O que Matou Mariane? escrita por Briz


Capítulo 1
Capítulo 1




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O que matou Mariane?


 


Estava sozinha em casa. Os pais haviam saído, o irmão estava na casa da namorada, e apenas ela não tinha nada para fazer. Jogada no sofá, Mariane mudava de canais, entediada demais para parar em algum – os domingos careciam de programação interessante e de conteúdo.


 


Cansada, jogou o controle remoto e subiu as escadas para o seu quarto. Talvez houvesse alguma coisa boa na internet. É, devia haver.


 


Entrou em seu quarto e sentou-se à frente de seu computador pessoal. Garota de classe alta, possuía certas regalias, como um computador, telefone celular e uma bela sacada em seu quarto, com janelas de vidros transparentes.


 


Mal ela sabia que, através daqueles vidros, do lado de fora, estava seu maior pesadelo.


 


Alheia ao inimigo, começou a navegar pela rede, conversando com pessoas, entretendo-se. Foi quando começou.


 


O barulho de algo batendo no vidro da sacada chamou sua atenção. Desviou seus olhos orientais pra trás, mas não viu nada, então deu de ombros. Amarrou seus cabelos negros displicentemente em um coque e continuou a distrair-se.


 


Porém, novamente o barulho chamou a atenção da moça. Voltou seus olhos negros para a janela, e nada. Decidiu então levantar-se e ver o que poderia ser. Aproximou-se e afastou as cortinas para abrir os vidros, colocou a cabeça para fora. Avistou o jardim escuro, a rua deserta... Porém, nada que pudesse ter batido em sua janela.


 


Novamente deu de ombros e voltou para o computador, deixando a janela apenas encostada. Porém, as batidas continuavam. E aquilo já começava a incomodar, e, lá no fundo, amedrontar.


 


Mais alguns minutos, e, dessa vez, não foi apenas uma batida na janela que chamou sua atenção. Mas um barulho vindo do andar de baixo. Era o barulho de algo se quebrando, como vidro. Provavelmente o vaso de porcelana chinesa de sua mãe. Droga.


 


Mas... o que quebrou o vaso? Definitivamente amedrontada, desligou o computador e ligou seu celular, deixando-o sobre a escrivaninha. Levantou-se e, a passos lentos, foi até a porta do quarto e a abriu devagarzinho para espiar o corredor. Nada.


 


Ficou alguns segundos olhando, até que ouviu... passos? Não tinha certeza, mas preferiu fechar a porta rapidamente, trancando na chave. Porém, quando o fazia, um estrondo.


 


NO RAIN, CAN’T GET THE RAINBOW!!!


 


Pulou de susto! Olhou para sua escrivaninha e viu que o celular tocava, o toque de sua cantora J-pop favorita. Rapidamente, atendeu-o.


 


- Alô?


 


- Mari? – indagou a voz masculina do outro lado da linha. – É o Marcelo.


 


- Oi, Marcelo! Onde você está? – indagou Mariane ao irmão, rezando para que ele já estivesse voltando.


 


- Estou indo para um clube agora, então liguei para avisar que vou demorar.


 


Perfeito. Sozinha em casa, e o irmão não tinha nem hora para voltar, tampouco os pais.


 


- Escuta, Marcelo... – Ia protestar, porém outro barulho a assustou, fazendo com que derrubasse seu celular no chão.


 


BAMMM!


 


A nipônica poderia julgar que morreu e encarnou novamente devido o tamanho de seu susto.


 


Atrás de si viu que algo havia derrubado estrondosamente um dos vasinhos que ficavam em sua sacada... Sentiu um arrepio percorrer sua espinha, eriçando todos os pelos de seu corpo. Estava mais branca que cera, se isso fosse possível.


 


Seus olhos negros e pequenos agora estavam arregalados, catatônicos, e seu coração acelerado. Havia algo lá fora. Algo maligno, que queria adentrar sua morada. Com medo de aproximar-se da janela, andou devagar até o canto oposto do quarto, que era a sua cama.


 


Sentou-se sobre o colchão, encolhidinha, usando seu edredom como escudo, deixando apenas seus olhos fixos na janela de fora. Então algo novamente apareceu em sua janela, batendo daquele jeito amedrontador que fizera a noite toda.


 


Mariane finalmente viu o que era, e um grito morreu em sua garganta quando vislumbrou o ser.


 


Ali, do lado de fora, estava uma criatura monstruosa que era o pesadelo de toda mulher.


 


-


-


-


 


... Uma Barata!


 


A morena teve vontade de soltar o grito, que consequentemente se transformaria em um acesso histérico de risos. Todo aquele terror, e era apenas uma barata.


 


Todavia, um barulho do lado de fora de sua porta a acordou para a realidade. Fitou a porta de madeira e viu a maçaneta girando lentamente, e então se lembrou.


 


O que derrubou o vaso no andar de baixo?


 


-


-


-


Na manhã seguinte, o primeiro pensamento da mãe de Mariane ao chegar em sua sala e ver sua porcelana quebrada foi brigar com a filha. Mas o vaso pouco importou momentos depois, pois a porta quebrada, as cortinas rasgadas e o tapete ensangüentado provavelmente eram prejuízos maiores do que uma imitação barata e paraguaia de porcelana.


 


E a restauração do cadáver para o enterro custou mais caro do que qualquer uma dessas coisas.


 


Os gritos de horror ainda ecoavam no quarto de paredes manchadas do sangue espirrado, membros separados, e a expressão de horror e dor na face marcada a fogo, sem um dos olhos.


 


Até hoje não se sabe quem – ou o que – quebrou o vaso de porcelana. Mas este não é o mistério maior. O verdadeiro mistério é:


 


O que trucidou Mariane?


 


 


_______________________________________________________


 


 


... Sinto muito, não tenho a mínima noção de onde saiu isso.


 


Essa “coisa” existe já há algum tempo nos meus arquivos. É da mesma época que “Inocência Corrompida”, e apenas agora decidi postar.


 


Por quê? Não sei. Lembro apenas que a idéia surgiu de um dia cômico, quando uma barata apareceu para atazanar minha pobre vida durante um bate papo no msn com duas amigas, Tasha e Mariane.


 


A segunda ficou me metendo medo, e disso saiu a fic. Devia ser uma comédia, mas ontem (15/8/2009), não sei o que deu em mim, e fiz esse desfecho trágico.


 


Não dedico à Mari. Acho que uma fic onde o personagem principal tem o seu nome e é trucidado não é algo muito agradável de se receber de presente.


 


Mas, mesmo assim, agradeço a ela pela idéia.


 


Obrigada por me meter medo, Mari o/


(Não, isso não é vingança!)


 


Bris


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