What Comes With The Wind escrita por Gwen


Capítulo 6
05 - Cavalos velozes


Notas iniciais do capítulo

OOlá, é sábado e aqui estamos com mais um capítulo!!
eu achei que nem ia conseguir postar porque minha net tá uma droga.
Enfim, até lá embaixo!!



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Chegamos em casa e vou direto para meu quarto. Pego uma roupa, minha nécessaire e vou para o banheiro. Detesto me sentir suja, ainda mais suja e cansada. A água fria me acalma, e meu corpo fica mole. Como tenho tempo até o almoço, decido ir dormir. Minha cama me engole e logo estou no mais profundo das camadas do sono. Acho que todo mundo já percebeu que uma soneca no meio do dia sempre parece durar menos. Tomara que me acordem para o almoço.

Depois do que parecem ser dois minutos, sinto alguém me balançando com força. Mesmo sem ter acordado completamente, cada vez que meu corpo ia para frente, minha cabeça murmurava “Merda, merda, merda...”. Continuo parada, usando o velho truque do “talvez pense que estou morta e vá embora”. Mas ela insiste em me balançar, agora mais forte, e eu perco a paciência.

- Mas que m... Oi, Jo. – digo desanimada.

- Oi, Mel! Você não vai dormir o dia inteiro, vai? O almoço está pronto, e eu estou morrendo de fome. Sua avó cozinha muito bem, sabe? Uma das melhores da cidade, sem dúvida! Anda, levanta! – Ela me afoga de novo com as palavras, então me puxando da cama. Jo pega minha mão e me arrasta para a cozinha, onde todos estão se reunindo para almoçar.

Sento pesadamente em na cadeira. Nem tenho tempo para ficar de mau humor (o que é quase inevitável quando me acordam), porque assim que o cheiro da comida chega até mim, minha barriga ronca e percebo que estou morta de fome. Eu devia estar com a maior cara de maníaca, porque quando vou me servir, Peter, que esta ao meu lado, murmura um “Calma, calma”. Dou língua para ele e começo a comer. A comida é tão boa que repito mais umas duas vezes até não conseguir mais respirar.

- Todos satisfeitos? – pergunta minha avó, naquele tom de voz satisfeito que as avós geralmente tem. E como todos na mesa estavam no mesmo estado que eu, tudo o que se ouviu foi um “Aaaham...” – Que ótimo! Agora, quem me ajuda com a louça?

- As mulheres – brinca Peter. Todos riem, menos eu. Não gosto desse tipo de conversinha machista. Em vez de rir, dou um tapa em seu braço. – É brincadeira, Melanie.

- Aham, tá legal. – digo revirando os olhos. Uma discussão na mesa não seria muito bem vista, e eu gosto de manter minha imagem. Então, em vez de xingá-lo na frente de todos, murmuro um “Você é um idiota”, sabendo que ele ouviria.

- Vamos, garotas. – diz minha vó, se levantando. Ellen e Jo fazem o mesmo. Eu franzo a testa.

- Por que as garotas? Peter também tem dois braços. – reclamo.

- Não seja chata, Mel. – diz Jo me puxando pelo braço. Um dia, ainda faria um braço de pelúcia para ela, assim ela deixa os meus em paz. – Vamos conversar também.

Acabo sentada em um banco no canto da cozinha, ouvindo as “garotas” rirem e fofocarem. Eu não sei fazer isso. Nunca fui de ter muitos amigos, e os poucos que tinha não eram do tipo vamos-passar-a-noite-inteira-conversando-e-pintando-as-unhas. Resumindo, eu estou boiando legal aqui.

Olho para a janela, que dá para o lado de fora, e vejo Peter puxando Baxter, o cavalo cheiroso, por uma corda no pescoço. Qualquer coisa que ele está indo fazer deve ser mais divertido do que ficar aqui sentada. Me esgueiro pela porta que dá para o lado de fora e vou correndo atrás dele que nem um cabritinho. Ok, isso foi estranho, mas eu só estou feliz por sair de lá. Acerto o passo quando chego ao seu lado.

