Amor E Caos... escrita por Bel Russeal


Capítulo 4
Gentilezas


Notas iniciais do capítulo

Desculpa por demora tanto, é que estou concentrada na minha outra fic (http://fanfiction.com.br/historia/355876/2_Temporada_-_Ela_E_A_Unica_Que_Pode_Me_Salvar ), mas ela esta já na reta final ai vou voltar a escrever mais por aqui.



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As ruas eram todas diferentes pra mim, mas já estava sem fôlego e parei de correr, me encontrei em uma pequena estátua, parecia ser a biblioteca da cidade, sentei embaixo do homem montado em um cavalo feito de cimento e as lembranças me pertubavam...

“_ Tonight ware young So let's set the world on fire We can burn brighter Than the sun. – meu irmão e eu cantávamos alto a nossa música preferida.

Aproveitamos a parada no sinal e gritávamos a letra da música, eu nem acreditava que ele iria pra faculdade e demoraria um pouco para passar uma noite assim com ele .

O sinal ficou verde e Nick passou com o carro, mas a ultima coisa que vi era o mesmo carro do homem bêbado saindo da boite, vindo em nossa direção atravessando seu sinal que era vermelho e seu farol iluminava forte, fechei meus olhos fugindo da luz em sinal de susto e depois veio o impacto, senti apenas as mãos de Nick nas minhas como se quisesse me proteger ...”

_ Ei garota enlouqueceu? vamos voltar. - Antenor apareceu na minha frente e recuperava o fôlego como se tivesse saído de uma caminhada.

_ Sai daqui, Toni. – gritei e enxugava meu rosto pra ele não ver minhas lágrimas, não queria que ele me visse chorando, eu odiava quando as pessoas me viam chorar.

_ Não, você é nova na cidade já pensou se você se perde?

_ Eu já morei aqui quando criança.

_ Mas a cidade mudou muito.

_ Ta preocupado comigo? – falei irônica.

_Não .. é que... – ele balbuciou e acabou ficando calado.

Ficamos em silencio e alguns minutos passaram:

_ Por que ficou assim ? Eu sei que a brincadeira do Peter foi sem graça, mas estamos bem, você esta bem ?

_ Não finja que se importa. – levantei e continuei andando pelas ruas.

_ Qual é garota ? To tentando te ajudar.

_ Eu não quero ajuda.

_ Todo mundo precisa de ajuda.

_ Não, eu não preciso. Vai embora.

_ Eu não vou. – ele continuou a me seguir.

Eu estava cansada e a imagem do farol daquele carro não saiam dos meus pensamentos, o toque de Nick em minhas mãos, tudo era confuso e ficavam passando fleches e mais fleches.

Deitei no meio da rua exausta e a lua estava linda e as lágrimas vieram novamente e não pude evitar.

_ Você não é normal , deitar no meio da rua?

_ O que é ? Por que não vai caçar outro alvo? - gritei e fiquei sentada.

Ele me olhava assustado e confuso com o meu choro.

_Por que ainda ta aqui, porque não vai embora e foge de mim que nem ela, porque ela não queria só um casamento perfeito , ela queria se livrar da culpada de tudo . Ele não queria ir, eu pedi pra ele ficar e tudo aconteceu. Ele fez tudo certo, ele, eu destrui tudo, eu fui a culpada .. Ah meu Deus eu fui a culpada. – falava e chorava muito colocava as lágrimas e os desabafos que não saiam há muito tempo.

Antenor fez algo que me assustou e cessou o meu choro me deu um leve abraço e me puxou para seu peito.

_ Eu não sei do que ta falando, mas por favor não chora.

Senti uma algo húmido encostar-se à minha pele , me afastei de Antenor e ele me olhava confuso, seu olhar era tão penetrante e seus olhos azuis eram tão fascinante. Senti de novo a sensação e percebi que eram gotas de água e começaram aumentar se transformando em uma grande chuva.

Toni me puxou fazendo levantar da rua e corremos caçando um abrigo, eu ainda estava meio que perdida, não me sentia bem e estava pra ter um ataque hipotérmico, estava ainda de micro short biquíni e uma leve blusa por cima , naquela chuva fria, desde quando nessa cidade chovia? Era sempre uma quentura dos infernos.

