Novos Tempos Em Hogwarts 3 escrita por Thiago, Thiago II


Capítulo 26
Na Academia de Aurores


Notas iniciais do capítulo

Então, meus leitores e minhas leitoras.
Eis que voltamos depois de tanto tempo sem postar.
Conversaremos melhor lá embaixo então para vocês uma boa leitura.



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James se afastara da lareira assim que a chamada entre ele e o irmão teve seu fim. Ainda ajoelhado encarou as chamas já retornando ao normal após os efeitos do flu terem acabado fazendo as labaredas oscilarem avermelhadas agora num nível mais baixo. Por alguns segundos tentando digerir aqueles pensamentos que lhe vinham após o que havia descoberto pela conversa.

Ele havia prometido não falar com o pai deles ainda e que iria esperar que Albus encontrasse uma forma de poder fazer com que aqueles sonhos acabassem antes que o pior acontecesse. Podia parecer errado aquilo e que simplesmente deveria mandar uma carta para o pai só que algo dentro de si dizia para que desse esse voto de confiança nele porque sabia que Albus poderia ser capaz se pelo menos alguém lhe desse essa chance de resolver seu próprio problema sozinho.

A porta atrás de si se abriu e o rapaz fardado que estava de vigia erguera a varinha com a ponta iluminada para o interior do cômodo escuro então a apontando para o ruivo próximo da lareira.

_ precisamos ir – respondeu o bruxo – você não pode ser pego fora de seu dormitório sem que eu não acabe levando a culpa por ter sido descuidado em não perceber sua ausência.

_ tudo bem... Eu já estou indo – respondeu James se levantando e indo até a porta sendo acompanhado pelo rapaz que trazia fortemente em uma das mãos a varinha enquanto na outra se encontrava a coleira e presa nela o grande cão negro de olhos âmbar – obrigado por ter me deixado fazer isso.

_ só não repita isso novamente – disse o rapaz – aqui não é Hogwarts então tente não quebrar regras que podem vir a lhe causar um dano muito grande que você nem ao menos consegue imaginar.

_ eu só fugi do dormitório durante a noite – falou James – não deve ser algo tão grave quanto você esta fazendo parecer.

_ novatos – resmungou o rapaz – logo eu posso ver o quanto às coisas ainda são novas e sem a perfeita compreensão para vocês de que leis aqui são algo quase sagrado e que deve ser respeitado.

_ e você não esta de respeitando as regras em me ajudar por acaso Stuart? – perguntou James assim que eles estavam próximos do prédio que servia de dormitório para os rapazes recém-chegados.

_ bem desde que as pessoas não saibam que eu vim a fazer isso não creio que possa se julgar uma regra quebrada – respondeu Stuart – apenas devo dizer a você James que teve muita sorte de ser eu a descobri-lo porque outros certamente não seriam tão compreensíveis.

_ pode ter certeza de que eu imagino bem isso – disse James – acho que é uma das vantagens em se conhecer alguém que é quase da sua família.

Stuart riu. James conhecia aquele rapaz da época de Hogwarts em que apesar de tudo não eram as pessoas mais próximas. O rapaz sempre foi do tipo que gostava mais de se manter focado nos estudos talvez por isso tivesse sido mandado para a Corvinal.

_ Então soube que nossa prima irá se casar não é mesmo? – perguntou Stuart. Ele era o primo materno de Molly.

_ sim, é verdade... – sorriu James – finalmente Frank tomou uma atitude e fez o pedido para Molly – eles então chegaram ao dormitório.

Naquele momento houve uma troca de olhares entre eles e um aceno de cabeça então com o monitor estendendo sua mão para uma despedida o que aconteceu rapidamente. Logo depois ele estava virando as costas e saindo de perto deixando que o rapaz entrasse em seu dormitório.

James caminhara até sua cama pelo espaço entre as duas fileiras de beliches. O lugar estava em um breu quase completo se não fosse a luz do luar entrando pelas finas janelas sendo que todos os recrutas já estavam em seu sétimo sono.

Ele finalmente chegou ao seu respectivo beliche então subindo as escadas que levavam a parte superior e sentando-se. Ele então tirou sua camisa deixando a mostra as ataduras que haviam sido embrulhadas ao redor de seu dorso por Frank após o ocorrido no Chalé das Conchas.

O ruivo tocou as bandagens se lembrando da batalha que haviam enfrentado que mesmo que fosse a pouco mais de um dia ou dois parecia ser algo que havia se passado a bastante tempo. Aquele lugar era como outro mundo e podia perceber isso porque ali as coisas tinham toda uma forma diferente de acontecer.

Suspirando James se deitou em sua cama. Ele ficara de costas para cima com receio de que seus ferimentos ainda pudessem arder caso alguma pressão sobre eles fosse feita. E aquele colchão meio duro era capaz de causar isso. Ainda doía um pouco apesar de ter melhorado. Suspirando o rapaz fechou os olhos e as imagens de seu primeiro dia haviam chegado a sua mente.

Flashback on:

James se encontrava deitado sobre a grama encarando o céu azul límpido de nuvens sobre si. Uma de suas mãos segurava a da garota ao seu lado para quem desviou o olhar por algum tempo para observa-la enquanto lia seu livro bastante concentrada pelo que aparentava.

Os dois haviam estado ali por horas após terem se beijado depois dela aceitar suas desculpas foi que ambos namoraram um pouco então conversaram por um tempo. Sendo que agora se viam ali em silencio cada um perdido em seus pensamentos, porém o toque de suas mãos mostrava que ainda estavam ali unidos.

E o rapaz ficou ali lhe olhando enquanto lia vendo o modo como o sol parecia refletir em seus cabelos platinados. Narcisa olhou para ele e pareceu conter um riso do que provavelmente deveria ser do modo que ele a encarava certamente se Fred estivesse ali diria que era para o primo controlar um pouco antes que a baba começasse a escorrer. Só que era inevitável para ele porque tudo aquilo parecia tão perfeito depois da terrível noite que havia tido.

Ela tentou retornar a leitura mesmo que inutilmente já que tinha notado o olhar do namorado ainda permanecia nela e sorriu abaixando o livro para olha-lo também com uma face interrogativa ao qual ele respondeu com um sorriso bobo.

O ruivo há semanas esperava pelo reencontro deles e em especial pelas pazes que deveriam ser feitas entre os dois que acabou realmente sendo algo que ele nem mesmo poderia imaginar.

