Wanted You More escrita por Rocker
Notas iniciais do capítulo
Eu sei que demorei mais de meses dessa vez, mas aos poucos eu vou conseguindo concluir essa fic.
"I'm waking up to ash and dust
I wipe my brow and I sweat my rust"
Capítulo 10 - Radioactive
Lena arregalou os olhos ao ver os de Edmundo e olhou em volta, percebendo que devia ter perdido o controle do ar enquanto no torpor dos flashes. Lúcia se aproximou, preocupada, e Lena engoliu em seco antes de voltar a encarar o moreno.
– Ahn... Obrigada, reizinho. - Lena disse, sentindo-se bem pela palavra que saíra tão espontaneamente.
Edmundo franziu o cenho. - Me chamou de reizinho?
Lena corou, mas assentiu. Ela, no entanto, não esperava que Edmundo sentasse no chão do jardim e a abraçasse forte em seu colo. Lena não esperava, mas era inevitável retribuir. Arrepiando com a respiração irregular do moreno em seu pescoço, ela o abraçou forte, sentindo-se finalmente em casa.
– Nunca mais me assuste assim. - disse Edmundo, sem conseguir resistir.
Lena suspirou ao ouvir a emoção na voz do garoto e se separou levemente para olhar nos olhos dele.
– Eu estou lembrando, Eddie. - ela disse e pode perceber o espanto substituindo a dor nos olhos dele. - Lúcia está me ajudando, mas estou lembrando aos poucos.
Edmundo colocou uma mão sobre o rosto de Lena, sentindo a esperança renovando-o. - Não me torture mais, por favor. Até onde você se lembrou?
Lena sorriu verdadeiramente em dias.
– Agora eu sei bem que estamos namorando. - ela percebeu o exato momento em que Edmundo se afastaria, possivelmente para lhe dar tempo o suficiente para digerir esse fato, mas ela não queria esse tempo. Ela o queria perto de si, o máximo possível.
Por isso o segurou pela nuca no momento exato em que ele se afastaria e o puxou de encontro aos seus lábios no beijo que ela ansiava desde que acordara com sua amnésia. O que ela não esperava era que esse simples gesto despertasse uma das lembranças mais marcantes que tinha.
– O que viemos fazer aqui? – perguntou, enquanto a via se agachar e pegar um punhado de terra.
Lena não respondeu. Apenas jogou a terra na mão de Edmundo, que a olhou confuso. Lena fechou os dedos dele sobre a terra macia e suspendeu a sua por cima, sem tocá-la.
Edmundo estava prestes a perguntar o que era, quando Lena começou a girar a própria mão em movimentos circulares. Sentiu algo se agitar sobre sua mão e quando a abriu viu um redemoinho de terra crescendo.
Olhou espantado para Lena, mas seus olhos estavam totalmente castanhos, sem irís. Isso o assustou ainda mais, mas Lena o fitou com aqueles olhos cor de terra e sorriu, ainda com os movimentos circulares que formavam o redemoinho.
Olhou para o redemoinho formado em sua mão e sorriu.
O redemoinho se deformou, voltando a ser apenas uma pilha de terra sobre sua mão. Deixou cair no chão de novo e limpou a mão nas calças. Quando levantou o olhar novamente, Lena sorria – seus olhos já normais novamente.
Ele sorriu e, por uma fração de segundo, Lena fiquei imóvel. Então, de algum jeito, pegou a frente da camisa dele e o puxou para si. Os braços dele a envolveram, quase a levantando do chão, e logo ele estava beijando-a – ou ela o beijando, não tinha certeza e não fazia diferença. As línguas dançavam em um movimento sincronizado, dando a sensação de pertencerem um ao outro.
A sensação da boca dele na dela era elétrica; Lena agarrou os braços dele, puxando-o para mais perto, com força. A sensação do coração de Edmundo batendo através da camisa a deixou tonta. O coração de ninguém batia como o de Edmundo, e nem poderia.
Ele soltou-a e Lena arfou – tinha se esquecido de respirar. Edmundo pegou seu rosto com as mãos, traçando a curva das maças do seu rosto com os dedos. Lena perdeu-se totalmente naqueles lindos olhos castanhos. Ele se aproximou para que nossas bocas se tocassem. Pôde sentir que ele sorria.
– Lena, Lena! - Edmundo chamou-a, preocupado, ao vê-la meio atônita.
Mas Lena apenas sorriu com a lembrança, sentindo que a confusão de sentimentos em seu peito causado apenas pela aproximação de Edmundo não era apenas fruto da sua imaginação. Era amor.
– Não pense que será fácil te perdoar por esconder nosso relacionamento de mim. - disse Lena, mas o sorriso em seus lábios contrariava suas palavras.
Edmundo riu pela primeira vez em dias e selou seus lábios aos da menina novamente. Sorriu ao constatar que ela o retribuíra ao invés de ficar no torpor típico dos flashes de memória. Assim que se separaram, Edmundo levantou-a em seus braços e foi levando-a de volta para dentro do palácio.
– Isso é mesmo necessário? - resmungou Lena, mas não iria nunca pedir para que ele a descesse.
Edmundo riu. - É claro, meu anjo.
– Meu anjo. – murmurou Edmundo, acariciando levemente sua maça do rosto. – Anjo. Posso finalmente chamá-la de minha.
Lena sorriu, verdadeiramente emocionada, e puxou-o pela mão em direção ao seu quarto – coisa que jamais fizera com qualquer menino antes. Estava feliz e resplandecente, com ele segurando-lhe a cintura com a outra mão.
Até entrar pela porta de seu quarto e ver uma mulher alta e morena, com cachos curtos, olhos verdes e pouquíssimas rugas que impedia a todos de confundi-las como irmãs, olhando-os mortalmente enraivecida e com um sorriso sádico e maquiavélico no rosto.
Lena assustou-se e olhou rapidamente para Edmundo, que tinha um olhar confuso, antes de voltar-se para a mulher que conhecia tão bem até seus dez anos.
– Isso está começando a me assustar. - comentou Edmundo ao ver a garota se recuperar de outro flash.
Lena, porém, apenas suspirou. - Foi minha mãe, não foi? - perguntou, apoiando a cabeça no ombro do moreno.
Edmundo assustou, e quase parou a caminhada. Mas não negou.
– Eu lembrei de quando ela viera aqui, mas nada depois disso. - ela continuou. - Ela nos ameaçou, não foi?
Edmundo engoliu em seco. - Posso acreditar que ela está possuída por Jadis.
Lena abaixou o olhar, mas não se deixou intimidar.
– Precisamos detê-la. - disse firmemente, esperando poder convencer Edmundo.
– E vamos. Mas antes precisamos recuperar sua memória.
– E como pretende isso? - ela perguntou, levantando a cabeça e encontrando o garoto com um leve sorriso nos lábios.
– Vou assumir meu lugar de direito e recriar suas lembranças. - ele disse. - Desculpe, acabei ouvindo sua conversa com Lúcia.
Lena sorriu. - Tudo bem. Mas então, o que pretende?
Edmundo, porém, respondeu-lhe com outra pergunta.
– O que acha de uma fita no braço?
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