O Lado Obscuro Das Fadas escrita por Carol Munaro
Notas iniciais do capítulo
Ooi, gente! Espero q gostem. Boa leitura :3
Era noite. A chuva caía fortemente pelas ruas de Londres. Porém, Conor não se importava. Independente do tempo, quase todos os dias ele caminhava até a loja do melhor farmacêutico da cidade e fingia ver os produtos somente pra observar a mulher atrás do balcão ou tentar falar com ela.
A mulher, Laura, era filha do farmacêutico. Ela reparava que estava sendo observada, mas raramente olhava de volta. Quando ela percebia que estavam sozinhos na loja, também o observava e se falavam, apesar de que tinha receio que alguém visse isso. Laura sabia que, se o seu pai soubesse que seu coração batia daquela forma, rapidamente, toda vez que visse Conor, seria o seu fim. Seria pior ainda se ele soubesse que eles namoram escondido.
- Laura! – Exclamou uma voz da porta de trás do balcão, fazendo Conor sair rapidamente da loja e Laura pular de susto. – Sabe o que nosso pai faria se visse isso?
- Desculpa, não entendi. – Amanda, irmã de Laura, olhou para a porta e apontou para o homem loiro, alto e de olhos cor de mel, que atravessava a rua rapidamente por conta da chuva, e que acabara de sair da loja. – O que tem? – Laura perguntou tentando mostrar-se indiferente.
- Não se faça de burra. – Amanda aproximou-se da irmã. – Um humano, Laura! – Ela exclamou sussurrando.
- Temos um pouco dos humanos em nós ou não nos disfarçaríamos. E não houve nada aqui que irritasse alguém de nossa casa.
- Ainda. E diga isso para nosso pai depois que ele matar mais um deles para manter a loja. Ou vai me dizer que não sabe como ele consegue os ingredientes das receitas? – Laura respirou fundo e foi para a frente da loja somente para não responder a Amanda.
Pelo menos uma vez por mês o pai de Laura ia buscar “ingredientes” para as receitas. Toda vez que ela escutava-o chegar a casa, Laura sentia seu coração bater na garganta perguntando-se se não seria o Conor.
- Foi um homem? – Ela perguntou para sua mãe, que já se arrumava para ir dormir.
- Não sei. Por que a pergunta?
- Nada. Curiosidade. Boa noite. – Disse e foi para seu quarto dormir.
No dia seguinte, enquanto caminhava até o mercado, Laura olhava para todos os rostos que passavam ao seu redor a procura de Conor. Ela soltou um suspiro de alivio assim que o viu. Porém, ele não está sozinho. Conor e Amanda conversam sentados em um banco na praça. Ela parecia bem animada. Já Conor parecia querer sair dali. Laura olhou para eles dois por um tempo, mas Conor não a viu.
- Um humano, Amanda! – Laura disse pra irmã, quando chegaram a sua casa, do mesmo jeito que ela lhe disse uma semana antes.
- Têm vários lá fora.
- Você sabe do que eu estou falando.
- Ah, sobre ontem? Foi sem importância.
- Pra você!
- Tá tão incomoda por quê? – Amanda riu. – Não me vá dizer que gosta dele. Ou gosta? Laura, já pensou o que daria uma fada com um humano?
- Isso não é da sua conta.
- É da minha conta sim. Já pensou o que o nosso pai falaria se tivesse um fadums na nossa família? – Fadums é um filho de fada com humano. Mas Laura não ligava pra isso.
- Se isso acontecesse, já não seria mais problema dele.
- Sabia que você era trouxa. Mas não sabia que era tanto. – Laura respirou fundo e preferiu não discutir. – E só mais uma pergunta. – Amanda disse indo atrás da irmã. – Ele sabe o que você é? – Laura não respondeu. Conor nem desconfia que ela seja diferente.
- Você tá estranha. – Conor disse e Laura colocou rapidamente uma colher de sorvete na boca pra não responder. A discussão que tivera com a sua irmã mais cedo não saía de sua cabeça. – Laura?
- Estou normal.
- Não parece.
- É que... O que você falava com a minha irmã ontem? – Ele pareceu confuso por um momento e depois pareceu se lembrar.
- A Amanda é sua irmã? – Laura afirmou. – Não prestei atenção direito. Ela não parava de falar. Isso me cansa. – Laura pensou o que ele falaria quando ela contasse que é uma fada. – Mas deixa sua irmã pra lá. Quero levar você pra jantar hoje.
