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Capitulo 6

destino

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"Will? Will de quê?"Martin perguntou exasperado, examinando as folhas de papel que continham os detalhes sobre os candidatos. Ele era secretário do barão há apenas cinco anos e por isso não conhecia a história de Will. Percebeu então que não havia um sobrenome nos documentos do garoto e ficou aborrecido por achar que tinha deixado passar esse erro."Qual é o seu sobrenome, menino?"ele perguntou com severidade.

Will olhou para ele hesitante, odiando aquele momento.

"Eu... não tenho..."começou, mas felizmente o barão intercedeu.

"Will é um caso especial, Martin"ele informou com calma e com um olhar que ordenava que o secretário esquecesse o assunto.

Em seguida, virou-se para Will com um sorriso encorajador.

"A que escola quer se candidatar, Will?" ele perguntou.

Will começou a pensar com extremo cuidado,ele não sabia a onde queria ir,já que ele sabia que nunca poderia ser aceito na escola de guerra e embora ele tinha conhecimento no ramo da cozinha ele duvidava que poderia convencer com o pouco que sabia o mestre Chubb a leva-lo dentro.

Ele também não sabia qual mestre iria querer leva-lo dentro,seria uma grande ajuda para poder se candidatar,mas nada lhe vinha a mente,sem contar que algo dentro do seu corpo estava ronronando dentro dele e tentando agir fofinho em direção a um certo arqueiro o que tornava as coisas mais difíceis para ele pensar.

Com sua demora em responder,seus companheiros achavam que ele tinha travado ali na frente sem conseguir se pronunciar e Alyss decidiu intervir por seu amigo de longa data dando uma pequena tosse para chamar a atenção dos presentes,que se viraram para ela e com graça ela pronunciou.

" Will a muito tinha me confidenciado que gostaria de ir Para a Escola de Guerra,meu senhor." Alyss sorriu um pouco pensando que tinha ajudado mesmo que um pouco seu amigo com o seu pronunciamento.

O barão franziu a testa, vendo que a garota apenas queria ajudar,e pensando no caso com cuidado e Will unica tivera esperanças de passar,mas sabia agora que eram concretas com a expressão que o barão lhe dava,ele ficara feliz que nunca se dera a esperança de achar que poderia entrar na Escola de Guerra,iria ter machucado muito mais se tivesse.

"Escola de Guerra, Will? Você não acha que é... um pouco pequeno para isso?"o barão perguntou com delicadeza.

Will mordeu o lábio. Ele sabia que era pequeno,e que provavelmente jamais ira crescer muito mais,mas o jeito que o barão falava era como se quisesse apontar que por causa de seu tamanho não poderia fazer diversas coisas então com o maior respeito que conseguiu reunir respondeu:

" Com todo o respeito,meu senhor,mas tamanho nunca fora documento para nada nessa vida. "

O barão esfregou a barba com o polegar e o indicador ao analisar o garoto parado diante dele e olhou para o mestre de guerra.

"Rodney?" ele chamou.

O alto cavaleiro se adiantou, examinou Will por alguns instantes e lentamente balançou a cabeça.

"Sinto dizer que ele é muito pequeno, meu senhor"ele disse.

Will sentiu uma pontada no coração. Mas também não se deixara abalar com essa afirmação,eram eles que perdiam e não ele,embora ele quisesse deixar uma coisa bem clara,não como afirmação para mudar a mente de alguém mais como uma declaração.

"Sou mais forte do que pareço, senhor"ele garantiu.

Mas o mestre de guerra ,porém claramente levara as palavras como uma afirmação para fazer com que ele mudasse de mente e não se deixou convencer. Ele olhou para o barão, deixando claro que a situação o desagradava e balançou a cabeça.

"Alguma outra opção, Will?"o barão perguntou com gentileza e preocupação.

Will hesitou por um longo momento. Como ele iria escolher quando suas opções eram tão limitadas.

Ele sabia que não poderia se candidatar para a Escola de Cavalaria,cuidar dos poderosos cavalos de batalha seria muito legal mas se ele fosse sincero para ele mesmo ele sabia que nunca seria aceito pelo seu tamanho,e se fosse ainda mais sincero ele duvidava ainda mais que conseguira conter os cavalos,muito menos faze-lo obedece-lo.

Sem contar que as outras Escolas não eram realmente uma opção para que ele mesmo desse um segundo pensamento e nesse momento ele começou a temer que pararia em uma fazenda monótona para o resto de sua vida.

Will,balançou a cabeça negativamente depois de muito pensar,ele não conseguia chegar a uma decisão que poderia ser a certa para ele,uma que ele poderia fazer o mestre de ofício realmente considerar leva-lo dentro,depois do balançar de cabeça o barão perguntou:

"Quais são as suas qualidades, Will?" o barão perguntou.

Ele pôs a cabeça para funcionar. Não era bom nas aulas e em línguas como Alysson, não conseguia formar letras bonitas e perfeitas como George nem se interessava por culinária como Jenny. E, certamente, não tinha os músculos e a força de Horace.

"Sei escalar muito bem, senhor"disse finalmente, percebendo que o barão esperava sua resposta.

Mas logo se deu conta de que tinha cometido um erro, pois Chubb, o cozinheiro, olhou para ele zangado.

"Ele sabe escalar, sim, senhor. Eu lembro quando subiu numa calha na minha cozinha e roubou uma bandeja de bolinhos que estavam esfriando no peitoril da janela."