Voltamos a biblioteca da cidade que estava fechada, mas ficamos sentadas do lado de fora que tinha uma sacada que nos protegia da chuva.

Antenor percebeu que batia os queixos de tanto frio e então tirou seu casaco do time e pôs em mim, o cheiro do seu casaco era bom e me senti melhor em relação ao frio.

_ Por que está sendo gentil? – ele me olhou e depois abaixou a cabeça, e desviou o olhar para o outro lado da rua como se olhasse a chuva.

_ Você me assustou com esse choro todo. – ele disse.

_Me desculpe.

_ Do que tava falando?

_ É uma longa história.

_ Acho que temos tempo , essa chuva não vai passar agora.

_ Não quero falar sobre isso agora.

_ Talvez outro dia me conte. –ele colocou um sorriso diferente, gentil, um sorriso do qual ele nunca me mostrara.

_ Você me disse que já morou aqui.. - Ele falou tranquilo enquanto olhava a chuva.

_ Quando era criança, mas meus pais se separaram e eu e meu irmão fomos morar com a maluca da minha mãe.

_ Você tem um irmão? – ele perguntou e eu fiquei calada e abaixei a cabeça.

_ Eu acho que a chuva não vai passar e eu quero ir para casa. – levantei, respirei fundo e entrei na chuva e comecei a caminhar. As gotas batiam em meu rosto causando uma leve dor.

_Ei garota volta aqui, vai ficar doente nessa chuva.

Corri o mais rápido que pude para Antenor dessa vez não me acompanhar e consegui, cheguei em casa e meu ainda não estava. Subi as escadas deixando todo o chão molhado, tirei as roupas molhadas e coloquei no cesto de roupa suja e as lágrimas vieram em seguida.

***

Um novo dia veio e dessa vez nem Cézar e nem meu despertador precisou me acordar, pra dizer a verdade não havia nem dormido direito na noite passada, levantei tomei um banho e me vesti, fiz uma maquiagem adequada para esconder as olheiras e desci.

_ Esta acordada antes da hora? Você está com febre ? Delirando ? - Cézar logo me abordou ao me encontrar.

_ De bom humor Cézar ? – dei um leve sorriso forçado a ele e apenas me serviu um suco.

_ Como foi a festa ontem? Quando cheguei já estava dormindo.

_Foi legal!

_A sua mãe tem te ligado?

_ Não! – falei triste, era tão notável agora que minha mãe queria se ver livre de mim.

_Ele deve está ocupada gravando novos programas. Talvez te ligue hoje.– Cézar tentou amenizar.

_ Não sou de criar expectativas, Cézar. Principalmente quando se trata de minha mãe.

_ Quer que eu te leve pra escola hoje?

_ Ta penalizado e quer fazer uma boa ação, eu não preciso de sua compaixão. – levantei da mesa irritada.

_ Não é isso Samantha, só achei que seria legal ...

_Se passássemos um tempo mais juntos? Eu esperei por esse tempo durante 6 anos e você não apareceu e não preciso dele se for por pena.

Peguei o casaco de Antenor na lavanderia e coloquei na mochila e logo sai de casa. Caminhando alguns minutos cheguei na escola, cedo até demais do que costumava ir, na verdade eu só chegava atrasada.

Entrei na sala que ainda não havia quase ninguém, um ou dois alunos por ali , coloquei meus fones de ouvidos e comecei ouvir minhas músicas preferidas pra aliviar a raiva, coloquei na agenda telefônica do meu celular e disquei para minha mãe , talvez Cézar tivesse razão ela estaria ocupada ou talvez não conseguiu ligar.

Tomei coragem e disquei, chama uma, duas, três e na quarta vez ela atendeu.

_Mãe ?

_ Ahh Samantha, como vai? – ela dizia e havia muito barulho do outro lado da linha.

_ Eu liguei pra saber como vão as coisas, você não ligou.

_ Ah querida, é que as coisas estou muito ocu..Isso, Billy, arrasou... Desculpe querida posso ligar outra hora é que estou vendo o jogo do Billy e ele acaba de fazer um ponto..beijo beijo.

O que eu esperava de Dona Lúcia, é claro que não fazia diferença ligar pra ela, nunca se importaria.

_ Ei Sam !- Gabe me abordou.