- Ah... Não sei, Conor. O que eu vou falar para os meus pais?
- Nunca entendi porque você nunca contou para eles sobre nós.
- É complicado.
- Sempre é. – Ela notou um tom irritado na sua voz, mas fingiu que não percebeu. – Só hoje, Laura.
- Tudo bem. Eu dou um jeito.
Naquela noite, Laura disse para os pais e para a irmã que estava sem fome e foi mais cedo para seu quarto. Quando chegou lá, trocou-se e pulou a janela. Conor já a esperava do lado de fora.
- Aonde vamos? – Laura perguntou depois de cumprimentarem-se.
- No restaurante que fica na praça do centro da cidade. – Eles deram as mãos e foram caminhando até lá. Não era longe. Laura percebeu durante o caminho que ele parecia nervoso.
- Está tudo bem? – Ela perguntou.
- Claro. Está com fome?
- Um pouco. – Eles chegaram ao restaurante e sentaram-se. O jantar inteiro Laura percebeu que a cada minuto que passava, Conor ficava mais nervoso ainda.
- Eu já volto, Laura. – Ela deu de ombros e ele saiu da mesa. Laura percebeu que ele demorava e se levantou também. Quando chegou ao jardim ao restaurante, ela não ficou surpresa, mas irritada. O que sua irmã estaria fazendo ali?
- Agora ela está aqui. Pergunte a ela pra ver que eu não estou mentindo. – Amanda disse e Laura ficou mais confusa do que já estava.
- Não existe esse tipo de coisa. – Conor disse.
- O que não existe? – Laura perguntou.
- Sua irmã quer que eu acredite que você é uma fada. – Ele disse rindo. Laura arregalou os olhos e olhou para Amanda. – Laura?
- Por que você fez isso?! – Laura perguntou quase chorando.
- Ele ia te pedir em casamento. Você ia mentir a vida inteira? – Amanda disse e Conor se irritou.
- Você sabe o significado de “surpresa”? – Ela o ignorou.
- Responde, Laura. Você ia mentir?
- Não. – Laura sussurrou.
- Laura, é só brincadeira da sua irmã. Não precisa ficar assim.
- Não é brincadeira dela. – Laura disse olhando para baixo para não ter que olhar para ele.
- Ah, pelo amor de Deus! Fadas não existem.
- Eu existo! – Ela disse irritada e as pontas dos seus cabelos começaram a mudar de cor, como sempre acontecia quando ela ficava assim. Mas Conor nunca a tinha visto assim. Ele arregalou os olhos e ela saiu correndo. Laura não conseguia acreditar que sua irmã fosse capaz disso. Ela tinha receio em contar a Conor o que era, mas ela é quem deveria ter feito isso.
Laura pulou a janela de seu quarto. Se entrasse pela porta, seus pais saberiam e a noite seria pior do que já está. Ela passou a noite acordada pensando que foi a ultima vez que ela o viu, a ultima vez que ela falou com ele.
Laura passou o dia todo no balcão da loja. Seu pai ainda examina e tirava ingredientes para os remédios do humano que matara outro dia. Já estava quase na hora de fechar a loja e Conor ainda não tinha vindo. Quando Laura estava quase fechando a porta, ele vem andando rapidamente até ela.
- Eu queria ter certeza que não tinha ninguém aqui além de você. – Conor disse e ela fechou a loja, ficando do lado de fora com ele.
- Aqui não. – Eles foram até uma doceria que tinha lá por perto.
- Eu não entendo por que você saiu correndo de lá ontem. – Conor disse quando eles sentaram-se.
- Eu estou até surpresa por você ter vindo me procurar hoje.
- Eu só acreditei no que sua irmã disse quando vi seu cabelo mudando.
- Ele muda em situações irritantes. – Laura disse um pouco constrangida. Ele sorriu.
- Eu amo você. – Laura sorriu.
- Você me aceitaria?
- Eu disse que amo você. Lógico que eu te aceitaria. Mas... – O sorriso de Laura sumiu. – Seus pais me aceitariam?
- Eles não precisam saber.
- Como não?
- Seria o meu fim e, principalmente, o seu se eles soubessem.
- Então, você casa comigo? – Ela sorriu e ele também.
- Caso. – Conor pegou na mão na Laura e a beijou. – E o que vamos fazer?
- Pode ser hoje? – Laura fez que sim com a cabeça. – Então, pega suas coisas. Encontro-te daqui a pouco.