- O que você vai fazer? – pergunto. Pois é, sou curiosa que nem uma criança ás vezes.

- Vou dar uma volta. – ele responde.

- Dar uma volta? De cavalo? – Começo a ficar animada.

- Sim, por que? – ele pergunta desconfiado.

- Posso ir também?

Peter para, cruza os braços e olha para mim com ar de deboche.

- E desde quando você anda de cavalo?

Cruzo os braços também e levanto o queixo, desejando ser mais alta.

- Eu já andei muito de cavalo, para sua informação.

Ele ri e continua andando, me fazendo acelerar o passo mais uma vez para acompanha-lo. Chegamos até o celeiro e ele põe a cela em Baxter, que fica bem quieto para um cavalo. Depois checar se tudo está bem amarrado, Peter dá um passo para o lado e faz um gesto com a mão, como se me convidasse a subir no cavalo.

- Vá em frente. – ele diz, com aquele sorrisinho torto.

Respiro fundo uma vez e prendo meu pé no apoio. Faço força com a perna e jogo a outra para o outro lado. Quase caio, já que minhas pernas não relativamente curtas em relação ao cavalo, mas consigo ficar sentada com um gemido por conta do esforço. Ajeito-me na cela, mas não consigo me sentir completamente confortável. Cometo o erro de olhar para Peter. Aqui em cima é bem mais alto do que eu imaginava.

- Com medo? – provoca Peter.

- Não. – eu respondo, conseguindo evitar que minha voz saia tremula demais. Respiro fundo e sacudo as rédeas sem muita força para Baxter começar a andar. Vou andando devagar, depois paro, sem conseguir evitar um sorriso de vitória (principalmente por não ter caído de cara), viro-me para Peter. – Vai ficar aí?

Ele dá de ombros.

- Espere um minuto. – e entra no celeiro. Volta um tempo depois montado em outro cavalo, totalmente preto.  Meus olhos se arregalam e meu queixo até cai um pouco. Naquele cavalo, Peter parecia mais um cavaleiro das sombras do que um fazendeiro. Antes que eu começasse a babar (não que isso fosse acontecer), dou meia volta e começo a andar de novo.

- Ah, vamos lá, onde está toda a sua habilidade com cavalos? – diz Peter parando ao meu lado. Antes que eu pudesse responder alguma coisa, ele começa a correr, e eu fico para trás. Sem hesitar um segundo, dou uma batidinha em Baxter com a rédea, para que ele corra também.

Nem me lembro da última vez que andei em um cavalo. Eu devia ter uns seis anos, e meu pai me segurava com força por trás. Ele nunca corria muito, porque minha mãe começava a ficar desesperada e a gritar para eu descer. Eu adorava. Agora eu estou por minha conta, e a sensação é a mesma. O vento fresco batendo no meu rosto e jogando meu cabelo para trás. Até grito um “Yeha!” quando pegamos velocidade.

Consigo ficar ao lado de Peter, que parece surpreso. Eu rio da cara de idiota que ele faz.

- Então, corrida? – ele propõe. E levanta as sobrancelhas, deixando claro que é um desafio, e que eu vou parecer medrosa se não aceitar, o que deixava claro que recusar não é uma opção. Eu reviro os olhos.

- Que tal fazer uma apos...

- Melanie, cuidado! – Peter grita de repente. Tomo um susto e olho para frente bem a tempo de ver o galho se aproximando. Baxter desvia, mas eu ainda não estou pronta, e perco o equilíbrio e caio. Sinto uma dor forte na cabeça e tudo fica preto.


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Notas finais do capítulo

Soo?
Eu queria muito postar esse episodio com a capa nova, mas ainda não ficou pronta :(
Não esqueçam de comentar. Beeeeijos!!



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