_ um galeão pelos seus pensamentos – brincou Narcisa para o rapaz que sorriu se ajeitando no gramado de modo a ficar de frente para ela.

_ vai desperdiçar seu dinheiro – disse James então encarando a capa do livro que a garota lia – Feitiços de Ocultação e Dissimulação – voltou a olha-la com um olhar confuso - estou te atrapalhando em seu estudo para algum teste por acaso?

_ não é que estava dando uma reforçada nesta matéria que tenho tido dificuldades nada demais – respondeu Narcisa – nos últimos testes tive alguma dificuldade nela, mas coisa pouca apenas.

_ tudo bem então – deu de ombros James olhando ao redor do parque vendo outros estudantes por ali também aproveitando a manhã – interessante porque sempre achei que a universidade fosse ser algo mais sério não sei.

_ e é sério James não se deixe enganar porque todas estas pessoas que estão aqui são veteranas aproveitando um pouco do tempo livre que temos – disse Narcisa – a proposito você já conheceu seu dormitório?

_ não ainda porque eu quis vir falar com você – respondeu James levando um olhar sério – parece que não esta feliz com isto e acredito que deveria perguntar o motivo para isso.

_ oh, você percebeu isto – falou Narcisa sarcástica então bufou indignada com aquela resposta se levantando novamente para se sentar sobre a grama sendo imitada pelo namorado – devia ter ido procurar seu dormitório antes de vir atrás de mim.

_ fala como se não tivesse gostado da decisão que tomei – disse James – qual é o problema de ter vindo ver você do que ir atrás do meu dormitório afinal?

_ você não entende mesmo não é? – questionou Narcisa - sabe por mais que eu gostei de te ver James não quero que leve isto como se fosse ser algo fácil porque agora você esta no treinamento para ser um auror e tem que aprender a ser responsável.

_ mas eu sou responsável – falou James sem entender ao lugar que ela queria chegar naquela conversa e enquanto ela recolhia as suas coisas – aonde você vai?

_ te levar ao dormitório dos novatos – respondeu Narcisa – espero sinceramente que você não esteja atrasado para a apresentação.

_ como assim apresentação? Não é como se fosse importante para mim estar num lugar destes afinal posso conhecer a todos mais tarde – disse James enquanto se levantava limpando as folhas de grama que haviam ficado presas a sua roupa.

_ por favor... James – suspirou Narcisa - tente levar as coisas a sério por aqui.

_ tudo bem – falou James num tom compreensivo - vou levar não se preocupe com isto – ele colocou um dos braços no ombro dela enquanto pode senti-la envolver um dos dela em suas costas.

Eles chegaram até onde o ruivo havia deixado à motocicleta. James montara no banco enquanto puxava de um dos bolsos um capacete reduzido magicamente e após tê-lo de volta ao tamanho normal foi que o estendeu a loira que o pegou.

_ ainda guardo o seu comigo – respondeu James a pergunta que poderia ser lida nos olhos dela enquanto ele colocava o capacete dele que até então estava preso ao guidão da motocicleta.

Com a namorada já na garupa foi que ele seguiu pelas ruas do campus da universidade numa velocidade baixa como era o recomendado aos alunos dentro daquelas instalações.

Finalmente após alguns minutos se viram enfrente ao prédio que segundo era indicado por uma placa mostrava se tratar das instalações dos recém-chegados. James parou a moto e tirou seu capacete ainda encarando o lugar que nada mais era que um prédio grande de tijolos vermelhos e cimento com algumas janelas finas retangulares de vidro rustico temperado.

_ é aqui mesmo? – perguntou James saltando da motocicleta vendo que sua namorada havia acabado de fazer o mesmo segundos antes – não é como eu esperava.

_ boa sorte – falou Narcisa para o rapaz – eu te acompanharia até lá só que é contra as regras a presença do sexo oposto nas instalações pessoais um do outro.

_ algumas regras foram feitas para serem quebradas – sorriu James marotamente enquanto ajustava sua mochila nas costas então recebendo um tapa em seu ombro da garota.

_ nada disso Potter se lembre do que me falou sobre andar na linha – repreendeu Narcisa com as mãos na cintura - além do mais eu não quebro regras.

_ Certo... Conta outra até parece que não quebrou algumas regrinhas nos nossos tempos de Hogwarts – falou James e antes que ela respondesse o rapaz a cortou – claro eu entendi, aqui não é como a nossa antiga escola.

_ pensei que teria que te dar outro tapa para ver se isto poderia reforçar a informação – disse Narcisa fazendo o ruivo rir – o que há de engraçado?

_ toda esta agressividade de sobra vinda de você – respondeu James se aproximando dela passando uma mão em sua cintura – me diga se existem regras que me impeçam de beija-la aqui agora.

_ na verdade não há regras contra relacionamentos dentro do campus desde que nos peguemos leve – falou Narcisa colocando as mãos nos ombros dele – então o que esta esperando? Um beijo de boa sorte?

_ era isto que estava esperando ouvir – riu James então se aproximando e único seus lábios com os dela num beijo rápido que teria sido estendido se não fosse a garota lhe empurrar murmurando para que ele fosse.

_ já estou indo – respondeu James numa voz rouca – nos vemos mais tarde?

_ sim – disse Narcisa – boa sorte.

Ele a acompanhou caminhar para longe antes de seguir seu caminho. James encolhera a moto a guardando dentro do bolso porque ainda não estava certo se seria confiável deixa-la ali fora.

O rapaz caminhou até a porta do dormitório e colocando uma das mãos sobre a maçaneta a girou então abrindo passagem para que pudesse entrar que foi o que fez. O dormitório era comprido como aparentava ser do lado de fora talvez até um pouco maior do que aparentava no que parecia ser magia expansível de interiores.

Cruzando o teto havia semiarcos que davam suporte a estrutura sendo que o piso era feito de madeira escura que dava um contraste com as paredes brancas lisas se não fossem pelos vitrais retangulares de mosaicos. Enfileirados um ao lado do outro havia beliches feitos de madeira envernizada.

