Klaus Narrando:

Eu tinha acesso livre à mansão dos Salvatore, graças a Stefan. Mandei que alguns dos meus híbridos cuidassem de manter Damon quieto para não acordar Katerina, sua barriga estava enorme. Sorri, já que eu não podia matar a criança, ela seria minha, minha herdeira. Peguei  Katerina cuidadosamente no colo e comecei a andar lentamente para fora da casa, ate o carro que nos esperava. Alcancei o carro sem dificuldades, entrei com Katerina e logo os dois híbridos que estavam cuidando de Damon se juntaram a mim. Um deles, Derick, disse:

-Está tudo certo. Damon Salvatore continua dormindo e o bilhete foi colocado na cama, conforme suas instruções.

-Ótimo Derick, você me foi muito útil. E você também Harry. –respondi eu aos dois híbridos.

Katherine Narrando:

Eu havia acabado de acordar, mais não tinha coragem alguma para abrir os olhos. Esperei ouvir a voz de Damon, ou sentir seus lábios macios tracejando uma trilha de beijos pelo meu rosto, ou somente sua voz rouca me dizendo “Bom dia!” , mais nada disso aconteceu. Abri os olhos e me encontrei num quarto, um quarto que eu não conhecia. Havia um guarda-roupa, uma penteadeira cheia de perfumes, pentes e cremes, uma lareira com alguns livros em cima, uma porta que provavelmente levava a um banheiro e a cama ornamentada com ouro na qual eu estava sentada. Não era nem de longe como o quarto de Damon, ao olhar no guarda-roupas vi várias roupas de marca, os cremes e perfumes na penteadeira eram importados e no banheiro havia shampoo e condicionador de maçãs argentinas, meus favoritos. As janelas cobertas por cortinas de tecido leve e cores claras estavam trancadas, assim como as portas. Havia livros em cima da lareira como: Romeu e Julieta, A Megera Domada, O Morro dos Ventos Uivantes, Polianna ( não sei se é assim que escreve) entre outros. Eu não sabia onde estava, mais sabia quem me trouxera ate aqui. Klaus. “Venha comigo e pouparei Damon e seu filho.”  Lembrei- me de suas palavras e estremeci. Pensar no que ele poderia fazer comigo me apavora, eu estou gravida e sei que ele é muito capaz de me torturar. Então ouvi uma batida na porta e fiquei apreensiva, mesmo que eu não desse permissão, ele poderia entrar a qualquer hora e se eu o irritasse, ele me jogaria numa cela suja e no momento o quarto era bem melhor pelo estado em que eu me encontrava.

-Entre. – convidei com a voz tremula e para meu alivio, não foi Klaus quem entrou no quarto e sim um homem de cabelos castanhos escuros e olhos profundos da mesma cor que me disse:

-Klaus mandou dizer à senhorita para se vestir e me acompanhar, pois eu a levarei ate ele. – achei melhor não desagradar Klaus de imediato com uma recusa, então fiz o que me era pedido. Tomei um banho, coloquei um vestido branco e aceitei o braço que o homem me oferecia, deixando que me guiasse para onde estava a ultima pessoa que eu tinha vontade de ver.

Damon Narrando:

Era de manhã, o sol entrava pelas janelas com cortinas claras e me cegou na hora em que abri os olhos. Não havia sinal de Katherine na cama, apenas uma rosa e um cartão na cama. Sorri, Katherine me deixando um cartão ou coisa do tipo? A rosa era vermelha contrastando com o branco dos lençóis, peguei e cheirei-a. Ainda sorrindo apanhei o cartão e o abri , então meu mundo desmoronou. Não fora Katherine quem me deixara o cartão, fora Klaus:

“Olá Damon!

Quem será que tem o poder agora? Estou com nossa amada Katerina e meu novo filho. Aconselho-o a não vir atrás de nós, a não ser que você queira uma morte muito dolorosa.

Klaus.”

“Meu novo filho...” Ele está falando de Andrew, meu filho? Mais ele irá se arrepender. Levantei-me da cama rapidamente e vesti a primeira roupa que encontrei, desci correndo escada  abaixo e encontrei Caroline no sofá conversando com Stefan.

-Katherine foi levada. –eles se viraram pra mim com uma expressão confusa nos rostos.

-Grande piada Damon. - falou Caroline com um risinho. Joguei o bilhete para ela.

-Isso parece piada? –gritei, estava me descontrolando. Katherine sempre fora um ponto fraco em 145 anos e estando grávida de Andrew... Eu fico pior ainda! – ELE SEQUESTROU KATHERINE!! ELE SEQUESTROU KATHERINE E MEU FILHO!! ELE OS SEQUESTROU!!!

Em seguida fui abraçado por Stefan e não contive minhas lágrimas, chorei em seu ombro, enquanto Caroline nos olhava paralisada, sem reação alguma.

-Damon se acalme. - pediu-me a loira, assim que conseguiu falar alguma coisa. Virei-me para ela, eu sabia que meu rosto agora mostrava o monstro que eu era. Veias saltadas, dentes afiados à mostra. O olhar de Caroline espelhava muito medo e isso mais que tudo  me acalmou.

-Vou atrás dela. - falei decidido, meu rosto já havia voltado ao normal.

-Damon isso é suicídio. –falou Stefan, a voz da razão.

-Que seja. –gritei, nesse mesmo momento Elena entrou na mansão. –O que está fazendo aqui?

-Eu queria falar com você, Damon. –falou ela em tom baixo

-Elena, não tenho tempo pra ouvir você destilar veneno contra Katherine. –falei pegando as chaves do carro e me encaminhando para a porta. Fui contido por Damon e Caroline, Elena nos olhava tentando adivinhar o que estava acontecendo, a confusão podia ser vista em seus olhos, tanto que perguntou:

-O que aconteceu?

-Katherine foi levada por Klaus. –contou Caroline

-Ah, Deus!- murmurou ela para si mesma, talvez esquecendo-se de que todos os presentes na sala, eram vampiros. – Não achei que ele chegaria a tanto.

Suas palavras me fizeram grudar no chão em que estava pisando. Ela sabia?

-Você sabia?- perguntei me virando para ela, meu tom de voz era ameaçador mesmo que eu não tivesse percebido de inicio.  Corri ate ela em velocidade vampírica e segurei pelos ombros.- O que mais você sabia? FALE A VERDADE, ELENA!!

Ela me olhava assustada, havia percebido que disse mais do que deveria, mais agora ela iria me falar. Nem que eu precisasse torturar e depois mata-la pra isso.