei adiantar algumas coisas que não sabiam para melhora do entendimento.
Marcus conhecia Damon. Damon não era garoto para nenhuma garota gostar, mesmo que todas que ele quisesse gostavam dele. Ele era mulherengo, qualquer mulher lhe atraía, e ele não as deixava sem passar pelos seus lábios. Aquilo lhe tomara a cabeça por alguns segundos, até que sem pensar, voltou a escrever para seu amigo.
Marcus: Hey...
Damon: Hm?
Marcus: Estou gostando da irmã da novata.
Damon: Victoria?
Marcus: Sim, ela mesmo.
Damon: Por que não me disse?
Marcus: Ah, sei lá. kkkkk
Damon: Eu falo com ela.
Marcus: EI, PERA, NÃO!
Damon: Estava brincando kkkkk
Marcus: Espero. Estou saindo, mano.
Deixou o computador para pensar calmamente, mas esqueceu de desligá-lo. Percorreu toda sua casa solitária até perceber que seu pai não havia chegado. Da cozinha, onde preparava um prato para jantar, ouviu o tom enjoativo do facebook quando alguma mensagem era recebida. Nick, me espere por favor... pensou calmamente, terminando de preparar sua refeição - um pão recheado de queijo e presunto com uma vitamina de frutas.
Sentou-se com o prato no colo e a vitamina ao lado do mouse. Ao ver a tela do computador quase cuspiu o que tinha na boca. Não era a foto engraçada de Nick que estava no pequeno chat aberto, e sim, sua nova amiga, Victoria.
Victoria: Oi.
Marcus: Oi.
Victoria: Tudo bem?
Marcus: Sim e você?
Victoria: Também... Você é o Flávio, não é?
Marcus: Marcus* Você se lembra do meu nome, mas não se lembra que odeio ser chamado por isto kkk
Victoria: Ah kkkkk
Marcus: Você não é daqui da cidade, não é?
Victoria: Não, cheguei há pouco tempo com minha família..
Marcus: Você é calada. Sua irmã é diferente demais.
Victoria: Eu não consigo ser como ela... Eu não sei porquê.
Marcus: Timidez? kkk
Victoria: Deve ser kkk
Marcus: É, mas tem que perder, ou não terá muitos amigos.
Victoria: Se importa se qualquer dia eu te ligar?
Marcus: Não.
Victoria: Escreve seu número, então...
Marcus: Manda o seu, também. kkkk
Victoria: Está bem. 98888888
Marcus: Nossa, quanto oito... kkkkkkkkkk O meu é 96437447.
Victoria: Está certo, te ligo depois.
Marcus: 'Tá, até.
Desligou-se da rede após ela ter feito o mesmo. Estava com o número dela ali, querendo confessá-la todo seu amor crescente, querendo compartilhar aquela sensação, mas não conseguia... Suas experiências no amor o faziam arrepender de qualquer tentativa ousada de tê-la. Por isso, manteve-se com o número dela prestes a ligar toda a madrugada até cair no sono.
Marcus estava chegando no colégio, acompanhado de Nick e Daniel, os dois comentando sobre Victoria para infelicidade do rapaz. Eles adornavam a mente de Marcus com propostas para desistência antes que ele se arrependesse de ter conhecido a garota. Contavam que ele tomaria o maior fora, e ao mesmo tempo de rir, sentia-se mal.
Após subirem a escada, deixou sua bolsa numa cadeira longe de todos no fim da fila e procurou a sala de Victoria. Nick percebeu a procura com os olhares de Marcus concentrados no mesmo local onde o levara pra conhecer quem era a dona de seu coração. Nick riu e aproximou-se lentamente.
Lá estava ela novamente, bela e pensativa, observando o céu azul. Marcus aproximou-se furtivamente, tão lento quanto a sua forma de pensar nos momentos que pensou no que fazer. Mil coisas e nada de tão interessante, tão elegante como esperava ser. Apossou a cintura dela com sua mão e a puxou para si, logo juntando-se para admirar o céu.
