– Dom?
– Sim, mas eu preciso falar com Castiel! – berrei o nome dele.
– Castiel! – chamou Dean.
– Eu estou aqui podem parar de gritar.
– Da onde você veio? – falou Nora.
– Por que demorou tanto?
– Estava resolvendo uns assuntos.
– Que assuntos?
– Com Tris.
– Quem é Tris?
– Beatrice a bruxa.
– Castiel danadinho, já arranjou um apelido pra menina. – disse Dean.
– Ela gosta de ser chamada assim.
– E você gosta de agradar não é?
– Dean, para. O ponto não é esse, Castiel quero saber se posso estar certa, ela realmente pode ter um dom?
– Só um momento. – Cass colocou dois dedos na testa dela. – Isso é estranho de todos que já reunimos ela é a primeira com esse dom, mas assim como todos, ela também tem uma pequena quantidade de sangue de demônio.
– Essa não! – falei.
– Podem me explicar o que está acontecendo aqui? – disse ela.
– Hoje não. – respondi. – Muita coisa aconteceu, vá para casa amanha conversamos melhor.
Sammy a levou para casa e Dean e eu fomos para a nossa. Meu namorado estava bem animadinho mas eu não estava no clima.
– Desculpa Dean é que...
– Tudo bem, é que você está muita delicia vestida assim.
– Outro dia eu ponho a fantasia pra você. – forço um sorriso.
No dia seguinte foi o enterro de Scott, um enterro simples e com poucas pessoas finalmente Sammy apareceu, ao lado de Nora ele não dormiu em casa e eu nem precisava ser um gênio para saber o que aconteceu.
– Nora vem para casa com a gente, precisamos conversar.
Ia ser difícil contar tudo a ela e com certeza ela não acreditaria no começo, mas depois que ela entendesse seria mais fácil. Então contamos tudo, desde Azazel, ao que realmente é o negocio da família, o apocalipse, a verdadeira identidade dos meus pais.
– Isso tudo é loucura, uma piada de muito mau gosto. – berrou andando de um lado para o outro.
– Eu sei que parece loucura e na verdade é, nós enfrentamos coisas que pessoas normais teriam medo. Mas tudo começou quando minha mãe foi morta por um demônio, desde então vivemos assim salvando pessoas, caçando coisas, esse é o negocio da família. – falou Dean.
– Não essas coisas não existem e eu não tenho poderes!
– Como você acha que Castiel apareceu no nada? – falei. – Ele é um anjo Nora.
– Não, não, não, chega disso eu vou embora.
– Nora, por favor, nos escute você é muito importante na nossa batalha nos ajude. – pediu Cass. – Nos ajude a derrotar Lúcifer.
– Parem com isso, essas coisas não existem! Nina... – e desabou a chorar.
– Nora eu... eu não sei o que dizer.
– Só diga que tudo isso é mentira.
– Eu também queria que fosse.
Ela saiu de meus braços e secou as lágrimas.
– Essas coisas não existem e vocês sabem disso, só estão querendo pregar uma peça em mim mas embora eu seja loura não sou burra, eu não tenho poderes e não matei Scott eu acho e tudo isso é mentira eu vou embora.
– Nora espera.
Tentei segui-la, mas Dean não deixou.
– Ela precisa de um tempo para aceitar tudo isso.
– Precisamos dela do nosso lado, se o exercito de Lúcifer a descobrir e começar a procurar pessoas como ela vão pega-la e pegar aos outros também. – falou Cass. – Aos poucos eles estão levando pessoas para o lado deles prometendo coisas que nunca iram cumprir.
– Eles não podem chegar perto de Nora, eu não vou deixar. – falei.
– Sammy você passou a noite com ela deixe a poeira abaixar e tente convence-la.
– Eu não posso Dean.
– Como assim não pode?
– Eu estou indo atrás da Jess.
Em algum lugar bem no fundo, bem no fundo mesmo, uma pontada forte invadiu meu coração, no entanto a ignorei.
– O que? Vai atrás de uma garota que nunca atende quando você liga, que não te da satisfação há muito tempo.
– Dessa vez foi diferente Dean hoje de manhã ela me ligou estava chorando e pediu ajuda depois disso alguém pegou o celular e ficou mudo até a pessoa desligar, ela precisa de mim.
