O Medo Esquecido escrita por UniverseOfWords


Capítulo 7
A Escuridão e o desaparecimento




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Após o beijo ter terminado, ela manteve a cabeça baixa e saiu correndo, Will ficou sozinho na sala, ainda estava confuso, nunca havia beijado na vida e nunca passou em sua cabeça que ocorreria em um momento de fraqueza, antes que ele pudesse raciocinar sobre o ocorrido um ponto de luz brilhante apareceu flutuando em sua frente e em um explosão as cenas na sala começaram novamente a surgir.

Agora ele estava em uma biblioteca, porém, ela não era comum, as prateleiras não eram presas as paredes e nem tinham suporte, os nomes dos livros apareciam em letras flutuantes ao lado, a cena avançou até uma mesa de leitura, lá estava Mari, com uma montanha de livros ao seu lado, todos tinham desenhos e marcas nas capas e nas paginas, Mari deu um pulo para trás e a cena agora se aproximou no livro que ela estava estudando, no meio de centenas de imagens ele conseguiu identificar a mesma marca que estava em seu braço, quando ele viu uma queimação tomou conta na área manchada, ele tapou a marca com a outra mão e continuou assistindo, embaixo da marca tinha o número de uma página, Mari foi ate ela e começou a ler em voz alta:

– A Notam Transmutationis foi uma marca que se desenvolveu misteriosamente em algum local remoto da áfrica, eles utilizavam para torturar criminosos que surgiam em suas tribos, ela ficou famosa na área, os torturados recebiam a marca e um animal mordia no local, depois de algumas horas eles começavam a criar pelos e a sofrer espasmos após isso morriam, Isso foi o mais próximo de magia negra que essas tribos alcançaram, alguns anos de uso da Notam Transmutationis e a tribo sumiu por inteira misteriosamente, surgiram boatos de que os de olhos vermelhos assassinaram todos e roubaram os conhecimentos sobre as marcas, após isso, os investigadores dos de olhos verdes começaram a investigação por trás da história da marca, eu, Paul Lenin, estou escrevendo apressadamente essas informações, os de olhos vermelhos mandaram metade do seu bando atrás de mim, eles adicionaram alguns traços na marca, até ela se transformar na que está no começo deste livro, os de olhos vermelhos modificaram alguns ingredientes e conseguiram utilizar a máquina para meios ilícitos, eles estavam transformando seres humanos em seres como nós, porém ela tinha um lado ruim, era fatal para qualquer besta como nós, isso foi testado em Danilo, ex-marido de Mari, nossa rainha, aqui termino a descrição da Notam Transmutationis.

Lágrimas escorriam pelo rosto de Mari, Will não sabia se era por Danilo ter sido mencionado ali ou se era pelas atrocidades dos de olhos vermelhos, a marca começou a arder mais, a dor era tanta que Will estava se contorcendo, ele começou a gritar desesperado, segundos antes de desmaiar ele viu a imagem de Mari entrando pela porta.

Um sonho tomou conta de sua mente, Will estava na escola, era recreio e ele estava lanchando no refeitório, seu cabelo estava sobre os olhos, lágrimas escorriam deles, um grupo de crianças barraram a sua passagem ao tentar passar pela porta e o maior começou a dizer:

– Olha só, a criancinha ainda está chorando? vai lá com sua mamãe, ah é, ela não existe mais. E começou a rir.

Will tentou passar novamente e foi barrado, o grupo de cinco crianças começou a empurrar ele, porém Will não revidava, ele se sentou, as lágrimas continuavam escorrendo, o maior continuou a provocar:

– Sua família sabe que você é um chorão? família! essa palavra dói?

A Criança puxou a franja de Will para cima e puxou a mão para dar um soco, porém foi para trás ao ver o olhar de Will, não era como o olhar usado para assustar alguém, tinha um ódio, uma aura de dor e desejo de vingança maior que a de qualquer criança de oito anos.

