Carta de Amor escrita por Yoruki Hiiragizawa


Capítulo 1
Carta de Amor


Notas iniciais do capítulo

É curto, mas sincero...



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Carta de Amor...
por Yoruki Hiiragizawa



Coloquei o ponto final. Em seguida, li o que escrevi perguntando-me se gostarias. Espantei-me com o resultado. Não tenho costume de escrever cartas de Amor. Bem sabes. Mas naquele momento era isso que eu tinha diante de meus olhos. Talvez fosse uma penitência por todas as cartas que não escrevi.

O mais curioso, no entanto, era o fato de a carta não ser direcionada somente a ti; também parecia dialogar comigo. Eu te contava meus segredos e, ao mesmo tempo, buscava maneiras de continuar a escondê-los. Era amedrontador que, depois de todo aquele tempo e circunstâncias, ainda pudesse me sentir tão vulnerável ao mero pensamento de ti. A verdade era que tua presença me fazia falta; e não era somente tua presença física — os abraços e carinhos roubados quando ninguém estava olhando. Não! Afinal, durante todo aquele tempo, a distância fora um fator constante em nossas vidas, atrapalhando-nos, mas também nos tornando mais fortes. Muitas pessoas não compreendiam aquilo que tínhamos. Como poderiam? Foram inúmeras as vezes em que eu também me flagrei questionando se éramos reais ou fruto de minha imaginação e teu desejo, ou vice-versa. Sempre fomos tão próximos um do outro que me assustava a forma como nossos pensamentos se completavam sem qualquer esforço.


Parei a leitura quando meus olhos se depararam com três palavras em meio àquele emaranhado escrito às pressas. Três palavras que eu sequer havia percebido ter escrito. Eu soube imediatamente que elas iriam me assombrar. Fazia muito tempo que não as escrevia ou pronunciava e a última vez que o fizera as havia sussurrado no teu ouvido momentos antes de nos separarmos.

Minha mente ficou vagando entre aqueles dois momentos tão distintos, tão distantes, por um tempo incontável até retornar para a carta que, sem que eu percebesse, havia sido banhada pelas lágrimas por tanto tempo contidas. Era irreal que, de nós dois, fosse eu — que tomei a decisão de te deixar partir — quem mais tivesse dificuldade de renunciar e aceitar. Aceitar que a vida continuava e o tempo não esperava por ninguém. Por um breve momento, vislumbrei como seria se eu tivesse sido mais corajosa, mais forte, mais persistente. E então o sonho se foi e a realidade tomou conta.

Gostaria de dizer que as coisas mudaram depois daquilo, mas não posso. Minha covardia não me permitiu te enviar a carta, então a amassei e joguei fora.

Mas queres saber a verdade? Continuas a me fazer falta e não acredito que esse sentimento irá, algum dia, mudar.

Eternamente Apaixonada,

Eternamente Arrependida...

Sempre tua!


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Notas finais do capítulo

Espero que apreciem. Foi escrito de coração!

Para FSK.