James se surpreendeu com a primeira visão que teve antes de dar os primeiros passos e cruzar a porta de modo que iniciou seu caminho mesmo tentando conter o desconforto que era ter os olhares de algumas pessoas que o encaravam e murmuravam umas para as outras sobre ele certamente o reconhecendo dos jogos de quadribol no qual atuara. A ideia que havia passado na cabeça de James era de que iria dividir o dormitório com pelo menos um colega de quarto não com cerca de trinta ou quarenta pessoas pelo que parecia.

Continuou caminhando então podendo notar que havia nomes em pequenas placas de latão anexados aos beliches e colocou-se a procurar a que continha seu nome ao que tudo indicava estavam em ordem alfabética. Encontrou sua cama com o sobrenome Potter mais ao meio do dormitório sendo uma das de cima por isto teve que arremessar sua mochila sobre o colchão antes de subir por uma escada lateral.

Ao se sentar sobre a cama pode ver o restante do dormitório onde as pessoas ali presentes se dividiam em dois grupos sendo alguns conversavam animados certamente eram amigos que haviam passado pelos testes juntos. Já outros ostentavam um semblante mais sério enquanto desfaziam as malas guardando seus bens pessoais no pequeno armário disponível entre as camas.

_ hey, collègue... – falou uma voz embaixo dele então o fazendo olhar para a cama abaixo dele onde pode ver um rapaz deitado - non est educadê mãnterr vos pieds parra forrá dun belichiê quãndun se tem otrass pessoás aqui embaixê.

_ me perdoe não vi que estava ai – respondeu James então saltando de sua cama para vir cumprimentar o seu colega de beliche.

Ele fitou o rapaz que se encontrava deitado em sua cama parecendo distraído com um par de fones de ouvido e uma revista sobre quadribol aberta em mãos que lhe ocultava o rosto.

James estranhou se perguntando como toda a magia não poderia afetar aquele objeto de origem trouxa então se lembrando de que alguns bruxos estavam usando feitiços que os permitissem ficar seguro em ambientes carregados de carga magica.

O rapaz do beliche de baixo pareceu então notar o colega o observando vindo a abaixar a revista o que possibilitou ao ruivo poder vê-lo com mais clareza. Um sentimento estranho veio ao fita-lo como se já o tivesse visto em algum lugar porem não o reconhecia.

_ vous est atrapalhadê a lecturrê – falou o companheiro que pelo sotaque denunciava ser de origem francesa então deixando a revista de lado para se levantar e se sentando na extremidade da cama debaixo.

_ espera – falou James sua não conseguia esconder a surpresa ao ver de quem se tratava – você não é o...

_ Michel Antoine Petit? Le receveur de l'équipe nationale française (Michel Antoine Petit? O apanhador da seleção francesa) – falou o francês - et vous êtes James Potter, est un plaisir de vous rencontrer ( e você é James Potter, é um prazer conhece-lo).

_ eu entendi tudo o que você quis dizer mesmo que eu não fale o mesmo idioma que o seu – falou James – e sim, eu lembro perfeitamente da ultima vez que nos vimos.

_ pardon, je terr dificuldad parrá falar su idiomê apesarr de saberr exatamãn o que vous est a falarê – disse Michel Antoine tirando os fones de ouvido - noss jogarmôs une contrê outrro na finale de la Coupe du Monde.

_ você quase que me matou naquele jogo – lembrou James e o francês riu daquele fato como se fosse alguma piada.

_ oui, je me lembrrê dist – afirmou Michel Antoine – mãns dev dizerr quê non era mon intention machucarr seriamãnt apenax le suficiãnt parrá tirra-lo dun partidê.

_ oh, bem sendo assim é compreensível mesmo que tenha me parecido que estava tentando me matar – falou James num leve tom irônico - afinal um balaço certeiro no estomago não é algo que me pareça tão inofensivo.

_ sêm ressentiments – disse Michel Antoine lhe estendendo a mão – non há commun mudarrê le passad enton creeo que o melhôr que se ten parrá fazerr est deixarr di lad, non concord?

_ é você está certo sobre isto – falou James mesmo não tendo tanta certeza se poderia realmente confiar no outro apanhador então aceitando a mão estendida de Petit e ambos tiveram um cumprimento firme.

Assim que separaram as mãos ambos tiveram suas atenções chamadas por vozes que soavam ali próximo então buscando de onde vinham acabando por se deparar com dois outros rapazes que se aproximavam deles.

_ olá – disse um deles que possuía o cabelo loiro cacheado de porte atarracado e musculoso tendo porem um rosto um tanto angelical devido aos olhos violetas – então o que estão achando das acomodações? – o ruivo continuou a fita-lo parecendo um pouco concentrado como se quisesse se recordar de onde havia visto aquela feição antes que não lhe era estranha.

_ boas – falou James ainda estranhando ter sido abordado tão de repente apesar de que poderia entender que aqueles dois certamente estavam tentando criar algum contato com seus novos companheiros - pelo menos é o que parece.

_ poderiãn serr melhorrês – respondeu Michel Antoine se encostando ao beliche – quãnd mi insscrêvi parrá les universités Auror non pensavês qui terria quê dividirr mi espace connê tants companherrês.

_ era compreensível em vista que agora somos a parte de uma grande unidade – falou o outro rapaz ao lado do loiro sendo que este possuía cabelos negros ondulados e feições duras como um nariz avantajado e rosto macilento e comprido.

_ uoi, commê querrãn pensarr – disse Michel Antoine – a propositê, serr mê perrmit perguntar qui êtes-vous? – os rapazes se entreolharam antes que o moreno se pronunciasse.

_ não sei como são as coisas na França, meu caro – falou o moreno num tom acido - mas nós cidadãos britânicos seguimos uma regra de nos apresentarmos primeiro caso não conheça nossos costumes.

_ oh, pardon se pudê soarr rud connê vous – disse Michel Antoine – mãnss achê qui non serr necessáriô qui je mi aprresent, só qui parrá materr ass coisês en ordên o farrei...

_ não é necessário – interpôs o loiro – nós o conhecemos assim é claro como sabemos quem é James Potter sendo que foi muito antes dele vir a se tornar famoso jogando profissionalmente.

_ vocês estiveram em Hogwarts no mesmo tempo que eu – falou James e ambos os rapazes afirmaram positivamente – não me recordo muito de vocês apesar de sentir que já os tinha visto antes então esta é a explicação.

_ Sou Gordon Macmillan – falou o loiro lhe estendendo a mão para cumprimentar os rapazes – estava um ano abaixo de você e na Lufa-lufa não é como se fosse ter alguma chance de ter trocado algumas palavras na época.