— Prefiro dias cinzentos. — comentou.
Ela não soube o que falar, estava corando e seu coração pulsava forte... Ele sentia, de repente estavam abraçados.
— Tudo bem? — perguntou sorridente.
— Ah, sim, claro. — falou ela rapidamente, algumas de suas amigas observando pelos cantos, dando-lhe mais vergonha.
— Depois eu falo com você... — falou sorrindo, mas por dentro estava desesperado. Ela vai morrer se eu continuar aqui...
Saiu com passos rápidos, mas ao encontrar Nick de relance, começou a gargalhar.
— Desgraçado! O que está olhando? Não tem nada pra fazer? — riu do amigo. — Bisbilhoteiro. Só porque é alone não quer dizer que eu tenha que ser também.
— Vivizinha... Meu amor, eu te amo. — riu, mas fez pose de mulher. — Oh, eu te amo também... Meu Deus... Eles olham para nós. — imitou a voz de uma garota.
— Vamos pra sala? Já deve estar começando...
— Muito bem, alunos. Musical Meetin' será uma competição entre as salas onde farão covers de músicos que cantam na língua inglesa ou espanhola. — sorriu maldosamente. O professor era horrível por ser um velho enrugado e de cabelos despenteados que adornados a seu feio rosto, transformava-o em um monstro. — Nossa sala ficará com os anos 60, muita boa sorte...
— Desgraça, 60 não tem nada de bom. Se fosse 70 ou 80, seríamos os astros do rock. — Karth comentou raivosamente.
— Ei... Tem algo que eu goste e que é bem legal. The Beatles. Paul. — apontou para si mesmo. — Lennon, Ringo e George. — apontou na ordem respectiva para Nick, Damon e Daniel.
— E eu sou o quê? — perguntou Karth exasperado.
— Dá um jeito e vira George Martin. — falou calmamente, rindo logo após com seus colegas.
— Vai se foder, seu filho da puta!
— Está formado? — perguntou Nick.
— Qual será a música? — continuou Marcus.
— All My Loving, Let It be, Help...? — tentou induzir um novo garoto do grupo, Kevin. Era um louro com cabelos penteados para o lado.
— I Want To Hold Your Hand, sem mais. — ordenou Marcus e eles continuaram brigando, mas na inscrição, ele colocou rapidamente:
THE BOYS - I WANT TO HOLD YOUR HAND
Entregou o papel para seu professor e voltou sorridente, com olhares raivosos de Karth, Damon e Nick.
— Let's go? — riu.
Nick, Damon, Daniel e Karth já tinham ido, restando apenas Marcus do grupo na frente do colégio. As meninas estavam indo, desta vez sem o casal. Ele avistou Victoria e um sorriso cruzou seu rosto.
— Posso ir com vocês? — pediu.
— Claro que pode, Flávio. — falou Lilian.
Marcus não tinha percebido Lilian. Há meses aquela garota fazia o menos esperado pela situação. Eles voltavam pra casa juntos, faziam quase tudo juntos e ela o colocara na temida friendzone... Por isso que agora se odiavam.
Luciana, Lilian e Beatriz andaram na frente falando besteiras de garotas depressivas, como quando elas ficavam de TPM, menstruadas e outras situações constrangedoras. Marcus aproveitou o momento para abraçar Victoria e ela o correspondeu, andaram colados por algum tempo e as três garotas não perceberam...
— Você perdeu sua timidez... Ou é por que elas estão olhando para frente? — sussurrou e a garota riu. — Pelo menos estamos juntos, sua irmã já deve saber...
— Ela já sabe.
— Ótimo, então se olha for a primeira a olhar pra trás, dá para se separar antes que as outras olhem. — sorriu e beijou-lhe a testa, logo depois a bochecha e não continuou porque ouviu ruídos suspeitos das garotas. Mas ao virar-se, elas nada fizeram. Estava chegando perto da casa de Luciana, onde iriam parar. — Opa...
