The Doctors And The Rose escrita por Chiye


Capítulo 10
Capítulo 10 - O fim da jornada.


Notas iniciais do capítulo

Ultimo capitulo da fic.
:(
É a primeira que eu termino(que termino e posto).
Foi muito divertido escreve-la, acho que vou sentir falta disso. Mas acho que ainda vou colocar um epílogo. Já tenho ele escrito, vou postar assim que tiver um tempinho.



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John e Rose estavam na sala quando ouviram o som familiar da TARDIS. Fazia apenas cinco minutos que O Doutor havia saído. Apuraram os ouvidos e perceberam que o som vinha da cozinha.
Correram até lá em tempo de ver O Doutor sair da TARDIS. E sorriram, feito crianças.
--Então— Disse O Doutor, ainda na porta. –Rose Tyler, eu quero o meu terno.
--Está no sofá.
O Doutor saiu. John começou a caminhar na direção da TARDIS e, como se pudesse pressentir essas coisas, O Doutor gritou de onde estava:
--Vão entrando. E nada de mexer no console, John!
O humano sorriu enquanto entrava na máquina. Passou a mão pelo console, olhando tudo meio boquiaberto. Ele olhou para Rose e sorriu. Ela retribuiu o sorriso, satisfeita. Então John voltou a sua contemplação da TARDIS.
Como sentia falta dali. Rose também, claro, mas não como ele. Era apegado a máquina da mesma maneira que o senhor do tempo, para o qual a nave era tudo: Um lugar amigo, alegre, um lar. De uma coisa ele tinha certeza; Ele sofrera ao perder a TARDIS do mesmo modo que O Doutor sofria ao perder uma companheira. Não Rose. Rose era especial.
Uma lágrima brotou de seus olhos, mas ele a secou antes que Rose pudesse vê-la.
Um segundo depois, O Doutor entrou, com o tradicional terno e o sobretudo marrom.
--Então. –Disse o senhor do tempo, fechando a porta e correndo em direção aos controles. –Que tal Laffy, o planeta anão?
--Seria uma boa. –Concordou John. O Doutor o encarou e John teve certeza que ele sabia o que o humano estava sentindo. Mas não ligou.
--O que tem lá, afinal?—Perguntou Rose.
--Nada demais. Alguns bares, bares realmente muito bons. E lojas de lã.
--Lojas de lã? –Riu Rose.
--É. —Concordou John. –Mas eu prefiro os bares. Acho que vocês também, não?
Os outros dois concordaram enquanto a TARDIS dava um leve solavanco. O Doutor correu em volta do console por alguns segundos, ajudado por John, até que a TARDIS parou, com um solavanco final e suave.
Os três foram até a porta e a abriram. Estavam em um planeta que mais parecia uma feira. Varias lojas, muitas delas de lã, e clientes por toda a parte. John saiu na frente. O Doutor resistiu ao impulso de agarrar a mão de Rose e saiu também, seguido pela humana.
--Tem um barzinho que vende comida de outros planetas. Poderíamos ir até lá. –Disse John.
E os três começaram a andar. Passaram por muitas espécies, da qual a maioria Rose não conhecia. Pararam em um pequeno prédio pintado de azul, no qual havia uma placa de madeira: “Comida estrangeira. Preços variados.”
E foi nesse que entraram. Sentaram em uma mesa redonda. Havia várias espécies por ali. Umas comendo, outras bebendo, outras até cochilando.
--O que vão querer?—Perguntou um ser marrom com roupas de garçom.
--Fritas?—O Doutor perguntou a John e Rose.
--Fritas. –Concordaram,  juntos.
--Hoje temos promoção— Disse o garçom, tediosamente. – Rodízio de bebidas por 35 câmbios de ouro.
--Aceitamos o rodízio— Disse O Doutor. –Mas... Não acho que vamos pagar.
E mostrou o papel psíquico. O garçom olhou-o por uns segundos, então saiu, com uma postura um tanto formal.
--Acho que agora sou um imperador. –Riu-se O Doutor.
--Você vai dar calote, Doutor... –Começou Rose, mas senhor do tempo a interrompeu.
--Eu não tenho câmbios. A moeda desse planeta, sabem? Algum de vocês tem, por acaso?
--Apenas euros. –Concordou John.
Os três riram.
--Então,  para onde você vai depois daqui? –Perguntou John, descontraído.
Rose sentou mais reta na cadeira. O Doutor fixou o olhar na mesa antes de disser:
--Acho que é justo você saber.
John olhou-o muito sério. Rose também. Ela notou seus olhos. Muito mais tristes do que ela já tinha visto. Completamente infeliz.  Não pode se conter; lágrimas rolaram de seus olhos também.
--Doutor. –Murmurou, sem o menor sentido, mas nenhum dos dois a ouviu.
--O que houve?—Perguntou John, anormalmente sério.
--Vou morrer quando ele bater quatro vezes, John.
John olhou para ele perplexo. Formou a palavra “quatro” com os lábios e O Doutor assentiu, infeliz.
O garçom chegou com as batatas fritas e uma garrafa de vinho.
--Bebida terrestre, senhor.
--Obrigado.
O Doutor encheu as taças. Rose bebeu devagar, mas ele esvaziou a sua de um só gole e encheu –a novamente.
--Você tem certeza?—Perguntou John, que também já tinha esvaziado sua taça.
O Doutor balançou a cabeça, confirmando e esvaziou a taça novamente.
--Vou morrer quando ele bater quatro vezes.
--Pare de usar essa palavra!—Disse Rose, um pouco mais alto do que pretendia, seu rosto banhado de lágrimas.
O Doutor enxugou-as cuidadosamente, sem se importar que John estivesse ali.
--Não é nada demais, Rose. –Disse. E se surpreendeu ao notar que sua voz saia rouca, como se fosse chorar. Mas se controlou. Afinal, essa era a vantagem de ser um senhor do tempo. Controlar suas emoções. Ele passou a mão pelos cabelos, arrepiando-os todos.