_ eu me lembro de seu nome – falou James impressionado com sua descoberta – você jogou quadribol pelo time da sua casa não é mesmo?

_ sim – falou Gordon - atuei como batedor por dois anos.

_ você tem algum parentesco com o medibruxo do St. Mungus de Londres? – perguntou James ao ver que se tratava do mesmo sobrenome de um dos médicos que havia ajudado em sua recuperação – Ernest Macmillan era o nome dele.

_ ele é meu tio – respondeu Gordon – soube através dele que você teve muita força de vontade para conseguir se recuperar de sua lesão.

_ de mim você não deve se lembrar de porque não sou do tipo que gosta de ser notado pelos outros – falou o moreno chamando atenção para si – me chamo Joshua Goldstein e fui da corvinal do mesmo ano que você.

_ realmente não me lembro – confessou James - sinto por isto.

_ tudo bem, eu não era o dos mais sociáveis preferindo livros e a biblioteca ao interagir com as pessoas – respondeu Joshua - só que é claro agora que estamos aqui acho que devo me acostumar a ter de me socializar.

James e os rapazes poderiam ter conversado mais e buscado se conhecer melhor, porém a porta do dormitório se abriu e por ela entrou ao que tudo parecia ser uma figura de autoridade pela roupa que usava além de estar em uma faixa etária superior a maioria deles que ali estavam. Todos os rapazes pararam de fazer tudo o que estavam naquele até aquele momento fazendo e o lugar mergulhou no silêncio enquanto o homem começava a adentrar no interior do dormitório.

Ele era baixo e dono de cabelos loiros já em tom acinzentado e com vigorosas entradas também possuindo um queixo forte um porte físico em forma o que certamente deveria ser esperado de alguém na posição dele. Ele vestia vestes típicas de aurores sendo composto por roupas sóbrias ocultas por baixo de um sobretudo verde só que no lugar em que devia estar o símbolo do ministério da magia ao qual pertencia havia o brasão da academia.

_ bom dia damas – falou o auror com um tom um tanto rude - sou o Superintendente Lewis Brown e estou aqui para dizer que todas vocês devem trocar estas vestes que usam pelas que lhes aguardam no centro de orientação para recrutas porque agora a mocinhas tem de se mostrar apresentáveis já que pretendem se tornar aurores.

_ senhor permissão para falar – pediu Gordon de um jeito que James estranhou imaginando que toda aquela cena que observava era totalmente sem sentido afinal seu pai não lhe falara sobre como as coisas funcionavam por ali.

_ permissão concedida recruta... – disse Brown enquanto todos os olhos se voltavam para o rapaz que ousara interromper o superior.

_ Macmillian – falou Gordon – gostaria de saber a localização dessa base para a orientação dos recrutas se não for muito incomodo perguntar isto senhor.

_ deveria olhar melhor as orientações que mandamos por vocês pelo correio do contrario saberia que existe nele um mapa do campus com as indicações dos lugares – falou Brown – e eu não sou senhor para vocês quero que me tratem por Superintendente Brown porque senhor só o pai das moças aqui porque eu me dediquei para alcançar meu titulo e quero que me tratem desta forma. E nós estamos entendidos?

_ sim Superintendente Brown – responderam os rapazes em coro.

_ então aconselho as todas as minhas bonequinhas que se apressem se não quiserem ter uma bela recompensa logo no primeiro dia de vocês e acredite estou sendo bonzinho em lhes avisar sobre isto – ele já ia se retirando que se voltou para encarar os rapazes – e é bom que quando estiverem vestindo aqueles uniformes as vadias saibam o compromisso que acabaram de assumir não apenas comigo como com a instituição a qual pertencem agora.

Assim como entrara no dormitório foi que o homem saira pelo mesmo caminho em silencio e depois de recuperado o choque foi que os rapazes começaram a murmurar sobre o primeiro contato que haviam tido com um dos aurores que certamente iria fazer parte do treinamento deles.

_ Je me sens mal (Eu me sinto mal) – falou Michel Antoine - est comme un mauvais film sur l'armée et les guerres moldu ( É como um filme ruim sobre o exército e as guerras dos Trouxas).

_ o que você falou? – perguntou James.

_ oh, nadê di mãns apenês estav pensadô artô – disse Michel Antoine dando de ombros e se mexendo para longe do beliche sendo seguido pelos rapazes enquanto os outros ocupantes do quarto também se moviam indo em direção à porta.

Depois de um tempo na fila do posto de orientação foi que ele finalmente foi atendido recebendo um conjunto de vestes dobradas acompanhadas de coturnos além de material para a higiene pessoal. Era o que todos os outros também estavam recebendo ali e o ruivo pode notar num estremo próximo sua prima que na fila feminina havia recebido os pertences e se encaminhado novamente de volta para o dormitório.

James gostaria de ter tido a oportunidade de falar com Dominique e saber se ela estava gostando e suas opiniões sobre aquele lugar, porém parecia que não iria ter a chance logo naquela situação. O ruivo seguiu para o dormitório e assim como os outros companheiros iniciou a troca das vestes que usava pelas tradicionais dos aurores em treinamento.

Alguns mostravam certa relutância parecendo envergonhados em se trocar na frente de desconhecidos sendo que para James não era nada demais, não tendo qualquer vergonha em despir-se na frente deles afinal já estava habituado à mudas de roupa em vestiários devido aos anos de quadribol que lhe fizeram não ligar muito para isto.

O ruivo pode notar que a maior parte daqueles que estavam ali parecendo deslocados e meio isolados eram na maioria das vezes aqueles cuja aparência denunciava terem acabado recentemente seus estudos nas escolas de magia.

Línguas diferentes eram ouvidas entre inglês, francês ou fosse qual a língua dos países nórdicos fossem ditos por alguns ex-estudantes mais brutamontes de Dumrstrang nas conversas em que alguns grupos mais desinibidos travavam ali enquanto experimentavam os uniformes.

As vestes que agora vestia eram uma espécie de conjunto composto por jaqueta e calça camuflados num tom purpuro sendo que na lateral e na gola eram notáveis os sobrenomes bordados em linhas esverdeadas. Por debaixo da jaqueta havia uma camiseta verde musgo de mangas curtas sendo que havia a segundo opção de mangas longas que o ruivo deixara de lado. E para não esquecer é claro havia o par de coturnos e o cinto ambos feitos de couro de dragão com o coldre para a varinha presente na lateral do ultimo.

