A Batalha Do Labirinto - Brittana escrita por Ju Peixe


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Boa noite:)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/372167/chapter/9

Não sei ao certo quanto tempo levou, mas após algumas horas finalmente dormi. Foi um sono sem sonhos, mas agitado. Eu passei algum tempo chorando de raiva por Santana ter que partir sem mim, mas o cansaço me venceu. E quando finalmente acordei, não estava mais na enfermaria.

Já era noite e eu estava sendo carregada no colo. OIhei para cima e vi Joe caminhando apressado comigo. Ao seu lado, Quinn carregava duas mochilas e olhava para os lados desconfiada, como se alguém pudesse aparecer no meio do nada.

- Ei, o que estão fazendo? – perguntei.

- Cale a boca Britt, vai chamar muita atenção. – Quinn sussurrou, tapando minha boca. – Conversamos depois, já estamos quase chegando.

Ficamos em silêncio até que chegamos no rio. Joe me colocou no chão e Quinn puxou meu pé para a água.

- Se você consegue controlar uma tempestade, consegue curar o seu tornozelo. – ela disse, mais como se estivesse falando isto para si do que para mim.

- E-eu nunca curei ossos antes. – gaguejei.

- Tente, Britt. E então, nós vamos procurar a minha namorada e a sua no meio daquele labirinto. – ela respondeu.

Achei que pudesse ser loucura, mas não levei em conta. Comecei a me concentrar na água e pedi para que ela me curasse. Pensei em Santana, sozinha no meio do Labirinto, e senti meu corpo ganhar forças. A água formou uma espécie de armadura ao redor de meu corpo e senti minhas energias recarregarem. Minha pele começou a ficar dourada, e eu estava pensando com mais clareza. Meu corpo reagiu ao contato com a água, e momentos depois, eu estava caída no chão novamente, com a água já de volta ao rio. Tentei mover meu pulso e meu tornozelo. Perfeito. Quinn e Joe sorriram para mim e sentaram ao meu lado.

- Onde vamos começar? – Perguntei.

- Bem, - Quinn murmurou. – Eu tenho uma ideia. Mas eu não sei se a sua namorada vai gostar muito.

- E o que seria? – retruquei curiosa.

- Você ainda tem o telefone da sua amiga mortal?

Xxxxxxxxxxx

Nova Iorque à noite poderia ser bem medonha. As ruas estavam vazias, exceto por um gato que estava nos seguindo a algum tempo. Eu fiquei tentada a pegá-lo, mas queria encontrar San o quanto antes. Só não sei se a ideia de Quinn daria muito certo.

- Britt, - Quinn chamou. – Quintus pediu que eu te entregasse isto.

Peguei um objeto congelante que queimou minha mão instantaneamente. Parecia um apito de gelo, mas eu não estava certa de sua utilidade

- Quando você precisar de ajuda, - Quinn explicou. – É só assoprá-lo. Funciona só uma vez, depois vai se estilhaçar.

Assenti e seguimos em frente. Após algumas quadras, avistei Marley mexendo nervosamente em sua mochila. Ela acenou ao nos ver e correu em nossa direção. Ela vestia uma camiseta cinza com vestígios de tinta, assim como seus jeans surrados. Seus tênis tinham desenhos com canetinhas coloridas e ela usava um casaco amarrado na cintura.

- Menina bonita! – Joe cumprimentou alegremente.

Marley arregalou os olhos. Ela abriu a boca para falar, mas nada saiu.

- Ele é meu irmão. – expliquei. – Longa história. Precisamos ir logo.

- C-c-certo. – ela concordou.

- Precisamos encontrar Santana e Rachel. – Quinn explicou. – Depois precisamos encontrar Dédalo. Acha que consegue fazer isso?

- E-eu não sei. Por que eu? – Marley perguntou. – Quer dizer, vocês são semideuses. E ele é… deus, algo com um só olho. Por que precisam de mim?

- Você é o fio de Ariadne. – Quinn disse. – Você enxerga o caminho pelo labirinto. Pode ser loucura levar uma mortal em uma missão, mas pode dar certo. Eu acho que vale à pena tentar.

Marley assentiu e Quinn nos guiou até uma porta. Forçamos a entrada e logo estávamos dentro do labirinto. Marley fechou os olhos e tentou se concentrar. Joe apertava a minha mão, assim como Quinn. Parecíamos crianças com medo do escuro, e de certa forma éramos. Exceto pelo fato de que o escuro seriam os monstros do labirinto e o labirinto em si, e que também não éramos mais crianças.

- Eu… eu acho que sei o caminho. – Marley murmurou.

- Acha? – Quinn perguntou.

- É melhor do que nada. – ela retrucou, arrancando um sorriso de Quinn.

