O mulher saíra daquele quarto chocada, mas por um lado bastante aliviada. Mais tarde, chega o garoto cheio de sacolas ,apesar de cansado organizou as compras de como seu mestre gostava e então escutou um voz um pouco longe:
– Voya, pode vim aqui por favor?- Disse Anna abrindo a porta do quarto.- O patrão que falar com você.
– Claro! Só vou terminar de organizar as coisas aqui!- Falou guardando tudo o mais rápido que podia.
Saiu correndo o mais rápido que podia para o aposento do senhor August e quando entrou Anna fechou a porta.
– Sente aqui perto de mim.- Disse o mestre apontando para cadeira que ficava perto da cama.- Tem algo que eu gostaria de falar com você.
– O que foi professor?-Disse um pouco assustado.- Se for sobre a história da maturidade avançada, eu não vou mais querer aquilo, como o senhor disse não é necessário agora.
–Você pode fazer isto se quiser.- Falou sério.- Mas antes eu peço para que você saiba um pouco sobre isto que eu vou lhe mostrar.
O homem de cabelos loiros quase grisalhos, pegou um caixa que estava numa das gavetas do criado-mudo que fica ao lado da sua cama, dentro da caixa havia algumas cartas ,uma embalagem que guardava algo e uma outra caixa só que pequena, mais ou menos do tamanho do palmo do senhor que segurava.
– Criança, eu realmente não pretendia lhe dar agora mas, como eu me encontro neste estado não vejo melhores horas para um último presente.- O homem pegou um pequeno saco de presente.- Você merece por ser quem “nós” esperávamos.
Sorriu levemente enquanto uma das mãos estendia o presente e o outro afagava a cabeça do menino. O garoto abriu o presente imediatamente e nele havia apenas uma pulseira com um pingente de uma pedra amarela, apesar da não saber o que significava, abraçou o tutor com uma grande força.
– Deixe que eu coloque em seu pulso.- Disse o senhor August.
– Obrigado!-Falou Voya dando um grande sorriso.- Mas o que é ela?
– Era um presente que eu e minha esposa esperávamos dar para o nosso filho.
Depois de colocar a pulseira no moleque, ele explicou o que ela representava para e ele e sua queria esposa falecida.
– Eu conheci quando ainda novo, e apesar disso não nos falávamos. Quando crescermos acabamos nos encontrando, e depois começou os flertes até que pedi a mão dela em casamento, e no dia que casamos compramos esta pulseira para além de significar que era nossa união, também o amor que seria transmitido ao nosso filho.
O pobre menino sentiu orgulho de ter escutado aquilo, logo as lágrimas voltara a tomar o rosto dele, enquanto ele tentava segurar o choro. O senhor continuou a falar sobre cada coisa que a caixa guardava, quando ele pegou aquele pequeno recipiente na forma de um cubo.
– Esse será um pouco difícil de explicar. Você se lembra da mitologia grega?- Perguntou ao garoto.
– Sim, eu não iria me esquecer de algo tão importante.- Disse num tom de ironia.
– Essa caixa, eu ganhei a tanto tempo que não me lembro quem me deu ela.
– Ela guarda alguma coisa?
– Eu não posso dizer, isso iria contra tudo que eu lhe preparei mas, eu vou lhe dar alguns avisos sobre ela. Não abra se estiver com fome, doente ou com raiva, isso não arruinar meus projetos.- Ele falava de um jeito sério.- Esta é a Caixa de Pandora, onde as piores coisas podem estar mas, também as melhores.
O garoto parecia espantado com aquela revelação, não tinha nenhum argumento parecia que algo surpreendentemente curioso se escondia nela.
– Voya, esse vai ser meu último teste, o teste que provará todo seu valor a mim.
A curiosidade aumentava assim com a vontade de abrir aquela caixa. O menino por lado estava assustado, será que ali estava o objeto de discórdia e tortura de qual a mitologia antiga falava? Mas ele estava feliz, seu mestre confiava nele o suficiente para dar tal coisa.
– Eu quero que hoje você durma aqui ao meu lado, você se incomodaria?- Disse sorrindo.
– Claro que não!- Disse Voya já pulando na cama.
O homem cariciava a cabeça do pequeno enquanto contava aventuras de livros policiais, eram como pai e filho, e quando já dormira, o garoto sussurrou.
– Pai...
Chorou ao escutar isso da criança, pois sabia que já não lhe restava tempo, logo a morte chegaria, lhe levando para longe do amado filho adotivo.
– Me desculpe, eu já não verei mais suas brincadeiras.
O garoto sorria enquanto dormia. No outro dia, acordara ao lado do seu tutor que apesar do corpo quente sua alma já não residia mais aquele corpo mortal. Chorava por causa da perda da figura paterna amada, pelo homem que o criou e educou, por aquele que deixaria uma ferida no coração jovem do menino.
A empregada acordou com os sons do menino, e logo após ficou prantos também. Chamou um doutor para que examinasse e os amigos para que vissem pela última vez o corpo do homem adorado que ele foi. No outro dia fizeram um velório, enterram o corpo do sábio perto de uma árvore na qual ele gostava de fazer suas leituras. Aos poucos, foram indo embora as pessoas exceto o pequeno rapaz.
– Voya ,você vai ficar?.- Falou a empregada.
– Mais tarde eu vou para casa, pode nos dar licença?- Disse enquanto olhava para o céu enfrente a cova do mestre.
A empregada foi indo embora e o garoto começou a falar.
– O senhor devia saber não é? Sabia que já não havia tempo, passou mal em um dia, e no outro despedira de quem mais amava e protegia.- Chorando continuou. –Eu vou provar meu valor a você, provar que eu mereci ser seu filho!
Levantou o braço para o céu com aquela linda pulseira, ele não sabia mas, o teste não era uma simples avaliação, algo que mudaria sua vida por completo algo que nunca esperou que fosse possível de acontecer. Aquela caixa reviraria seus objetivos. E assim é que começaria sua grande jornada.