Absence escrita por Thalita Moraes


Capítulo 50
Flashback 12




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—E então? O que me diz? O que achas de entrar para nossa guilda? — O mago perguntara mais uma vez, com uma voz rouca, sedutora, enquanto segurava o queixo de Lucy com suas mãos enveludadas.

Lucy não conseguia acreditar que havia sido enganada. Bastara entrar na tão chamada guilda que Yoshiaki tanto fazia propaganda, um pé para dentro e já estava numa armadilha. E ele estava ali para confirmar. A maldade em forma humana.

Lucy ainda não conseguia no que ele tinha feito somente para lhe perguntar aquilo, cara a cara. E usado Yoshiaki como intermediário. Mas ela ainda não estava convencida de que não era só para entrar na guilda dele. Não, se fosse somente isso ele não teria feito tanto teatro.

Mas mesmo assim ela diria não.

Mordera o lábio inferior antes de responder.

—Não mesmo.

O mago cerrara um pouco os cílios, num tom de raiva. Depois de tudo que ele fez, mesmo assim, ela dissera "não"? A essa hora, qualquer outra pessoa estaria implorando para entrar na guilda dele. Quem era essa menina?

—Pink Eclipse? Quem é essa? Que nome rídiculo, me faz querer rir. — Lucy disse, sem posição de fazer graça. Suas mãos estavam amarradas atrás de seu corpo e ele não estava nem um pouco contente.

O Mago, que até agora ainda segurava o queixo de Lucy, colocou sua mão no pescoço dela e a levantou vinte centímetros do chão. Lucy estava sendo sufocada. Yoshiaki não estava aguentando ver aquilo. Não concordava com os métodos dele.

—Você realmente disse isso.

—Chotto, Zafron-sama! Assim, ela vai acabar morrendo! — Yoshiaki disse, não querendo tornar-se cúmplice. Adoraria que Lucy Heartphilia entrasse para a guilda, mas não daquela forma. Não daquele jeito.

Sem perceber, Yoshiaki acabara revelando o nome do mago. E o mago também não percebera, mas o nome dele gravara na memória de Lucy, de tal forma que ela nunca mais esqueceria.

Zafron, o mago, percebeu o que estava fazendo. Queria matá-la, mas não poderia desperdiçar as habilidades dela.

—Verdade. — Então, jogou Lucy no chão. As mãos atadas em suas costas machucaram-se, juntamente com as costas. O impacto esmagara suas mãos e machucara suas costelas. Então, Zafron estendeu sua mão na frente de seu corpo em direção ao torso de Lucy. Ele pronunciou baixinho. — Bloqueie.

Um círculo de mágica apareceu debaixo do corpo de Lucy, mais precisamente, debaixo do tronco dela, no tamanho que ia de sua cintura até seu pescoço. Ela gritou sentindo dor. Seus músculos pareciam estarem sendo drenados, seus ossos pareciam estarem sendo esmagados.

Yoshiaki não conseguia olhar aquilo.

Então, quando o círculo de magia gradualmente desapareceu, a dor foi junto com ele e pouco antes de Lucy perder a consciência, Zafron disse:

—Suas habilidades são únicas, não queria ter de desperdiça-las, mas você não me deixa outra chance. A menos que você queira continuar sendo uma maga, volte daqui uma semana, entre em minha guilda, antes que todo seu poder mágico esgote-se para sempre. — Ele solta um sorrisinho diabólico, no momento em que Lucy fecha os olhos. — Foi bom ter conhecido você, Lucy Heartphilia.

E então, Lucy perde a consciência.

—Eu não posso deixar que ela morra. Leve-a de volta, cuide dos ferimentos dela. — Zafron ordenou, virando-se de costas para voltar ao seu "escritório", onde a esperaria pacientemente. — Eu vou estar esperando quando ela voltar.





–Chotto, Kiichi-san! Fazer isso já é maldade! - Katsuo disse, tentando parar o amigo.

–Tem que haver outra forma de vingá-la, Kiichi-san. - Jun disse, segurando o braço de Kiichi. Mas ele não queria ouvir. Aquela loira peituda estragara os planos dele, dedurara para sua mãe e o fizera apanhar e, como se só aquilo não bastasse, sua mãe o proibira de ir para a cidade. Se ela pensava que não haveria retorno, ela estava muito enganada.

–Uruse~! Eu vou fazer isso, quer vocês estejam comigo ou não! Essa loira acabou com minha vida! - Ele nunca mais poderia ver Asahino novamente. A vida dele estava acabada.

–Dakedo, Kiichi-san!

–Katsuo! Não acontecera a mesma coisa com você? Sua mãe também não o proibiu de ir para a cidade?

–Hai, desuga... - Os jogos de Katsuo não eram tão importantes assim, a ponto de requererem vingança.

–Jun! - Kiichi tentou lembrar o que a mãe dele o proibira, mas não conseguia. Afinal, Jun nunca contara. - E quanto a você? O que sua mãe disse?