Nós a seguimos pelo labirinto até que uma sala formou-se diante aos nossos olhos. Continuamos andando pela sala larga com azulejos dourados até chegarmos a uma porta. Mas havia algo a mais. Eu vi um rosto, que na verdade eram dois. Uma cabeça, duas caras. É, algo assim. Ambas guardavam duas portas, com enormes travas de ouro.

- Ah, não. – Quinn resmungou. – Você não.

- Mais respeito, Lucy Quinn Fabray. – A coisa, seja lá o que fosse, disse.

- Lucy? – Sussurrei.

O rosto de Quinn ficou em um tom vermelho-vivo e ela desviou os olhos.

- N-n-não é nada importante. – ela gaguejou. – Saia, Jano. Precisamos passar.

- Pois bem, escolha uma passagem, minha querida. – A cara da direita disse.

- Jano, tipo o deus das portas? – perguntei baixinho.

- Sim, Jano, o deus das portas. – Quinn concordou.

- Escolha, Brittany Pierce. – Jano ordenou. – Você precisa fazer sua escolha.

Arregalei meus olhos. Não tinha ideia do que aquela coisa, supostamente um deus, estava falando. Mas quando abri a boca para me pronunciar, uma luz branca iluminou a sala e uma mulher em um longo vestido claro apareceu.

- Jano! – ela exclamou. – Causando discórdia entre os heróis novamente?

- N-não, minha senhora. – O deus respondeu. – Só estava me divertindo um pouco.

- Causando discórdia! – Ela retrucou. – Agora vá, antes que eu o transforme em uma porta e quebre-o ao meio.

Jano resmungou mas desapareceu. Olhei para Quinn que tinha uma careta no rosto enquanto encarava a mulher. Esta tinha cabelos longos e escuros, envoltos com fios de ouro em uma trança bem feita. Ela acenou e uma mesa apareceu, com comida e bebidas dos mais variados tipos.

- Venham, meus heróis, temos muito o que discutir. – ela disse.

- Quem é você? – perguntei.

- Sou Hera, a rainha dos céus.

Xxxxxxxxxxxxx

Sentamos ao redor da mesa de pedra em silêncio. Quinn olhava feio para a mulher, o que estava me deixando nervosa. Eu sei que a relação entre os filhos bastardos dos deuses com a família não era das melhores, mas eu não gostava muito da ideia de que Hera poderia pulverizar a minha melhor amiga por estar lhe olhando feio. Então, enquanto comíamos nossos sanduiches, dei um cutucão nas costas de Quinn. Pareceu funcionar. Ela desfez a carranca e continuou comendo em silêncio. Marley estava literalmente surtando, o que foi particularmente engraçado. Já Joe, bem, ele estava feliz por ter encontrado alguém tão gentil como ela, então não levei sua opinião em conta.

- Hm, senhora, não quero soar rude, mas… - falei, após vários minutos em silêncio. – Por que nos ajudou? Eu achei que a senhora não gostasse de heróis.

- Eu vim ver você, minha querida. – ela sorriu docemente. – E aquele pequeno desentendimento que tive com Hércules é águas passadas.

- Pequeno desentendimento? – Quinn sibilou. – Você tentou matá-lo, tipo, uma dúzia de vezes!

- Águas passadas, minha querida. – Hera afirmou. – Você e o seu irmãozinho são agora, prioridades, assim como a nossa querida Brittany.

- Perdão?

- Vocês entenderão mais tarde. – ela afirmou. – E devo alertá-los que não é ainda de conhecimento dos deuses que estão fazendo uso de uma mortal em uma missão. Mas afirmo que eles não ficarão nada contentes.

- Precisamos dela. – Falei.

- Entendo, Brittany. – Hera afirmou.

- Por que Jano estava aqui? Ele estava nos enlouquecendo. – Quinn perguntou.

- Entenda, Quinn: deuses menores como Jano sempre foram frustrados pelas pequenas funções que desempenham no universo. – Ela explicou. - Alguns, receio, têm pouco amor pelo Olimpo, e poderiam ser facilmente tentados a juntar-se à ascensão de meu pai.

Levei alguns segundos para raciocinar que o pai de Hera era Cronos, assim como de todos os outros deuses mais velhos. Isso fazia dele meu avô, e de Quinn minha prima, e de Santana sobrinha de Quinn e minha prima em segundo grau. Resolvi parar de pensar, era muito incesto para a minha cabeça.

Um trovão ecoou na sala e Hera levantou.

- Esta é a minha deixa, queridos. – ela disse. – Procurem por Hefesto. Brittany, estive com sua namorada. Ela está segura, e temo que ela não vá apreciar sua… amiga.

Dito isto, ela desapareceu. Quinn arqueou uma sobrancelha e levantou-se da mesa.

- Temos que continuar. – Ela murmurou. – Marley, para que lado?

- Esquerda. – a morena disse.

Assentimos e, juntos, mergulhamos em meio à escuridão.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Aprovado?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Batalha Do Labirinto - Brittana" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.