Will deu um soco no queixo do garoto que tombou no chão, as outras crianças foram em cima, elas o seguraram pelos braços, o garoto que estava caído se levantou e começou a socar no estomago de Will, sangue começou a sair da boca dele, os meninos que estavam segurando seus braços o soltaram e ele caiu no chão, elas saíram e Will desmaiou.

Ele acordou com um grito, suas mãos e pescoço estavam suando, Mari entrou assustada com o grito e notou que Will tinha tido apenas um pesadelo, ela sentou ao lado dele e disse:

– Sabe, nós não temos pesadelos desde que começamos a sermos chamados de seres da ESPERANÇA, porém, antes eles atordoavam todos da nossa espécie, vários estudos foram feitos para parar com essa onda súbita que estava cercando a mente de cada um dos nossos, foi ai que surgiu aquela sala onde estávamos antes, os estudos levaram ao fato de que os pesadelos são consequências de mentes conturbadas, então a sala foi criada para liberar todos os nossos pensamentos, ela não serve somente para mostrar lembranças, mas também para nos mostrar meios de como nos livrarmos de sentimentos pesados.

– Eu posso usar ela quando quiser? perguntou Will.

Mari segurou as duas mãos dele e disse:

– Cada um de nós temos uma sala separada, pode não parecer mas aqui é um local enorme, com centenas de corredores e salas, porém, eu e você iremos utilizar a mesma sala, para um saber do problema do outro e nos ajudarmos, está bem?

O Rosto de Will começou a ficar vermelho e quente.

– Sim, posso dormir mais um pouco?

– Claro, eu vou ter que ir até o centro para resolver alguns problemas e volto em dois dias.

Ela deu mais um beijo nele e saiu, ele voltou a dormir, dessa vez nenhum sonho ou pesadelo veio em sua mente, ele acordou a centenas de gritos, assustado ele pulou da cama e viu que tinha um grupo de bestas de olhos verdes o cercando, todos o estavam encarando, então ele perguntou:

– Porque vocês estão me atacando? não são aliados?

Alguns rangeram para ele, porém um se transformou em humano e disse:

– Como iriamos ser aliados de alguém que comandou o sequestro de Mari?

Um arrepio percorreu o corpo de Will, ele estava confuso, não entendia como ele poderia ter comandado um sequestro, logo então começou a se defender:

– Eu não comandei nada, ela disse que ia sair por dois dias para resolver alguns problemas no centro, vocês que são impacientes.

– Impacientes? já fazem quatro dias que ela saiu e não voltou, o único suspeito é você.

O desespero tomou conta de Will, ele não fazia a minima ideia de como iria fazer para provar que não havia comandado nenhum sequestro. A besta que tinha se transformado em humano se transformou novamente e começou a avançar nele, seu coração começou a bater mais forte, o desespero havia finalmente tomado conta, porém uma coisa que ele não esperava aconteceu, a marca começou a queimar novamente, ele viu sua visão baixar e antes mesmo de poder processar tudo que estava acontecendo, se viu na mesma altura das bestas, as palavras surgiram de sua boca automaticamente:

– Mari confiava em mim e eu posso provar que eu não fiz nada, vou lhes levar até aquela sala que mostra os pensamentos e vocês irão entender que não fiz nada.

As bestas enrolaram, porém cederam, elas seguiram Will até a sala, as cenas começaram, ele tentou somente focar nas cenas em que ele estava dormindo, mas sem querer, seus pensamentos cederam e as cenas de beijo apareceram, todos ficaram chocados e o alvoroço perante a isso começou, alguns diziam " Esse pirralho beijou nossa rainha?" enquanto outros diziam " Como ela foi se atrair logo por um humano". Will estava vermelho e irritado com os comentários, então gritou:

– Então? viram como eu não sou culpado de nada, vocês realmente acham que eu faria algo assim?

– Agora acreditamos em você, desculpe pela nossa intromissão em seu relacionamento com Mari, porém é uma emergência, ela desapareceu e precisamos encontra-la, você poderia nos ajudar, já que você adquiriu uma conexão mais forte com ela.

A Marca ardeu novamente e os olhos de Will ficaram verdes.

– Ajudo, vamos encontrar esses desgraçados.


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