- Espere! – pedi urgente segurando a mão dele com força, não só para não deixa-lo ir, mas para podê-lo toca-lo uma ultima vez.  – Você também, não morra, tá bom? Nem suma, nem nada! – pedi.

- Não se preocupe, eu vou ficar bem! – concordou ele soltando a minha mão.

- Não por mim, Peeta – tentei explicar -, ou por qualquer divida, mas por você! – disse a ultima frase com ênfase, mas ele não pareceu escutar aquilo como algo positivo.

- Sim, eu entendo – ele concordou sem sentimento.

- O que estou tentando dizer... – comecei de novo.

- Que você não quer me ver morto independente de qualquer coisa – ele completou o meu pensamento confuso melhor do que eu poderia, mas mesmo assim, isso ainda não era algo bom.

- Isso! – concordei.

Por um instante eu achei que ali seria o fim de nossa conversa. Eu tinha me saído pessimamente mal nessa despedida e queria poder dizer mais coisas, mas tudo bem, eu não tinha mais forças para falar qualquer coisa, não com ele querendo me evitar dessa maneira. Eu respirei fundo e quando ia me afastar, ele disse:

- Por quê? – perguntou ele.

Eu levei um segundo para entender a que ele se referia.

- Por que – eu hesitei tentando descobrir. – Não seria justo! Não depois de tudo o que passou, e do que aconteceu – expliquei evitando olhar para ele, mas quando olhei ele tinha sofrido uma mudança de expressão.

Eu sabia que tinha falado a coisa errada e agora Peeta estava bravo.

Droga.

- Que bom Katniss, que você tenha pelo menos um senso de justiça – ele respondeu com ironia. – Porque é inacretitavel como você consegue ser tão fria em relação aos seus sentimentos – observou ele nessa critica.

- O que você queria que eu dissesse? – perguntei sem entender, começando a ficar irritada com esse Peeta, que parecia ter um desprezo infinito por mim.

- Nada – respondeu ele jogando os ombros, como quem não se importava. – Pelo menos agora você não está mentindo.

Eu engoli em seco todas as coisas raivosas que eu queria lhe dizer naquele momento e tentei manter a calma.

- Eu estou sendo honesta, Peeta – disse abaixando a voz. – Tudo o que eu quero para você é o melhor, não seria justo ao contrario, não só com você, mas com todos que sentiriam a sua falta... Eu sentiria a sua falta! – disse isso em um murmuro.

Peeta não mudou a expressão dele, mas consegui ver que em seu olhar que ele pareceu entender realmente o que eu estava dizendo e aproveitei a oportunidade para continuar:

- Por favor, Peeta – eu estava quase implorando. – Não vá sem me dizer que me perdoa, porque se eu tenho um desejo a ser pedido antes da morte é de saber que você não me odeia- desabafei e senti as lacrimas em meu rosto.

- Eu não te odeio Katnnis – ele disse com lagrimas nos olhos. – Mesmo as vezes querendo, eu não te odeio.