Aperfeiçoados escrita por Grace Kellen


Capítulo 19
Jogo de frases!


Notas iniciais do capítulo

Let's Go Read

;)



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Karen saiu andando pela casa e minutos depois todos os cômodos estavam iluminados, creio que ela foi responsável por isso.

– Que tipo de respostas?-perguntou Rafael sedento por informações.

– Quem falou que resposta tem algum tipo?Respostas são apenas soluções.

– Ela é bem exótica. -diz Felipe.

– Não fale dela como se ela não fosse humana. -repreende Laís.

– Eu não disse isso. Ela pode ser louquinha, mas ainda é inteligente. Tem cuidado com o que fala. Ela brinca com as palavras, não percebem? Ela gosta de nos confundir para que não acabe revelando coisas demais...

– Isso seria possível? Ela não parece ter certeza do que fala. -comentei.

– Ah qual é? Ela não teve nenhuma doença degenerativa que atinja o cérebro dela, ainda pode controlar os sentidos então... Ela me parece bem capaz de fazer tudo o que queira.

Assim que Felipe acaba de falar isso, todos nós encaramos Karen que esta enrijecida a nossa frente com a calça molhada o que indicava que ela tinha urinado nas calças.

– Estou achando que o maluco aqui é você. -fala Mirella, conduzindo Karen para o banheiro.

– O que dizia mesmo hein?-debocha Laís.

– A limpeza fica por sua conta. -afirma Rafael, indo atrás de Mirella.

– Eu ajudo. –falei indo procurar utensílios que poderíamos utilizar.

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– O que você acha? Exagerei?-me pergunta Felipe

– Digamos... Que você tem suas próprias teorias.

– Acho que acabei de me apaixonar por você, é a única que me escuta e escolheu ficar aqui comigo se livrando de uma poça de xixi, então acho que o sentimento é recíproco.

– Se esse pensamento te faz se sentir melhor... Então quem sou eu para te tirar do seu estado de graça. -lhe falei sorrindo.

– Cara, adoro ver o contraste do seu humor com o da Mirella.

Depois de resolvermos o pequeno imprevisto, tentamos conversar com Karen, mas ela só falava coisas sem nexos e quando por vezes dizia algo interessante nunca o fazia por completo.

– Porque esta sendo legal comigo?-perguntou Mirella.

– Por que no fim, quem veio atrás de mim foi você minha querida. Sei que se veio tem um motivo, mesmo assim foi você quem veio.

– O que tem de tão precioso por aqui?-questionou Rafael.

– Como assim?-Karen o fuzilou com o olhar.

– Você poderia ter ido para qualquer outro lugar e ficou logo aqui, poderia ter recomeçado sua vida.

Karen começou a sussurrar repetidamente o que Rafael tinha acabado de falar, depois saiu em direção ao seu quarto e Laís a acompanhou.

– Acho que sei a resposta da pergunta que fiz, ficou aqui por causa de Henrique porque sabia que ele ia acabar descobrindo que estava viva e que ele ia dar um jeito de encontrá-la. -Rafael murmurou para si e ficou perdido em seus pensamentos como se estivesse perto de resolver algo, que não faço ideia do que seja.

– O que eu disse? Ela não é a louca que pensam que ela é.

– Acho que só um louco para entender outro louco não é Felipe? Acha que pode entender esse “jogo de frases” que ela faz?-pergunta Mirella suspeitando de algo que a estava incomodando.

– Não sou muito bom nisso quando se trata de pessoas.

– Lida melhor com tecnologias do que com humanos, eu tinha me esquecido disso.

– Talvez só esteja analisando de um ângulo diferente, se você se empenhar pode conseguir. –proponho confiante.

– Uma coisa de cada vez. -diz Laís pegando um papel da mão de Karen e entregando-o a Mirella.

E pela ação de Mirella de ir até a cozinha pegar água e os comprimidos, indicava que estava na hora de ingeri-los.

– Vejam só, faz dias que eu não encontrava isso.-comenta Karen maravilhada,não sei se era com a água ou com os comprimidos.

– Vamos ficar por esta noite ou já estamos de partida?-pergunta Laís.

– Vamos voltar. -responde Mirella.

– Vamos ficar. –Rafael contradiz.

Três minutos de puro silêncio se passam enquanto os dois se encaram, e a única coisa que conseguimos ouvir é a respiração pesada deles.

– Merecemos um descanso. -justifica Rafael.

– Não suporto vocês, só confio na Mirella e nem tanto assim então acho que deveriam mesmo ir, e só voltarem quando tiverem certeza do que querem. –retruca Karen naturalmente.

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Cada um de nós ficou do jeito mais confortável que conseguimos. Felipe, Laís e eu ficamos na sala enquanto Rafael, Mirella e Karen dividiram o quarto. Laís (por ser a mais nova e por ter insistido tanto) acabou ficando com uma cama para ela que tinha em outro quarto, decidimos levar o colchão para a sala para que ela não dormisse sozinha, não demorou muito até ela estar dormindo profundamente.

– Acho que nada é capaz de estragar esse momento sublime da Laís. – fala Felipe sorrindo enquanto usava nossas lanternas para improviso de um abajur.

– Espero que continue assim. Nada melhor que um bom descanso, principalmente quando se vai dormir de madrugada.

– É, temos só algumas horas até o sol nascer. Vou ser um bom amigo e deixar você ficar com o sofá maior.

– Tive uma ideia melhor. -aproveitei que o colchão onde Laís permanecia, estava lateral com os dois sofás e os juntei. – Pequenos detalhes fazem a diferença, vai ser melhor para nós dividir os dois sofás juntos.

– Você tem certeza?Não que eu esteja reclamando, mas não vai ser um pouco desconfortável para você?

– Já fiz isso antes com meu pai, então posso fazer isso com você que ocupa menos espaço. -deitamos um ao lado do outro, não podíamos nos mexer muito.

– Ok. Não imaginava que quando fôssemos dormir juntos seria assim, te prometo que nas próximas vezes vão ser melhores.

– Eu não ficaria tão confiante na existência de umas próximas vezes.

– Bom, eu fico. Sei que terá próximas vezes, e como já disse vão ser melhores. -dessa vez eu senti a respiração de Felipe acima da minha orelha esquerda.

– Confiante demais. –comentei.

– Será mesmo? –os dedos de Felipe passeavam suavemente pelo meu rosto até chegar ao meu queixo, e nesse ponto eu já sentia seus lábios bem próximos do meu.

– Bom descanso para vocês. -falou Rafael, acenando para a gente e voltando para o quarto o que nos levou a um sobressalto e Felipe acabou depositando um beijo em minha cabeça.

– Que tal rever seus conceitos?- sussurrou Felipe.

– Cala a boca seu convencido.

– Prefiro o termo realista. –mesmo em alguns momentos sendo um idiota, ele não conseguia me deixar aborrecida.

Eu não tenho certeza, mas vi uma silhueta que parecia ser de Rafael como se estivesse observando a gente. Tentei enxergar melhor, no entanto não vi ninguém e assim me entreguei ao cansaço que eu nem percebia que estava me consumindo.

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Notas finais do capítulo

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Xoxo



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