_ vous est si sentidun perrigosô? – perguntou Michel Antoine se olhando no reflexo da janela – Je me sintê magnifiquemant perigosô alen di extremamãnt sessual.

_ você nunca cala a boca? – suspirou James – francamente Petit, há momentos em que o silencio é necessário – o francês remendou o companheiro numa péssima imitação muda dele em caretas realmente ridículas.

_ fora que nenhum de nós esta se importando ou mesmo quer saber como você esta se sentindo vestindo o uniforme – falou Joshua se aproximando - tem coisas que deveria manter para si mesmo.

_ então prontos para ir? – perguntou Gordon ao lado de Goldstein e os rapazes concordaram então se retirando do dormitório assim como os outros faziam.

...

Os aspirantes a aurores estavam em fileiras no pátio do campo de treinamento. James se via atrás de Petit como era esperado já que seus nomes de guerra começavam com a mesma consoante, porém a primeira vogal dele era anterior a sua.

O pátio era amplo e ao ar livre. O lugar onde se encontravam possuía um chão de cimento batido já pálido pelo tempo a visão ao redor era dos prédios das instalações da base de treinamento e educação dos aurores como os panfletos que haviam recebido assim que os resultados das provas diziam claramente. A visão, no entanto que tinham era de espaço bem arejado pela quantidade de campos abertos e gramados com arvores numa espécie de floresta que se encontravam do outro lado do lago de aguas calmas e esverdeadas.

James pode ver a prima na parte destinada às garotas. Ela vestia a versão feminina do uniforme que não se diferenciava muito da que o rapaz vestia e para a surpresa dele a garota se encontrava com o cabelo preso em um rabo de cavalo algo que não estava muito habituada a vê-la usando.

Então entrou uma espécie de comitiva formada por vinte pessoas entre bruxos e bruxas vestindo fardas só que diferente das deles se encontravam em um tom mais claro de roxo. Pode ver uma eles marchando na direção deles sendo que os da frente ostentavam em mãos o estandarte da Brigada de Aurores que nada mais era do que o brasão pertencente àquela instituição em que se encontravam enquanto os outros ao seu lado vinham com outros que possuíam palavras em latim grafadas em amarelo sobre um fundo verde. Os demais traziam consigo instrumentos de percussão no caso uma espécie de tambor que batiam ritmicamente com baquetas.

Quando estavam de frente paras fileiras dos novatos foi que a comitiva parou a marcha e se posicionaram ao comando de um deles que parecia liderar a tropa numa voz de comando que ditou ordens em uma língua que era desconhecida para o ruivo. Talvez fosse latim novamente não dera para saber o que era certo no entanto é que aquilo fez todos pararem e tomarem posição e os tambores começaram a tocar mais lentamente conforme a divisão da comitiva em duas fileiras harmônicas dava espaço para aquele que vinha atrás de todos.

Então entrou um homem passando pelo caminho que fora aberto. Sua aparência denunciava sua decência indiana com os cabelos negros e pele parda além do nariz e orelhas avantajadas sem poder passar despercebidas aquelas sobrancelhas grossas e o bigode bem aparado que ele trazia sobre os lábios. Ele deveria estar em meio aos seus quarenta anos, talvez um pouco mais velho. Só que em meio a tudo aquela aparência sem tantos atributos havia algo incomum. O que mais chamavam a atenção eram os olhos, pois eles se irradiavam como dois pequenos sois estivessem em suas orbitas tamanho era o dourado.

As vestes que usava tinham os traços típicos militares como era esperado só que com uma patente maior. Já que ostentava uma casaca em estilo formal com gola e braçadeiras assim como ombreiras e cruzando em seu peito e cintura havia uma espécie de cinta feita de couro de dragão que se destacava por seu verde escuro assim como faziam os botões de ouro que abotoavam o casaco até o pescoço. A calça era lisa e em seus pés havia botas que vinham até os joelhos assim como em sua cinta se encontrava preso uma espada fina mesmo que longa e do outro lado preso ao coldre se encontrava a varinha. Porém o maior choque era que toda a indumentária fora os acessórios eram de algo branco de um jeito quase angelical de tão clara era sua cor.

_ Audite (Atenção) – bradou em latim Superintendente Brown aos recrutas que naquele momento se colocaram em formação de atenção – praesentia in armis (apresentar armas) – e num ato simultâneo todos haviam feito o mesmo movimento de com a varinha em mãos ergue-la como haviam aprendido no livro de instruções que tinham recebido - Reddite continentia (Prestar continência) – novamente em um efeito em cadeia os bruxos levaram os punhos com varinhas para próximo de seus corpos e os bateram no peito no lugar em que ficava o coração - in custodia (em guarda) – eles abaixaram as varinhas.

_ Requiesce (Relaxar) – se pronunciou o homem fazendo ambas as tropas feminina e masculina guardarem suas varinhas nos coldres - Bom dia senhores e senhoritas aquela que será a casa de vocês pelos próximos três anos, pois a partir desse momento cada um faz parte da Academia de Aurores oficialmente sendo que entraram aqui como simples bruxos, mas aqui iremos transforma-los em algo a mais...

Ele começou a andar e seus passos podiam ser ouvidos por qualquer um sendo o tamanho era o silêncio feito por cada um mesmo o vento e os passaram pareciam ter parado para escutar.

_ Quando esses três anos se passarem... Todos aqui serão guerreiros capacitados para atuarem como caçadores das trevas e para isso estamos dispostos a fazê-los superar seus limites... – ele transitava entre as duas tropas – seus medos... – ele continuava a andar encarando as faces impassíveis dos recrutas - além de conseguir transforma-los no que já mais suas mentes poderiam imaginar porque cada um dos aqui está tiveram que lutar duro por essas posições e é a isso que devem pensar que por difíceis que as coisas pareçam sempre haverá luz onde há escuridão.

O homem retornou para frente de onde todos poderiam vê-lo e se posicionou com uma das mãos em sua espada enquanto a outra fora colocada nas costas. Seus olhos dourados passaram pelas pessoas ali certamente com muitos pensamentos em mente antes que pudesse continuar.