-Para onde vamos?
- Primeiramente para minha casa. Depois, resolvemos.
Laura chegou a sua casa e somente sua irmã estava na sala.
- Vocês ainda estão juntos? – Amanda perguntou quando Laura entrou em casa.
- Onde estão nossos pais? – Ela perguntou sem olhar para Amanda.
- Lá embaixo trabalhando. Aonde você vai? – Amanda perguntou quando viu Laura pegando suas coisas.
- Eu não vou falar para você.
- Ele te aceitou?!
- Por que você contou a ele? Você me odeia?
- Não. Eu contei porque não quero ver você com ele. – Laura parou de pegar as coisas e olhou para Amanda.
- E por que não? A vida é minha!
- Eu o amo! – Laura engoliu em seco e não respondeu. Continuou juntando suas coisas. – Eu quero saber aonde você vai. Ele te aceitou? Vai casar com você?
- Sim, ele vai casar comigo!
- É melhor você não fazer isso, Laura.
- Não sei o que você espera que eu faça. Tchau, Amanda. – Laura pulou a janela e pode ouvir a irmã soltar um grito de irritação.
- Sua irmã é estranha. – Conor disse depois de jantaram enquanto ela arrumava suas coisas. Laura riu.
- Sempre foi. Seus pais não estranharam eu estar aqui?
- Eu disse que você teve um problema em casa e falei que vamos casar amanhã. Eles não se incomodaram. Quer dizer, minha mãe um pouco, mas meu pai conversou com ela. Expliquei que queremos algo simples na cerimonia.
- Amanhã já?
- Se você quiser, pode ser mais pra frente...
- Não. Tudo bem.
- Nós vamos à igreja amanhã junto com os meus pais e o padre vai realizar o casamento. Depois, vamos para a casa em uma fazenda que meus pais têm. Eles foram até lá agora. Não é muito longe da cidade.
- Vamos morar lá?
- Sim. – Conor respondeu sorrindo.
- Ouviu isso? – Laura perguntou assustada. – Ouvi um barulho vindo do andar de baixo.
- Não ouvi nada. Mas vou lá ver. – Conor levantou-se.
- É melhor eu ir. – Laura levantou-se e saiu pela porta rapidamente. Não deu tempo de o Conor falar nada. Só de ir atrás. Quando Laura chegou ao andar de baixo, congelou. Seu pai olhava furiosa para ela.
- O que você está fazendo aqui, Laura?
- Eu... Eu vou me casar, pai.
- Justo com ele?! – O pai de Laura apontou para Conor, que estava atrás dela.
- E o que tem?
- Além de ele ser um humano, nada.
- Eu não vou casar com alguém que você e a minha mãe querem! – Ele ficou mais nervoso ainda e arremessou uma faca certeira em Conor. – Conor! – Laura correu até ele. - O que o senhor fez?! – Ela gritou.
- Minha filha não vai se casar com alguém imundo assim! – Conor começou a sufocar. – Você sabe que tipo de faca é, Laura. – E ela realmente sabia. A faca não só perfurava como qualquer outra, mas independente do lugar que acertasse, sua perfuração era fatal, pois sufocava a pessoa.
- Eu amo o Conor. – Ela murmurou chorando perto dele.
- Eu te falei para não fazer isso, Laura. – Alguém falou e Laura levantou a cabeça e olhou para porta, onde Amanda estava parada.
- Você fez isso por inveja! Com sua própria irmã, Amanda! – Laura gritou chorando.
- Eu não ia deixar você casar com o Conor.
- Lógico que não deixaria. Mas não pelo mesmo motivo que nosso pai. E sim porque você o amava!
- Parem vocês duas! Vamos para casa agora! – O pai de Laura gritou. Conor já estava morto nos braços de Laura. Ela tirou a faca de sua barriga e perfurou a si mesma. – Laura? – O pai perguntou já da porta. Achava que a filha estava logo atrás. Mas quando virou, viu o que ela fez. – O que você fez?! Filha! – Ele correu até ela e a pegou nos braços. Laura foi perdendo a consciência. Até que tudo ficou preto e ela não respirou mais.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
Bom, como eu disse nos avisos, eu nunca tinha escrito uma história com fadas e tals... Foi só um trabalho de colégio mesmo. Mas algumas pessoas me pediram pra postar, então tá aí. Espero que tenham gostado. Xoxo :3