Cena 1:

Elijah andava a passos largos pela rua pouco iluminada, ele tinha certa pressa em chegar aonde desejava. Enquanto caminhava ele pensava nas consequências traria o que ele estava prestes a fazer, mas o original estava disposto a lidar com a situação, ele precisava de ajuda e sabia que aquela seria a única ajuda que ele poderia ter, vendo claramente que Rebekah não estava disposta a dar as caras em Nova Orleans enquanto Klaus estivesse lá. Ele precisava arriscar.

Elijah deu um profundo suspiro pensando no que sua família havia se tornado. Ele balançou um pouco a cabeça esperando que pudesse espantar aqueles pensamentos nostálgicos e foi aí que se deu conta de que finalmente havia chegado ao seu destino. Ele observou o lugar. Era algo como uma cripta ou um mausoléu. Elijah arrumou seu terno e entrou rapidamente no local. Tudo estava escuro e ele mal podia enxergar. Elijah então avistou um ponto pequeno e fraco de luz e caminhou até lá. Ele entrou em um tipo de salão e avistou várias velas iluminando o local. Elijah sorriu.

– Você sempre foi tão protetor com ela, Niklaus. – ele murmurou para si mesmo. Elijah avistou, no local mais afastado do salão, algo que ele definiu como sendo um caixão. Com sua velocidade de vampiro ele não levou nem um segundo para se aproximar do caixão. Então ele a viu. Ainda estava tão bela. Parecia estar em um sono profundo, e de fato estava, mas ele estava prestes a mudar aquilo. – Em breve estaremos juntos novamente, irmã, eu te dou minha palavra. – ele ouviu um barulho e se virou. Era Sophie. – Sabe o que tem que fazer. – ele indagou e ela apenas assentiu. Sophie fechou os olhos e começou a murmurar palavras que Elijah não conseguia entender e nem queria, ele só queria que Sophie terminasse o feitiço da forma mais rápida possível. – Está feito. – ela indagou, sem emoção. – Obrigado. – ele agradeceu a ela sinceramente e voltou a olhar a menina deitada no caixão. Elijah passou a mão em seus longos cabelos castanhos. Ele esperaria o tempo que fosse até ela acordar. Elijah segurou a fina mão da moça e ela finalmente abriu os olhos. – Seja bem vinda de volta, Alice. – ele sorriu abertamente.

Cena 2:

– Já vai! – Matt exclamava enquanto corria para abrir a porta. – Oi. – ele sorriu, um pouco ofegante, ao ver Rebekah parada na porta. Ela deu um largo sorriso. – Oi. Te atrapalhei? – perguntou, um pouco envergonhada. – Não, eu só estava terminando de arrumar minhas coisas. – ela deu uma olhada na sala e notou duas malas em cima do sofá. – Matt, você quer mesmo ir? Porque se você não quiser eu vou entender e... – ele colocou o dedo indicador sobre os lábios de Rebekah impedindo-a de falar. – Acho que já conversamos sobre isso na noite passada depois do Apocalipse zumbi. – ele brincou e os dois riram juntos. Rebekah gostava de Matt, ela queria ajudá-lo, queria protegê-lo, ela queria mostrar a ele que era uma boa pessoa. – Pode esperar um segundo? – ela apenas assentiu que sim e Matt subiu as escadas da casa. Rebekah não podia entrar então ficou parada onde estava. Ela começou a se lembrar do dia anterior, de toda a confusão, dos fantasmas, lembrou-se de seu irmão Kol. Sentiu lágrimas brotarem em seus olhos. Ela amava Kol e partia seu coração saber que ele preferiu passar o único dia que tinha na Terra tentando se vingar dos Gilbert ao invés de pelo menos se despedir dela. Despedidas. Jeremy. Por um momento ela sentiu pena de Elena.

Matt desceu as escadas correndo e tirou Rebekah de seus devaneios. Ela rapidamente limpou as lágrimas que cismaram em aparecer em seus olhos azuis. Matt pegou suas malas e caminhou até a porta. Ele estava partindo. Estava deixando Mystic Falls para trás com uma vampira original. Matt estava confuso. Após as coisas pelas quais os dois passaram juntos ele começou a vê-la com outros olhos. Não como uma vampira perversa e mimada, mas sim como uma garota solitária que perdeu quase toda a família. Ele se identificava com ela e sabia que essa viagem seria esclarecedora.