– Ah é mesmo? Nós precisamos mais! Você não pode abandonar o barco agora Sammy.
– Eu não vou abandonar nada só vou checar o que houve. Se estiver tudo bem eu volto na mesma hora.
– Duvido aposto que vai querer ficar por lá e ignorar tudo o que esta acontecendo, foi isso que você fez da ultima vez foi embora ignorou tudo.
– Eu vou atrás dela e ninguém vai me impedir e ao contrario do que você pensa, eu não estou indo embora interprete isso como um caso que eu estou indo checar. E vai ser ótimo ver a Jess saber o que realmente eu sinto por ela...
Seus olhos se arregalaram, ele com certeza falou de mais, se os ânimos já estavam exaltados agora que ferrou de vez.
– Como assim Sam? Você não a ama? – perguntou Dean em tom ameaçador. – Responda Sam.
– Ma... mas é claro que amo.
– Então porque quer saber o que realmente sente por ela?
– Ora Dean tanto tempo se passou que não sei mais se a amo com a mesma intensidade e também tem a Nora que...
– Ah não vem com essa Sam, é claro que está assim por causa de Nina você a ama não é? – gritou.
– Não claro que não.
– Você acha que eu não vejo como você olha pra ela, quando vocês dois estão perto um do outro da pra sentir a energia que exala de vocês.
– Ah Dean para com isso. – falei.
– Quer saber de uma coisa que se dane vai atrás da Jessica aproveita e fica por lá.
– Dean! – gritei.
– O que foi vai sentir falta dele? Pode ir também se quiser, eu não ligo!
– O... o que? – sussurrei.
– Eu já to cansando disso, desse lance de vocês dois serem predestinados a ficar juntos querem ficar juntos, fiquem! To cansado de levantar a noite passar pelo quarto de Sam e escuta-lo gemer seu nome, o nome da minha namorada! Minha!
Ele estava aos berros, então a noite passada não foi à primeira. Fiquei paralisada com aquele surto de raiva de meu namorado e como se não bastasse ele foi para cima de Sam e os dois entraram em um confronto eu não sabia o que fazer a não ser chamar por Castiel que da mesma forma que sumiu apareceu rapidamente jogando os dois na parede.
– Acalmem-se vocês, o que pensam que estão fazendo? – falou o anjo.
– Pra mim já chega eu vou embora! – falou Sam levantando e subindo as escadas.
– Nina você está bem? – perguntou Cass, mas eu não conseguia responder. – Pela falta de cor no seu rosto, com certeza não está.
– Não precisa voltar! – soltou Dean quando Sammy retornou com uma mochila.
– Não se preocupe eu não vou. – e saiu, mas antes olhou fundo em meus olhos, como se dissesse “obrigado e lamento por tudo, adeus.”.
– Você não pode deixa-lo ir, olha a merda que você fez! Vá atrás dele Dean. – falei.
– Não.
– Seu orgulho é maior do que a vontade de ter seu irmão por perto?
Não disse nada simplesmente se levantou e pegou o quadro que havia caído da parede.
– Sammy é tão precioso quanto Nina, se os demônios o influenciarem estamos perdidos. – falou Cass.
– Dean! – berrei
Mas não houve nenhuma resposta, ele continuava a olhar o quadro, o quadro com a foto de nós três e logo em seguida o jogou no chão. E em um ato de desespero sai correndo em direção à porta cheguei à rua e Sammy estava parado com as mãos no Impala.
– Sammy! – gritei.
Ele se virou os olhos lacrimejando a boca contraída, era horrível vê-lo assim tão perdido e triste, me joguei em seus braços e nos abraçamos.
– Fique por favor, precisamos de você.
– Sinto muito Nina, mas eu não vou voltar, no entanto prometo que sempre vou manter contato com você ou os anjos e no dia “D” eu estarei lutando do seu lado.
– Em quem vou enfiar a faca no treinamento?
– No idiota do seu namorado, ele com certeza merece. – falou com um pouco de humor.
– Tem razão mas ele falou aquilo sem pensar Sammy, por favor, veja como ela está e volte pra minha casa, pra sua casa.
– Agradeço, mas não. Agora – disse secando minhas lágrimas. – eu tenho uma coisa para você eu só ia te dar no seu aniversario que é daqui a alguns dias, mas como não estarei aqui então feliz aniversario baby.