_ Oi ! – respondi desanimada.

_ Viu o programa de ontem da sua mãe, ela ta gravando em Paris, da pra acreditar?- Gabe falava animada.

_ Não eu não vi.

_ Que pena foi fabuloso , ela mostrou um sapato divino e ... - Gabe tagarelava e deixei de prestar atenção no que ela falava com a entrada de Antenor acompanhado de Peter na sala.

Lembrei de seu casaco teria de devolvê-l o e talvez poderíamos nos tratar de forma civilizada já que aparentemente teria sido gentil noite passada.

_ Aah, eu já volto Gabe. – levantei da cadeira e fui em direção à Toni.

_ É.. Oi . – Falei nervosa e ele virou em minha direção meio que surpreso.

_ Samantha, que tal dar uma voltinha de carro comigo depois da aula? – Peter debochava como sempre e Toni ria.

_ Eu vim agradecer por ontem. – falei para Antenor, ignorando Peter.

_ De nada. – ele disse se concentrando no celular em sua mão, como se fugisse de meu olhar.

_Ontem ? Não me diga que pegou a estranha do sul, Toni ? – Peter estava agora gargalhado.

_ Não seja idiota, fiz uma mera caridade de acompanhá-la com o susto que você deu nela.

_ Caridade? – indaguei e ele fugira do meu olhar novamente.

_ Você é um idiota mesmo. Pega seu casaco e me esquece de vez . – Entreguei o casaco empurrando em suas mãos com tanta brutalidade que ele desequilibrou um pouco para trás.

O sinal tocou e o professor logo entrou na sala impedindo qualquer atitude de Antenor, durante a aula ele me encarava e eu evitara olhar pra ele. E foi assim todo horário da escola.

No recreio circulava pelos corredores e Antenor apareceu para minha surpresa.

_ Ei Samantha espera.

_ Que foi ?

_ Olha eu não quis dizer aquilo é que o Peter pegaria no meu pé e..

_ E você teria vergonha de dizer que foi gentil com a nova estranha da escola, eu já sei a historia, é típico de garotos como você.

_ Típico ? Como assim ?

_Vergonha de mostrar o seu lado bom ou talvez não exista lado bom e você seja só um idiota mesmo. E se tem vergonha, eu realmente tenho pena de você, porque significa que debocha tanto das pessoas e olha só quem não teria personalidade própria, o machão e bonitão da escola que gosta de popularidade porque é a única coisa que tem.

Talvez eu tivesse exagerado no discurso e sim acho que exagerei, mas estava entalado na minha garganta e teria que colocar pra fora.

_ eu não tenho nada? Olha só quem ta falando a marrentinha do sul que chorava ontem por ser trocada pela mãe.

_Continuo não tendo vergonha de ser eu mesma. – falei séria ignorando o que ele disse anteriormente.

_ É você vive dizendo isso, mas não sou eu que me escondo o rosto com o cabelo e nos fones de ouvidos.

_Eu to indo, essa discussão está ficando boba. – disse dando meia volta , mas ele puxou pelo braço e colou nossos corpos.

_ Não tão patética quanto você . – ele disse transtornado.

_ Acho que você é só um idiota mesmo. - o empurrei e corri em direção ao refeitório, sentei ao lado de Gabe tentando acalmar a raiva que sentia.

_Achava que nem vinha mais. – Gabe comentou.

_ Fiquei distraída no caminho. - Coloquei minha bandeija de lanches em cima da mesa e Antenor passou ao nosso lado sem menos olhar.

_ Que garoto mais idiota. – sussurei mais Gabe ouviu.

_ Nem me fale, ele estragou meu baile ano passado.

_Eu odeio ele . – comentei amaçando um pouco a lata do refri.

_ Sério ? Esse ódio ta me cheirando outra coisa.

_ O que ta querendo dizer Gabe?

_Sei não pelo que me contou da noite passada ele foi até gentil e isso é raro se tratando de Antenor.

_ Continua sendo um idiota, viu o jeito que me tratou pela manhã?

_ Ele, querendo ou não, mexe com você. E você, querendo ou não, gosta disso.

_ Nada a ver Gabe, por favor , eu ainda não enlouqueci


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Esperando pela opinião de vocês ;s



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