Para sua surpresa, Rose o abraçou e John estendeu a mão sobre seu ombro. O Doutor fechou os olhos com força, tentando desesperadamente não pensar, não sentir.
Rose se afastou dele suavemente.
--Vou sentir sua falta.
O garçom chegou com uma segunda garrafa de vinho e deixou-a em cima da mesa, esperando a primeira acabar, registrando a tristeza do Doutor e as lágrimas de Rose.
Beberam em silêncio, simplesmente amando estarem juntos. Porque eram isso que eram: Melhores amigos e um amor. E pensar que quando mudasse teria chances nulas de revê-la...
Ele afrouxou o nó da gravata, talvez na esperança de o nó em sua garganta afrouxar também. Rose estava mordiscando uma batata, sem beber nada. John bebia em solidariedade, porem já estava um tanto mais rosado do que o normal.
--Eu não quero ir. –Disse, desabafando, e duas lágrimas rolaram de seus olhos. Ela rapidamente reprimiu qualquer outra coisa; endireitou-se na cadeira, meio tonto. Não que a bebida tivesse muito efeito nele. Mas naquele momento o que mais queria era fugir dali, da sua própria realidade. Mas não podia...
A primeira garrafa de vinho se foi e logo mais a segunda também. O garçom trouxe uma terceira e mais uma porção de batatas fritas. John olhava tristemente para O Doutor, o olhar um tanto desfocado. Rose encarava o tampo da mesa, sem dizer nada. Já o senhor do tempo olhava em volta, tentando se distrair.
Mais para lá no bar, um grupo começou a se apresentar: Uma dança agitada ao som de uma musica alegre, puxando pessoas da platéia. Mas os três não se mexeram; Estavam com cara de velório. Parecia insuportável continuar ali por muito mais tempo.
--Venham—Disse Rose, se levantando de repente.
--O que?—Perguntou O Doutor.
--Dançar. Nos animar. Fazer algo divertido antes de... –A voz da humana embargou.
Ela puxou O Doutor e John firmemente e os arrastou até o circulo de pessoas que dançavam alegremente. Demorou um pouco, mas logo o clima contagiante os pegou: Eles dançaram e riram, talvez por ajuda do vinho. Alguém colocou um cachecol de plumas em Rose, um colar de rolhas de garrafas em John e um colar havaiano n’O Doutor.
E continuaram dançando. E O Doutor desejou, talvez pela milésima vez, que pudesse parar o tempo. Mas o tempo não para e logo haviam passado três horas e vinte minutos. Ele se lembrou de sua margem de segurança: A fenda poderia se tornar instável.
--Rose, John— Avisou, em voz baixa, os outros dois. –Temos que ir.
Os dois o seguiram sem hesitação. Varias pessoas acenaram para eles.
--Ah, não... –Murmurou Rose, quando saíram do bar. Ela tinha encostado a mão em uma parede aparentemente recém pintada e agora estava com a palma azul.
--Você pode lavar na TARDIS.
Um ALIEN idoso do lado de fora do bar distribuía chapéus baratos: Colocou uma touca de lã em Rose, um chapéu de almirante em John e um chapéu de cowboy n’O Doutor.
--Cortesia da casa!—Anunciou. –Aproveitem!
Os três continuaram a andar até chegarem à TARDIS, onde alguém havia grudado florzinhas de lã colorida. O Doutor empurrou a porta e eles entraram.
--Vou até a cozinha— Disse Rose. –Lavar minha mão.
E saiu. O Doutor a acompanhou com o olhar e quando ela desapareceu de vista, começou a mexer no console, a cabeça baixa.
--Sabe—Começou John. Ele havia sentado no banco da sala do console, as mãos fechadas em punhos sobre o colo e a cabeça abaixada. –Eu tenho suas lembranças.
--Claro que tem. –Disse O Doutor, preocupado.
--E por isso sei o que você sente por ela. O que você gostaria de dizer a ela.
O Doutor voltou a mexer nos controles, meio a esmo. É claro que queria, mas não podia. Doeria demais. Teria que partir e a lembrança do fato podia tornar tudo mais difícil.
--Vai lá. –Disse John. As palavras pareciam lhe custar um esforço enorme.
--Eu... Não posso, John... Isso machucaria... A mim e a ela. –Terminou, com um sussurro.
John levantou a cabeça. Apesar da aparência meio bêbada, parecia bem firme em sua decisão. Ele andou até O Doutor, que ficou parado. Então começou a socar cada parte d’O Doutor que conseguia alcançar.
--O que...? John... AI! Pare! O que...?
--Você... Vai... Dizer... A ela... Antes... Que... Eu... Mude... De... Ideia... –Ele pontuava cada palavra com um soco.
--John... Não posso... AI!
--Você... Vai... Agora!
Um dos socos atingiu os lábios e a bochecha d’O Doutor. A dor(talvez com alguma ajuda do vinho) o fez dizer.
--Tá bom! Eu vou!
E disparou pela TARDIS em direção a cozinha, com John em seu encalço.
Rose estava de costas, já secando as mãos e O Doutor não perdeu tempo, cutucou-a no ombro e ela se virou.
--Rose Tyler, eu te amo!—E beijou-a, o canto da boca ainda dolorido.
Por alguns segundos, Rose não se mexeu, então de repente relaxou o corpo e retribuiu o beijo. O Doutor sentiu algo molhado. Sim... A humana estava chorando. Ele a segurou com mais força.
Algum tempo depois se separaram, meio sem ar. Ficaram se encarando por alguns segundos, Rose sorrindo, O Doutor completamente pasmo, ainda absolvendo o que tinha acabado de fazer. Começaram a se reaproximar novamente, mas ouviram um pigarro a suas costas.
--Pelo mesmo esperem eu sair. –Disse John, mas não parecia tão magoado. –Prefiro não assistir.
E saiu em direção a sala do console. O Doutor sorriu para Rose e eles se abraçaram e ficaram assim por um bom tempo.