Tirou um lindo ursinho de pelúcia de dentro da mochila com uma mão ele segurava um coração com a outra uma arma apontada pra cima.
– Nossa que ursinho vida louca. – falei rindo.
– O cara da loja ficou sem entender quando pedi por isso, o urso é porque você é tão fofa e amável quanto, a arma representa a que você usou pra mandar o demônio pra jaula e o quanto forte e letal você pode ser e o coração... bem o coração representa o quanto você ama os outros e quanto os outros te amam, Dean, Cass, Pet... eu. – nossos olhos se encontram mais uma vez.
– É lindo de mais. – digo abraçando-o e caindo no choro.
– Agora tenho que ir. – falou. – Ah só mais uma coisa, posso levar sua moto?
– Pode, mas tome cuidado, não só com ela cuide de você também.
– Pode deixar.
– Mande noticias quando chegar.
– Tudo bem.
Colocou o capacete, deu partida e se foi enquanto eu o olhava sumir com meu ursinho vida louca nas mãos. Ele tinha o cheiro de Sammy e por mais estranho que parecesse aquele urso era extremamente familiar pra mim.
Assim que voltei Dean estava parado na janela, virou para mim e disse.
– Belo urso.
Passou por mim como um furacão e bateu a porta ao sair, abraçada ao meu ursinho comecei a chorar e Cass apareceu.

– Não fique assim. – pediu, enquanto eu o abraçava, ele ficou meio sem jeito mas retribuiu.
– O que está acontecendo Cass?
– Senta aqui. Você e Sammy estão confusos eu disse que isso ia acontecer, o amor entre vocês está começando a nascer embora vocês negem... Ele está ai dentro de vocês pronto para ceder a qualquer momento. Com Sammy já aconteceu ele está apaixonado por você mas nega, com você está acontecendo....
– Não pode Cass, eu amo Dean.
– Foi assim das outras vezes, por que nessa seria diferente?
– Porque nós fazemos nosso próprio destino Castiel, há quanto tempo você foi um bom soldado obedecendo tudo o que lhes mandavam?
– Por muito tempo.
– E agora você virou vida louca, você está escrevendo seu próprio destino.
– Não estou deixando Rafael se achar o fodão pra cima de mim.
– Cass! Foi o Dean que disse isso?
– Sim.
– Já imaginava.
E durante toda à tarde Dean não apareceu em casa e eu ligava para Nora e para ele desesperadamente, deixando inúmeras mensagens sem respostas. Pedi para Cass trazer Beatrice, ou Trice como gostava de ser chamada, para me fazer companhia. Ela mal conseguia olhar para Castiel e eu podia ver a raiva transbordando por seus olhos.
– Cass o que foi? – perguntei.
– Não precisamos mais procurar pela irmã dela.
– Por que não? – perguntou Trice.
– Porque sua irmã esta no inferno.
– O que? Você só pode estar brincando.
– Ele não está. – falou Jev. – Já faz um tempo que a uma conversa de que uma bruxa havia se aliado com demônios, fui designado para descobrir quem era e por que. A bruxa é sua irmã Beatrice, ela está no inferno para ajudar a tirar Lúcifer da jaula.
– Natasha, por isso que o nome me soava tão familiar, um demônio me disse uma vez. – falei.
– Isso é impossível!
– Não quando ela tomou essa decisão movida pela raiva que sentia de Cass, uma bruxa tão poderosa querendo vingança.
– E os demônios não pensaram duas vezes em fazer uma oferta a ela. – disse.
– Minha irmã, não, não.
– Trice calma. – falei abraçando-a.
– Ela não pode, não pode!
– Eu sinto muito. – falou Cass.
– Você acabou com a minha vida, matou minha mãe e agora Nat está lá por sua causa. Eu odeio você.
Na mesma hora que foi tomada pela fúria, alguns copos estouraram na cozinha e as luzes piscaram.
– É melhor você ir.
Falei a Cass que rapidamente sumiu junto com Jev. Depois de calma, Trice caiu no choro e acabou pegando no sono no quarto de Sammy, o cheiro dele estava impregnado lá. Limpei a bagunça na cozinha e passei o resto da noite sozinha agarrada a meu ursinho, completamente angustiada sempre saber onde Dean estava, sem noticias de Sammy e sem conseguir falar com Nora...