_ caso estejam se perguntando quem sou irei-me apresentar – falou o homem – sou Anakin Shafiq, o diretor da Academia de Aurores sendo que isso faz de mim a maior autoridade a quem deverão respeitar e acatar ordens quando o necessário apesar de que creio que isso já esteja subentendido e não precise de mais explicações de qualquer forma passaremos adiante.

Shafiq se virou para sua direita e puxando a mão de trás das costas apontara indicando o lado ao que todos os alunos ao se virarem para olhar puderam ver que se tratava de algumas pessoas enfileiradas sobre uma espécie pequena de pódio.

_ Esses são os seus professores, porém não irei apresentá-los agora porque eles preferem fazer isso eles mesmos amanhã antes de começarem suas aulas – disse Anakin Shafiq – no lugar disso, eu vou mostrar a vocês os sete pilares dessa instituição e ao qual vocês irão ter de seguir se quiserem verdadeiramente ser aurores.

Os estandartes verdes começaram a se aproximar novamente sendo trazidos para perto pelos membros da comissão de boas vindas. Eles pararam atrás do diretor em uma fila em que um se encontrava atrás do outro. O auror se posicionou ao lado do primeiro e indicou a palavra em latim.

_ Virum – apontou Shafiq para a palavra no estandarte – significa Bravura.

_ Officium – aproximou-se estandarte veio e ele repetiu o gesto – significa Dever.

_ Determinatio – falou para o terceiro assim que ele havia ficado visível – significa Determinação.

_ Disciplinae – continuou assim que o próximo brasão já se encontrava ao seu lado – significa Disciplina.

­_ Fidelitas – leu antes de se voltar a encarar as tropas – significa Fidelidade ou Lealdade se preferirem.

_ Honora – ele apontara para a palavra bordada no que pareciam ser linhas de ouro – significa Honra.

_ E nosso ultimo pilar – terminou assim que o ultimo estandarte verde estava ao seu lado e o estomago de James parecer dar um salto quando ele olhou quem portava aquele emblema – Sacrificium que no latim significa Sacrifício – era Narcisa que era a porta-estandarte o que fez o ruivo ficar meio desconcertado ao se lembrar das palavras que Theodore Nott lhe falara no dia em que havia ocorrido a entrevista de avaliação.

Os porta-estandartes se encontrava um ao lado do outro agora de modo que todas as palavras eram visíveis, porém James ainda mantinha os olhos em sua namorada antes que o diretor chamasse a atenção de todos mais uma vez.

_ lembrem-se dessas palavras porque cada uma delas é um dos pilares que faz com um auror seja o que é e iram guia-los em momentos de dificuldades e de duvidas pelos caminhos que vão ter de seguir – falou Shafiq – era tudo que tinha para dizer sendo assim mais uma vez sejam bem vindos e exempti (estão dispensados).

Flashback off.

...

No dia seguinte a chegada de James na Academia de Aurores, os recrutas foram acordados cedo naquela manhã pelo som da concha soando estridente pelo lugar e por um Superintendente Brown passando pelo dormitório os dando um alarme de que estaria de volta em quinze minutos e esperava que as camas estivessem feitas e as moças como ele mesmo disse deveriam estar prontas para a supervisão. Isso tudo ocorrera antes do sol sequer dar sua presença no céu.

James fizera sua cama calmamente tentando fazer o seu melhor para que não rendesse nenhuma espécie de critica ou punição se é que haveria alguma caso alguém desacatasse a ordem. Apesar de que pelo que as coisas pareciam isso era bem possível. Ao terminar seu trabalho ainda ofereceu ajuda para Petit que parecia estar tendo um pouco de dificuldade porque aparentemente era a primeira vez que estava fazendo sua própria cama.

Após isso ter sido feito James foi até o banheiro onde teve sorte em pegar um dos lavatórios vazios. Ele se aproximou da pia e abriu a torneira então lavando o rosto e se encarando no espelho em seguida pegara a espuma de barbear e seu aparelho para que pudesse fazer a barba.

_ hei, Potter – perguntou Goldstein passando por ele – o que aconteceu com as suas costas? – o ruivo encarara o colega atrás do espelho antes de respondê-lo.

_ acidente de moto – disse James com a primeira coisa que lhe viera em mente – eu tive sorte de não ter machucado mais gravemente apenas esfolei as costas com a queda – aquela resposta parecia ter sido aceita pelo outro que simplesmente acenou com a cabeça e continuou se rumo até de volta ao dormitório.

James retornou para o dormitório para que pudesse mudar a farda após ter terminado de fazer sua higiene pessoal. Ele vestiu sua farda rapidamente então se posicionando para a supervisão após ver que estava próxima de acontecer.

Logo os quinze minutos que Brown dera para que as coisas fossem colocadas em ordem se esgotaram e ele estava de volta para realizar a supervisão. Fora algo rápido com o superintendente apenas checando a arrumação dos beliches e a ordem que se encontravam os recrutas com seus uniformes e outros detalhes.

...

Após o café da manhã os rapazes foram guiados por Brown em forma de marcial para um dos grandes prédios que faziam parte do campus. Eles cruzaram as grandes portas de correr do que parecia ser um grande deck ou armazém por conta de seu telhado que possuía uma espécie de cúpula arredondada. As paredes eram feitas de uma espécie de placas de metal que haviam sido presas em vigas numa estrutura harmoniosa.

O interior era praticamente vazio com um chão feito de pedra cinzenta com vários desenhos e manuscritos gravados nele. Presos em suportes no teto se encontravam versões maiores dos estandartes que haviam sido apresentados no dia anterior. A sala ainda tinha claraboias no teto e janelas por onde entrava a luz do sol que iluminava boa parte do lugar.

Havia um palco encostado a uma parede numa espécie de continuação do chão em um nível elevado de cerca de um metro e meio havendo uma pequena escada lateral que dava acesso. Então foi que uma porta lateral foi aberta e aquele que iria lecionar a primeira lição entrou sendo que sua aparência causou surpresa e incomodo por parte dos recrutas.

Era um bruxo cuja feição parecia esculpida em rocha pela falta de expressão facial tendo a pele pálida com quase imperceptíveis marcas de expressão. Os cabelos eram num tom grisalho já quase esbranquiçado por completo tendo recuado um pouco para trás de modo que sua testa parecia ultrapassar um palmo. Seus olhos eram claros sendo que se assemelhava a um verde azulado além de que suas sobrancelhas eram claras sendo meio grossas e expressivas. Tratava-se de um homem alto, mas nada que fugia do convencional sendo que sua estrutura física estava bastante conservada transparecendo estar em fora mesmo que não muito atlético.