Will ficou desanimado. Aquilo tinha acontecido há séculos! Ele quis contar que era uma criança na época e que tinha sido apenas uma brincadeira infantil. Mas agora o mestre escriba também estava falando.

"Na última primavera, ele subiu até o nosso gabinete no segundo andar e soltou dois coelhos durante um de nossos debates sobre questões legais. Extremamente lamentável."

"Coelhos, mestre escriba?"o barão perguntou, e Nigel assentiu vigorosamente.

"Um casal, meu senhor, se o senhor me entende"ele respondeu."Extremamente lamentável!"

Sem que Will visse, a muito séria lady Pauline colocou a mão na frente da boca num gesto elegante. Talvez ela estivesse disfarçando um bocejo, mas, quando retirou a mão, ainda foi possível entrever o final de um sorriso.

"Bem, sim"comentou o barão. "Nós todos sabemos como são os coelhos."

"E, como eu disse, era primavera"Nigel continuou, caso o barão não tivesse entendido.

Lady Pauline deixou escapar uma tosse nada feminina. O barão olhou para ela surpreso.

"Acho que compreendemos, mestre escriba"ele disse, voltando a olhar para a figura desesperada à sua frente.

Will manteve o queixo erguido e olhava direto para a frente. O barão sentiu pena do jovem naquele momento. Ele podia ver as lágrimas se formando nos olhos vivos e castanhos, presas somente por uma determinação de ferro. "Força de vontade", pensou. Não lhe agradava fazer o garoto passar por tudo aquilo, mas era assim que tinha que ser. Ele suspirou silenciosamente.

"Há alguém que possa usar esse garoto?"ele perguntou.

Contra sua vontade, Will virou a cabeça e olhou suplicante para a fila de mestres de ofício, rezando para que um deles cedesse e o aceitasse. Um por um, em silêncio, eles sacudiram a cabeça negativamente.

Surpreendentemente, foi o arqueiro quem quebrou o desagradável silêncio da sala.

"Há uma coisa que o senhor deve saber sobre este garoto, meu senhor "ele disse com uma voz grave e suave.

Aquela era a primeira vez que Will o ouvia falar e se perguntou como conseguira viver tanto tempo sem a voz dele,era escura,perigosa,sombria e sexy como o inferno,Will nem ao menos se dera conta desse pensamento,antes de voltara a prestar atenção na realidade. Ele se adiantou e entregou uma folha de papel dobrada ao barão. Arald a abriu, leu as palavras nela escritas e franziu a testa.

"Você tem certeza disso, Halt?"

"Absoluta, meu senhor."

O barão dobrou o papel com cuidado e o colocou na mesa. Ele tamborilou os dedos no tampo da mesa e disse:

"Vou ter que pensar nisso durante a noite."

Halt concordou e deu um passo para trás, parecendo desaparecer no fundo. Will o olhou com ansiedade, perguntando-se que informação a figura misteriosa tinha passado ao barão. Como a maioria das pessoas, Will tinha crescido acreditando que era melhor evitar os arqueiros Mesmo que achava que seus feitos eram espetaculares em vários níveis,os mistérios que os cercavam eram apaixonantes embora muitas vezes eram mal vistos,os Arqueirosfaziam parte de um grupo secreto e místico ,que todos falaram,que era envolto em mistério e incerteza, o que, por sua vez, levava ao medo geral do povo.

Will entrou em contradição com um pensamento, ele adorou saber que algum modo tinha chamado a atenção do arqueiro taciturno;Mas também não gostou da ideia de que Halt sabia algo a seu respeitoalgo que era importante o bastante para chamar a atenção do barão naquele dia. A folha de papel continuava ali, torturantemente perto, no entanto impossível de ser alcançada.

O garoto percebeu um movimento ao seu redor. O barão estava falando com outras pessoas na sala.

"Felicitações aos que foram escolhidos hoje. Este é um grande dia para todos, portanto vocês têm o resto dele livre.Aproveitem. As cozinhas prepararão um banquete no seu alojamento e durante o resto da tarde vocês estão livres para visitar o castelo e a vila. Amanhã cedo, apresentem-se aos seus novos mestres de ofício. E, se quiserem aceitar um conselho, sejam pontuais" ele sorriu para os quatro e então se dirigiu para Will com uma ponta de simpatia na voz.

"Will, amanhã vou dizer o que decidi a seu respeito"ele se virou para Martin e fez um gesto para que conduzisse os aprendizes para fora."Obrigado a todos"ele disse, saindo do aposento pela porta atrás da mesa.

Os mestres de ofício deixaram a sala e Martin conduziu os protegidos até a saída. Eles conversavam entusiasmados, aliviados e satisfeitos por terem sido aceitos pelos mestres de sua escolha.

Will ficou para trás, hesitando diante da folha de papel ainda na mesa. Ele olhou para ela por um instante como se pudesse, de alguma forma, enxergar as palavras escritas do outro lado. Teve a mesma impressão de que alguém o observava, como antes. E então se defrontou com os olhos escuros do arqueiro Um olhar que queimava em sua pele e o fazia sentir que ocupava cada pensamento que o arqueiro estava tendo e ficou deliciado com a emoção desse fato,o ronronar e o sentimento de ser fofinho aumentou em seu corpo, que tinha ficado atrás da cadeira de encosto alto do barão, quase invisível embaixo de seu estranho manto.

Will estremeceu num repentino momento de prazer,que ele decidiu interpretar como medo e saiu apressado da sala.

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