John os esperou no assento da sala de controle. Eles chegaram algum tempo depois. John ficou feliz em constatar que O Doutor parecia um pouquinho melhor. Mas, em seu intimo, não queria repetir e experiência nunca mais. Mas não fora em vão; O Doutor sentia por Rose o mesmo que ele.
--Tudo bem—Disse o senhor do tempo. –Vou deixar vocês em casa. Depois tenho que ir.
E assim pousaram na sala de estar. John e Rose desceram, mas O Doutor ficou.
--Você não vai sequer descer?—Perguntou Rose, chorosa.
--Eu realmente sinto muito— Disse O senhor do tempo. –Mas não tenho mais tempo.
Então Rose e John o abraçaram ao mesmo tempo e ficaram nesse abraço em grupo por vários segundos.  
--Tenho que ir. –Disse, quando se separaram.
John e Rose recuaram, de mãos dadas e O Doutor entrou e fechou a porta da TARDIS. Enquanto caminhava em direção aos controles, uma parte sua, talvez sua parte mais humana, tinha esperanças de que algum o barrasse, de que alguém o impedisse e o obrigasse a ficar. Mas ninguém o fez. Então, como se alguém tivesse colocado ferro em brasa em seu peito ele confirmou as coordenadas e saiu dali, sentindo a fenda se fechar às suas costas.
 

The end. 


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Notas finais do capítulo

Para quem não viu lá em cima: vou postar um pequeno epilogo depois. espero que gostem.



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