Jun nunca tivera uma mãe. Nem um pai, vivia como hóspede na casa da tia que nunca ficava em casa. Então, Jun não tinha o que falar. Ninguém brigou com ele, ninguém o proibiu de nada. Então, não tinha nada que o impedia de proclamar vingança. Mas também não tinha pelo que pedir vingança. Só desistiu. Ele não iria contar para Kiichi-san sobre sua situação em casa. Apenas recuou.

–Eu to fora.

–Hã?

–Enquanto era só zoeira e brincadeiras, tudo bem. Mas tacar pedras e ameaças já é longe demais. Eu vou voltar atrás enquanto posso.

–Ome~ra! Vocês são meus amigos ou não? - Jun e Katsuo ficaram quietos.

–Se é isso que "amigo" significa para você, então, não. - Jun dissera. Colocara as mãos no bolso e dera as costas. - Nunca fomos amigos.

–Se é assim, então vai! Volta para a casa da mamãe, vai chorar no colo dela, vai? - Kiichi falara, nervoso. Seu rosto estava vermelho. Ele mesmo já estava começando a chorar. Jun saiu dali em silêncio. Kiichi olhara para Katsuo. Katsuo abaixara seu torso e pedira desculpas e seguira Jun. - Vão então! Eu não preciso de vocês! Eu posso muito bem fazer isso sozinho! - Kiichi dissera em lágrimas.

Era noite.

Todos deveriam estar dormindo. Porém, só havia Lucy em casa. Spetto estava na casa de uma amiga, e Gajeel ainda estava voltando da cidade.

Um detalhe que provavelmente já fora mencionado: Mais cedo, naquele mesmo dia, Spetto-san tinha acendido uma vela em memória à uma pessoa querida, seu irmão. Ela acendera em frente ao altarzinho com fotos e flores ali perto da sala, em frente à janela virada ao leste, que pegava sol logo de manhã.

Kiichi jogara a primeira pedra contra o vidro, acertando o pé do altar. Lucy estava em um sono profundo, não escutara nada. Então, Kiichi jogou a segunda, que acertou o vaso de flores, quebrando-a, jorrando água para todos os cantos. E então, a terceira pedra, que acabara por acertar a vela do altar de Spetto-san. Quando Kiichi ia lançar a quarta, uma pessoa aparecera e o espantara dali, fazendo-o voltar para a casa da mãe.

Isso aconteceu por volta das 10 horas da noite. Não deu muito tempo - o que? Provavelmente, meia hora ou uma hora, por aí - e a casa inteira começou a pegar fogo.

Yoshiaki, que já estava a poucos metros de chegar à sua guilda, virara para trás e vira o fogo. Então, correu de volta para a vila, imaginando se Lucy estava bem.

Fazer o que, ele tinha se apaixonado por ela.

Quando Yoshiaki conseguiu chegar de novo à vila, já era onze e meia. Spetto ainda não voltara, muito menos Gajeel. Todas as casas pareciam ter pego fogo, sendo tão próximas uma da outra, todas feitas de madeira. Yoshiaki tremeu quando viu aquela casa em especial ardendo nas chamas vermelhas. Entrou sem hesitação, chutando a porta da frente, procurando por Lucy. Ela ainda estava na cama, tinha sido acordada subitamente, quando uma viga em fogo caíra na cama, pegando suas pernas. Lucy gritava e tossia, chorava.

Yoshiaki foi até ela.

–Vai ficar tudo bem, eu prometo.

"Eu prometo." Ela lembrava dessas palavras. Não conseguia relacionar a voz à pessoa, seus olhos estavam machucados por terem perdido tanta umidade, por estar tanto tempo exposta ao fogo crescente.

Com toda sua força, Yoshiaki levantara a viga e a jogara para outro canto. Suas roupas queimaram e cortaram seu braço. Outro pedaço de madeira caíra na frente dele, o fogo crescera, o oxigênio diminuira. Quando Yoshiaki foi pegar Lucy, seu braço ensaguentado, manchou-a, como se isso importasse. O importante era tirá-la dali enquanto havia tempo.

Ele a deitara longe da vila, no começo da floresta, deitada numa árvore troncuda. Ele observara suas pernas, o machucado que ela tinha. Fizera o possível para curá-la, mas agora que ela perdera seus poderes mágicos, magia não funcionaria da mesma maneira que antes. Magia não a curaria tão facilmente quanto antes. Tentou enfaixá-la ou ao menos cuidar um pouco de suas feridas, mas logo Zafron o chamara via telepatia, chamando-o para voltar para a guilda, porque estava demorando tanto, seu imbecil? É tão dificil assim colocar uma mulher em sua casa? O que você está fazendo com ela?

Yoshiaki pensou em responder, mas deixou quieto. Se desculpou em silêncio para Lucy e voltou para sua guilda. Não muito tempo depois, Gajeel aparecera.

E a partir daí, já conhecemos a história.








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Notas finais do capítulo

Último flashback! o/
Quem achou que foi muito rápido? Sorry. Eu já tinha esse capítulo pronto desde o começo.
Agora vai começar a ação!! o/
Próximo capítulo sai dia 22, sexta feira.