Suas roupas são algo que chamara a atenção pelo estilo lembrar algo como a moda trouxa. Usava calças sociais negras e uma camisa social vermelha sangue tendo os primeiros botões abertos e as mangas dobradas até a altura dos cotovelos. Sendo que sobre a camisa o bruxo usava um colete de couro de dragão aberto que combinava com suas botas. Na parte lateral de seu cinto se encontrava o coldre com a varinha.

_ Audite (Atenção) – bradou em latim Superintendente Brown aos recrutas que naquele momento se colocaram em formação de atenção - Reddite continentia (Prestar continência) – novamente em um efeito em cadeia os bruxos levaram os punhos com varinhas para próximo de seus corpos e os bateram no peito no lugar em que ficava o coração - in custodia (em guarda) – eles abaixaram as varinhas.

_ Bom Dia recrutas – disse o bruxo – podem desfazer formação – e os recrutas pareceram hesitar por alguns segundos antes de cumprimentarem o pedido que fora feito sem que se utilizasse o código em latim – obrigado por trazê-los Superintendente Brown – e ambos bateram continência uma para o outro antes que o supervisor deixasse a tropa sozinha com o novo professor.

Todos ficaram em alerta aguardando ordens do professor que nem ao menos fora apresentado para os rapazes ainda. Toda aquela tensão que ele conseguia transmitir era estranhamente familiar para James como se já a tivesse visto antes mesmo que nunca o tivesse visto.

O curioso era que apesar de tudo o homem deveria estar na casa dos seus sessenta anos ou talvez beirando aos setenta uma idade considerada velha para um auror ainda estar em atividade. O que aquele bruxo estava fazendo ali se já deveria ter se aposentado há tempos era o que deveria estar passando pela cabeça de muitos. James sabia que fora o que viera a sua apesar de se sentir meio envergonhado por pensar assim.

Então para completar as coisas apareceu atrás do homem após um estampido discreto o que James reconheceu como um Elfo Domestico. Certamente era mais jovem que Monstro devido a sua aparência ainda ser algo meio que poderia ser considerado jovem para os daquela espécie. Suas orelhas eram grandes e uma delas parecia ter perdido um pedaço próximo da ponta. Seu nariz era adunco e fino e seus olhos do tamanho de pomos de ouro eram da cor de lama.

A criatura devia ter cerca de um metro e parecia estranhamente podendo ser mais alto talvez por andar ereto diferente do que o ruivo conhecia que era meio corcunda e encurvado. Porém a maior diferença do elfo para o criado dos Potters certamente era o jeito de se vestir. Não que monstro pudesse ser chamado de bem vestido, mas perto daquele ser da mesma espécie era quase irreconhecível qualquer semelhança poderia ser dito entre os dois.

Este elfo usava botas que pareciam ter sido feito sobre medida assim como a maioria das coisas que vestia como suas calças de tecido leve cor creme e a camisa branca impecável abotoada por completo ainda com direito a um cachecol cinza que lhe caia sobre os ombros. Em suas lateral trazia um florete francês em sua bainha e com o cabo decorado.

E para fechar tudo na cabeça dele se encontrava um chapéu de bruxo a única parte de sua vestimenta que não parecia ser nova e nem feito sobre medida como podia ser notado pela aba ocultar-lhe os olhos e o couro marrom de que era feito o objeto denunciar sua idade pelo modo que estava surrado e tinha os seus remendos.

_ Malcolm McGonagall – ele se apresentou – e eu serei responsável pelo treinamento de vocês aqui na Academia de Aurores – o velho caminhou pelo piso com passos ressonando pela sala vazia – enquanto estiverem neste lugar, é a mim que deverão prestar desculpas e esperar ordens... Eu não sou amigo de vocês, então não esperem carinho e compreensão da minha parte, vocês escolheram uma profissão de risco rapazes e deverão aprender o que é dureza desde cedo – ele começou a rir – ah, agora falando serio, quem de vocês quer chocolate?

Todos ficaram em silêncio. Aquilo só parecia soar como um teste ou talvez o professor devesse ser simplesmente louco sendo que ao lado dele o elfo não mostrou qualquer expressão. Aquele sobrenome surpreendeu James que teve um estalo em seu cérebro quando o escutou além de ter que controlar uma expressão de confusão. McGonagall. Ele não esperava que fosse conhecer outro ou conviver com um fora de Hogwarts.

Após ver que ninguém respondera o professor sorriu e caminhou novamente para frente da tropa para que pudesse ver a todos. Malcolm removeu a varinha do coldre e começou a gira-lo entre os dedos em silêncio enquanto seus olhos percorriam cada face de seus pupilos como se quisesse memorizar seus rostos ou simplesmente estivesse analisando-os o que seria mais provável.

_ eu assumi as responsabilidades dessa unidade – disse Malcolm –Brown é o superintendente de vocês e o segundo em comando sendo que acima de minha pessoa apenas se encontra o nosso diretor dessa Academia – ele parou de girar a varinha – dentro de alguns dias irá ser determinado o líder dessa tropa ou monitor como queiram chamar sendo que isso será decidido em um consenso entre os professores de qual de vocês está mais apto para o cargo – ele fez uma pausa – alguma pergunta rapazes? Caso o tenham é essa a oportunidade de a fazerem.

_ Eu gostaria de perguntar algo – pediu Macmillan – qual matéria será lecionada pelo senhor? – seu tom era formal e alto como se esperava de alguém que estava no verdadeiro clima da Academia de Aurores.

_ minha matéria é a Arte de Combate Mágico ou ACM que é a sigla sendo que também podem chama-la simplesmente como Combate Mágico – informou Malcolm - antes que comecemos gostaria de lhes apresentar a meu assistente e amigo, Risky – ele indicou o elfo domestico que deu um aceno de cabeça para a tropa – ele estará sempre por aqui e peço que vocês o tratem com respeito da mesma forma que eles o trataram.

Ambos, bruxo e elfo caminharam em direção ao palco localizado no fundo do lugar e subiram os degraus que levavam ao seu ápice. Os recrutas pareceram receosos em se aproximar preferindo que o professor lhes desse a ordem antes o que não demorou a acontecer.

