Abro os olhos ofegante e sento rapidamente na cama. Como fui parar numa cama sendo que estava sentado quando tudo começou? Talvez Sammy tivesse feito para me manter confortável, ainda bem, se não estaria com uma baita dor nas costas e já estaria quadrado de tanto ficar sentado.

– Calma Dean você está de volta, esta tudo bem ou quase isso. – falou Sammy do meu lado, a mão em meu ombro.

– Não, não esta nada bem! – falou um cara que nunca vi na vida, olhos azuis, cabelos pretos e, sobretudo cinza.

– Quem é esse? – perguntei.

– Deixe que me apresento, sou Castiel um arcanjo me mandou aqui!

Engoli em seco. Olhei para Kate, esta mais magra os olhos fundos uma expressão muito cansada.

– Sinto muito. – sussurrou enquanto outro cara segurava seu pescoço, mas não parecia estar machucando.

– Me deixa adivinhar, também foi mandando por um arcanjo? – zombei levantando-me.

– Eu o trouxe como reforço caso precise. – respondeu o tal Castiel.

– E porque não o deixa responder? – rebati.

– Você se acha muito esperto não é?

– Meu nome é Jev, também sou um anjo.

– Não me diga que é um anjo. – zombei.

Castiel com um único movimento me jogou na parede, mesmo estando a alguns passos de distancia.

– Dean! – falou Sammy que também foi jogado na parede.

– Castiel, menos! – repreendeu Jev.

– É Castiel menos – falou meu pai, Castiel olhou zangado para ele. – por favor, sem brigas temos um garoto... inocente aqui.

Todos olhamos para Pet que estava de braços cruzados tentando parecer durão, mas o medo estava estampado em seus olhos.

– Não é tão inocente assim já que resolveu participar dessa palhaçada aqui! – rebateu Castiel.

– Só quero que tragam minha irmã de volta, não importa quem seja!

– Como assim não importa quem seja? Sou eu quem vou traze-la de volta... com a ajuda de Kate. – falei ainda imóvel na parede.

Com um estalar de dedos de Jev, Sammy e eu caímos no chão. Castiel olhou bravo para ele, provavelmente gostando de nos ver imóveis na parede e querendo nos deixar ali por um bom tempo.

– Você ainda não entendeu? – disse Castiel. – Esse tipo de magia é proibido e todas as bruxas sabem disso... E as espertas – olhou para Kate. – não a praticam. Ela violou uma lei natural, ela tem que morrer.

– Você não pode fazer isso! – gritei.

– Posso sim, para o bem de todos, para manter o equilíbrio e a vontade de Deus, ah eu posso sim.

– Não coloque Deus no meio!

– Se Nina sofreu um abuso na adolescência foi preciso, isso a tornou mais forte emocionalmente ela pode matar e não sente remorso, como fez com aqueles caras que tentaram estupra-la quando estava voltando da boate. Ela estava consciente o tempo todo, ela comentou algo sobre remorso ou pena por não ter conseguido parar o demônio que a possuía? Acho que não.

– Seu filho da mãe! – falei indo para cima dele, mas o desgraçado me prendeu na parede de novo. Em um ponto ele tinha razão, ela nunca comentou como se sentiu quando matou aqueles caras.

– Mais respeito com a minha mãe! Jev.

– Eu nunca... – começou ele.

– Não hesite Jev, essa é a vontade de Deus.

– Sinto muito. – sussurrou Kate, chorando.

Jev virou-a de frente, pude ver claramente que ele não queria fazer aquilo, como o próprio disse ele nunca tinha feito aquilo e não queria fazer, não queria... matar.

– Nos podemos falar com o arcanjo, pedir para que ele dê o perdão a ela... Ela... ela só quis ajudar um amigo. – falou Jev desesperado.

– Faça! – ordenou Castiel.

– Não posso. – falou soltando-a.

Castiel foi até ele e o jogou na parede, mas não o prendeu como fez comigo.

– É assim que se faz!

Castiel a segurou e olhou bem fundo nos olhos dela, colocou a mão em sua testa. Em milésimos Kate caiu... morta.

– Não! – gritei.

– Como pode? Achei que anjos fossem bonzinhos. – falou Pet.

– E somos, mas só com quem é bonzinho. E você Jev... depois conversamos sobre sua atitude em descumprir uma ordem minha.

– Eu só não quero ter que matar ninguém a não ser demônios ou criaturas realmente ruins. - uma pausa. - Não tenho sangue frio como você!

Os dois se fitaram. Jev parecia mais um humano assustado do que um anjo com poderes extraordinários, olhos escuros e cabelos loiros, parecia um adolescente de dezenove anos. Pude ver nesse pouco tempo que Jev era muito mais digno de ser um anjo do que Castiel.