Desvencilhou-se da querida garota e permaneceu imutável, enquanto as quatro garotas despediam-se. Estava ainda inexpressivo quando voltaram a andar e então, abraçou a garota de novo, mas apenas manteve distância dela enquanto suas mãos na nuca dela.
— Os vizinhos vão ver e vão interpretar-
— Ô Lila, espera aí. — falou alto, interrompendo Victoria de terminar seu falatório, sorrindo para esta.
Lilian não gostou de ser chamada pelo antigo apelido, mas continuou andando pesadamente até alcançarem a casa de de Bia e Victoria. Despediram-se como colegas de classe, uma boa noite pra cá e um até amanhã pra lá. Como não gostava de Lilian, Marcus manteve-se a metros da garota, mas ela olhava atenciosamente para o jovem com seus belos olhos enegrecidos.
— Aproxime-se mais, Macca! — falou raivosa, como se ordenasse.
— Por que eu o faria, Lila? — indagou.
— Vem logo, diabo! — gritou, mas logo levou as mãos para a boca. — Tá vendo o que você faz? Eu, uma adventista, estou falando o nome da besta!
— Eu me chamo Marcus Flávio, ok? — falou indo pro meio da rua.
— Volta, seu desgraçado! — ela correu.
Mas um carro cruzou seu caminho, como se não bastasse, em alta velocidade. O garoto estreitou os olhos e os arregalou ao ver a cena, e mesmo atônito, moveu-se.
Lila levantou-se limpando sua farda.
— Ai minhas costas... — gritou Marcus.
No momento exato, ele a salvou do carro, no entanto os dois caíram no asfalto. Marcus tentando ajudar a garota, sofreu o impacto inteiro, resultando em seu braço dolorido, farda rasgada no ombro direito e ferimentos em tal.
— Nossa, Marcus! Se levanta, tem que lavar isso! — gritou ela assustada.
— Sua idiota... — reclamou ele, dando a mão para a garota que enfraqueceu ao puxá-lo.
Marcus levantou-se sozinho, praticamente, olhou para a garota por segundos e caminharam calmamente.
— Vamos logo, minha casa vem antes, você passa lá e eu dou um jeito nesse ombro...
— Não, você fica me devendo uma. Eu sei me cuidar, quem não sabe é você que fica se jogando no meio da rua... — falou em um tom crítico e rude.
— Você está querendo pegar Victoria? — perguntou, olhando os arredores.
— Não sei... Por que você quer saber? — perguntou quase sorrindo.
— Ah... — ela pausou, um tempo para pensar no que falar e voltou. — Parece que vocês estão tendo algo.
— E se rolar, ninguém vai saber. — a cortou.
O caminho tornou-se triste e calado como quando Kyle e Jasmine andavam com eles. As madeixas louras que Lilian tinha em seus cabelos negros a deixavam bela, mas Marcus mal ligava para isso. Livrou-se dela com um tchau qualquer e continuou seu caminho.
— Quem me liga as duas da matina... — praguejou e pegou o celular.
Victoria Díaz chamando...
— Alô? — falou, sem resposta, como se tivesse falado num lugar vazio.
— Oi... — falou a voz doce.
— Amor! — falou com entusiasmo, sentando-se na cama. — O que foi?
— É... Eu queria te falar uma coisa... — ela enrolou.
— Pode falar.
— Eu não sei se vou continuar morando aqui...
— Você já tinha me dito isso, bebê.
— Mas desta vez é sério, meus pais estão querendo voltar e brigando comigo todo dia por não ter amigos.
— Eu posso ir aí e me apresentar como seu amigo...
— Não... Eu também não quero que eles te conheçam...
— Vamos namorar e não quer que seus pais saibam? Proibido é legal, ótimo, mas vai dar merda.
— Eu não quero mais nada com você...
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I want reviews. ç2