_ fiquem a vontade para se aproximarem e saírem da formação – disse Malcolm se sentando na beirada do palco com uma perna tendo o joelho dobrado e a outra a perna pendia para fora – não há motivos para ficar desse modo ainda mais quando daqui alguns minutos estarão pondo em pratica a aula e o que lhes ensinarei então se quiserem sentar-se para me ouvir vão em frente e o façam – os recrutas começaram a obedece-lo e tomaram lugares no chão.

E os recrutas permaneceram em silêncio frente ao instrutor e ao seu assistente que permanecia de pé atrás de Malcolm. Naturalmente, a atenção de Malcolm foi diretamente para James que tomara o lugar mais próximo do palco sendo que provavelmente o reconhecera ou não. E os dois se encararam por alguns instantes, no silêncio absoluto daquele lugar até que Malcolm abriu um sorriso provocador e pronunciou claramente para os alunos.

_ O Ataque é a melhor defesa – disse Malcolm fazendo que os recrutas se arrepiassem pelo tom que ele usou – não importa caso tenham escutado ao contrario pode ser sim que ocorra mas na maioria das vezes quando estamos elaborando uma defesa estruturada e efetiva apenas estamos dando tempo para que nossos inimigos venham e nos ataquem.

Ele apoiou um dos braços na perna dobrada enquanto o outro foi em direção ao bolso de onde puxou um relógio de bolso de prata para dar uma rápida olhada nas horas então retornou para continuar a aula.

_ Eu tenho quase meio século de atividades de prestação de serviços como auror sendo que não atuei apenas em meu país como também em vários outros – disse Malcolm voltando a pegar o a varinha a mantendo a sua mão firmemente enquanto a repousava sobre a perna – Então... acho que deveriam beber de mim toda a sabedoria que tenho para lhes dizer quando falo que o mundo é cruel e perigoso – ele falara duramente - a maioria das pessoas pensa que se trata apenas de um velho soldado querendo aterrorizar como se eu estivesse falando das duas guerras magicas em que lutei sendo que... – ele fez uma pequena pausa de alguns segundos - a verdade é que pessoas ruins existem e magia das trevas ainda esta por ai independente de quanto alguns bruxos fechem os olhos querendo fazer de conta de que tudo morreu junto com Voldemort aquele dia em Hogwarts – ele olhou para os recrutas com profundidade – e o importante é saber o quão dispostos vocês estão em mergulhar de cabeça nisso?

Ele fez uma pausa como se esperasse que os rapazes fossem dizer algo só que todos estavam em silêncio sendo que alguns pareciam refletir de cabeça abaixada sobre aquele assunto. Novamente o olhar de Malcolm e James se cruzaram e o professor continuou a falar ainda fitando o ruivo.

_ Porque eu estou aqui para ensinar apenas aqueles que estão dispostos a ficar até o fim e vestirem o compromisso que assumiram sendo que eu tenho ideia de que muitos que aqui estão nós deixaram nos próximos dias ou semanas mesmo meses – disse Malcolm - porque a maioria das pessoas adora a fama e o glamour que nossa profissão só que não conseguem carregar o peso que nossa carreira pede para que nós carreguemos – ele olhou para o restante dos recrutas – muitos entraram aqui por querem seguir legados de família e por mais bonito que isso seja se não a estiverem fazendo de coração isso significa que estão perdendo seu tempo.

Ele se levantou do lugar começando a andar pelo palco. Risky, o elfo espadachim ainda estava parado em seu lugar aparentemente apenas seguindo seu patrão com os olhos com um olhar atento.

– Alguns estão aqui para se encontrarem ou porque simplesmente sentem que tem que fazer algo grandioso de suas vidas e novamente digo que se não estiverem dispostos a fazer isso de coração não adiantara de nada – disse Malcolm que ia para o outro canto do palco – ainda há aqueles que ao saírem daqui vão para o caminho inverso de tudo que ensinaram – ele parou - se deixam corromper pelas trevas como se tudo tivesse sido em vão simplesmente porque o gostinho doce do que poder que as artes das trevas trás é algo tão tentador que s corrompe – ele olhou novamente para os recrutas - Se algum de vocês simplesmente pensar apenas em usar o que eu vou ensinar para fazer o mal contra alguém, independente do que façam ou quanto consiga se esconder saibam que irei encontra-los e irão ter que prestar contas comigo. Entendido?

_ sim, professor – falaram em coro os recrutas.

_ excelente – disse Malcolm - Muito bem então – ele andou até seu assistente ainda se mantendo atento aos seus recrutas - Saquem suas varinhas e dividam-se em duplas de preferencia pessoas com as quais não tenha qualquer afinidade – ele se aproximou da borda do palco – hoje irei apenas observá-los e ver as técnicas que utilizam em duelos na próxima aula irei tentar orientá-los a superar suas falhas.

Os alunos obedeceram e antes de se virar para ir junto com sua dupla. O rapaz deu uma ultima olhada para o professor podendo ver que ele o encarava sentado na borda do palco sendo que em sua mão estava o relógio de bolso de prata com o símbolo da fênix. Risky se aproximara do professor e lhe dissera algo que a distancia em que estava o ruivo não pode escutá-lo.

James voltou suas costas para o palco tentando ignorar os olhos do professor ainda fixos em sua nuca. O ruivo tirou a varinha do coldre e se posicionou em posição para o duelo contra seu adversário e após a saudação ambos partiram correndo um contra os outros prontos para atacar.


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Notas finais do capítulo

Esse capitulo foi um dos que mais demoraram para serem feitos por motivos que comecei ele a semanas atrás e perdi uma parte dele antes de salvar. Então, tive que escrevê-lo quase que inteiro. Sei que muitos devem não gostar desses capítulos em que o James é o principal assim como deve haver aqueles que são fãs dele.

Estou de férias então isso significa que terei tempo para escrever finalmente. Então, minha vida foi colocada nos eixos nesse semestre que passou por mais dificuldades e obstáculos que tenha passado. Eu consegui passar esse semestre da faculdade. Enfim, vocês como estão? Férias? Ainda estudando?

Deixem suas opiniões sobre o capitulo e se estiverem interessados em fazer parte do grupo mandem os MPs. Vou me decidir se vale apena fazer ou não ainda. Enfim, aguardo reviews.