Supernatural Tears escrita por Angels Cherry


Capítulo 1
Pilot


Notas iniciais do capítulo

Capítulo Piloto. Assim como nos seriados, essa fic também vai ter um capítulo Piloto, que servirá como uma espécie de introdução à Trama.



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Era uma manhã chuvosa de domingo. Nada podia entristecê-la mais do que naquele dia. Ela não tinha mais pais e seu irmão também se fora naquela tragédia. Era órfã, completamente sem família. Mas de uma coisa ela sabia... Jamais esqueceria o sobrenome que fez história naquela parte de País.

 

Jill Morgan, com 15 anos na época em que perdeu seus pais, Robbie e Julie, e seu irmão, Sonny, num "acidente". Ou pelo menos parecia um acidente, mas todas que são um pouco mais inteirados no assunto sabem muito bem que um coração não para de bater de repente, e, mais estranho ainda, de uma família toda.

 

Uma lágrima escorregou por suas bochechas... Ou era chuva? Não importava, pelo menos assim disfarçava que estava chorando. Uma velha senhora chamou do outro lado do cemitério. Estava na hora de ir, mas ela não queria ir. Era cedo ainda, e estava frio mas ela nem ligava... Só queria mais alguns minutos perto do túmulo de sua família.

 

- Eu sinto muito. - Ela disse entre os dentes.

 

Naquela manhã, no mês de Abril de 1998, Jill jurou, diante da sepultura dos três Morgan, que jamais se tornaria aquilo que seus pais eram. Grande engano.

 

 Ela abriu os olhos devagar e quando se enxergou no espelho do banheiro viu que sua face estava úmida, provavelmente por ter chorado durante o sono. Olhou em volta, seus orbes castanho-mel gravando cada detalhe daquele quarto de Motel. Não queria voltar lá nunca mais. Lawrence não era pra ela, nem nunca seria. 

 

Ligou a chave à ignição de seu Chevy 500, largou a bolsa no banco ao lado e partiu do estacionamento sem ao mesmo olhar para trás. Não mais do que 2 km de lá, quando ia virar uma esquina, seu carro bateu no que vinha na contramão. Coincidentemente um Chevy Impala 67.

 

Desceu do carro, furiosa, e do outro carro desceram dois rapazes.

 

- Ah, olha o que você fez - um dos rapazes reclamou enquanto analisava o estrago do carro.

 

- Eu? Quem vinha na contramão era você, não eu.

 

- Era uma emergência - o outro rapaz respondeu, calmo.

 

- Ótimo, perdão por não ter visto as luzes acesas em cima de seu carro, ou a sirene dos Bombeiros. - Ela respondeu, sarcástica.

 

Aquilo se estendeu por mais algumas horas até que todos entrassem num acordo. Claro, não sem antes saírem desaforos de ambos os lados.

 

Na delegacia um dos rapazes, que Jill descobriu se chamar Dean, reclamava insistentemente, enquanto o outro, Sam, tentava o acalmar.

 

- Sabe que temos coisas pra fazer, Sammy - Dean reclamava baixinho para o irmão.

 

- Eu sei, mas é melhor resolvermos isso logo...

 

Jill não pôde deixar de perceber a perturbação de ambos com algo que ela desconhecia, ou melhor, fingia desconhecer. Enquanto Dean reclamava agitado pelo seu carro, Sam parecia olhar, curioso, para o pulso de Jill. Não que ela usasse pulseiras chamativas, mas a tatuagem lá definitivamente era um símbolo que ele reconhecera de algum lugar.

 

- Bonita tatuagem - ele disse, apontando para o pulso da garota.

 

- Qual é Sam, não é hora de dar em cima das garotas - Dean reclamou, se jogando no sofá - principalmente da garota que bateu no meu carro.

 

- Perdão, eu ouvi direito? Garota que bateu no seu carro? Pelo que eu saiba foi você que bateu no meu... - Jill respondeu, também se jogando no sofá. - E a tatuagem, - ela levantou o pulso - afasta maus espíritos.

 

Foi então que Sam se lembrou. Aquela estrela dentro de um circulo rodeado por "chamas" era um símbolo de proteção contra possessões demoníacas, e não adiantava de nada contra espíritos enraivecidos. O que ele não sabia era que Jill também sabia disso.

 

- Na verdade, está mais pra evitar possessões - ele a corrigiu.

 

Jill estava quase a ponto de dizer "eu sei", mas então se tocou. Olhou surpresa e interrogativa para ele e depois pra Dean. Deu um sorriso discreto de canto de boca. Será mesmo? Eles são o que eu penso que são?

 

Mais tarde, depois de horas na delegacia, quando os irmãos Sam e Dean estavam indo em direção ao Chevy Impala 67, Jill foi atrás deles.

 

- Esperem, eu vou com vocês... - Ela disse.

 

- Ah, claro! - Dean respondeu nervoso e sarcástico.

 

- Ahn, vai onde? - Sam perguntou, tentando disfarçar.

 

- Caçar o que quer que estejam caçando - ela respondeu, colocando as mãos na cintura.

 

- Ela é doida, Sam. Vamos - Dean disse enquanto puxava o irmão pelo braço.

 

- Você é uma caçadora? - Sam perguntou, incrédulo.

 

- Meus pais eram... Morreram quando eu tinha 15 anos. - Ela respondeu.

 

Os Morgan eram conhecidos por quase todos os caçadores de coisas sobrenaturais. Eles eram astutos e discretos e quando morreram deixaram pra trás somente uma filha, herdeira de toda a fama e reputação que um dia os Morgan conquistaram.

 

Eles estavam diante de uma lenda... E ela também. Sam e Dean Winchester, filhos de John Winchester. Ótimos caçadores. Talvez juntar a garota Morgan com os irmãos Winchester não fosse má idéia. A única coisa que eles - e outrora Jill - não sabiam é que não é tão fácil assim se afastar de quem se ama. 

Ela os ensinou a sentir, viver e sofrer. E em troca recebia o amor de uma família... De novo.

 


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