—Só um quarto? — Perguntou Natsu, um tanto incomodado. Talvez até um pouco mais incomodado do que realmente deveria ficar. É que Natsu simplesmente não queria ficar no mesmo quarto que Lisanna. Não que ele não gostasse dela, percebera isso no trem, enquanto deitava sua cabeça no colo dela. Não havia um momento até agora que ele não parara de comparar Lisanna com Lucy. O toque, o cheiro. O sorriso.

Ele não queria fazer isso, mas não conseguia parar. 

—Sim. Ultimamente, temos recebido muitos hóspedes. Graças à vila que queimou, muitos estão vindo para cá. — Disse o recepcionista, com olhos tão puxados que pareciam fechados. 

—A vila deve ser bem grande para encher um hotel desse tamanho. — Happy comentou.

—Ah, não. Não me entenda errado. Os moradores da vila ainda estão no Hospital. Quem está se registrando nos hotéis da cidade, são, na maioria, familiares das vítimas, turistas, jornalistas, pesquisadores e historiadores. Se continuar desse jeito, é provável que esse massacre possa se tornar uma atração turística. — Nesse momento, o telefone tocou. O recepcionista levantou o dedo indicador, pedindo para que eles esperassem um segundo. Ele falou alô e então a moça do outro lado do telefone gritou. Tão alto, que até Natsu pôde ouvir. Então, ele desligou. 

O fato de que as pessoas estavam transformando o fogo da vila numa tragédia televisiva, apenas para ganhar fama ou audiência, irritava Natsu. Bufando, deu meia volta e falou com Lisanna. 

—Vamos procurar outro hotel, então, Lisanna. 

Nesse momento, o recepcionista já tinha pego no telefone novamente. Mas ouvindo a conversa de Natsu, ele colocou a mão no bocal e falou para Natsu.

—Eu se fosse você, não faria isso. — Então, voltou ao telefone, ordenando um dos outros funcionários irem até ali. 

Natsu, que até agora estava desinteressado na conversa, virou-se e perguntou, colocando suas mãos na mesa do recepcionista. 

—Como assim? Está acontecendo mais alguma coisa nessa cidade?

O recepcionista desligou o telefone. 

—Vocês são da Fairy Tail, uma guilda de Magnolia, não é? Seria melhor se vocês não ficassem vagando por aí. Recentemente, tem surgido rumores... — Então, o funcionário que ele chamou pelo telefone apareceu. O recepcionista pediu para que ele fizesse alguma coisa, enquanto isso, Natsu esperou paciente. Quando o funcionário saiu, o recepcionista continuou. — Rumores de que uma dark guilda está atacando cada um que possui tatuagem de uma guilda no corpo, como se eles estivessem procurando por alguém. Outro dia, não, ontem, uma jovem loira foi atacada em frente à própria casa. Se ela não estivesse com o namorado na hora, sabe-se lá o que iam fazer com ela... — Ele disse, virando-se para pegar as chaves. — Quarto 702. Espero que gostem da estadia. — Disse por fim, com um sorriso falso, apesar da conversa sombria.