Os nós dos dedos desceram pela lateral do pescoço alvo da garota que dormia tranquilamente ao seu lado, apesar de não querer acordá-la Sasuke não pode evitar a caricia. Era impossível manter as mãos, mesmo que por 5 minutos, longe dela.

 Sakura resmungou algo ininteligível e se virou tentando, inconscientemente, se livrar do contato inoportuno. Sasuke soltou uma risada pelo nariz e observou os cabelos róseos espalhados pelo travesseiro, os cílios longos e tão rosa quanto seus cabelos, o nariz reto e pequeno, as maçãs do rosto altas, a pele tão branca e lisa. Os lábios avermelhados e ainda inchados de seus beijos faziam com que ele a desejasse ainda mais. Ela era tão linda...

 Ele não entendia o poder que Sakura tinha sobre seu corpo, era uma coisa tão intensa e natural que Sasuke se perguntava como pudera viver tantos anos sem e se, algum dia, poderia ser privar de tudo o que já sentira e viria a sentir. Tocá-la era um vício.

 Sua mão voltou ao rosto da garota, seus dedos passearam pelo maxilar de Sakura subiu até os lábios contornando-os, seu desejo era beijá-la, beijá-la tão forte e rude, beijá-la com delicadeza e suavidade. Com paixão. Com amor. Beijá-la até que sua marca estivesse cravada nela, onde todos pudessem ver que ela pertencia somente a ele. Era dele, e ele era dela. Tão dela que doía.

 Sua mão voltou a se mover indo até o nariz pequeno de Sakura e com um pequeno sorriso nos lábios aproximou seu rosto do dela, roçando seus lábios nos de Sakura e sentindo a respiração da Haruno contra sua própria pele. Um arrepio de antecipação percorreu seu corpo, mas ele não iria acordá-la para saciar suas vontades, não quando ela estava tão linda e ele poderia observá-la. Por horas se possível.

Ele continuou, por algum tempo, sua exploração. Sasuke tentava absorver cada detalhe, cada suspiro. Cada pinta, cada centímetro.

Quando por fim a exaustão começou a lhe tomar conta, Sasuke deitou contra os lençóis e puxou o corpo da garota contra o seu, escutando com prazer o gemido baixo que ela soltou. Ficou quieto quando ela se acomodou contra ele e quando por fim ela voltou a ficar quieta, deixou seu rosto contra os cabelos róseos e respirou a essência de Sakura, seu cheiro doce. Um cheiro que era mais do que familiar pra ele, fazia parte dele tanto quanto parte dela.

 Como pudera ser tão cego? Ela era sua vida, sua perna, seu braço. Seu lado racional. Seu lado emotivo. E acima de tudo, seu coração.

 - Eu te amo, - ele sussurrou próximo ao ouvido de Sakura. – Mesmo que você não saiba, eu te amo.

 E após sua declaração, seus olhos se fecharam e ele se deixou levar. Dormiu profundamente, cercado por ela.