– Aconteceu alguma coisa? – Matt perguntou após sair e fechar a porta. Ele percebeu a expressão triste de Rebekah. – Não é nada, eu só... – ela fitou o chão e depois voltou a encarar Matt. – Só estava me lembrando de Kol. – Você não conseguiu se despedir dele? – Ele preferiu caçar a Elena. – ela disse com desdém. Matt segurou sua mão. – Olha, Rebekah, sei que você sente falta dos seus irmãos. – ele a fitou com um olhar sincero e carinhoso. – Se quiser ir até Nova Orleans se encontrar com eles eu irei compreender. – ela sorriu, agradecida. – Não, Matt, eu e meus irmãos jamais voltaremos a ser uma família novamente. Não enquanto Nik viver. – ela apertou a mão dele. – Mas obrigada. – os dois sorriram docemente.

Cena 3:

Klaus estava observando um de seus quadros preferidos e pensando em Caroline. Se lembrava da formatura, de como ela sorriu ao vê-lo, de como ele a fez feliz ao permitir que Tyler voltasse a Mystic Falls. Klaus sabia bem que, com Tyler por perto, suas chances de ter o amor de Caroline eram mínimas, mas ele sabia também que agora ela tinha uma nova visão dele. Uma visão que ela mesma o fez criar de si mesmo. Klaus havia mudado por ela e o que ele mais queria era que Caroline fosse viver com ele em Nova Orleans para que ele pudesse finalmente mostrar a ela o que o mundo pode oferecer. Klaus sorriu.

– Um dia, Caroline. – ele sussurrou para si mesmo. – Elijah. – Klaus se virou e encarou o irmão que havia acabado de entrar na sala. – Olá Niklaus. – Klaus sorriu e Elijah observou a casa. – Como conseguiu esta casa? – ele encarou o híbrido que ainda tinha o sorriso típico no rosto. – Sophie me disse que estava abandonada. Eu juro que não matei ninguém. – ele sorriu de uma forma até maligna e se sentou em uma poltrona. – E por falar na nossa amiga bruxa, você sabe onde ela se meteu? – os dois se fitaram em silêncio. – Não tenho ideia. – mentiu. – Então a que devo a visita? Não venha me dizer que terei outro filho. – Klaus ironizou a situação. Elijah apenas se aproximou dele. – Preciso que venha comigo. – soltou um leve suspiro. Klaus já não sorria mais. – Espero que não tenha a ver com Katerina, eu não tenho mais nada a falar sobre ela. – disse enquanto se levantava da poltrona e pegava seu casaco. Klaus encarou Elijah que assentiu. – Não é sobre ela, Niklaus. Apenas me acompanhe. – Klaus sorriu enquanto abria a porta da casa e saiu. Elijah saiu após o irmão.

Cena 4:

Sophie estava vigiando Alice como Elijah havia pedido. Ela ouviu um barulho e se assustou. Sophie correu até a porta, mas não havia nada. Ela fechou a porta rapidamente e caminhou até o salão onde estava o caixão de Alice. Sophie caminhou lentamente até o caixão, ela estava assustada. O caixão estava vazio. Ela observou todo o salão, mas não havia ninguém, nem um sinal da menina que, até alguns minutos atrás, estava adormecida. Sophie se virou e se deparou com Alice impedindo-a de passar. Ela correu, porém Alice era uma vampira e foi mais rápida.

– Por favor, não me mate. – a bruxa implorou. Alice não disse uma palavra. Seus olhos começaram a ficar vermelhos e suas presas cresceram. Ela segurou Sophie com força e cravou suas presas no pescoço da jovem. Alice estava faminta. Sophie não iria deixar que aquela vampira a matasse. Ela então juntou as poucas forças que tinha e lançou um feitiço sobre Alice. A jovem vampira rapidamente se afastou de Sophie e começou a gritar. – Pare! Por favor, pare! – ela já estava deitada no chão. Sophie sabia que não podia matá-la, então parou. Alice se recuperou e saiu correndo pela janela.

Cena 5:

Elijah levou Klaus até o lugar onde ele o híbrido havia deixado o caixão de Alice. Klaus não sabia que motivos levaram seu irmão a levá-lo até aquele lugar. Alice não queria ser acordada, ela havia deixado isso claro. Klaus já estava ficavam nervoso com tanto suspense. Eles entraram no enorme salão e viram uma grande bagunça. Parecia ter acontecido uma briga ali ou algo do tipo. Elijah avistou Sophie sentada no chão com um pedaço de pano sobre o pescoço e correu até a jovem. Klaus caminhou até o caixão onde ele havia deixado o corpo de Alice e descobriu que ele estava vazio.

– O que vocês fizeram? – ele fitou Elijah e Sophie com os olhos em chamas. – O que vocês fizeram?! – ele exclamou, claramente com raiva. – Niklaus, acalme-se. – Elijah tentou se aproximar se Klaus. – Sophie, o que aconteceu aqui? – ele se virou para a jovem bruxa novamente. – Ela me atacou, parecia estar faminta, eu joguei um feitiço nela e ela fugiu. – a moça estava com a voz fraca. – Elijah, pode me explicar o que significa isso? – Klaus parou na frente de Elijah e o fitou. – Alice implorou para não ser acordada e veja só o que você fez. – ele apontou para toda a bagunça que estava no salão e voltou a encarar o irmão. – Niklaus... – Elijah tentou se explicar, mas Klaus o jogou no chão. – Encontre-a. – Klaus desapareceu.

Cena 6:

Alice estava vagando pelas ruas escuras e sombrias sozinha. Ela conseguia se lembrar de cada segundo de sua “morte”, ela lembrava de tudo que aconteceu antes dela adormecer. A morte de Kol. Ela lembrava de ver Jeremy enfiar uma estaca no coração de Kol. Ela ainda conseguia ouvir seus gritos, a imagem dele em chamas não saía de sua cabeça. A feição de Klaus ao vê-lo morrer, a forma como ele a segurou em seus braços antes dela adormecer, das lágrimas que ele derramou, de como pediu que ela continuasse com ele. Alice deixou as lágrimas rolarem pelo seu rosto. Ela não queria mais lembrar de nada daquilo.

Alice ouviu passos e se escondeu em um beco escuro. Ela ouviu a voz de um rapaz. Ele estava sozinho e Alice estava faminta. Ela estava realmente faminta. O rapaz se aproximou mais de onde ela estava e ela decidiu que aquele era o momento. Ela deu alguns gemidos de dor e o rapaz se assustou.

– Olá? – ele perguntou. – Olá? – Alice saiu das sombras se escorando na parede. O rapaz a encarou, assustado. – Ai meu Deus, o que aconteceu moça? – Eu estou com tanta fome... – ela murmurou com a voz rouca. Sentiu suas presas crescerem. O rapaz tentou fugir, mas Alice o segurou contra a parede e o mordeu. Depois de algum tempo ele simplesmente desistiu de tentar lutar e se rendeu a ela. Alice riu internamente. – Alice. – ela reconheceu aquela voz. Era Elijah. Alice acabou de drenar o sangue do rapaz. Ela encarou Elijah e jogou o corpo morto do rapaz no chão. Alice deu um sorrisinho sarcástico. – Quanto tempo, Elijah. – Elijah caminhou até o corpo do rapaz e constatou que ele estava morto. Alice riu da expressão que ele fez. – Ops. – disse antes de dar as costas para ele. – O que está acontecendo, Alice? – Eu dormi por um tempo e agora estou com fome. – ela arqueou as sobrancelhas de forma debochada. – Não estou falando disso. – ele ficou frente a frente com ela. – Quer saber mesmo? – ela o encarou com uma expressão dura. – Eu não queria ser acordada, Elijah. Pensei ter sido clara quanto a isso. – Você vê o quão egoísta está sendo? – os dois se encararam novamente e Elijah tocou o rosto dela. – Niklaus precisa de você. Todos nós precisamos. – ele sorriu. Alice o fitou, agora mais calma. – O que aconteceu com o Nik?

Cena Final:

– Elijah isso é impossível. – Alice não conseguiu acreditar na ideia de Klaus ter um filho. Eles estavam caminhando e conversando. – Todos também achávamos, mas Sophie, a bruxa que fez o feitiço para te acordar, disse que é possível pois Niklaus nasceu lobisomem. – ela o encarou, confusa. – Eu sei, é um fato estranho. Foi por isso que eu te acordei Alice. Preciso de sua ajuda. – ela parou na frente dele e segurou sua mão. – Pode contar comigo, Elijah. – Sabia que poderia contar com você. Eu não tive tempo de dizer o quanto que sinto muito pelo o que aconteceu com você. – as palavras a fizeram lembrar de Kol. Ela havia jurado a si mesma que iria vingá-lo. – Antes de irmos eu preciso resolver alguns assuntos inacabados. – ela se afastou dele. – Preciso achar aquela duplicata maldita e o pequeno Gilbert. – Acha que matando eles você trará Kol de volta? – Não, não trarei. Mas farei com que paguem por tudo que fizeram. – ela estava decidida. – Eu entendo sua dor, Alice, mas matá-la não mudará nada. – ela apenas encarou Elijah e deu as costas a ele novamente. – Jeremy Gilbert está morto. – ela parou ao ouvir aquelas palavras. Alice se virou novamente e encarou Elijah com lágrimas nos olhos. – Eu sinto muito. – ele sussurrou, mas mesmo assim ela pode ouvir. – Desista dessa vingança, Elena já sofreu o suficiente. – ele estendeu a mão para ela. – Vamos, você precisa saber de tudo que aconteceu enquanto você estava adormecida e precisa recuperar suas forças. – a vampira hesitou um pouco, mas pegou novamente a mão de Elijah. – Para onde estamos indo exatamente? – ela ainda tentava se recuperar da informação que recebera. – Nova Orleans. – os dois se encararam.